PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 01 de maio de 2021
Sábado da IV semana da Páscoa
S. José Operário
LITURGIA
Sábado da semana IV
S.
José Operário – MF
Branco – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória, pf. pascal.
L 1 At 13, 44-52; Sal 97 (98), 1. 2-3ab. 3cd-4
Ev Jo 14, 7-14
ou
L 1 Gen 1, 26 – 2, 3 ou Col 3, 14-15.17.23-24;
Sal 89 (90), 2.3-4.12-13. 14 e 16
Mt 13, 54-58 (próprio)
* Na Diocese de Beja – S. José Operário, Padroeiro principal – SOLENIDADE
* Na Diocese do Funchal – S. Tiago Menor, Padroeiro principal – SOLENIDADE
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos (Convento da Baixa da Banheira) – S.
José Operário, Padroeiro da Casa e da Igreja – SOLENIDADE
* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus – S. Ricardo Pampuri, religioso – MO
* Nos Missionários Combonianos do Coração de Jesus – S. José Operário – FESTA
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA 1 Pedro 2, 9
Povo resgatado, proclamai as maravilhas do Senhor,
que vos chamou das trevas para a sua luz admirável. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que nos renovastes pelo Baptismo, fazei-nos viver em
plenitude o mistério pascal, para que dêmos fruto abundante e cheguemos às
alegrias eternas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Atos 13, 44-52
«Voltamo-nos para os pagãos»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
No segundo sábado em que Paulo e Barnabé estiveram em Antioquia da Pisídia,
reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus. Ao verem a
multidão, os judeus encheram-se de inveja e responderam com blasfémias às
palavras de Paulo. Corajosamente, Paulo e Barnabé declararam: «Era a vós que
devia ser anunciada primeiro a palavra de Deus. Mas uma vez que a rejeitais e
vos julgais indignos da vida eterna, voltamo-nos para os gentios, porque assim
nos mandou o Senhor: ‘Fiz de ti a luz das nações, para levares a salvação até
aos confins da terra’». Ao ouvirem isto, os gentios encheram-se de alegria e
glorificaram a palavra do Senhor; e todos os que estavam destinados à vida
eterna abraçaram a fé. Assim, a palavra do Senhor divulgava-se por toda a
região. Mas os judeus instigaram algumas senhoras piedosas mais distintas, bem
como os homens principais da cidade, e moveram uma perseguição contra Paulo e
Barnabé, expulsando-os do território. Estes sacudiram contra eles a poeira dos
pés e seguiram para Icónio. Entretanto, os discípulos ficavam cheios de alegria
e do Espírito Santo.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 97 (98), 1.2-3ab.3cd-4 (R. 3cd)
Refrão: Todos os confins da terra
viram a salvação do nosso Deus. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória. Refrão
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel. Refrão
Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai. Refrão
ALELUIA Jo 8, 31b-32
Refrão: Aleluia Repete-se
Se permanecerdes na minha palavra,
sereis verdadeiramente meus discípulos
e conhecereis a verdade, diz o Senhor. Refrão
EVANGELHO Jo 14, 7-14
«Quem Me vê, vê o Pai»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me conhecêsseis,
conheceríeis também o meu Pai. Mas desde agora já O conheceis e já O vistes».
Disse-Lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta». Respondeu-lhe
Jesus: «Há tanto tempo estou convosco e não Me conheces, Filipe? Quem Me vê, vê
o Pai. Como podes tu dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? Não acreditas que Eu estou no
Pai e o Pai está em Mim? As palavras que vos digo, não as digo por Mim próprio,
mas é o Pai, permanecendo em Mim, que faz as obras. Acreditai-Me: Eu estou no
Pai e o Pai está em Mim. Acreditai ao menos pelas minhas obras. Em verdade, em
verdade vos digo: Quem acredita em Mim fará também as obras que Eu faço e fará
obras ainda maiores, porque Eu vou para o Pai. E tudo quanto pedirdes em meu
nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma
coisa em meu nome, Eu a farei».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, estes dons que Vos oferecemos como sacrifício espiritual, e
fazei de nós mesmos uma oblação eterna para vossa glória. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio pascal
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 17, 24
Eu quero, ó Pai, que estejam sempre comigo aqueles que Me deste, para que vejam
a minha glória. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Depois de recebermos estes dons sagrados, humildemente Vos pedimos, Senhor: o
sacramento que o vosso Filho nos mandou celebrar em sua memória, aumente sempre
a nossa caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
Leituras: Atos
13, 44-52: Esta passagem é muito importante.
Trata-se da grande afirmação de S. Paulo, de que, uma vez rejeitada a pregação
do Evangelho pelos judeus, ele se vai voltar para os pagãos. Assim estes, em
lugar de serem os continuadores do povo escolhido do Antigo Testamento,
tornam-se quase os seus substitutos. Mas deste modo, se verifica como é
verdadeira a palavra de Deus a Abraão: “Farei de ti pai de muitas nações”.
Jo 14, 7-14: Jesus
é a revelação do Pai; mas esta revelação só é acessível à fé. Filipe talvez
exigisse qualquer manifestação espetacular do Pai, mas essa manifestação está
no próprio Filho: as suas palavras são as palavras do Pai, as suas obras são
sinais do poder do Pai que está no Filho, como o Filho está no Pai. É este um
grande passo na revelação do mistério da vida íntima de Deus. Este ministério
de Jesus de revelar o Pai, continuará no ministério dos Apóstolos, garantido
pela ação do Espírito Santo.
AGENDA DO DIA
09.00 horas: Missa na
Igreja de Nossa Senhora da Graça
15.00 horas: Missa na
Salavessa
16.00 horas: Missa no
Pé da Serra
16.00 horas: Missa no
Pardo
18.00 horas: Missa em
Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão
21.00 horas: Oração do
terço na Igreja do Espírito Santo.
A VOZ DO PASTOR:
QUANDO OS AMIGOS O SÃO DE VERDADE
Nesta jornada Mundial de Oração pelas Vocações, vou
desafiar os jovens. Aliás, desafio toda a gente de boa vontade a tirar um
pouquinho de tempo para ser protagonista desta jornada. Como? Sendo
verdadeiramente amigo ou amiga. Não amigos da onça ou de Peniche, mas amigos
que façam parar, refletir e sonhar, tornando-se promotores corajosos na
construção dum mundo mais belo com a colaboração e a felicidade de todos. Que
cada um se interrogue sobre a importância que tem dado às vocações ao
ministério ordenado e à vida consagrada e faça com que os seus amigos se
interpelem sobre este assunto que sempre nos ocupa, mas sobretudo nesta semana.
Se há uma diversidade enorme de caminhos, é porque todos são possíveis de serem
percorridos e há gente para todos eles. Uma sociedade intelectualmente
habitável não pode ser preconceituosa, mas deve construir-se com a diversidade
de opções para ser, saber, saber fazer e conviver. Presumo que muitos teriam
feito opção diferente se, no momento oportuno, os amigos tivessem dado um
ombrozinho. Às vezes - e perdoem-me a ousadia! -, às vezes, até parece que nem
os pais são amigos. Francisco diz que o Senhor “deseja moldar corações de pais,
corações de mães: corações abertos, capazes de grandes ímpetos, generosos na
doação, compassivos para consolar as angústias e firmes para fortalecer as
esperanças”. Ninguém deve negar-se a rasgar horizontes no coração de
adolescentes e jovens, alimentando-lhes a alegria de sonhar nos sonhos que Deus
sonhou para eles. Cortar-lhes as asas, orientá-los segundo interesses vários,
desviá-los da sua liberdade e gosto de optar pelos sonhos que comandam a vida e
são fonte de alegria, não é ser amigo. Alguém, assim influenciado, até pode
ingressar num curso superior e chegar ao fim com grande êxito e aplauso, mas
sem alegria nem entusiasmo. O curso não é a concretização de um sonho seu, não
sabe bem o que vai fazer com ele, não era aquilo que verdadeiramente sonhava. E
agora? Passar a vida a remar contra a maré?!
Os senhores professores, catequistas, chefes de
escuteiros, associações juvenis, colegas e tantos outros, quando têm verdadeira
consciência da sua altíssima missão, são, muitas vezes, os melhores
empreiteiros a rasgar estradas e autoestradas na vida de adolescentes e jovens.
O seu testemunho de vida, a sua palavra, o ambiente que criam para o diálogo e
a reflexão séria e sem preconceitos, são lições de vida a abrir pistas para
quem sonha nos sonhos de Deus e quer ser feliz e útil. Se o dever e a amizade
funcionassem, não haveria tantas escolhas a desembocar em nada ou em muito
pouco, negando a alegria e o entusiamo pela vida.
Sabemos que os adolescentes e jovens têm muita
facilidade em fazer amigos. Há gente que se compraz em dizer que é amiga de
toda a gente e toda a gente é sua amiga. No entanto, se há muita gente
conhecida, os amigos são poucos, pouquíssimos, talvez nenhum. O livro dos
Provérbios e o Eclesiástico são férteis em conselhos sobre os amigos e a
amizade. Muita literatura exprime a frustração de tantas vítimas de amigos que
o não eram. Uns, amigos de ocasião, levam à ruína. Outros, fogem quando se está
em apuros. Outros, transformam-se em inimigos e até envergonham o amigo
revelando as suas fraquezas. Outros, companheiros de mesa, sempre presentes
quando tudo corre bem, quando as coisas correm mal, logo se afastam, voltam as
costas, escondem-se. Outros, talvez os piores!, são aqueles que se riem,
denegrindo os sonhos de quem sonha diferente e mais alto, sobretudo quando de
vida sacerdotal ou vida consagrada se trata. Enfim!...
Quem encontra um verdadeiro amigo tem um tesouro de
valor incalculável, sem preço. Sendo mais dedicado que um irmão, jamais
abandona o amigo sejam quais forem as circunstâncias existenciais ou as de
tempo e lugar. Não usa amizade fingida para dizer sempre “amem”. Sabe bater o
pé e dizer não quando é preciso dizer não. Sabe repreender mesmo que doa. A sua
luz brilha na vida do amigo. A sua sabedoria é fonte de vida. O seu testemunho
eleva, enriquece, ajuda a promover a
relação do amigo consigo mesmo, com Deus, com os outros, com a vida. São Paulo,
ele que sentiu na pele a cobardia dos amigos, adverte para que não se rivalize
nessa hipocrisia. Com firmeza e alegria, porém, ele confessa que apenas teve um
Amigo que nunca o abandonou: “o Senhor ficou comigo e encheu-me de força...”.
Este é o Amigo que nunca falha, apesar de ter sido
traído pelos seus amigos. Mesmo quando traído por Judas que o entregou com um
beijo, Jesus, sem qualquer espécie de fingimento, referiu-se a ele chamando-o
de amigo: “Amigo...”, a que vens? Neste IV Domingo da Páscoa, celebramos esse
Verdadeiro Amigo, chamando-o de Bom Pastor, o Amigo por excelência. Aquele que
nos conhece e anda à nossa procura para nos levar como cordeirinhos ao colo.
Ele quer conquistar o nosso coração, quer abrir o coração de todos e de cada um
às surpresas de Deus Pai, não pela força ou artimanhas palavrosas, mas pelo
amor que nos dedica.
Francisco, da vida de São José, realça três
importantes atitudes para esta jornada Mundial de Oração pelas Vocações. Diz
ele que é preciso SONHAR a vida na aventura dos sonhos de Deus para SERVIR com
disponibilidade e através duma FIDELIDADE que faça da existência um dom de amor
aos outros. Um dom vivido na alegria, tantas vezes tendo de sacrificar os
próprios projetos sonhados fora dos sonhos de Deus. Toda a verdadeira vocação ao sacerdócio ou à
vida consagrada, a vocação matrimonial, celibatária ou virginal, nascem do
amor, nascem do dom de si mesmo. Se assim não for, corre o risco de exprimir
infelicidade, tristeza e frustração (cf. PC7). E
como os amigos podem ser importantes em momentos de opções fundamentais de
vida!
A propósito, ou talvez não, lembro que um dia, em
Cafarnaum, quatro amigos dum paralítico, na impossibilidade de se puderem
aproximar de Jesus devido à multidão que estava dentro e rodeava a casa onde
Jesus se encontrava, resolveram fazer um buraco no teto, por cima do lugar onde
Jesus estava. Por lá, enfiaram a cama com o paralítico, implorando a sua cura.
Apreciando a sua fé, Jesus curou o paralítico que logo se levantou (cf. Mc 2,
1-12). Os sábios sabidos ficaram a rabujar contra Jesus. Não sabemos se alguém
ficou a berrar contra a corrente de ar que viria pelo buraco do teto ou se por
algum sarrafo lhe ter acariciado a testa. O que sabemos é que Jesus aproveitou
para anunciar quem era e ao que vinha. O paralítico, porém, carregou a cama às
costas e foi-se porta fora, deixando boquiabertos quem nunca vira coisa assim!
Ninguém pode dizer que ele não foi festejar com os seus amigos. Tampouco se
poderá dizer que Jesus não foi associar-se à festa, entoando um hino à coragem
destes amigos que, de forma criativa, colocaram o seu amigo no centro das suas
atenções. A amizade funcionou: ajudaram o paralítico, rezaram por ele a Jesus!
Se somos cristãos, se todos precisamos de famílias abertas
aos sonhos de Deus, não esqueçamos de ser amigos e promover as vocações ao
ministério ordenado e à vida consagrada, tão necessárias à Igreja e à sociedade
em geral. É por elas que nesta semana rezamos. É por elas que, com amizade e
por dever, provocamos os jovens e adolescentes. É por elas que pedimos a
intercessão de São José, patrono da Igreja católica.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 23-04-2021