terça-feira, 27 de fevereiro de 2018





PARÓQUIAS DE NISA

Quarta, 28 de fevereiro de 2018








Quarta da II semana da quaresma






TERÇA-FEIRA da semana II
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.

L 1 Is 1, 10. 16-20; Sal 49 (50), 8-9. 16bc-17. 21 e 23
Ev Mt 23, 1-12



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 12, 4-5
Iluminai os meus olhos, Senhor, para que não adormeça na morte e o meu inimigo não possa dizer: «Consegui vencê-lo».


ORAÇÃO
Guardai, Senhor, a vossa Igreja com amor eterno e, porque sem Vós não se pode manter, com a vossa ajuda seja livre do mal e conduzida à salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Is 1, 10.16-20
«Aprendei a fazer o bem, respeitai o direito»



Leitura do Livro de Isaías

Escutai a palavra do Senhor, chefes de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, povo de Gomorra: «Lavai-vos, purificai-vos, afastai dos meus olhos a malícia das vossas ações, deixai de praticar o mal e aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. Vinde então para discutirmos as nossas razões, – diz o Senhor. Ainda que os vossos pecados sejam como o escarlate, ficarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã. Se fordes dóceis e obedientes, comereis os bens da terra. Mas se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados pela espada». Assim falou a boca do Senhor.
 
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 49 (50), 8-9.16bc-17.21.23 (R. 23b)
Refrão: A quem segue o caminho reto
darei a salvação de Deus. Repete-se


Ou: A quem procede retamente
farei ver a salvação de Deus. Repete-se


Não é pelos sacrifícios que Eu te repreendo:
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.
Não aceito os novilhos da tua casa
nem os cabritos do teu rebanho. Refrão

Como falas tanto na minha lei
e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e desprezas as minhas palavras. Refrão

Considerai isto, vós que esqueceis a Deus,
não aconteça que vos extermine,
sem haver quem vos salve.
Honra-Me quem Me oferece um sacrifício de louvor,
a quem segue o caminho reto darei a salvação de Deus. Refrão


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Ez 18, 31
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória. Repete-se
Deixai todos os vossos pecados, diz o Senhor;
criai um coração novo e um espírito novo. Refrão


EVANGELHO Mt 23, 1-12
«Dizem e não fazem»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo: «Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam as filactérias e ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por ‘Mestres’. Vós, porém, não vos deixeis tratar por ‘Mestres’, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso ‘Pai’, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por ‘Doutores’, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai-nos, Senhor, por estes mistérios, para que nos purifiquem dos defeitos terrenos e nos conduzam aos bens celestes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio da Quaresma


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 9, 2-3
Cantarei todas as vossas maravilhas. Quero alegrar-me e exultar em Vós. Cantarei ao vosso nome, ó Altíssimo.
 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que o alimento da vossa mesa sagrada nos ajude a viver mais santamente e nos alcance o auxílio constante da vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



«Amigos Jovens, vale a pena escutar a Palavra de Jesus no nosso interior e seguir os seus passos»


BENTO XVI





MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURAS: Is 1, 10.16-20: Com frequência a palavra de Deus declara, de forma muito positiva, em que vem a consistir a conversão. Hoje diz-nos: “Fazei o bem”, e mais concretamente: “Protegei o oprimido...”. Ao que vive na justiça é que Deus fará ver a sua salvação (Salmo). A fé vive-se em toda a vida e não apenas em certos momentos. Mas a Quaresma é um tempo particularmente denso, no qual havemos de aprender, de novo, a viver, todos os dias, da fé. Só assim poderemos ter parte na Ressurreição, no termo da grande caminhada.

Mt 23, 1-12: Já a leitura anterior nos traçava um caminho de justiça e de santidade. Segui-lo, é estar na escola que leva a Deus. De contrário, estaríamos condenados juntamente com os escribas e fariseus, que “dizem e não fazem”, ainda que ocupem a cadeira de mestres, ou então o que fazem é por ostentação, para serem tidos por grandes. Mas os que a si mesmos se elevam por orgulho e vã glória a si mesmos traçam o caminho escorregadio da humilhação, que os não levará nunca ao monte da Transfiguração, que ontem se erguia diante de nós.

ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a Vida




AGENDA

17.00 horas: Missa em Gáfete
18.00 horas: Missa em Tolosa
18.00 horas: Missa na Igreja do Espírito Santo





FALA POUCO E TOLERA OS FALADORES

Por: D. Antonino Dias, bispo de Portalegre-Castelo Branco

Napoleão Bonaparte teria dito que a melhor figura de retórica é a repetição. O ditado popular refere que água mole em pedra dura tanta dá até que a fura. Da sabedoria popular também se ouve que de grão a grão enche a galinha o papo e que devagar se vai ao longe. E muito mais sabe o povo que, inteligente, nunca diz tudo quanto sabe, vai dizendo...

O Papa Francisco também vai nessa, é do povo. E diz, e repete, e volta a dizer, e não se esquece de repetir, e lá volta a dizer, aqui, ali, acolá, mais além, dentro e fora dos muros do seu habitat. A sua experiência de vida tem-se sentido tocada e muito sofrida pela maledicência dos instalados na sua verdade e se torcem com aquilo que ele diz. Mas não só. Ele sabe, também pela sua experiência de vida, quanto esse hábito de dizer mal, não só fica mal, mas faz muito mal, faz sofrer, cria divisões, guerras e guerrilhas, grupos e grupelhos. Ainda há pouco ele afirmava que “o inimigo da harmonia … é o espírito da maledicência … O que destrói uma comunidade é falar mal dos outros … Há uma imagem que gosto de usar para dizer o que é o espírito da maledicência: é terrorismo. Sim, terrorismo. Pois quem fala mal de outro, não o faz publicamente. O terrorista não diz publicamente: «Sou um terrorista». E quem fala mal de outro, fá-lo às escondidas: fala com um, atira a bomba e vai-se embora. E aquela bomba destrói. E ele vai, tranquilamente, atirar outra bomba … quando tiveres vontade de falar mal de outrem, morde-te a língua; o mais provável é que ela se inche um pouco, mas não causarás dano ao teu irmão ou à tua irmã…”.

Neste contexto de Quaresma, não será preciso a cada um indagar muito sobre por onde é que há de passar o seu esforço de conversão, também neste âmbito de ser ou não bisbilhota. No entanto, a indiferença ou o abandono de Deus e de si próprio, por um lado, e a poeira da vida, poeira, aliás, sempre acarinhada, por outro lado, podem vir a exigir, aqui ou ali, alguma atenção mais aprofundada para ir ao encontro da verdade em si próprio. Verdade talvez desde há muito mal tratada, quer no coração já endurecido e incapaz de amar e de fazer o bem, quer na consciência que já não é capaz de distinguir o bem do mal e age como se tudo fosse igual a tudo. Cada um lá saberá e muito melhor saberá o que fazer, com humildade e persistência, mesmo que, à partida, se sinta o melhor e o maior do mundo. Ninguém tem o dever, muito menos o direito de enganar-se a si próprio.

Como esta semana me foi muito ocupada, deixo um texto interessante de São Martinho, do seu Opúsculo “Fórmula de vida honesta”. São Martinho viveu no século VI, era da Panónia, uma antiga província do Império Romano delimitada ao norte e no leste pelo rio Danúbio e em cujo território estão hoje a Hungria, parte oriental da Áustria, o norte da Croácia, o noroeste da Sérvia, a Eslovênia, a porção ocidental da Eslováquia e ainda o norte da Bósnia e Herzegovina. Martinho foi o grande evangelizador dos suevos, foi Bispo em Dume, nos arredores da cidade de Braga, e Bispo metropolita de Braga. Escreveu ele:

“Não procures granjear a amizade de alguém por meio da adulação, nem permitas que outros por meio dela granjeiem a tua. Não sejas ousado nem arrogante; submete-te e não te imponhas; conserva a serenidade e aceita de boa mente as advertências e com paciência as repreensões. Se alguém te repreender com razão, reconhece que é para teu bem; se o faz sem motivo, admite que é com boa intenção. Não temas as palavras ásperas, mas sim as brandas. Emenda-te dos teus defeitos e não sejas curioso indagador ou severo censor dos alheios; corrige os outros sem incriminação, prepara a advertência com mostras de sincera simpatia, e ao erro dá facilmente desculpa.

Não exaltes nem humilhes pessoa alguma. Sê discreto a respeito do que ouves dizer e acolhedor benévolo dos que te querem ouvir. Responde prontamente a quem te pergunta e cede facilmente a quem porfia, para que não venhas a cair em contendas e imprecações.
Se és moderado e senhor de ti mesmo, vigia sobre as moções do teu ânimo e os impulsos do teu corpo, evitando todas as inconveniências; não os ignores pelo facto de serem ocultos; pois não importa que ninguém os veja, se tu de facto os vês.

Sê flexível, mas não leviano; constante, mas não teimoso. A tua ciência não seja ignorada nem molesta. Considera a todos iguais a ti; não desprezes os inferiores com altivez, e não temas os superiores, se vives retamente. Em matéria de obséquios e saudações não te dispenses nem os exijas. Para todos deves ser afável; para ninguém, adulador; com poucos, familiar; para todos, justo.

Sê mais severo no discernimento do que nas palavras e mais nobre na vida do que na aparência. Afeiçoa-te à clemência e detesta a crueldade. Quanto à boa fama, não apregoes a tua nem invejes a alheia. Sobre rumores, crimes e suspeitas não sejas crédulo nem inclinado a pensar mal, mas opõe-te decididamente àqueles que com aparente simplicidade maquinam a difamação alheia.
Sê tardo para a ira e fácil para a misericórdia; firme nas adversidades, prudente e moderado nas prosperidades; ocultador das próprias virtudes como outros o são dos vícios. Evita a vanglória e não busques o reconhecimento das tuas qualidades.

A ninguém desprezes por ignorante. Fala pouco, mas tolera pacientemente os faladores. Sê sério mas não desumano, e não menosprezes as pessoas alegres.

Sê desejoso da sabedoria e dócil. Sem presunção, ensina o que sabes a quem to pedir; e sem disfarçar a ignorância, pede que te ensinem o que não sabes.”

Antonino Dias
Portalegre, 23-02-2018








segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018





PARÓQUIAS DE NISA

Terça, 27 de fevereiro de 2018








Terça da II semana da quaresma





TERÇA-FEIRA da semana II

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.


L 1 Is 1, 10. 16-20; Sal 49 (50), 8-9. 16bc-17. 21 e 23
Ev Mt 23, 1-12




MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 12, 4-5
Iluminai os meus olhos, Senhor, para que não adormeça na morte e o meu inimigo não possa dizer: «Consegui vencê-lo».


ORAÇÃO
Guardai, Senhor, a vossa Igreja com amor eterno e, porque sem Vós não se pode manter, com a vossa ajuda seja livre do mal e conduzida à salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Is 1, 10.16-20
«Aprendei a fazer o bem, respeitai o direito»


Leitura do Livro de Isaías

Escutai a palavra do Senhor, chefes de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, povo de Gomorra: «Lavai-vos, purificai-vos, afastai dos meus olhos a malícia das vossas ações, deixai de praticar o mal e aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. Vinde então para discutirmos as nossas razões, – diz o Senhor. Ainda que os vossos pecados sejam como o escarlate, ficarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã. Se fordes dóceis e obedientes, comereis os bens da terra. Mas se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados pela espada». Assim falou a boca do Senhor.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 49 (50), 8-9.16bc-17.21.23 (R. 23b)
Refrão: A quem segue o caminho reto
darei a salvação de Deus. Repete-se


Ou: A quem procede retamente
farei ver a salvação de Deus. Repete-se


Não é pelos sacrifícios que Eu te repreendo:
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.
Não aceito os novilhos da tua casa
nem os cabritos do teu rebanho. Refrão

Como falas tanto na minha lei
e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e desprezas as minhas palavras. Refrão

Considerai isto, vós que esqueceis a Deus,
não aconteça que vos extermine,
sem haver quem vos salve.
Honra-Me quem Me oferece um sacrifício de louvor,
a quem segue o caminho reto darei a salvação de Deus. Refrão


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Ez 18, 31
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória. Repete-se
Deixai todos os vossos pecados, diz o Senhor;
criai um coração novo e um espírito novo. Refrão


EVANGELHO Mt 23, 1-12
«Dizem e não fazem»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo: «Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam as filactérias e ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por ‘Mestres’. Vós, porém, não vos deixeis tratar por ‘Mestres’, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso ‘Pai’, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por ‘Doutores’, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai-nos, Senhor, por estes mistérios, para que nos purifiquem dos defeitos terrenos e nos conduzam aos bens celestes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio da Quaresma


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 9, 2-3
Cantarei todas as vossas maravilhas. Quero alegrar-me e exultar em Vós. Cantarei ao vosso nome, ó Altíssimo.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que o alimento da vossa mesa sagrada nos ajude a viver mais santamente e nos alcance o auxílio constante da vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.




«Não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita»



POPULAR





MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURAS: Is 1, 10.16-20: Com frequência a palavra de Deus declara, de forma muito positiva, em que vem a consistir a conversão. Hoje diz-nos: “Fazei o bem”, e mais concretamente: “Protegei o oprimido...”. Ao que vive na justiça é que Deus fará ver a sua salvação (Salmo). A fé vive-se em toda a vida e não apenas em certos momentos. Mas a Quaresma é um tempo particularmente denso, no qual havemos de aprender, de novo, a viver, todos os dias, da fé. Só assim poderemos ter parte na Ressurreição, no termo da grande caminhada.

Mt 23, 1-12: Já a leitura anterior nos traçava um caminho de justiça e de santidade. Segui-lo, é estar na escola que leva a Deus. De contrário, estaríamos condenados juntamente com os escribas e fariseus, que “dizem e não fazem”, ainda que ocupem a cadeira de mestres, ou então o que fazem é por ostentação, para serem tidos por grandes. Mas os que a si mesmos se elevam por orgulho e vã glória a si mesmos traçam o caminho escorregadio da humilhação, que os não levará nunca ao monte da Transfiguração, que ontem se erguia diante de nós.

ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a Vida




AGENDA


18.00 horas: Missa na Igreja do Espírito Santo
21.00 horas: Reunião do AMIVD





FALA POUCO E TOLERA OS FALADORES

Por: D. Antonino Dias, bispo de Portalegre-Castelo Branco

Napoleão Bonaparte teria dito que a melhor figura de retórica é a repetição. O ditado popular refere que água mole em pedra dura tanta dá até que a fura. Da sabedoria popular também se ouve que de grão a grão enche a galinha o papo e que devagar se vai ao longe. E muito mais sabe o povo que, inteligente, nunca diz tudo quanto sabe, vai dizendo...

O Papa Francisco também vai nessa, é do povo. E diz, e repete, e volta a dizer, e não se esquece de repetir, e lá volta a dizer, aqui, ali, acolá, mais além, dentro e fora dos muros do seu habitat. A sua experiência de vida tem-se sentido tocada e muito sofrida pela maledicência dos instalados na sua verdade e se torcem com aquilo que ele diz. Mas não só. Ele sabe, também pela sua experiência de vida, quanto esse hábito de dizer mal, não só fica mal, mas faz muito mal, faz sofrer, cria divisões, guerras e guerrilhas, grupos e grupelhos. Ainda há pouco ele afirmava que “o inimigo da harmonia … é o espírito da maledicência … O que destrói uma comunidade é falar mal dos outros … Há uma imagem que gosto de usar para dizer o que é o espírito da maledicência: é terrorismo. Sim, terrorismo. Pois quem fala mal de outro, não o faz publicamente. O terrorista não diz publicamente: «Sou um terrorista». E quem fala mal de outro, fá-lo às escondidas: fala com um, atira a bomba e vai-se embora. E aquela bomba destrói. E ele vai, tranquilamente, atirar outra bomba … quando tiveres vontade de falar mal de outrem, morde-te a língua; o mais provável é que ela se inche um pouco, mas não causarás dano ao teu irmão ou à tua irmã…”.

Neste contexto de Quaresma, não será preciso a cada um indagar muito sobre por onde é que há de passar o seu esforço de conversão, também neste âmbito de ser ou não bisbilhota. No entanto, a indiferença ou o abandono de Deus e de si próprio, por um lado, e a poeira da vida, poeira, aliás, sempre acarinhada, por outro lado, podem vir a exigir, aqui ou ali, alguma atenção mais aprofundada para ir ao encontro da verdade em si próprio. Verdade talvez desde há muito mal tratada, quer no coração já endurecido e incapaz de amar e de fazer o bem, quer na consciência que já não é capaz de distinguir o bem do mal e age como se tudo fosse igual a tudo. Cada um lá saberá e muito melhor saberá o que fazer, com humildade e persistência, mesmo que, à partida, se sinta o melhor e o maior do mundo. Ninguém tem o dever, muito menos o direito de enganar-se a si próprio.

Como esta semana me foi muito ocupada, deixo um texto interessante de São Martinho, do seu Opúsculo “Fórmula de vida honesta”. São Martinho viveu no século VI, era da Panónia, uma antiga província do Império Romano delimitada ao norte e no leste pelo rio Danúbio e em cujo território estão hoje a Hungria, parte oriental da Áustria, o norte da Croácia, o noroeste da Sérvia, a Eslovênia, a porção ocidental da Eslováquia e ainda o norte da Bósnia e Herzegovina. Martinho foi o grande evangelizador dos suevos, foi Bispo em Dume, nos arredores da cidade de Braga, e Bispo metropolita de Braga. Escreveu ele:

“Não procures granjear a amizade de alguém por meio da adulação, nem permitas que outros por meio dela granjeiem a tua. Não sejas ousado nem arrogante; submete-te e não te imponhas; conserva a serenidade e aceita de boa mente as advertências e com paciência as repreensões. Se alguém te repreender com razão, reconhece que é para teu bem; se o faz sem motivo, admite que é com boa intenção. Não temas as palavras ásperas, mas sim as brandas. Emenda-te dos teus defeitos e não sejas curioso indagador ou severo censor dos alheios; corrige os outros sem incriminação, prepara a advertência com mostras de sincera simpatia, e ao erro dá facilmente desculpa.

Não exaltes nem humilhes pessoa alguma. Sê discreto a respeito do que ouves dizer e acolhedor benévolo dos que te querem ouvir. Responde prontamente a quem te pergunta e cede facilmente a quem porfia, para que não venhas a cair em contendas e imprecações.
Se és moderado e senhor de ti mesmo, vigia sobre as moções do teu ânimo e os impulsos do teu corpo, evitando todas as inconveniências; não os ignores pelo facto de serem ocultos; pois não importa que ninguém os veja, se tu de facto os vês.

Sê flexível, mas não leviano; constante, mas não teimoso. A tua ciência não seja ignorada nem molesta. Considera a todos iguais a ti; não desprezes os inferiores com altivez, e não temas os superiores, se vives retamente. Em matéria de obséquios e saudações não te dispenses nem os exijas. Para todos deves ser afável; para ninguém, adulador; com poucos, familiar; para todos, justo.

Sê mais severo no discernimento do que nas palavras e mais nobre na vida do que na aparência. Afeiçoa-te à clemência e detesta a crueldade. Quanto à boa fama, não apregoes a tua nem invejes a alheia. Sobre rumores, crimes e suspeitas não sejas crédulo nem inclinado a pensar mal, mas opõe-te decididamente àqueles que com aparente simplicidade maquinam a difamação alheia.
Sê tardo para a ira e fácil para a misericórdia; firme nas adversidades, prudente e moderado nas prosperidades; ocultador das próprias virtudes como outros o são dos vícios. Evita a vanglória e não busques o reconhecimento das tuas qualidades.

A ninguém desprezes por ignorante. Fala pouco, mas tolera pacientemente os faladores. Sê sério mas não desumano, e não menosprezes as pessoas alegres.

Sê desejoso da sabedoria e dócil. Sem presunção, ensina o que sabes a quem to pedir; e sem disfarçar a ignorância, pede que te ensinem o que não sabes.”

Antonino Dias
Portalegre, 23-02-2018







domingo, 25 de fevereiro de 2018





PARÓQUIAS DE NISA

Segunda, 26 de fevereiro de 2018





SEGUNDA-FEIRA da semana II

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.

L 1 Dan 9, 4b-10; Sal 78 (79), 8. 9. 11. 13
Ev Lc 6, 36-38



MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 25, 11-12
Salvai-me, Senhor, e tende piedade de mim. Os meus pés seguem o caminho recto. Nas assembleias bendirei o Senhor.¬


ORAÇÃO
Deus de infinita misericórdia, que nos ordenais a penitência do corpo para remédio do espírito, concedei que possamos evitar todo o pecado e cumprir fielmente as exigências da vossa lei. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Dan 9, 4b-10
«Pecámos, cometemos injustiças e iniquidades»


Leitura da Profecia de Daniel
 
Senhor, Deus grande e terrível, que sois fiel à aliança e à misericórdia para com os que Vos amam e observam os vossos mandamentos! Nós pecámos, cometemos injustiças e iniquidades, fomos rebeldes, afastando-nos dos vossos mandamentos e preceitos. Não escutámos os profetas, vossos servos, que em vosso nome falavam aos nossos reis, aos nossos chefes e antepassados e a todo o povo da nação. Em Vós, Senhor, está a justiça; em nós recai a vergonha que sentimos no rosto, como sucede neste dia aos homens de Judá, aos habitantes de Jerusalém e a todo o Israel, aos que estão perto e aos que estão longe, em todos os países para onde os dispersastes por causa das infidelidades que contra Vós cometeram. Sobre nós, Senhor, recai a vergonha que sentimos no rosto, sobre os nossos reis, chefes e antepassados, porque pecámos contra Vós. No Senhor, nosso Deus, está a misericórdia e o perdão, porque nos revoltámos contra Ele e não escutámos a voz do Senhor, nosso Deus, seguindo as leis que nos dava por meio dos profetas, seu servos.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 78 (79), 8.9.11.13 (R. Salmo 102, 10a)
Refrão: Não nos julgueis, Senhor, pelos nossos pecados. Repete-se

Não recordeis, Senhor, contra nós
as culpas dos nossos pais.
Corra ao nosso encontro a vossa misericórdia,
porque somos tão miseráveis. Refrão


Ajudai-nos, ó Deus, nosso salvador,
para glória do vosso nome.
Salvai-nos e perdoai os nossos pecados,
para glória do vosso nome. Refrão


Chegue à vossa presença, Senhor,
o gemido dos cativos;
pela omnipotência do vosso braço,
libertai os condenados à morte. Refrão


E nós, vosso povo,
ovelhas do vosso rebanho,
louvar-Vos-emos para sempre
e de geração em geração cantaremos a vossa glória. Refrão


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO cf. Jo 6, 63c.68c
Refrão: Glória a Vós, Senhor, Filho do Deus vivo. Repete-se
As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida:
Vós tendes palavras de vida eterna. Refrão


EVANGELHO Lc 6, 36-38
«Perdoai e sereis perdoados»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. Dai e dar-se-vos-á: deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada, sacudida, a transbordar. A medida que usardes com os outros será usada também convosco».
 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Atendei, Senhor, as nossas súplicas e livrai das seduções terrenas aqueles a quem destes a graça de celebrar os mistérios celestes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio da Quaresma


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc. 6, 36
Sede misericordiosos,
como o vosso Pai celeste é misericordioso, diz o Senhor.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei-nos, Senhor, que esta comunhão nos purifique do pecado e nos torne participantes da alegria celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.





«O começar é o momento determinante de qualquer obra importante»



PLATÃO





MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURAS: Dan 9, 4b-10: De novo, uma liturgia penitencial, que não é de estranhar neste tempo. Penitencial não quer dizer triste; quer dizer antes denúncia do pecado, chamamento à conversão, anúncio do perdão e da misericórdia do Pai. O primeiro passo na conversão é o reconhecimento, diante de Deus, da situação de pecador. E logo surge a oração humilde e confiante de quem pede o perdão, como a de Daniel, o cativo da Babilónia.


Lc 6, 36-38: O homem, feito em santidade à imagem de Deus, também agora, ao suplicar o perdão de seus pecados, há-de imitar o Pai das misericórdias, há de perdoar a quem o ofendeu, como numa cadeia de amor, de Deus ao pecador, deste ao seu irmão.


ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a Vida




AGENDA


17.00 horas: Missa em Amieira do Tejo
21.00 horas: Oração de louvor no Calvário.




Via sacra

Com os povos martirizados da
República Popular do Congo
e do Sudão do Sul


Texto facilitado por D. Antonino,
bispo de Portalegre-Castelo Branco

Presidente: Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Ámen.

INTRODUÇÃO
Ao iniciarmos o caminho da Via-Sacra, neste dia em que fomos convidados pelo Papa Francisco para uma jornada especial de oração e jejum pela paz, deixemos que o apelo do Santo Padre ecoe no nosso coração: «O que posso eu fazer pela paz?» Diante das trágicas situações de conflito em diversas partes do mundo, o que posso fazer pela paz e pela dignificação da Vida? O mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo encoraja- -nos a caminhar com esperança. «Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? (…) Mas em tudo isto, somos mais que vencedores graças Àquele que nos amou!» (Rm 8,35.37).

A Cruz de Cristo é o sinal supremo do amor de Deus por cada pessoa humana. Nas tribulações e dificuldades, ninguém está só: Jesus está presente com o seu amor e quer caminhar connosco; quer sustentar-nos e dar-nos força, para enfrentarmos os sacríficos e superar-mos os obstáculos. Associemo-nos à Mãe de Cristo.

Ela, que acompanhou o seu Filho ao longo da via dolorosa; Ela, que esteve ao pé da Cruz na hora da sua morte; Ela, que encorajou a Igreja desde o seu nascimento a viver na presença do Senhor, conduza o coração de cada um de nós, para que, unidos de modo especial às populações da República Democrática do Congo e do Sudão do Sul, nos comprometamos a tudo fazermos para que todos tenham um lugar onde viver em paz, sem necessidade de arriscar a sua vida nem a dos outros.
CÂNTICO

1.ª ESTAÇÃO – Jesus é condenado injustamente

Presidente: Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Quando viram Jesus, os sumos-sacerdotes e os guardas começaram a gritar: “Crucifica-o! Crucifica-o!” Pilatos respondeu: “Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum.” Os judeus responderam: “Nós temos uma Lei, e, segundo essa Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus.” [...]

Por causa disto, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam: “Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César.”... Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles levaram-no» (João 19,6-7.12.16)4

A guerra e a violência atingem sempre os mais pobres, vulneráveis e inocentes. E assim é também no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo, onde a guerra e a violência parecem não ter fim. Jesus, o mais inocente dos homens, que «andou por toda a parte fazendo o bem» (At 10,38), foi condenado à morte como um criminoso. Identificou-se, assim com todos os que são vítimas de injustiças.

3. Senhor Jesus, pedimos-Vos que os povos do Sudão do Sul e da República Democrática do Congo, vítimas da injustiça, da violência e da guerra, não sejam também vítimas da indiferença dos responsáveis dos governos e da indiferença de muitos cidadãos do mundo. Pedimos-Vos que esses povos não caiam na tentação do desespero; e possam, finalmente, experimentar a Paz, que é fruto da Justiça.
PAI NOSSO… CÂNTICO

2.ª ESTAÇÃO – Jesus é condenado injustamente

Presidente: Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

1. Quando viram Jesus, os sumos-sacerdotes e os guardas começaram a gritar: “Crucifica-o! Crucifica-o!” Pilatos respondeu: “Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum.” Os judeus responderam: “Nós temos uma Lei, e, segundo essa Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus.” [...] Por causa disto, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam: “Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César.”... Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles levaram-no» (João 19,6-7.12.16)

2. A guerra e a violência atingem sempre os mais pobres, vulneráveis e inocentes. E assim é também no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo, onde a guerra e a violência parecem não ter fim. Jesus, o mais inocente dos homens, que «andou por toda a parte fazendo o bem» (At 10,38), foi condenado à morte como um criminoso. Identificou-se, assim com todos os que são vítimas de injustiças.

3. Rezemos:
– por tantos irmãos e irmãos forçados à migração, que vivem em situação de pobreza e de insegurança, que lhes foi imposta;
– pelas instituições e seus voluntários, que no terreno promovem os direitos humanos, para que sintam a nossa oração e solidariedade;
– pela resolução de todos os conflitos, e pela conversão dos governantes que infligem tanto sofrimento a milhões de inocentes;
– pelo fim da corrupção, que rouba a vida e dignidade a tantas pessoas.
PAI NOSSO… CÂNTICO




3.ª ESTAÇÃO – JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ

Presidente: Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

1. «Este é o momento favorável para mudar de vida! Este é o tempo de se deixar tocar o coração diante do mal cometido, mesmo crimes graves. É o momento de ouvir o pranto das pessoas inocentes espoliadas dos bens, da dignidade, dos afetos, da própria vida. Permanecer no caminho do mal é apenas fonte de ilusão e tristeza. Deus não se cansa de estender a mão. Está sempre disposto a ouvir» (Mis. Vultus, 19).

2. Jesus ouviu os gritos dos Povos do Sudão do Sul, da República Democrática do Congo…. e de tantos outros países, onde a liberdade e os direitos fundamentais da Pessoa não são respeitados. O grito de tantos inocentes fez o Filho de Deus tombar e cair! Não foi a carga que Lhe puseram às costas, que provocou a queda; foram as injustiças sofridas por tanta gente, a quem os responsáveis não querem escutar.
O egoísmo e a opressão tomam o lugar da justiça e do respeito pela Pessoa Humana! A vontade de dominar, a qualquer custo, produz a angústia, a fome e a desintegração de Famílias e de Povos…

E Jesus caiu! A sua queda foi a solidariedade com os muitos milhares de Pobres e injustiçados por governantes e por leis iníquas nestes países, pelos quais hoje fazemos jejum e oração. Jesus, Solidário, Jesus cai por terra dando a mão aos que não suportam o peso de tantas injustiças, angústias e dores.

Hoje queremos gritar: “NÃO À VIOLÊNCIA!” A todo o tipo de violência. E com tal força, que se ouça no Sudão do Sul, na República Democrática do Congo e em todos os Países onde o abuso do poder, a corrupção e tantos outros pecados sociais
– impedem as crianças de nascer, crescer sem armas nas mãos e ir à escola, sem perderem os Pais e outros familiares em lutas de irmãos;
– impedem as Famílias de se constituírem ou manterem unidas;
–impedem as Pessoas idosas de serem cuidadas e tratadas, deixand-as morrer em sofrimento e abandono…

3. Rezemos:
– Senhor: fazei-me solidário nas lutas e quedas de tanta gente! Tornai o meu coração capaz de ver e ouvir o sofrimento, mesmo de Irmãos que moram longe!... Que o meu silêncio ou a minha indiferença não me tornem responsável pelas atrocidades e injustiças que eles sofrem.
– Senhor, que eu me comprometa na luta pela PAZ, entendendo e ajudando os outros a perceber que, “trabalhar pela Paz, faz bem a todos”. Que eu tenha a força de gritar, em nome de todos os caídos sob o peso da sua cruz, que as vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias.
– Dou-Vos graças, Senhor, por saborear o Dom da Paz... Fazei-me responsável pela PAZ. Dai a PAZ a todos os meus Irmãos, em qualquer parte do mundo.
PAI NOSSO CÂNTICO

4.ª ESTAÇÃO – Jesus encontra-se com sua mãe

Presidente: Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

1. «Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma. Assim hão de revelar-se os pensamentos de muitos corações. […]
Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração» (Lc 2,34-35.51).

2. Jesus encontra-se com a sua Mãe dolorosa e continua a encontrá-la sempre que haja mulheres a sofrer discriminação e violência, como no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo.

3. Maria, Mãe do Senhor, vós fostes, para o vosso Filho Jesus, o primeiro reflexo da misericórdia de seu Pai, aquela misericórdia que lhe pedistes para Ele manifestar em Caná.
Agora que o vosso Filho nos revela o Rosto do Pai até às extremas consequências do amor, seguis, em silêncio, os seus passos, como primeira discípula da cruz.

Maria, Virgem fiel, cuidai de todos os órfãos da Terra, protegei todas as mulheres, objeto de exploração e violência. Suscitai mulheres corajosas em prol do bem da Igreja.

Inspirai cada mãe a educar os seus filhos na ternura do amor de Deus e, na hora da provação, a acompanhá-los no seu caminho com a força, mesmo silenciosa, da sua fé.
PAI NOSSO CÂNTICO

5.ª ESTAÇÃO – Simão de Cirene ajuda Jesus a levar a cruz

Presidente: Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

1. «Para Lhe levar a cruz, requisitaram um homem que passava por ali ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo» (Mc 15,21).

2. «A Madre Teresa de Calcutá é um símbolo, um ícone dos nossos tempos. Ela inclinou-se sobre as pessoas indefesas, deixadas moribundas à beira da estrada, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera; fez ouvir a sua voz aos poderosos da terra, para que reconhecessem a sua culpa diante dos crimes, da pobreza por eles criada. Como resposta, a sua missão – e nisto representa milhares, antes, milhões de pessoas – é ir ao encontro das vítimas com generosidade e dedicação, tocando e cobrindo cada corpo ferido, curando cada vida dilacerada» (Papa Francisco Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2017).

3. Senhor Jesus, que, partilhando a cruz com Simão de Cirene, lhe abristes os olhos e o coração ao Vosso amor, ajudai-nos a reconhecer-Vos em todas as pessoas que encontramos, a educar o nosso coração para o amor, a saber que não precisamos de destruir para edificar a paz.

– Não permitais que o nosso egoísmo nos faça passar ao largo dos pobres, dos condenados, dos frágeis, dos desprezados, das vítimas da guerra que se encontram na beira das nossas estradas e nas periferias das nossas cidades, mas ajudai-nos a derramar o óleo da consolação nas suas feridas, a levar a sua cruz.

– Que o dom do Vosso Espírito nos dê a graça de não nos cansarmos de fazer o bem.
PAI NOSSO CÂNTICO

6.ª ESTAÇÃO – A Verónica limpa o rosto de Jesus

Presidente: Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

1. «Deus que disse: “Das trevas brilhe a luz”, foi quem brilhou nos nossos corações, para irradiar o conhecimento da glória de Deus, que resplandece na face de Cristo» (2 Cor 4,6).  Leitor: «A face lívida de suor e de sangue banhada. De tua figura humana desfigurada uma mulher só ousou aproximar-se. Tocou-te ao de leve o rosto, limpou-te o suor e o sangue.  Exangue, sem palavras, deixaste no linho fino do pano, impresso, o selo do sacrifício: teu retrato dolorido na hora da Paixão.» (Maria de Lourdes Belchior)

2. Ao fazermo-nos próximos de quem sofre – na doença, na guerra, por fome, de desespero – fazemo-nos próximos do Senhor. Somos seus discípulos, seguimos os seus passos, pois foi Ele que, na sua humanidade, se aproximou de nós tornando próximo o Reino, na sua vida entregue.

3. Que Ele nos dê a grata consciência da sua presença na nossa história.
PAI NOSSO… CÂNTICO

7.ª ESTAÇÃO – Jesus cai pela segunda vez

Presidente: Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

1. «Senhor, meu Deus, eu confio em ti. Salva-me de todos os que me perseguem. Livra-me.
Não permitas que se lancem sobre mim como leões, despedaçando-me, sem que ninguém me possa livrar. Seria diferente, Senhor, se eu estivesse a fazer coisas más. Se estivesse a pagar com maldade a quem me faz bem, ou a atacar injustamente aqueles de quem não gosto. Então eu compreendia que deixasses os meus inimigos perseguir-me, esmagando-me no chão, pisando a minha vida no pó da terra!» (Sl 7,1-5)

2. Esta segunda queda de Jesus sob o peso da cruz é sinal do terrível flagelo da solidão no sofrimento. Qualquer guerra é sempre injusta; mas, quando é feita entre irmãos, torna-se mais gritante e a violência revela-se, também, mais dolorosa. A opção pela violência deita por terra os mais fragilizados. E tudo se torna mais pesado, quando a atitude de quem assiste a estas quedas – sejam de pessoas, ou mesmo de povos –, é de total indiferença.

É o que está a acontecer às vítimas dos fratricídios no Sudão do Sul e no Congo. Se a comunidade internacional continuar a limitar-se a assistir às quedas destes países, as forças para eles se reerguerem serão, cada vez, mais fracas.

3. A vossa solidão, Senhor, une-se ao isolamento destas vítimas do egoísmo mundial. Mandai o Espírito Santo consolar, fortalecer e semear a esperança e a paz nos corações da gente oprimida pela guerra.
PAI NOSSO CÂNTICO

8.ª ESTAÇÃO – Jesus consola as mulheres de Jerusalém

Presidente: Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

1.«Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos”» (Lc 23,27-28).

2. As mulheres de Jerusalém lamentam-se por Jesus a caminho da execução. Jesus, amando até ao fim, diz que chorem antes por elas próprias e pelos filhos. Todas as forças envolvidas na guerra civil do Sudão do Sul e nos conflitos locais na República Democrática do Congo (exército, rebeldes e milícias) usam a violência sexual e física e o abuso contra meninas e mulheres como arma de guerra em larga escala: violações em série, chacinas, matança de bebés, raptos. Dezenas de milhares de mulheres estão psicológica, física e socialmente afetadas pela violência sexual e outros crimes de guerra perpetrados por combatentes.
3. Senhor Jesus, consola e cura todas as mulheres vítimas de violência sexual, feridas na sua dignidade e na sua intimidade, que continuam hoje a tua via-sacra nelas próprias.
PAI NOSSO CÂNTICO

9.ª ESTAÇÃO – Jesus cai pela terceira vez

Presidente: Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

1. «Salvai-me, ó Deus, pelo vosso nome, e fazei-me justiça pelo vosso poder. Ó Deus, ouvi a minha oração, inclinai os vossos ouvidos às palavras da minha boca. Porque os estranhos se levantam contra mim, e tiranos procuram a minha vida; não têm posto Deus perante os seus olhos. Eis que Deus é o meu auxílio, o Senhor está com aqueles que sustêm a minha alma.
Pois me tem livrado de toda a angústia; e os meus olhos viram o meu desejo sobre os meus inimigos.» (Sl 54,1-4)

2. Quanto mais penoso se vai tornando o caminho, o peso da cruz tona-se maior. Por isso, Jesus cai de novo. As suas forças estão a ficar, cada vez mais esgotadas, mas o desejo de demonstrar a sua vontade de “amar até ao fim” encontra forças para se reerguer e agarrar-se à cruz com a determinação de não voltar a cair. O mesmo está a acontecer a congoleses e sudaneses. Os conflitos armados teimam em tornar o caminho mais penoso, fazem estes pobres povos caírem sob o peso da cruz da fome, das doenças, do medo, das divisões, da incerteza no futuro.

3. Senhor, fazei que os nossos corações e o de todos os que não desviam o seu olhar destes povos caídos para que a compaixão nos mobilize a ir em sua ajuda. Ajudai estes países a reerguer-se com determinação e a avançar pelos caminhos do perdão, para alcançarem a paz.
PAI NOSSO CÂNTICO

10.ª ESTAÇÃO – Jesus é despojado das suas vestes

Presidente: Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

1. «Não tinha beleza, nem esplendor que pusesse atrair o nosso olhar. Era desprezado e abandonado pelos homens, um homem sujeito à dor, habituado ao sofrimento, como uma pessoa de quem todos desviam o olhar; desprezado, não fazíamos caso dele. E, no entanto, era o nosso sofrimento que ele levava sobre si, as nossas dores que ele carregava» (Is 53,2-4).
«Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos» (Mt 24,12).

3. Senhor Jesus, Vós, que fostes despojado da vossa dignidade e até das vossas vestes, tende piedade de nós. Dai-nos o vosso amor e a capacidade de nos compadecermos com o sofrimento dos outros, de ir ao seu encontro e desejar ver a pessoa, para além das aparências, das diferenças de etnia, de religião e de capacidades, para construir a paz. A nossa ganância, a arrogância de prescindirmos de Vós e vivermos fechados em nós, transformam-se «em violência que se abate sobre quantos são considerados uma ameaça para as nossas certezas».
Tende piedade das vítimas do Sudão do Sul, do Congo, da Síria e de tantos lugares onde os pobres, os fracos, as pessoas com deficiência são mortas, obrigados a fugir e a viver sem condições, sem a paz e a proteção de que precisam.
PAI NOSSO… CÂNTICO


11.ª ESTAÇÃO – Jesus é pregado na cruz

Presidente: Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

1. «Quando chegaram a um lugar chamado Calvário, crucificaram-no a ele e aos dois malfeitores, um à direita, e outro à esquerda» (Lc 23,33-34).

2. O corpo de Jesus está agora estirado sobre a cruz. Nas extremidades colocaram os cravos do seu sofrimento.
Escândalo não é Cristo ter sido crucificado. Escândalo é que haja, crucificados. Escândalo é que haja poderes que se arroguem o direito sobre a vida do seu semelhante. Escândalo é que a vida social da humanidade continue a crucificar homens e mulheres em nome da lei, da segurança, da pureza da raça, em nome do poder estabelecido. Escândalo é que a máquina do poder e do bem-estar vá esmagando todos os que não se sujeitam às suas regras e normas. Mas o Senhor Jesus não é impunemente pregado na cruz. Ele traz uma aurora de esperança para todos os martirizados. Ele virá mostrar que Deus está do seu lado e que Ele, ao seu lado, à direita e à esquerda, tem companheiros de dor e de condenação.

3. Aqueles que Vos açoitaram, não Vos pouparam, Senhor! Estenderam-Vos na cruz, amarraram-Vos bem, convencidos de que não mais lhes podereis escapar.

– Perdão, Senhor, porque também nós crucificamos a muitos com o nosso julgamento, a nossa inveja e a nossa dureza de coração.

– Perdão, Senhor pela nossa indiferença em relação aos crucificados que estão longe,
esquecidos da Comunicação Social, que só têm a Deus que os escute.
PAI NOSSO… CÂNTICO

12.ª ESTAÇÃO – Jesus morre na cruz

Presidente: Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

1. «Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas por toda a terra, até às três da tarde. E às três da tarde, Jesus exclamou em alta voz: “Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?”, que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?

Ao ouvi-lo, alguns que estavam ali disseram: “Está a chamar por Elias!” Um deles correu a embeber uma esponja em vinagre, pô-la numa cana e deu-lhe de beber, dizendo: “Esperemos, a ver se Elias vem tirá-lo dali.” Mas Jesus, com um grito forte, expirou.

E o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo. O centurião que estava em frente dele, ao vê-lo expirar daquela maneira, disse: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!”» (Mc 15,33-39).

2. Jesus morre na cruz e assim continua a acontecer por tantos lugares deste Mundo. Quantas trevas por toda a terra! A sensação de total abandono e desespero de Jesus tem eco nos milhões de deslocados e refugiados no Sudão do Sul (1 em cada 3 pessoas).

O silêncio de Jesus perante a morte, tem eco em todos os que morreram recentemente nas manifestações pacíficas pela paz na República Democrática do Congo.
Que Mistério tão grande, este do Mal no Mundo, instalado nas estruturas de poder e na luta pela riqueza, deixando à fome, à sede, à morte tantos irmãos nossos. Uma realidade em que todos estamos implicados, nomeadamente através do nosso consumismo tecnológico desenfreado, sustentado muitas vezes pelos recursos destes países.
O grito de Jesus pode ser talvez o único consolo de tantos inocentes arrastados para a morte.

3. Que o Senhor nos faça compassivos e atentos a estes gritos, procurando, com a nossa oração e com as nossas ações, travar o Mal com o Bem. Oremos em silêncio.
SILÊNCIO .

13.ª ESTAÇÃO – Jesus é descido da cruz

Presidente: Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

1. «Ao cair da tarde, visto ser a Preparação, isto é, véspera do sábado, José de Arimateia, respeitável membro do Conselho que também es-perava o Reino de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediu- -lhe o corpo de Jesus. (…) E, depois de comprar um lençol, desceu o corpo da cruz» (Mc 15,42-43.46a).

2. O presidente da Conferência Episcopal do Sudão do Sul recorda, na sua Mensagem para a Quaresma, a seguinte passagem do livro de Ben Sira: «Estende a tua mão ao pobre, a fim de que a tua bênção seja perfeita» (Sir 7,32). É também o que José de Arimateia experimenta, quando estende a sua mão para descer da Cruz o corpo de Jesus já sem vida. Na verdade, como diz o Papa na Evangelii gaudium, os pobres «têm muito para nos ensinar (…) e é necessário que todos nos deixe-mos evangelizar por eles. […] Somos chamados a descobrir Cristo ne-les: não só a emprestar-lhes a nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus amigos, a escutá-los, a compreendê-los e a acolher a misteriosa sabedoria que Deus nos quer comunicar através deles» (EG 198).

3. Senhor Jesus, não nos deixeis cair na indiferença perante os que “gritam a Deus, na dor e na angústia”.
PAI NOSSO…

14.ª ESTAÇÃO – Jesus é sepultado

Presidente: Nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!
Todos: Porque pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

1. «Um membro do Conselho, chamado José, homem reto e justo, não tinha concordado com a decisão nem com o procedimento dos outros. Era natural de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava o Reino de Deus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Descendo-o da cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado» (Lc 23,50-53).

2. Jesus é sepultado sempre que ferimos a dignidade humana, sempre que passamos indiferentes às dores, às feridas dos irmãos, sempre que promovemos uma cultura de morte, sempre que não educamos para a paz, sempre que fomentamos as discórdias, sempre que promovemos os conflitos, sempre que pomos obstáculos à esperança de futuro…
«Afastai-vos de mim, malditos, porque tive fome e não me destes de comer… Sempre que deixastes de fazer isto ao mais pequenino dos meus irmãos foi a mim que o deixastes de fazer» (Mt 21,41-46).

3. Senhor Jesus, o silêncio do vosso túmulo não é um silêncio de fracasso nem de morte.
O silêncio do vosso túmulo é o germinar humilde, discreto, mas vigoroso de um Mundo Novo.
– Príncipe da Paz, o vosso Reino não se impõe pelo poder das armas, mas germina secretamente no coração do ser humano, pelo Amor eterno sempre pronto a neles se derramar. Só a caridade “é o princípio não só das micro-relações estabelecidas entre amigos, na família, no pequeno grupo, mas também das macro-relações, como relacionamentos sociais, económicos, políticos» (Caritas in Veritate, 2).

– Concedei, Senhor, que depressa se remova a pesada pedra que tolhe o coração dos seus governantes, para que, na República Democrática do Congo e no Sudão do Sul, se encontrem os caminhos da Paz, que devolvam aos seus povos caminhos de futuro, e se restabeleçam relações de confiança que possam garantir o mesmo futuro.
PAI NOSSO CÂNTICO

CONCLUSÃO
Presidente: Acabamos de recordar, através da Palavra, da meditação, da oração e dos cânticos, os passos de Jesus no caminho da Cruz: um caminho que parecia sem saída e, no entanto, mudou a vida e a história do Homem.
Nas diversas estações, escutámos textos preparados por cristãos que conhecem e vivem os dramas dos irmãos em situação de exclusão e de fragilidade, ou são vítimas de guerra. Unimo-nos espiritualmente a muitos não cristãos e não católitos, que neste dia se associaram à JORNADA PELO FIM DA VIOLÊNCIA, lançada pelo Papa Francisco.
Trabalhar pela paz faz bem a todos. “Que posso fazer pela paz?” A resposta a esta pergunta implica sempre um caminho de cruz: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, tem de perdê-la; mas, quem perder a vida por minha causa, há de salvá-la» (Lc 9 23-24).

3. Senhor nosso Deus «lançastes a vossa cruz como uma ponte através da morte, a fim de que os homens pudessem passar da terra da morte para a da Vida» (Santo Efrém, o Sírio, Homilia).
O chamamento que fazeis para Vos seguir, é dirigido a todas as pessoas provadas por divisões, guerras ou injustiças, que lutam por ser, no meio dos seus irmãos, sinais de esperança e obreiros de paz.
Por isso, colocamo-nos com amor diante de Vós, apresentamos-Vos os nossos sofrimentos,
voltamos os nossos olhares e os nossos corações para a vossa Santa Cruz e, encorajados pela vossa promessa, rezamos: “Bendito seja o nosso Redentor, que nos deu a vida com a sua morte.”
Ámen.

ORAÇÃO Final
Deus de misericórdia,
lutamos para encontrar esperança
perante a angústia do Teu povo, no Congo e no Sudão do Sul.
Vidas destruídas, jovens que não veem um futuro.
Na nossa súplica, Senhor, pedimos-Vos
que escuteis o grito dos pobres;
a quem acudimos em Vosso nome.
Escutai os Vossos filhos,
curai aqueles que têm um coração destroçado, sarai as suas feridas.
Abri os nossos olhos e os nossos corações à luz da Vossa esperança.
Abri, também, os corações dos violentos.
Concedei-nos a coragem de exigir a justiça, em nome da paz.
Ámen.

BÊNÇÃO de “amar até ao fim” encontra forças para se reerguer e agarrar-se à cruz com a determinação de não voltar a cair.
O mesmo está a acontecer a congoleses e sudaneses. Os conflitos armados teimam em tornar o caminho mais penoso, fazem estes pobres povos caírem sob o peso da cruz da fome, das doenças, do medo, das divisões, da incerteza no futuro.
Senhor, fazei que os nossos corações e o de todos os que não desviam o seu olhar destes povos caídos para que a compaixão nos mobilize a ir em sua ajuda.
Ajudai estes países a reerguer-se com determinação e a avançar pelos caminhos do perdão, para alcançarem a paz.
PAI NOSSO CÂNTICO.

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 TEXTO COM A PARTICIPAÇÃO DAS SEGUINTES ORGANIZAÇÕES:
Ação Católica Rural | Ajuda à Igreja que Sofre | Cáritas Portuguesa | Comissão Nacional Justiça e Paz | Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal | Corpo Nacional de Escutas | Fundação Fé e Cooperação | Liga Operária Católica/ Movimento de Trabalhadores Cristãos | Obra Católica Portuguesa das Migrações | Pastoral Nacional da Saúde | Serviço Nacional da Pastoral Penitenciária | Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência