terça-feira, 30 de outubro de 2018








PARÓQUIAS DE NISA


Quarta, 31 de outubro de 2018









Quarta da XXX semana do tempo comum


Salt. II







QUARTA-FEIRA da semana XXX

Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha

L 1 Ef 6, 1-9; Sal 144 (145), 10-11. 12-13ab. 13cd-14
Ev Lc 13, 22-30


* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Ângelo de Acri, presbítero, da I Ordem – MF
* Na Companhia de Jesus – S. Afonso Rodrigues, religioso – MO
* I Vésp. de Todos os Santos – Compl. dep. I Vésp. dom.




MISSA


ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 104, 3-4
Alegre-se o coração dos que procuram o Senhor.
Buscai o Senhor e o seu poder,
procurai sempre a sua face.

ORAÇÃO 
Deus eterno e omnipotente,
aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade;
e para merecermos alcançar o que prometeis,
fazei-nos amar o que mandais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos pares) Ef 6, 1-9
«Não como servos dos homens, mas servos de Cristo»



Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios

Filhos, obedecei aos vossos pais, no Senhor, como é justo: «Honra pai e mãe» é o primeiro mandamento acompanhado de uma promessa: «para que sejas feliz e tenhas vida longa sobre a terra». Pais, não exaspereis os vossos filhos, mas educai-os com a disciplina e os conselhos inspirados pelo Senhor. Servos, obedecei aos vossos senhores terrenos, como a Cristo, com temor e respeito e na simplicidade de coração; não com a submissão aparente de quem pretende agradar aos homens, mas como servos de Cristo, que com toda a alma fazem a vontade de Deus. Servi de bom grado, como se servísseis ao Senhor e não a homens, pois sabeis que cada um receberá do Senhor a recompensa do bem que tiver praticado, quer seja escravo ou homem livre. E vós, senhores, tratai os vossos servos do mesmo modo; evitai as ameaças, pois sabeis que tanto eles como vós tendes o mesmo Senhor, que está no Céu e não faz distinção de pessoas.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 144 (145), 10-11.12-13ab.13cd-14 (R. cf. 13c)
Refrão: O Senhor é fiel em todas as suas palavras. Repete-se


Graças Vos deem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos; Refrão

Para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações. Refrão

O Senhor é fiel à sua palavra
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor ampara os que vacilam
e levanta todos os oprimidos. Refrão


ALELUIA cf. 2 Tes 2, 14
Refrão: Aleluia. Repete-se

Deus chamou-nos por meio do Evangelho,
para alcançarmos a glória
de Nosso Senhor Jesus Cristo. Refrão


EVANGELHO Lc 13, 22-30
«Virão muitos do Oriente e do Ocidente
e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus»




Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus dirigia-Se para Jerusalém e ensinava nas cidades e aldeias por onde passava. Alguém Lhe perguntou: «Senhor, são poucos os que se salvam?». Ele respondeu: «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, vós ficareis fora e batereis à porta, dizendo: ‘Abre-nos, senhor’; mas ele responder-vos-á: ‘Não sei donde sois’. Então começareis a dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste nas nossas praças’. Mas ele responderá: ‘Repito que não sei donde sois. Afastai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade’. Aí haverá choro e ranger de dentes, quando virdes no reino de Deus Abraão, Isaac e Jacob e todos os Profetas, e vós a serdes postos fora. Virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus. Há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos».

Palavra da salvação.



ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, para os dons que Vos apresentamos
e fazei que a celebração destes mistérios
dê glória ao vosso nome.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Salmo 19, 6
Celebramos, Senhor, a vossa salvação
e glorificamos o vosso santo nome.

Ou Ef 5, 2
Cristo amou-nos e deu a vida por nós,
oferecendo-Se em sacrifício agradável a Deus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que os vossos sacramentos
realizem em nós o que significam,
para alcançarmos um dia em plenitude
o que celebramos nestes santos mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo





«O entusiasmo é a mãe do esforço, e sem ele nunca se conseguiu algo que valesse a pena».


RALPH WALDO EMERSON





3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURA: Ef 6, 1-9: O comportamento cristão tem uma exigência própria, que lhe vem de os batizados serem membros de Cristo. Este facto deve orientar todas as relações humanas de uns para com os outros e S. Paulo tirou daí todas as consequências para a vida dos cristãos, independentemente da situação social em que cada um se encontrasse.

Lc 13, 22-30: A respeito de Deus e da vida do Além temos sempre a tentação de querer saber coisas por caminhos “extraordinários”. Jesus, interrogado sobre o número dos que se salvam, não responde à curiosidade, mas vai direito ao essencial. A resposta está na vida do presente; ela traz em si a orientação do seu próprio crescimento para o futuro. E recorda aos seus ouvintes que não basta apoiarem-se no facto de terem convivido com Ele, de O terem visto e ouvido. Apresentando o reino de Deus sob a imagem do banquete, anuncia-lhes que muitos dos de fora, os pagãos, virão tomar parte nesse banquete messiânico, uma vez tornados filhos do reino, enquanto que muitos dos que tinham sido convidados desde a primeira hora, como eram eles próprios, poderiam vir a ser excluídos.
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LEITURA DO EVANGELHO: O tema da salvação não se relaciona com número dos que se salvam, mas com o esforço que é preciso fazer para nela entrar. Não é suficiente pertencer ao povo eleito ou participar em ritos de crentes. É preciso compreender que a salvação é esforço e oferta de Deus para todos.

MEDITAÇÃO: Este esforço ou exigência consiste em seguir a Jesus, escutar a sua palavra e agir em consequência. Não é preciso esforço para encontrar a porta e o caminho largo. Mas é preciso esforço para encontrar a porta estreita e o caminho apertado. O Senhor exige esforço para aceitar a aventura da fé. O que escolhes?


ORAÇÃO: Obrigado, Senhor, porque ofereces a salvação a todos. Mas também obrigado por nos pedires esforço para a alcançarmos na vida do dia a dia, no serviço aos mais necessitados e no amor aos outros.





AGENDA



18.00 horas: Missa em Nisa.





A VOZ DO PASTOR




A GLÓRIA DOS JOVENS É A SUA FORÇA E VIGOR


Vivemos tempos de viragens antropológicas e culturais. Assistimos a uma espécie de metamorfose da condição humana. A ciência e a tecnologia, e bem, correm na esperança de encontrar e encontram com a vontade de correr ainda mais para irem muito mais além. O mundo, porém, embora ciente de todos os seus avanços civilizacionais, positivos e negativos, nem por isso se sente mais seguro porque “os homens aprenderam a dominar a natureza antes de se dominarem a si próprios”. Muitos esquecem-se que os céus continuam a proclamar a glória de Deus e que o firmamento anuncia a obra das Suas mãos (Sl19,1). Neste tempo assim tão multifacetado, bonito e a formigar, e porque nem só de pão vive o homem, decorreu, em Roma, sem grandes ruídos nem alaridos, o Sínodo sobre temáticas juvenis.

Saltitando sobre mais alguns capítulos do Documento de trabalho da Assembleia sinodal, ressalto, de forma livre e sem comas, que os jovens, sentinelas e sismógrafos de todas as épocas, são quem mais percebe as grandes oportunidades que esta mudança de era lhes oferece bem como percebem as ameaças que os podem tramar. Sendo uma idade específica da vida, a juventude faz parte da condição humana. É uma idade original e entusiasmante, cheia de força e de vigor, buscadora de significado, chamada à alegria do amor e caraterizada pela vontade naturalmente proactiva que aceita desafios e ousa trilhar novos caminhos. Para melhor navegar nesses mares, um dos maiores desafios que a juventude de hoje enfrenta é, de facto, a de construir uma identidade individual verdadeiramente sólida em que o sonho, sem grandes pesadelos, lhes comande a vida. A complexidade, a contingência, a incerteza quanto ao futuro e a fragmentação existencial, porém, não facilitam essa tarefa tão urgente quão necessária. A cultura ditatorial da aparência, a cultura da indecisão perante a superabundância das propostas, a cultura do descarte, a cultura light, o fascínio por experiências extremas, a sexualidade precoce, a pornografia digital, a exibição do próprio corpo online, o fenómeno das fake news, a irrupção das tecnologias e a transversalidade do continente digital, a falta de uma hierarquia de verdades, a generosidade ferida pelas colonizações ideológicas e tecnológicas que roubam a liberdade, o refúgio numa felicidade ilusória e inconsistente que gera formas de dependência, a fraqueza das instituições e a cada vez menos credibilidade nelas, a falta de lideranças confiáveis, a propagação da corrupção, a falta de emprego que dificulta a concretização de projetos existenciais, o advento da inteligência artificial, da robótica e automação, e sei lá mais o quê, tudo, tudo questiona, tudo deve questionar, tudo implica o verdadeiro discernimento que passa pelo reconhecimento das coisas boas e menos boas, pela interpretação da sua qualidade e valia e pela capacidade de escolher o melhor, o mais útil e o mais importante.

Deixando de parte as possíveis formas de manipulação comercial, especulativa e outras, sabemos quanto os jovens encontram na música uma linguagem fundamental que suscita emoções, abre espaços de interioridade, sociabiliza, faz passar mensagens relevantes, veicula estilos de vida e proporciona muitas experiências de construção de uma identidade coletiva. Temos presente quanto eles também prezam outras formas de expressão artística que lhes permitem o exercício da criatividade pessoal e a sua participação feliz no desenvolvimento cultural. A par, não ignoramos como eles apreciam os valores e os bons modelos que as sociedades desportivizadas lhes dão quando, na verdade, estão centradas nos valores do fair play competitivo e na inclusão de pessoas e não no sucesso a todo o custo, na fraude, na corrupção, na violência e na humilhação dos vencidos.

Sobretudo na literatura científica, hoje vai-se falando de um “retorno do sagrado”. Será que sim?... Talvez, mas não se trata de um regresso ao passado, de um regresso ao dantes. Trata-se de um novo paradigma de religiosidade, pouco institucionalizado, cada vez mais “líquido”, mais New Age e marcado por uma variedade radical de percursos individuais e privados mais espirituais que religiosos, às vezes substituídos por ideologias e outras correntes de pensamento ou pelo sucesso pessoal ou profissional. No meio de tudo isto, não falta, quem, por vezes, aqui ou ali, na primavera da vida, seja atraído por propostas integralistas ou fundamentalistas que os molda e pode transtornar.

A Igreja, tendo em vista este contexto simultaneamente de oportunidades e ameaças, de medos e de esperança, confia nos jovens e convida-nos a todos a procurar novos caminhos e a percorrê-los com audácia e confiança, mantendo o olhar fixo em Jesus. Num ambiente da pós-verdade, é preciso, de facto, encontrar a linguagem e o modo de transmitir o anúncio cristão em circunstâncias culturais mudadas. Essa tarefa será tanto mais empática e eficaz quanto mais apreciarmos este admirável mundo novo e quanto mais os jovens, acolhidos, respeitados e acompanhados nas suas especificidades, tendências e gostos próprios da juventude, se tornarem protagonistas entusiastas e felizes do sonho missionário. A Verdade que é Cristo tem uma base relacional e precisa de ser testemunhada e praticada no concreto da vida quotidiana e não apenas argumentada e demonstrada de forma arrevesada e tantas vezes ininteligível. Isto implica conversão, conversão individual e comunitária, conversão pastoral na humildade, competência e sentido da missão. Implica fé viva e sacudida, tal como afirma Francisco: “Uma fé que não nos põe em crise é uma fé em crise; uma fé que não nos faz crescer é uma fé que deve crescer; uma fé que não nos questiona é uma fé sobre a qual nos devemos questionar; uma fé que não nos anima é uma fé que deve ser animada; uma fé que não nos sacode é uma fé que deve ser sacudida”.

Antonino Dias
26-10-2018


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