PARÓQUIAS
DE NISA
Segunda,
26 de fevereiro de 2018
SEGUNDA-FEIRA
da semana II
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.
L 1 Dan 9, 4b-10; Sal 78 (79), 8. 9. 11. 13
Ev Lc 6, 36-38
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo
25, 11-12
Salvai-me, Senhor, e tende piedade de mim. Os meus pés seguem o caminho recto.
Nas assembleias bendirei o Senhor.¬
ORAÇÃO
Deus de infinita misericórdia, que nos ordenais a penitência do corpo para
remédio do espírito, concedei que possamos evitar todo o pecado e cumprir
fielmente as exigências da vossa lei. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Dan 9, 4b-10
«Pecámos, cometemos injustiças e iniquidades»
Leitura da
Profecia de Daniel
Senhor, Deus grande e terrível, que sois fiel à aliança e à misericórdia para
com os que Vos amam e observam os vossos mandamentos! Nós pecámos, cometemos
injustiças e iniquidades, fomos rebeldes, afastando-nos dos vossos mandamentos
e preceitos. Não escutámos os profetas, vossos servos, que em vosso nome
falavam aos nossos reis, aos nossos chefes e antepassados e a todo o povo da
nação. Em Vós, Senhor, está a justiça; em nós recai a vergonha que sentimos no
rosto, como sucede neste dia aos homens de Judá, aos habitantes de Jerusalém e
a todo o Israel, aos que estão perto e aos que estão longe, em todos os países
para onde os dispersastes por causa das infidelidades que contra Vós cometeram.
Sobre nós, Senhor, recai a vergonha que sentimos no rosto, sobre os nossos
reis, chefes e antepassados, porque pecámos contra Vós. No Senhor, nosso Deus,
está a misericórdia e o perdão, porque nos revoltámos contra Ele e não
escutámos a voz do Senhor, nosso Deus, seguindo as leis que nos dava por meio
dos profetas, seu servos.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 78 (79), 8.9.11.13 (R. Salmo 102, 10a)
Refrão: Não nos julgueis, Senhor, pelos nossos pecados. Repete-se
Não recordeis, Senhor, contra nós
as culpas dos nossos pais.
Corra ao nosso encontro a vossa misericórdia,
porque somos tão miseráveis. Refrão
Ajudai-nos, ó Deus, nosso salvador,
para glória do vosso nome.
Salvai-nos e perdoai os nossos pecados,
para glória do vosso nome. Refrão
Chegue à vossa presença, Senhor,
o gemido dos cativos;
pela omnipotência do vosso braço,
libertai os condenados à morte. Refrão
E nós, vosso povo,
ovelhas do vosso rebanho,
louvar-Vos-emos para sempre
e de geração em geração cantaremos a vossa glória. Refrão
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO cf. Jo 6, 63c.68c
Refrão: Glória a Vós, Senhor, Filho do Deus vivo. Repete-se
As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida:
Vós tendes palavras de vida eterna. Refrão
EVANGELHO Lc 6, 36-38
«Perdoai e sereis perdoados»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Sede misericordiosos, como o
vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e
não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. Dai e dar-se-vos-á:
deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada, sacudida, a transbordar. A medida
que usardes com os outros será usada também convosco».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Atendei, Senhor, as nossas súplicas e livrai das seduções terrenas aqueles a
quem destes a graça de celebrar os mistérios celestes. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio da Quaresma
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc. 6, 36
Sede misericordiosos,
como o vosso Pai celeste é misericordioso, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei-nos, Senhor, que esta comunhão nos purifique do pecado e nos torne
participantes da alegria celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
«O começar é o momento determinante de qualquer obra importante»
PLATÃO
MÉTODO DE ORAÇÃO
BÍBLICA
3.Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Dan 9, 4b-10: De novo, uma liturgia penitencial,
que não é de estranhar neste tempo. Penitencial não quer dizer triste; quer
dizer antes denúncia do pecado, chamamento à conversão, anúncio do perdão e da
misericórdia do Pai. O primeiro passo na conversão é o reconhecimento, diante
de Deus, da situação de pecador. E logo surge a oração humilde e confiante de
quem pede o perdão, como a de Daniel, o cativo da Babilónia.
Lc 6, 36-38:
O homem,
feito em santidade à imagem de Deus, também agora, ao suplicar o perdão de seus
pecados, há-de imitar o Pai das misericórdias, há de perdoar a quem o ofendeu,
como numa cadeia de amor, de Deus ao pecador, deste ao seu irmão.
ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a
Vida
AGENDA
17.00 horas: Missa em
Amieira do Tejo
21.00 horas: Oração de
louvor no Calvário.
Via sacra
Com os povos martirizados da
República Popular do Congo
e do Sudão do Sul
Texto facilitado por D.
Antonino,
bispo de
Portalegre-Castelo Branco
Presidente:
Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo.
Todos:
Ámen.
INTRODUÇÃO
Ao iniciarmos o caminho da Via-Sacra,
neste dia em que fomos convidados pelo Papa Francisco para uma jornada especial
de oração e jejum pela paz, deixemos que o apelo do Santo Padre ecoe no nosso
coração: «O que posso eu fazer pela paz?» Diante das trágicas situações de
conflito em diversas partes do mundo, o que posso fazer pela paz e pela
dignificação da Vida? O mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo
encoraja- -nos a caminhar com esperança. «Quem nos separará do amor de Cristo?
A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada?
(…) Mas em tudo isto, somos mais que vencedores graças Àquele que nos amou!»
(Rm 8,35.37).
A Cruz de Cristo é o sinal supremo do
amor de Deus por cada pessoa humana. Nas tribulações e dificuldades, ninguém
está só: Jesus está presente com o seu amor e quer caminhar connosco; quer sustentar-nos
e dar-nos força, para enfrentarmos os sacríficos e superar-mos os obstáculos.
Associemo-nos à Mãe de Cristo.
Ela, que acompanhou o seu Filho ao longo
da via dolorosa; Ela, que esteve ao pé da Cruz na hora da sua morte; Ela, que
encorajou a Igreja desde o seu nascimento a viver na presença do Senhor,
conduza o coração de cada um de nós, para que, unidos de modo especial às populações
da República Democrática do Congo e do Sudão do Sul, nos comprometamos a tudo
fazermos para que todos tenham um lugar onde viver em paz, sem necessidade de
arriscar a sua vida nem a dos outros.
CÂNTICO
1.ª ESTAÇÃO – Jesus é condenado
injustamente
Presidente: Nós vos adoramos e
bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa
Cruz, remistes o mundo!
Quando viram Jesus, os sumos-sacerdotes
e os guardas começaram a gritar: “Crucifica-o! Crucifica-o!” Pilatos respondeu:
“Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum.”
Os judeus responderam: “Nós temos uma Lei, e, segundo essa Lei, ele deve morrer,
porque se fez Filho de Deus.” [...]
Por causa disto, Pilatos procurava
soltar Jesus. Mas os judeus gritavam: “Se soltas este homem, não és amigo de
César. Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César.”... Então Pilatos
entregou Jesus para ser crucificado, e eles levaram-no» (João 19,6-7.12.16)4
A guerra e a violência atingem sempre os
mais pobres, vulneráveis e inocentes. E assim é também no Sudão do Sul e na
República Democrática do Congo, onde a guerra e a violência parecem não ter
fim. Jesus, o mais inocente dos homens, que «andou por toda a parte fazendo o
bem» (At 10,38), foi condenado à morte como um criminoso. Identificou-se, assim
com todos os que são vítimas de injustiças.
3. Senhor Jesus, pedimos-Vos que os
povos do Sudão do Sul e da República Democrática do Congo, vítimas da
injustiça, da violência e da guerra, não sejam também vítimas da indiferença
dos responsáveis dos governos e da indiferença de muitos cidadãos do mundo.
Pedimos-Vos que esses povos não caiam na tentação do desespero; e possam,
finalmente, experimentar a Paz, que é fruto da Justiça.
PAI NOSSO… CÂNTICO
2.ª ESTAÇÃO – Jesus é condenado
injustamente
Presidente: Nós vos adoramos e
bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa
Cruz, remistes o mundo!
1. Quando viram Jesus, os sumos-sacerdotes
e os guardas começaram a gritar: “Crucifica-o! Crucifica-o!” Pilatos respondeu:
“Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum.”
Os judeus responderam: “Nós temos uma Lei, e, segundo essa Lei, ele deve morrer,
porque se fez Filho de Deus.” [...] Por causa disto, Pilatos procurava soltar
Jesus. Mas os judeus gritavam: “Se soltas este homem, não és amigo de César.
Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César.”... Então Pilatos entregou
Jesus para ser crucificado, e eles levaram-no» (João 19,6-7.12.16)
2. A guerra e a violência atingem sempre
os mais pobres, vulneráveis e inocentes. E assim é também no Sudão do Sul e na
República Democrática do Congo, onde a guerra e a violência parecem não ter
fim. Jesus, o mais inocente dos homens, que «andou por toda a parte fazendo o
bem» (At 10,38), foi condenado à morte como um criminoso. Identificou-se, assim
com todos os que são vítimas de injustiças.
3. Rezemos:
– por tantos irmãos e irmãos forçados à
migração, que vivem em situação de pobreza e de insegurança, que lhes foi
imposta;
– pelas instituições e seus voluntários,
que no terreno promovem os direitos humanos, para que sintam a nossa oração e
solidariedade;
– pela resolução de todos os conflitos,
e pela conversão dos governantes que infligem tanto sofrimento a milhões de
inocentes;
– pelo fim da corrupção, que
rouba a vida e dignidade a tantas pessoas.
PAI NOSSO… CÂNTICO
3.ª ESTAÇÃO – JESUS CAI PELA PRIMEIRA
VEZ
Presidente: Nós vos adoramos e
bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa
Cruz, remistes o mundo!
1. «Este é o momento favorável para
mudar de vida! Este é o tempo de se deixar tocar o coração diante do mal
cometido, mesmo crimes graves. É o momento de ouvir o pranto das pessoas inocentes
espoliadas dos bens, da dignidade, dos afetos, da própria vida. Permanecer no
caminho do mal é apenas fonte de ilusão e tristeza. Deus não se cansa de
estender a mão. Está sempre disposto a ouvir» (Mis. Vultus, 19).
2. Jesus ouviu os gritos dos Povos do Sudão
do Sul, da República Democrática do Congo…. e de tantos outros países, onde a
liberdade e os direitos fundamentais da Pessoa não são respeitados. O grito de
tantos inocentes fez o Filho de Deus tombar e cair! Não foi a carga que Lhe
puseram às costas, que provocou a queda; foram as injustiças sofridas por tanta
gente, a quem os responsáveis não querem escutar.
O egoísmo e a opressão tomam o lugar da
justiça e do respeito pela Pessoa Humana! A vontade de dominar, a qualquer
custo, produz a angústia, a fome e a desintegração de Famílias e de Povos…
E Jesus caiu! A sua queda foi a
solidariedade com os muitos milhares de Pobres e injustiçados por governantes e
por leis iníquas nestes países, pelos quais hoje fazemos jejum e oração. Jesus,
Solidário, Jesus cai por terra dando a mão aos que não suportam o peso de
tantas injustiças, angústias e dores.
Hoje queremos gritar: “NÃO À VIOLÊNCIA!”
A todo o tipo de violência. E com tal força, que se ouça no Sudão do Sul, na
República Democrática do Congo e em todos os Países onde o abuso do poder, a
corrupção e tantos outros pecados sociais
– impedem as crianças de nascer, crescer
sem armas nas mãos e ir à escola, sem perderem os Pais e outros familiares em
lutas de irmãos;
– impedem as Famílias de se constituírem
ou manterem unidas;
–impedem as Pessoas idosas de serem
cuidadas e tratadas, deixand-as morrer em sofrimento e abandono…
3.
Rezemos:
– Senhor: fazei-me solidário nas lutas e
quedas de tanta gente! Tornai o meu coração capaz de ver e ouvir o sofrimento,
mesmo de Irmãos que moram longe!... Que o meu silêncio ou a minha indiferença
não me tornem responsável pelas atrocidades e injustiças que eles sofrem.
– Senhor, que eu me comprometa na luta
pela PAZ, entendendo e ajudando os outros a perceber que, “trabalhar pela Paz,
faz bem a todos”. Que eu tenha a força de gritar, em nome de todos os caídos
sob o peso da sua cruz, que as vitórias obtidas com a violência são falsas
vitórias.
– Dou-Vos graças, Senhor, por saborear o
Dom da Paz... Fazei-me responsável pela PAZ. Dai a PAZ a todos os meus Irmãos,
em qualquer parte do mundo.
PAI NOSSO CÂNTICO
4.ª ESTAÇÃO – Jesus encontra-se com sua
mãe
Presidente: Nós vos adoramos e
bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa
Cruz, remistes o mundo!
1. «Simeão abençoou-os e disse a Maria,
sua mãe: “Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel
e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma. Assim hão
de revelar-se os pensamentos de muitos corações. […]
Sua mãe guardava todas estas coisas no
seu coração» (Lc 2,34-35.51).
2. Jesus encontra-se com a sua Mãe
dolorosa e continua a encontrá-la sempre que haja mulheres a sofrer
discriminação e violência, como no Sudão do Sul e na República Democrática do
Congo.
3. Maria, Mãe do Senhor, vós fostes, para
o vosso Filho Jesus, o primeiro reflexo da misericórdia de seu Pai, aquela
misericórdia que lhe pedistes para Ele manifestar em Caná.
Agora que o vosso Filho nos revela o
Rosto do Pai até às extremas consequências do amor, seguis, em silêncio, os
seus passos, como primeira discípula da cruz.
Maria, Virgem fiel, cuidai de todos os
órfãos da Terra, protegei todas as mulheres, objeto de exploração e violência.
Suscitai mulheres corajosas em prol do bem da Igreja.
Inspirai cada mãe a educar os seus
filhos na ternura do amor de Deus e, na hora da provação, a acompanhá-los no
seu caminho com a força, mesmo silenciosa, da sua fé.
PAI NOSSO CÂNTICO
5.ª ESTAÇÃO – Simão de Cirene ajuda
Jesus a levar a cruz
Presidente:
Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos:
Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!
1. «Para Lhe levar a cruz, requisitaram
um homem que passava por ali ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene,
pai de Alexandre e de Rufo» (Mc 15,21).
2. «A Madre Teresa de Calcutá é um
símbolo, um ícone dos nossos tempos. Ela inclinou-se sobre as pessoas
indefesas, deixadas moribundas à beira da estrada, reconhecendo a dignidade que
Deus lhes dera; fez ouvir a sua voz aos poderosos da terra, para que
reconhecessem a sua culpa diante dos crimes, da pobreza por eles criada. Como
resposta, a sua missão – e nisto representa milhares, antes, milhões de pessoas
– é ir ao encontro das vítimas com generosidade e dedicação, tocando e cobrindo
cada corpo ferido, curando cada vida dilacerada» (Papa Francisco Mensagem para
o Dia Mundial da Paz de 2017).
3. Senhor Jesus, que, partilhando a cruz
com Simão de Cirene, lhe abristes os olhos e o coração ao Vosso amor,
ajudai-nos a reconhecer-Vos em todas as pessoas que encontramos, a educar o
nosso coração para o amor, a saber que não precisamos de destruir para edificar
a paz.
– Não permitais que o nosso egoísmo nos
faça passar ao largo dos pobres, dos condenados, dos frágeis, dos desprezados,
das vítimas da guerra que se encontram na beira das nossas estradas e nas
periferias das nossas cidades, mas ajudai-nos a derramar o óleo da consolação
nas suas feridas, a levar a sua cruz.
– Que o dom do Vosso Espírito nos dê a
graça de não nos cansarmos de fazer o bem.
PAI NOSSO CÂNTICO
6.ª ESTAÇÃO – A Verónica limpa o rosto
de Jesus
Presidente: Nós vos adoramos e
bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa
Cruz, remistes o mundo!
1. «Deus que disse: “Das trevas brilhe a
luz”, foi quem brilhou nos nossos corações, para irradiar o conhecimento da
glória de Deus, que resplandece na face de Cristo» (2 Cor 4,6). Leitor:
«A face lívida de suor e de sangue banhada. De tua figura humana desfigurada
uma mulher só ousou aproximar-se. Tocou-te ao de leve o rosto, limpou-te o suor
e o sangue. Exangue, sem palavras,
deixaste no linho fino do pano, impresso, o selo do sacrifício: teu retrato
dolorido na hora da Paixão.» (Maria de
Lourdes Belchior)
2. Ao fazermo-nos próximos de quem sofre
– na doença, na guerra, por fome, de desespero – fazemo-nos próximos do Senhor.
Somos seus discípulos, seguimos os seus passos, pois foi Ele que, na sua
humanidade, se aproximou de nós tornando próximo o Reino, na sua vida entregue.
3. Que Ele nos dê a grata consciência da
sua presença na nossa história.
PAI NOSSO… CÂNTICO
7.ª ESTAÇÃO – Jesus cai pela segunda
vez
Presidente: Nós vos adoramos e
bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa
Cruz, remistes o mundo!
1. «Senhor, meu Deus, eu confio em ti.
Salva-me de todos os que me perseguem. Livra-me.
Não permitas que se lancem sobre mim
como leões, despedaçando-me, sem que ninguém me possa livrar. Seria diferente,
Senhor, se eu estivesse a fazer coisas más. Se estivesse a pagar com maldade a
quem me faz bem, ou a atacar injustamente aqueles de quem não gosto. Então eu
compreendia que deixasses os meus inimigos perseguir-me, esmagando-me no chão,
pisando a minha vida no pó da terra!» (Sl 7,1-5)
2. Esta segunda queda de Jesus sob o
peso da cruz é sinal do terrível flagelo da solidão no sofrimento. Qualquer
guerra é sempre injusta; mas, quando é feita entre irmãos, torna-se mais
gritante e a violência revela-se, também, mais dolorosa. A opção pela violência
deita por terra os mais fragilizados. E tudo se torna mais pesado, quando a
atitude de quem assiste a estas quedas – sejam de pessoas, ou mesmo de povos –,
é de total indiferença.
É o que está a acontecer às vítimas dos
fratricídios no Sudão do Sul e no Congo. Se a comunidade internacional
continuar a limitar-se a assistir às quedas destes países, as forças para eles
se reerguerem serão, cada vez, mais fracas.
3. A vossa solidão, Senhor, une-se ao
isolamento destas vítimas do egoísmo mundial. Mandai o Espírito Santo consolar,
fortalecer e semear a esperança e a paz nos corações da gente oprimida pela
guerra.
PAI NOSSO CÂNTICO
8.ª ESTAÇÃO – Jesus consola as mulheres
de Jerusalém
Presidente: Nós vos adoramos e
bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa
Cruz, remistes o mundo!
1.«Seguiam Jesus uma grande multidão de
povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus
voltou-se para elas e disse-lhes: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim,
chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos”» (Lc 23,27-28).
2. As mulheres de Jerusalém lamentam-se
por Jesus a caminho da execução. Jesus, amando até ao fim, diz que chorem antes
por elas próprias e pelos filhos. Todas as forças envolvidas na guerra civil do
Sudão do Sul e nos conflitos locais na República Democrática do Congo
(exército, rebeldes e milícias) usam a violência sexual e física e o abuso
contra meninas e mulheres como arma de guerra em larga escala: violações em
série, chacinas, matança de bebés, raptos. Dezenas de milhares de mulheres
estão psicológica, física e socialmente afetadas pela violência sexual e outros
crimes de guerra perpetrados por combatentes.
3. Senhor Jesus, consola e cura todas as
mulheres vítimas de violência sexual, feridas na sua dignidade e na sua
intimidade, que continuam hoje a tua via-sacra nelas próprias.
PAI NOSSO CÂNTICO
9.ª ESTAÇÃO – Jesus cai pela terceira
vez
Presidente: Nós vos adoramos e
bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa
Cruz, remistes o mundo!
1. «Salvai-me, ó Deus, pelo vosso nome,
e fazei-me justiça pelo vosso poder. Ó Deus, ouvi a minha oração, inclinai os
vossos ouvidos às palavras da minha boca. Porque os estranhos se levantam
contra mim, e tiranos procuram a minha vida; não têm posto Deus perante os seus
olhos. Eis que Deus é o meu auxílio, o Senhor está com aqueles que sustêm a
minha alma.
Pois me tem livrado de toda a angústia;
e os meus olhos viram o meu desejo sobre os meus inimigos.» (Sl 54,1-4)
2. Quanto mais penoso se vai tornando o caminho,
o peso da cruz tona-se maior. Por isso, Jesus cai de novo. As suas forças estão
a ficar, cada vez mais esgotadas, mas o desejo de demonstrar a sua vontade de
“amar até ao fim” encontra forças para se reerguer e agarrar-se à cruz com a
determinação de não voltar a cair. O mesmo está a acontecer a congoleses e
sudaneses. Os conflitos armados teimam em tornar o caminho mais penoso, fazem
estes pobres povos caírem sob o peso da cruz da fome, das doenças, do medo, das
divisões, da incerteza no futuro.
3. Senhor, fazei que os nossos corações
e o de todos os que não desviam o seu olhar destes povos caídos para que a
compaixão nos mobilize a ir em sua ajuda. Ajudai estes países a reerguer-se com determinação e a avançar pelos caminhos do perdão, para
alcançarem a paz.
PAI NOSSO CÂNTICO
10.ª ESTAÇÃO – Jesus é despojado das
suas vestes
Presidente: Nós vos adoramos e
bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa
Cruz, remistes o mundo!
1. «Não tinha beleza, nem esplendor que
pusesse atrair o nosso olhar. Era desprezado e abandonado pelos homens, um
homem sujeito à dor, habituado ao sofrimento, como uma pessoa de quem todos
desviam o olhar; desprezado, não fazíamos caso dele. E, no entanto, era o nosso sofrimento que ele levava sobre si, as nossas dores que ele
carregava» (Is 53,2-4).
«Porque se multiplicará a iniquidade,
vai resfriar o amor de muitos» (Mt 24,12).
3. Senhor Jesus, Vós, que fostes
despojado da vossa dignidade e até das vossas vestes, tende piedade de nós.
Dai-nos o vosso amor e a capacidade de nos compadecermos com o sofrimento dos
outros, de ir ao seu encontro e desejar ver a pessoa, para além das aparências,
das diferenças de etnia, de religião e de capacidades, para construir a paz. A
nossa ganância, a arrogância de prescindirmos de Vós e vivermos fechados em
nós, transformam-se «em violência que se abate sobre quantos são considerados
uma ameaça para as nossas certezas».
Tende piedade das vítimas do Sudão do
Sul, do Congo, da Síria e de tantos lugares onde os pobres, os fracos, as
pessoas com deficiência são mortas, obrigados a fugir e a viver sem condições,
sem a paz e a proteção de que precisam.
PAI NOSSO… CÂNTICO
11.ª ESTAÇÃO – Jesus é pregado na cruz
Presidente: Nós vos adoramos e
bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa
Cruz, remistes o mundo!
1. «Quando chegaram a um lugar chamado
Calvário, crucificaram-no a ele e aos dois malfeitores, um à direita, e outro à
esquerda» (Lc 23,33-34).
2. O corpo de Jesus está agora estirado
sobre a cruz. Nas extremidades colocaram os cravos do seu sofrimento.
Escândalo não é Cristo ter sido
crucificado. Escândalo é que haja, crucificados. Escândalo é que haja poderes
que se arroguem o direito sobre a vida do seu semelhante. Escândalo é que a
vida social da humanidade continue a crucificar homens e mulheres em nome da
lei, da segurança, da pureza da raça, em nome do poder estabelecido. Escândalo
é que a máquina do poder e do bem-estar vá esmagando todos os que não se
sujeitam às suas regras e normas. Mas o Senhor Jesus não é impunemente pregado
na cruz. Ele traz uma aurora de esperança para todos os martirizados. Ele virá
mostrar que Deus está do seu lado e que Ele, ao seu lado, à direita e à
esquerda, tem companheiros de dor e de condenação.
3. Aqueles que Vos açoitaram, não Vos
pouparam, Senhor! Estenderam-Vos na cruz, amarraram-Vos bem, convencidos de que
não mais lhes podereis escapar.
– Perdão, Senhor, porque também nós
crucificamos a muitos com o nosso julgamento, a nossa inveja e a nossa dureza
de coração.
– Perdão, Senhor pela nossa indiferença
em relação aos crucificados que estão longe,
esquecidos da Comunicação Social, que só
têm a Deus que os escute.
PAI NOSSO… CÂNTICO
12.ª ESTAÇÃO – Jesus morre na cruz
Presidente: Nós vos adoramos e
bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa
Cruz, remistes o mundo!
1. «Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas
por toda a terra, até às três da tarde. E às três da tarde, Jesus exclamou em
alta voz: “Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?”,
que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?
Ao ouvi-lo, alguns que estavam ali
disseram: “Está a chamar por Elias!” Um deles correu a embeber uma esponja em
vinagre, pô-la numa cana e deu-lhe de beber, dizendo: “Esperemos, a ver se
Elias vem tirá-lo dali.” Mas Jesus, com um grito forte, expirou.
E o véu do templo rasgou-se em dois, de
alto a baixo. O centurião que estava em frente dele, ao vê-lo expirar daquela
maneira, disse: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!”» (Mc 15,33-39).
2. Jesus morre na cruz e assim continua
a acontecer por tantos lugares deste Mundo. Quantas trevas por toda a terra! A
sensação de total abandono e desespero de Jesus tem eco nos milhões de
deslocados e refugiados no Sudão do Sul (1 em cada 3 pessoas).
O silêncio de Jesus perante a morte, tem
eco em todos os que morreram recentemente nas manifestações pacíficas pela paz
na República Democrática do Congo.
Que Mistério tão grande, este do Mal no
Mundo, instalado nas estruturas de poder e na luta pela riqueza, deixando à
fome, à sede, à morte tantos irmãos nossos. Uma realidade em que todos estamos
implicados, nomeadamente através do nosso consumismo tecnológico desenfreado,
sustentado muitas vezes pelos recursos destes países.
O grito de Jesus pode ser talvez o único
consolo de tantos inocentes arrastados para a morte.
3. Que o Senhor nos faça compassivos e
atentos a estes gritos, procurando, com a nossa oração e com as nossas ações,
travar o Mal com o Bem. Oremos em silêncio.
SILÊNCIO .
13.ª ESTAÇÃO – Jesus é descido da cruz
Presidente: Nós vos adoramos e
bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa
Cruz, remistes o mundo!
1. «Ao cair da tarde, visto ser a
Preparação, isto é, véspera do sábado, José de Arimateia, respeitável membro do
Conselho que também es-perava o Reino de Deus, foi corajosamente procurar
Pilatos e pediu- -lhe o corpo de Jesus. (…) E, depois de comprar um lençol,
desceu o corpo da cruz» (Mc 15,42-43.46a).
2. O presidente da Conferência Episcopal
do Sudão do Sul recorda, na sua Mensagem para a Quaresma, a seguinte passagem
do livro de Ben Sira: «Estende a tua mão ao pobre, a fim de que a tua bênção
seja perfeita» (Sir 7,32). É também o que José de Arimateia experimenta, quando
estende a sua mão para descer da Cruz o corpo de Jesus já sem vida. Na verdade,
como diz o Papa na Evangelii gaudium,
os pobres «têm muito para nos ensinar (…) e é necessário que todos nos
deixe-mos evangelizar por eles. […] Somos chamados a descobrir Cristo ne-les:
não só a emprestar-lhes a nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus
amigos, a escutá-los, a compreendê-los e a acolher a misteriosa sabedoria que
Deus nos quer comunicar através deles» (EG 198).
3. Senhor Jesus, não nos deixeis cair na
indiferença perante os que “gritam a Deus, na dor e na angústia”.
PAI NOSSO…
14.ª ESTAÇÃO – Jesus é sepultado
Presidente: Nós vos adoramos e
bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa
Cruz, remistes o mundo!
1. «Um membro do Conselho, chamado José,
homem reto e justo, não tinha concordado com a decisão nem com o procedimento
dos outros. Era natural de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava o Reino de
Deus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Descendo-o da cruz,
envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro talhado na rocha, onde ainda
ninguém tinha sido sepultado» (Lc 23,50-53).
2. Jesus é sepultado sempre que ferimos
a dignidade humana, sempre que passamos indiferentes às dores, às feridas dos
irmãos, sempre que promovemos uma cultura de morte, sempre que não educamos
para a paz, sempre que fomentamos as discórdias, sempre que promovemos os
conflitos, sempre que pomos obstáculos à esperança de futuro…
«Afastai-vos de mim, malditos, porque
tive fome e não me destes de comer… Sempre que deixastes de fazer isto ao mais
pequenino dos meus irmãos foi a mim que o deixastes de fazer» (Mt 21,41-46).
3. Senhor Jesus, o silêncio do vosso
túmulo não é um silêncio de fracasso nem de morte.
O silêncio do vosso túmulo é o germinar humilde, discreto,
mas vigoroso de um Mundo Novo.
– Príncipe da Paz, o vosso Reino não se
impõe pelo poder das armas, mas germina secretamente no coração do ser humano,
pelo Amor eterno sempre pronto a neles se derramar. Só a caridade “é o
princípio não só das micro-relações estabelecidas entre amigos, na família, no
pequeno grupo, mas também das macro-relações, como relacionamentos sociais, económicos,
políticos» (Caritas in Veritate, 2).
– Concedei, Senhor, que depressa se
remova a pesada pedra que tolhe o coração dos seus governantes, para que, na
República Democrática do Congo e no Sudão do Sul, se encontrem os caminhos da
Paz, que devolvam aos seus povos caminhos de futuro, e se restabeleçam relações
de confiança que possam garantir o mesmo futuro.
PAI NOSSO CÂNTICO
CONCLUSÃO
Presidente: Acabamos de recordar,
através da Palavra, da meditação, da oração e dos cânticos, os passos de Jesus
no caminho da Cruz: um caminho que parecia sem saída e, no entanto, mudou a
vida e a história do Homem.
Nas diversas estações, escutámos textos
preparados por cristãos que conhecem e vivem os dramas dos irmãos em situação
de exclusão e de fragilidade, ou são vítimas de guerra. Unimo-nos
espiritualmente a muitos não cristãos e não católitos, que neste dia se
associaram à JORNADA PELO FIM DA VIOLÊNCIA, lançada pelo Papa Francisco.
Trabalhar pela paz faz bem a todos. “Que
posso fazer pela paz?” A resposta a esta pergunta implica sempre um caminho de
cruz: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos
os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, tem de perdê-la; mas,
quem perder a vida por minha causa, há de salvá-la» (Lc 9 23-24).
3. Senhor nosso Deus «lançastes a vossa
cruz como uma ponte através da morte, a fim de que os homens pudessem passar da
terra da morte para a da Vida» (Santo Efrém, o Sírio, Homilia).
O chamamento que fazeis para Vos seguir,
é dirigido a todas as pessoas provadas por divisões, guerras ou injustiças, que
lutam por ser, no meio dos seus irmãos, sinais de esperança e obreiros de paz.
Por isso, colocamo-nos com amor diante
de Vós, apresentamos-Vos os nossos sofrimentos,
voltamos os nossos olhares e os nossos
corações para a vossa Santa Cruz e, encorajados pela vossa promessa, rezamos:
“Bendito seja o nosso Redentor, que nos deu a vida com a sua morte.”
Ámen.
ORAÇÃO Final
Deus de misericórdia,
lutamos para encontrar esperança
perante a angústia do Teu povo, no Congo
e no Sudão do Sul.
Vidas destruídas, jovens que não veem um
futuro.
Na nossa súplica, Senhor, pedimos-Vos
que escuteis o grito dos pobres;
a quem acudimos em Vosso nome.
Escutai os Vossos filhos,
curai aqueles que têm um coração
destroçado, sarai as suas feridas.
Abri os nossos olhos e os nossos
corações à luz da Vossa esperança.
Abri, também, os corações dos violentos.
Concedei-nos a coragem de exigir a
justiça, em nome da paz.
Ámen.
BÊNÇÃO de
“amar até ao fim” encontra forças para se reerguer e agarrar-se à cruz com a
determinação de não voltar a cair.
O mesmo está a acontecer a congoleses e
sudaneses. Os conflitos armados teimam em tornar o caminho mais penoso, fazem
estes pobres povos caírem sob o peso da cruz da fome, das doenças, do medo, das
divisões, da incerteza no futuro.
Senhor, fazei que os nossos corações e o
de todos os que não desviam o seu olhar destes povos caídos para que a
compaixão nos mobilize a ir em sua ajuda.
Ajudai estes países a reerguer-se com
determinação e a avançar pelos caminhos do perdão, para alcançarem a paz.
PAI NOSSO CÂNTICO.
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TEXTO COM A
PARTICIPAÇÃO DAS SEGUINTES ORGANIZAÇÕES:
Ação Católica Rural | Ajuda à Igreja que Sofre |
Cáritas Portuguesa | Comissão Nacional Justiça e Paz | Conferência dos
Institutos Religiosos de Portugal | Corpo Nacional de Escutas | Fundação Fé e
Cooperação | Liga Operária Católica/ Movimento de Trabalhadores Cristãos | Obra
Católica Portuguesa das Migrações | Pastoral Nacional da Saúde | Serviço
Nacional da Pastoral Penitenciária | Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência