PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 01 de janeiro de 2022
Mãe de Deus
DIA DA PZ
LITURGIA
SANTA
MARIA, MÃE DE DEUS – SOLENIDADE
Branco
– Ofício da solenidade. Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. de Nossa Senhora.
L1: Num 6, 22-27; Sal 66 (67), 2-3. 5- 6 e 8
L2: Gal 4, 4-7
Ev: Lc 2, 16-21
* Proibidas todas as
Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* LV Dia Mundial da Paz.
* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus – Aniversário da aprovação do
Instituto da Hospitalidade, mais tarde designado Ordem Hospitaleira (1572).
* Na Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição
– Santa Maria, Mãe de Deus, Padroeira do Vicariato Português – SOLENIDADE
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofertório para a Obra da Santa Infância.
* I Vésp. da Epifania do Senhor – Compl. dep. I Vésp. dom.
SANTA MARIA, MÃE DE DEUS
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA
Sedúlio
Salvé, Santa Mãe, que destes à luz o Rei do céu e da terra.
Ou cf. Is 9, 2.6; Lc 1,33
Hoje sobre nós resplandece uma luz: nasceu o Senhor.
O seu nome será admirável, Deus forte, Pai da eternidade,
Príncipe da paz. E o seu reino não terá fim.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus,
que, pela virgindade fecunda de Maria Santíssima,
destes aos homens a salvação eterna,
fazei-nos sentir a intercessão daquela
que nos trouxe o Autor da vida, Jesus Cristo, vosso filho.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Num 6, 22-27
«Invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e Eu os abençoarei»
Leitura do Livro
dos Números
O Senhor disse a Moisés: «Fala a Aarão e aos seus filhos e diz-lhes: Assim
abençoareis os filhos de Israel, dizendo: ‘O Senhor te abençoe e te proteja. O
Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte
para ti os seus olhos e te conceda a paz’. Assim invocarão o meu nome sobre os
filhos de Israel e Eu os abençoarei».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 66 (67), 2-3.5.6 e 8 (R. 2a)
Refrão: Deus Se compadeça de nós
e nos dê a sua bênção. Repete-se
Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção,
resplandeça sobre nós a luz do seu rosto.
Na terra se conhecerão os seus caminhos
e entre os povos a sua salvação. Refrão
Alegrem-se e exultem as nações,
porque julgais os povos com justiça
e governais as nações sobre a terra. Refrão
Os povos Vos louvem, ó Deus,
todos os povos Vos louvem.
Deus nos dê a sua bênção
e chegue o seu temor aos confins da terra. Refrão
LEITURA II Gal 4, 4-7 «Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher»
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas
Irmãos: Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido
de uma mulher e sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sujeitos à Lei e
nos tornar seus filhos adotivos. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos
corações o Espírito de seu Filho, que clama: «Abá! Pai!». Assim, já não és
escravo, mas filho. E, se és filho, também és herdeiro, por graça de Deus.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Hebr 1, 1-2
Refrão: Aleluia. Repete-se
Muitas vezes e de muitos modos
falou Deus antigamente aos nossos pais pelos Profetas.
Nestes dias, que são os últimos,
Deus falou-nos por seu Filho. Refrão
EVANGELHO Lc 2, 16-21
«Encontraram Maria, José e o Menino.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, os pastores dirigiram-se apressadamente para Belém e encontraram
Maria, José e o Menino deitado na manjedoura. Quando O viram, começaram a
contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele Menino. E todos os que ouviam
admiravam-se do que os pastores diziam. Maria conservava todos estes
acontecimentos, meditando-os em seu coração. Os pastores regressaram,
glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes
tinha sido anunciado. Quando se completaram os oito dias para o Menino ser
circuncidado, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ter sido
concebido no seio materno.
Palavra da salvação.
Diz-se o Credo.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus,
que dais origem a todos os bens
e os levais à sua plenitude,
nós vos pedimos,
nesta solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus:
Assim como celebramos festivamente as primícias da vossa graça,
tenhamos também a alegria de receber os seus frutos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio de Nossa Senhora I [na
maternidade]
No
Cânone Romano diz-se o communicantes
(Em comunhão com toda a Igreja) próprio. Nas Orações Eucarísticas II e III
faz-se também a comemoração própria do Natal.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Hebr 13, 8
Jesus Cristo, ontem e hoje e por toda a eternidade.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor nosso Deus,
recebemos com alegria os vossos sacramentos
nesta solenidade em que proclamamos
a Virgem Santa Maria, Mãe do vosso Filho e Mãe da Igreja:
fazei que esta comunhão nos ajude a crescer para a vida eterna.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Num 6, 22-27: Recitada
sobre o povo, que se havia reunido para o sacrifício da manhã, esta bênção
sacerdotal é um augúrio de paz para os filhos de Israel. Esta «paz», que em si
concentra todos os bens, é um dom de Deus. Invadiu o mundo com o Nascimento de
Jesus, pois o Salvador, realizando em Si as promessas divinas de salvação,
reconciliou-nos com o Pai e estabeleceu relações fraternais entre os homens.
Mas esta Paz, que se fundamenta na Paternidade divina, é também uma conquista
do homem. Na verdade, a paz, antes de ser uma realidade externa, é uma
disposição interior. «Se antes não se travassem guerras em milhões de corações,
também se não travariam no campo de batalha». Cada um de nós deve ser, pois,
construtor da paz verdadeira.
Gal 4, 4-7: O
Mistério da Incarnação realiza-se na plenitude dos tempos, no termo duma longa
expectativa da humanidade, numa maravilhosa manifestação da benevolência divina.
Em Cristo, com efeito, Deus cumula os homens de todas as bênçãos,
concedendo-lhes a filiação divina e libertando-os da escravidão da lei mosaica.
Para produzir, porém, este duplo efeito, a Encarnação realiza-se pela via
normal dos homens e da lei. Cristo aceita um nascimento humano e a submissão à
lei. A lei situa-O na História da Salvação, na História do Seu Povo; Maria
situa-O entre os homens, Seus irmãos, que vem libertar e salvar, tornando-os, à
Sua semelhança, filhos do Pai. Maria assume assim um papel insubstituível nesta
revelação da Paternidade divina. É a Mãe de Deus, que concebe Seu Filho por
obra e graça do Espírito Santo. É a Mãe da Igreja, Corpo de Cristo na terra.
Lc 2, 16-21: E,
depois de oito dias, deram-Lhe o nome de Jesus» De todos aqueles que virão a
ser adotados em Cristo como filhos de Deus, os pastores são os primeiros a
receberem a Boa Notícia da Salvação. É, porém, junto de Maria, Sua Mãe, a
primeira crente, a totalmente disponível a Deus, que encontram o Salvador e,
n’Ele, se encontram com Deus. A intervenção discreta de Maria ajudou-os, na
verdade, a descobrir o verdadeiro rosto de Seu Filho. «A Virgem Santíssima,
predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade, simultaneamente com a
Encarnação do Verbo, por disposição da divina providência foi na terra a nobre
Mãe do divino Redentor, a Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do
Senhor – Cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade,
na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta
razão nossa Mãe na ordem da graça» (LG., 61).
AGENDA DO DIA:
09.30
horas: Missa em Amieira do Tejo.
10.00
horas: Missa em Arez
10.45
horas: Missa em Tolosa
11.00
horas: Missa em Nisa
12.00
horas: Missa em Alpalhão
12.00
horas: Missa em Gáfete
15.00
horas: Missa em Salavessa
15.00
horas: Missa em Pé da Serra
15.30
horas: Missa em Arneiro.
PENSAMENTO DO DIA
PARA TODOS: UM ANO ABENÇOADO
A VOZ DO PASTOR
QUEM DERA QUE NINGUÉM TREPASSE POR AÍ...
Quando recebemos coisas de mão beijada, como, por
exemplo, a saúde, a paz social, o bem estar familiar, regra geral não damos por
isso, não as agradecemos nem lhes damos grande apreço. Logo que as perdemos, ficamos
lacrimosos como bebés a quem se lhes retira a chupeta da boca! Sem querer ser
acusa-pilatos, e desafiando quem quer que seja a atirar-lhes a primeira pedra,
Adão e Eva escaqueiraram a harmonia paradisíaca. A riqueza que receberam, e
gratuitamente usufruíam, foi por eles mandada às urtigas. Só depois de a terem
perdido, é que lhe reconheceram o valor e a falta. Nada custa imaginar que após
essa trágica aventura, possivelmente já em tensão um com o outro, tivessem
zarpado lá para o fundo do quintal a carpir as mágoas de tal desgraça, sentados
por lá numa qualquer pedra filosofal em jeito de poltrona almofadada e com a
cobra feita mirone a gargalhar por ter levado a melhor. Assustados e de olhos
arregalados até às orelhas, é de crer que se voltassem um para o outro e
dissessem, tristes e amargurados: “eia!..., como a vida está difícil!...”.
Segundo a narração, logo ouviram passos no jardim a
martelar-lhes a consciência. “Adão, onde é que tu estás?”. Ora, ora, onde é que
ele estaria!... Reconhecendo a borrasca do seu gesto, uma desobediência que os
coca-bichinhos gostariam de saber em que é que teria consistido, puseram-se ao
fresco e ao largo. Foram-se esconder por entre o arvoredo e a vegetação, com
medo e vergonha, sem assumir o erro, esgravatando desculpas. Como criaturas,
tinham ultrapassado os limites que livremente deveriam reconhecer e respeitar.
Não quiseram viver segundo o Criador. Queriam ser como Ele, mas sem Ele ou em
vez d’Ele. Aceitar as leis da criação e as normas morais que regulam o exercício
da liberdade não foi coisa que apreciassem. Preferiram optar por si próprios.
Esqueceram a sua condição de criaturas, agiram contra todo o equilíbrio
ecológico e contra o seu próprio bem. A sua dignidade e sentido existencial
foram-se às malvas. Perderam a graça da santidade e da justiça originais que
tinham recebido, não só para si, mas para toda a natureza humana. Assim, por um
só homem entrou o pecado no mundo, e, pelo pecado, toda a criação ficou sujeita
à servidão da corrupção e da morte. Embora não cometido por nós, embora fosse
uma falta pessoal de Adão e Eva, e não nossa, todos ficamos privados da
santidade e da justiça originais. A esta privação chamamos pecado original. Um
pecado que se tornou próprio de cada um de nós. Todos nascemos com ele, por
propagação, quer dizer, pela transmissão duma natureza humana privada da
santidade e justiça originais. Chama-se pecado por analogia, por ser contraído,
não cometido, por ser um estado, não um ato. Mas porquê, assim? Porque todo o
género humano é, em Adão, como um só corpo dum único homem. De facto, como
refere o Catecismo da Igreja Católica sobre esta matéria, que aconselho a ler
desde o número 396 a 412, e donde fiz esta síntese sem preocupação de colocar
algumas aspas, a transmissão do pecado original é um mistério que não podemos
compreender plenamente, mas cujas consequências jamais deixaram de nos bater à
porta.
Deus, porém, nunca desistiu de nós. Foi-nos
manifestando a sua presença e cuidado por muitos meios e modos. Como expressão
máxima da sua condescendência e pedagogia infinitas, enviou-nos o seu próprio
Filho. Jesus é a Palava do Pai, é o Verbo encarnado entre nós! O Criador fez-se
criatura para nos falar, para nos revelar o seu amor, para servir a humanidade
e dar a vida em resgate de todos, para nos redimir, nos libertar do vínculo da
culpa original. E assim, face à unidade de todo o género humano, como pelo
pecado de um só veio para todos os homens a condenação, assim também, pela obra
de justiça de um só veio para todos a justificação que dá a vida (cf. Rm 5,
18). À universalidade do pecado e da morte, opõe-se a universalidade da
salvação em Cristo, onde abundou o pecado, superabundou a graça (cf. Rom 5,20).
Todos estamos implicados no pecado de Adão do mesmo modo que todos estamos
implicados na justificação de Cristo. Se não fosse coisa séria, como é que Deus
Pai, que é infinitamente bom, enviaria o seu Filho à terra sabendo que iria ser
morto, por nada, no vexame da cruz? É a partir desta certeza da fé, que a
Igreja, em fidelidade a Cristo (Mt 28,18-20), anuncia, aconselha e celebra o
Batismo para a remissão dos pecados, mesmo às crianças que não cometeram
qualquer pecado pessoal. O Batismo, instituído por Cristo, não se deve adiar
sem razão, o Papa Francisco tem insistido nisso. Ele apaga o pecado original,
confere a vida da graça, reorienta-nos para Deus, torna-nos membros da Igreja,
faz-nos templos do Espírito Santo e socio-cooperadores na construção do Reino
de Deus, faz-nos usufruir de todas as graças que o Senhor nos oferece na sua Igreja
e pela sua Igreja e das quais não devemos privar as próprias crianças. O
Batismo é um dom, e tudo o que é dom de Deus implica colaboração humana. Sim,
apesar de redimida por Cristo, a natureza humana ficou e persiste enfraquecida
e inclinada para o mal. Dentro da sua liberdade, precisa de se concentrar no
essencial, precisa de combate espiritual, precisa de aceitar e seguir a
sinalética e as pistas que Jesus apontou para quem quiser trilhar os caminhos
duma vida com sentido. Como afirmava São João Paulo II, “Ignorar que o homem
tem uma natureza ferida, inclinada para o mal, dá lugar a graves erros no
domínio da educação, da política, da ação social e dos costumes”.
Em fim de um ano civil, fazem-se análises e balanços,
sempre em busca da verdade. Se há deficit, se há coisas mal feitas, procura-se
ver como solucionar e como trepar no futuro. Num outro campo de ação, cada
cristão também poderá provocar dentro de si a pergunta que Deus fez a Adão,
ouvindo o próprio Deus a chamar-lhe pelo nome e a perguntar-lhe, não já sobre o
resultado das empresas e empreendimentos, mas sobre o seu desempenho
espiritual: “...onde é que tu estás?” Oxalá não seja a trepar pela infidelidade
a Deus, à família, à Igreja, aos deveres laborais e sociais. Oxalá não seja a
procurar desculpas para fugir a toda e qualquer espécie de compromisso em favor
do bem comum e da boa cidadania. Oxalá ninguém esteja escondido por entre as
esquinas do seu dia-a-dia para fazer o que quer e não o que deve. Oxalá ninguém
se sinta com medo e vergonha porque despido de dignidade pela vida que leva ou
locais que frequenta. Porque ninguém merece destruir-se, é importante dar
sentido à vida, estar aberto às surpresas de Deus, agradecer-lhe o seu gesto de
misericórdia para connosco e sentir a sua paz, uma paz que nos dinamiza em
direção aos outros e na prática do bem.
Por estes dias, lemos, ouvimos e rezamos uma bênção a
crescer em três tempos. Segundo os estudiosos da matéria, no original hebraico
essa bênção tem três palavras na primeira parte, cinco na segunda e sete na
terceira. Na Bíblia, os números ímpares são simbólicos, indicam a perfeição,
têm qualidade. Ao iniciarmos um novo ano que todos desejamos seja o mais
possível dentro da perfeição e da qualidade, aqui deixo essa bênção em jeito de
oração por cada um: “O Senhor te abençoe e te proteja; O Senhor faça brilhar
sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e
te conceda a paz”.
Os Reis Magos, depois de terem encontrado, adorado e
presenteado Jesus, regressaram a casa por outro caminho. Foi sempre assim: quem
se deixa guiar pela Estrela e encontra Jesus, regressa sempre a casa por outro
caminho, o caminho da conversão, da alegria e da paz dinâmica.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 31-12-2021.