domingo, 31 de março de 2019






PARÓQUIAS DE NISA

Segunda, 01 de abril de 2019








Segunda da IV semana da quaresma

Ofício da féria – IV semana






SEGUNDA-FEIRA da semana IV

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.

L 1 Is 65, 17-21; Sal 29 (30), 2 e 4. 5-6. 11-12a e 13b
Ev Jo 4, 43-54


Nos dias feriais mais oportunos desta semana, em vez das leituras indicadas para esses dias, podem tomar-se as leituras dominicais do Ano A, para favorecer a catequese baptismal na Quaresma.



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 30, 7-8
Confio em Vós, Senhor.
Hei-de alegrar-me e exultar com a vossa misericórdia,
porque conhecestes as angústias da minha alma
e pusestes os meus pés em caminho largo.


ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita bondade, que renovais o mundo com admiráveis sacramentos, fazei que a vossa Igreja se enriqueça sempre mais com estes benefícios eternos e nunca lhe faltem os auxílios temporais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Is 65, 17-21
«Nunca mais se hão de ouvir vozes de pranto nem gritos de angústia»


Leitura do Livro de Isaías

Assim fala o Senhor: «Eu vou criar os novos céus e a nova terra e não mais se recordará o passado, nem voltará de novo ao pensamento. Haverá alegria e felicidade eterna por aquilo que Eu vou criar: vou fazer de Jerusalém um motivo de júbilo e do seu povo uma fonte de alegria. Exultarei por causa de Jerusalém e alegrar-Me-ei por causa do meu povo. Nunca mais se hão-de ouvir nela vozes de pranto nem gritos de angústia. Já não haverá ali uma criança que viva só alguns dias, nem um velho que não complete o número dos seus anos, porque o mais novo morrerá centenário e quem não chegar aos cem anos terá incorrido em maldição. Construirão casas e habitarão nelas; plantarão vinhas e comerão os seus frutos».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 29 (30), 2 e 4.5-6.11 e 12a e 13b (R. 2a)
Refrão: Eu Vos louvarei, Senhor, porque me salvastes. Repete-se


Eu Vos glorifico, Senhor, porque me salvastes
e não deixastes que de mim
se regozijassem os inimigos.
Tirastes a minha alma da mansão dos mortos,
vivificastes-me para não descer ao túmulo. Refrão

Cantai salmos ao Senhor, vós os seus fiéis,
e dai graças ao seu nome santo.
A sua ira dura apenas um momento
e a sua benevolência a vida inteira. Refrão

Ao cair da noite vêm as lágrimas
e ao amanhecer volta a alegria.
Ouvi, Senhor, e tende compaixão de mim,
Senhor, sede Vós o meu auxílio.
Vós convertestes em júbilo o meu pranto:
Senhor meu Deus, eu Vos louvarei eternamente. Refrão


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO cf. Am 5,14
Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Sabedoria do Pai. Repete-se

Buscai o bem e não o mal, para que vivais,
e o Senhor estará convosco. Refrão


EVANGELHO Jo 4, 43-54
«Vai, que o teu filho vive»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
 
Naquele tempo, Jesus saiu da Samaria e foi para a Galileia. Ele próprio tinha declarado que um profeta nunca era apreciado na sua terra. Ao chegar à Galileia, foi recebido pelos galileus, porque tinham visto quanto Ele fizera em Jerusalém, por ocasião da festa, a que também eles tinham assistido. Jesus voltou novamente a Caná da Galileia, onde convertera a água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário real cujo filho se encontrava doente. Quando ouviu dizer que Jesus viera da Judeia para a Galileia, foi ter com Ele e pediu-Lhe que descesse a curar o seu filho, que estava a morrer. Jesus disse-lhe: «Se não virdes sinais e prodígios, não acreditareis». O funcionário insistiu: «Senhor, desce, antes que meu filho morra». Jesus respondeu-lhe: «Vai, que o teu filho vive». O homem acreditou nas palavras que Jesus lhe tinha dito e pôs-se a caminho. Já ele descia, quando os servos vieram ao seu encontro e lhe disseram que o filho vivia. Perguntou-lhes então a que horas tinha melhorado. Eles responderam-lhe: «Foi ontem à uma da tarde que a febre o deixou». Então o pai verificou que àquela hora Jesus lhe tinha dito: «O teu filho vive». E acreditou, ele e todos os de sua casa. Foi este o segundo milagre que Jesus realizou, ao voltar da Judeia para a Galileia.

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei-nos, Senhor, o fruto da oblação que Vos é consagrada, de modo que, purificados da velha condição do homem terreno, vivamos a vida nova do homem celeste. Por Nosso Senhor.

Prefácio da Quaresma


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Ez 36, 27
Diz o Senhor: Infundirei em vós o meu espírito e farei que sigais os meus preceitos e obedeçais fielmente às minhas leis.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos suplicamos, Senhor, que estes dons sagrados renovem a nossa vida, para que, seguindo o caminho da santidade, alcancemos os bens eternos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.





«A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em descobrir novas paisagens mas observar a realidade como olhos novos».

Marcel Proust





ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia


1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS:LEITURASIs 65, 17-21: Com esta semana, começa a segunda parte da Quaresma. Embora, do ponto de vista litúrgico, não se pretenda estabelecer uma divisão deste tempo em dois, o facto é que nestas últimas semanas, com a aproximação da Páscoa, se intensifica a preparação para este termo. A partir de hoje leremos, de maneira contínua e até ao fim do Tempo Pascal, o Evangelho de S. João. A liturgia da palavra sublinha fortemente a perspetiva pascal: a Páscoa de Jesus é a nova criação, a passagem a “novos céus e nova terra”, onde os mais ambiciosos desejos humanos encontrarão a sua realização, se eles forem segundo a vontade de Deus, que tem alegria no seu povo renovado. E o salmo, que será de novo cantado na Vigília pascal, desde já dá graças pela libertação da morte. Assim, a Quaresma orienta-se claramente para a Ressurreição.

Jo 4, 43-54: A cura de que fala o Evangelho é apresentada por S. João, (diferentemente dos Sinópticos), como um “sinal”, sinal de que Jesus é a Vida e fonte da Vida. Mas não é Ele o Verbo por quem tudo foi feito? É também Ele por quem agora tudo é refeito como nova criação, anunciada na leitura anterior.

REZANDO A PALAVRA


ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.






AGENDA DO DIA


21.00 horas: oração de louvor no Calvário
21.00 horas: Reunião de preparação para o batismo no Calvário

AGENDA DA SEMANA

Segunda, dia 1
- 21.00 horas, no Calvário: oração de louvor
- 21.00 horas: Casa Paroquial : Encontro de preparação para o batismo.

Terça, dia 02
- 09.30 horas: Funeral em Alpalhão
- 18.00 horas: Missa em Alpalhão
- 18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo

Quarta, dia 03
- Gáfete: Missa  17.00 horas. Antes e depois hipótese de confissõed
- Tolosa: Missa 18.00 horas: Antes e depois hipótese de confissões
- 18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo

Quinta, dia 04
- 11.00 horas: Missa em Amieira
- 17.00 horas: Adoração do Santíssimo. Hipótese de confissões
- 18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo

Dia 05, Sexta-feira,
 - O Calvário estará aberto das 09.00 horas até às 17.00 horas.
- 17.00 horas: Reunião do Movimento do Apostolado da oração
- 17.15 horas: Via sacra em Nisa
- 18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo. (Antes da Missa haverá oportunidade para confissões, particularmente para as pessoas que tenham dificuldade em vir à noite)
- 18.00 horas: Missa em Alpalhão
- 21.00 horas: Nisa - Confissões na Igreja Matriz

Dia 06,sábado
- 09.00 horas: Missa na Igreja de Nossa Senhora da Graça
- 18.00 horas: Missa em Alpalhão
- 18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo
- 21.00 horas: Em Amieira e Alpalhão -Procissão de preparação para os Passos







A VOZ DO PASTOR



QUARESMA 2019 - SINAIS DE LEITURA


A Páscoa é o mistério central de todo o Cristianismo. A sua celebração e vivência trouxeram à Igreja um tempo forte de preparação: é a Quaresma. Há Quaresma porque é necessário preparar a celebração e a vivência da Páscoa. Sendo a Páscoa o tempo que, por excelência, celebra a vida cristã iniciada com o Batismo, não se resume a um dia de calendário. É, sobretudo, uma experiência de fé, um reencontro com Cristo e o Mistério da sua vida, um encontro com as raízes da fé, um confronto da vida com a vocação cristã, uma interrogação e resposta sobre o sentido da vida. Entre o que somos atualmente e aquilo que o Batismo nos define como vida cristã situa-se o caminho que está em causa no itinerário que vai pela Quaresma até à Pascoa.

Quaresma é, portanto, um tempo fortíssimo da vida cristã; tempo dos batizados que, para viverem mais profundamente a sua vocação pascal, se constroem e reconstroem; tempo dos Catecúmenos porque caminho de preparação para o Batismo; tempo de escuta mais atenta da Palavra de Deus e da sua inclusão ética na vida quotidiana; tempo de oração mais cuidada e disponível; tempo forte de conversão e de reconciliação, pessoal e sacramental; tempo de relações humanas reestruturadas, redefinidas, reprojetadas, pacificadas; tempo essencial de partilha do que se tem e do que se é; tempo de reencontro com os valores fundamentais da vida; tempo de purificação de tudo aquilo que, na vida, se foi instalando como tóxico: desregramentos subtis diversos, estilos e tipos de relação humana que dividem, a lógica da competitividade a todo o custo e da lei do mais forte, o clamor da terra violentada, poluída e ferida por atitudes egoístas e banalizadoras dos seus recursos, a fome que rouba a liberdade de tantos sob a indiferença de outros, etc…

Quaresma é tempo de conversão para que, ao chegar à Páscoa, o coração crente da Igreja e de cada batizado possa estar mais intimamente unido e em harmonia com Cristo Senhor. A Igreja ensina-o e sublinha-o, as comunidades cristãs já nunca o esquecem. E para que as intenções não fiquem no abstrato e possam redundar inconsequentes, todos os anos, nos sinais eclesiais do jejum, da partilha e da oração, encontramos os caminhos concretos da conversão. São os caminhos em que não podemos deixar crescer obstáculos e que havemos de cuidar por manter abertos porque sempre mostrarão a capacidade que o Espírito de Deus tem de fazer maravilhas em cada um de nós.

Para melhor vivermos a Quaresma como tempo precioso para a nossa fé, poderíamos, este ano, pessoal, familiar ou comunitariamente, fazer o exercício da leitura da vida a partir destes sinais e atitudes do jejum, da partilha e da oração. O Jejum, a Esmola ou Partilha e a Oração não são “mínimos legais” para uma confissão bem feita. São os sinais dos campos onde é necessário converter a vida para a recentrar em Deus.

Por isso, no caminho da conversão, o Jejum, a Partilha e a Oração dão origem a três grandes linhas de leitura, avaliação e reestruturação da vida quotidiana. O “Jejum” pode questionar como tem andado a nossa relação com a vida, à qual, cristãmente, lhe chamamos “Esperança”. A “Partilha” pode interrogar como tem sido a nossa relação com os outros, a que, cristãmente, chamamos “Caridade”. A “Oração” pode avaliar, saborear e fazer despertar o desejo de perceber como tem sido a nossa relação com Deus, à qual, cristãmente, chamamos “Fé”.

Esperança, Caridade e Fé, ou seja, relação com a vida, relação com os outros e a natureza e a relação com Deus tornam-se, desta forma, a chave de leitura da vida que há de ser levada ao Sacramento da Reconciliação para fazer a experiência sacramental do Perdão como reconstrução da pessoa e reaquisição da dignidade de filhos amados de Deus. Passar ao lado da conversão é passar ao lado da Cruz de Cristo e da Graça do Dom que ela inaugura.

Exercitando a leitura da nossa identidade cristã, pessoal e eclesial, nestes três caminhos, caminhos de Esperança, Caridade e Fé, ou seja, caminhos de Jejum, Partilha e Oração, podemos, transversalmente, interrogar-nos sobre algumas atitudes que marcam, muitas vezes quotidianamente, a nossa vida. Existem hoje, de facto, patologias que provocam o progressivo arrefecimento da nossa relação com a vida, com os outros e com Deus.

No caminho da Esperança e do Jejum existem atitudes e patologias do conhecimento e do desejo. S. Máximo diz, por exemplo, que “Adão foi vítima da sua ignorância”. De facto, às vezes, a ignorância de Deus conduz o homem por caminhos tortuosos de experiências estranhas e desumanizadoras. Ainda no caminho da Esperança - a relação com a vida, o jejum - aparece a patologia ou doença do desejo que está na perversão do prazer. É o desejo que é para o homem e não o homem que é para o desejo. Se o desejo for só fruição autodestrói-se.

No caminho da Caridade existem também atitudes e patologias que pedem cura: a agressividade que, muitas vezes, chega a redundar em cólera; patologia da liberdade que afirma que o homem é livre mas que, ao mesmo tempo, o submete a um profuso conjunto de “necessidades” e obrigações desumanizadoras; a patologia ou doença das funções e capacidades corporais: para que servem as nossas mãos, para que servem as nossas capacidades, para que serve o nosso saber, para que serve e a quem aproveita a nossa mobilidade!?

No caminho da Fé ou da relação com Deus existem também patologias ou doenças que podemos avaliar de forma nova em tempo de Quaresma. Existem, por exemplo, as patologias da memória: de quem ou do que é que nos lembramos!? E o que é que permanentemente esquecemos!? Lembramo-nos de Deus na aflição e esquecemo-l’O na alegria!? A ignorância, a negligência ou tibieza, o esquecimento podem ser sinais da doença da memória. A patologia ou doença da imaginação é outra que marca presença na nossa relação com Deus. Imaginar é bom. Na vida cristã de igual forma. E a imaginação pode ser sempre produtora, reprodutora e criadora. Mas mal da imaginação que, ao invés de puxar pela realidade, produz a sua ilusão e a alienação.

Ler a vida nestas linhas simples de avaliação leva-nos ao encontro de coisas boas e menos boas. E do lado das menos boas, em vivência pessoal e comunitária, estão atitudes como azedumes, cóleras, violências, opiniões infundadas, impiedades, rancores, ódios, calúnias, tristezas, medos, rivalidades, cobardias, invejas e vaidades, orgulhos egoístas, hipocrisias, mentiras, infidelidades, avidezes, ingratidões, materialismos, gula e embriaguez, luxúrias e adultérios, magias e rituais desonestos, preguiças, presunções, arrogâncias, apego ao poder, insensibilidades, representação e lisonja, adulação, descaramento e insolência, dissimulação e ganância. S. João Damasceno diz que a ociosidade está na base de muitas destas coisas.

O Jejum, a Partilha e a Oração ou, como acima se dizia, a Esperança, a Caridade e a Fé conduzem-nos por outros caminhos: a temperança, a integridade, a liberdade, a alegria, a prudência e a vigilância, a paciência, a humildade, o amor de Deus, dos outros e da natureza. O Ano Missionário que estamos a viver pede-nos o testemunho disto mesmo.
Quem se preenche de Deus não deixa no seu coração espaço para o pecado. A Quaresma é este caminho oferecido à Igreja para poder participar com alegria genuína na Páscoa, Festa da Ressurreição de Jesus e afirmação do poder da vida sobre todas as mortes.

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Da Renúncia Quaresmal do ano passado resultaram 39.568,51 euros (trinta e nove mil quinhentos e sessenta e oito euros e cinquenta e um cêntimos) da qual, conforme anunciámos na altura, 25% se destinavam ao Fundo Social Diocesano, gerido pela Direção da Cáritas Diocesana, e 75%, até porque temos entre nós um Pároco daí natural, foi para a Arquidiocese de Kananga, na República Democrática do Congo, para ajudar naconstrução de um Centro de Acolhimento e Saúde para socorrer crianças órfãos da guerra ou roubadas às famílias e usadas como soldados.

Este ano, em pleno Ano Missionário, voltaremos a orientar a Renúncia Quaresmal, em 25% para o Fundo Social Diocesano, gerido pela Cáritas Diocesana, e, o restante, para as Missões “ad gentes”. Há muitas expressões de nos sentirmos Igreja em saída, a partilha é uma delas. Como afirma o Papa Francisco, a missão “ad gentes” continua a revestir-se de grande urgência. As Comunidades cristãs devem promover um fervor apostólico contagioso e rico de entusiasmo, capaz de suscitar fascínio pela missão. Todos somos chamados “a alimentar a alegria da Evangelização”.

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 01-03-2019.

II.


CAMPANHA ELEITORAL PARA QUÊ?...

Aproxima-se a campanha eleitoral, esse tempo tão necessário quão importante para apresentar programas, esclarecer dúvidas, debater ideias e projetos em prol do bem comum nacional e para espevitar as velas dormentes do castiçal europeu e mundial, o qual, para alumiar a todos, também exige esmero e qualidade, ideias e jeito. É possível que alguém venha por aí, e se estique, a prometer a Lua e os seus arredores, tentando fazer acreditar que a construção do maciço do Everest e de toda a cordilheira dos Himalaias a eles se deve!... A política, porém, no seu pluralismo e variedade legítima de opções, tem arte e nobreza, tem valores e leis próprias que se devem reconhecer, abraçar e respeitar. Participando nesse alegre e rezingado jogo com sentido de responsabilidade, que ganhem os melhores, é o que todos desejamos!

Tiramos o nosso chapéu a quem se dedica à causa pública, a quem aceita e serve dedicadamente a comunidade humana. Sabemos que não é pera doce, causa insónias e dissabores. Não é coisa que se possa abraçar apenas porque dá importância e enche o ego. Cristo, o maior e o mais importante líder de toda a humanidade e de todos os tempos, serviu sem peneiras e contestou quem as tinha. Sempre de pé diante dos homens, serviu com amor e honestidade, atento e sensível lavou os pés aos sofrimentos do mundo que são tantos e tão diversos. Assim como Eu vos fiz, fazei vós também, disse-nos Ele. A missão de bem servir implica humildade, competência e determinação. Exige cadastro limpo e capacidade de ouvir, de perceber o melhor e agir em prol do bem comum. Não se compadece com subserviências perante uns nem com pretensões de proprietários ricos a distribuir esmolas perante outros. As atitudes menos corretas, que sempre as há e saltam de onde menos se espera, provocam a sensação, injustamente generalizada, de que todos são iguais. Sabemos que não é assim, sabemos que essa é uma pequena minoria mesmo que os seus estragos e escândalos sejam de efeitos devastadores e ecoem de forma dolorosa no coração de todos. Embora o cuidado pela construção do bem comum seja da responsabilidade de todos e de cada um, ele fundamenta, de forma muito particular, a existência da comunidade política. É do bem comum que deriva o seu direito natural e próprio, é ele que a justifica e lhe dá significado e sentido (cf. GS75; ChFL42). É o bem comum que a leva a colocar-se ao serviço de todos os homens e do homem todo, da família e da sociedade, em verdadeiro espírito de missão. Só o espírito de serviço humilde é capaz de aliado à necessária competência, tornar transparente e eficaz a atividade de quem se dedica à política. É um poder delegado, um poder exercido à luz dos critérios da justiça e da ética e não na base da força eleitoral ou de interesses pessoais ou de grupos ou de ideologias redutoras da condição humana.
Quando, porventura, surge o recurso à deslealdade e à mentira, o desperdício dos dinheiros públicos, a corrupção, os jeitinhos e as clientelas, o nepotismo familiar, o uso de meios ambíguos ou ilícitos para, a todo o custo, conquistar, conservar ou aumentar o poder de forma “populista” e pouco ou nada popular, temos o caldo entornado e os bichanos nas filhoses! São tentações que debilitam a consciência e arrastam aos desvios próprios da natureza humana sempre tão frágil, tão ferida e contumaz! Além disso, gera-se a desconfiança, diminui o espírito cívico e participativo da população, não se educa para a cidadania, o povo sente-se prejudicado e desiludido, constata que o bem comum vale menos que os interesses particulares, mesquinhos e egoístas, facilmente percebe a ausência de uma equilibrada hierarquia de valores que tenha em atenção a correta compreensão da dignidade e dos direitos da pessoa, em sociedade (cf. CA47).

A responsabilidade por uma sociedade justa e solidária fundamenta-se na sociabilidade natural e na interdependência das relações sociais a que chamamos solidariedade. Mas a solidariedade não é um sentimento de vaga compaixão pelas pessoas que sofrem. É a determinação firme e perseverante que, de forma digna e justa, leva cada cidadão, cada grupo, cada instituição, cada sindicato ou partido a empenhar-se pelo bem de todos e de cada um, porque todos somos verdadeiramente responsáveis por todos (cf. SRS38). Por isso, ninguém deve abdicar da sua responsabilidade, seja qual for a razão que o possa levar à tentação de o querer fazer. Somos destinatários, sim, mas somos também protagonistas desse serviço à pessoa e à sociedade. E são inumeráveis os graus de participação em formas, níveis, funções, competências, responsabilidades, a começar pelo dever de votar. A tarefa da construção da sociedade tem sempre como principais critérios e objetivos a busca do bem comum, a defesa e a promoção da justiça, como tão bem e largamente nos fala a Doutrina Social da Igreja (cf. ChFL42).

Bento XVI afirmava que “Quando o empenho pelo bem comum é animado pela caridade, tem uma valência superior à do empenho simplesmente secular e político”. Na verdade, o serviço à causa pública entendido como “alta forma de caridade”, desdobra-se em serviço abnegado à comunidade humana, tem como ponto de honra a opção preferencial pelos mais pobres, procura agir com a maior participação dos cidadãos, busca um verdadeiro crescimento com equidade e inclusão, procura sempre reconstruir o tecido familiar e social com energias de fraternidade. A fraternidade que nos une em Cristo é muito mais do que o reconhecimento da igualdade e duma convivência cívica e solidária entre todos. Se assim não for, esta sociedade “cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos” (cf. CV19.78).


Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 29-03-2019.




sábado, 30 de março de 2019





PARÓQUIAS DE NISA

Domingo, 31 de março de 2019











IV domingo da quaresma

Ofício próprio – IV semana






DOMINGO IV DA QUARESMA

Roxo ou rosa – Ofício próprio (Semana IV do Saltério).
+ Missa própria, Credo, pf. da Quaresma.

L 1 Jos 5, 9a. 10-12; Sal 33 (34), 2-3. 4-5. 6-7
L 2 2 Cor 5, 17-21
Ev Lc 15, 1-3. 11-32


Em vez das leituras acima indicadas, podem tomar-se as do Ano A, se for mais oportuno.

* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Pode usar-se, neste domingo, a cor de rosa (IGMR 346 f: EDREL 1256 f).
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.




MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Is 66, 10-11
Alegra-te, Jerusalém; rejubilai, todos os seus amigos.
Exultai de alegria, todos vós que participastes no seu luto
e podereis beber e saciar-vos na abundância das suas consolações.

Não se diz o Glória.


ORAÇÃO COLECTA
Deus de misericórdia, que, pelo vosso Filho,
realizais admiravelmente a reconciliação do género humano, concedei ao povo cristão fé viva e espírito generoso,
a fim de caminhar alegremente
para as próximas solenidades pascais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Em vez das leituras a seguir indicadas podem utilizar-se as do ano A, se for mais oportuno.


LEITURA I Jos 5, 9a.10-12
Tendo entrado na terra prometida,
o povo de Deus celebra a Páscoa


Leitura do Livro de Josué

Naqueles dias, disse o Senhor a Josué: «Hoje tirei de vós o opróbrio do Egipto». Os filhos de Israel acamparam em Gálgala e celebraram a Páscoa, no dia catorze do mês, à tarde, na planície de Jericó. No dia seguinte à Páscoa, comeram dos frutos da terra: pães ázimos e espigas assadas nesse mesmo dia. Quando começaram a comer dos frutos da terra, no dia seguinte à Páscoa, cessou o maná. Os filhos de Israel não voltaram a ter o maná, mas, naquele ano, já se alimentaram dos frutos da terra de Canaã.

Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 33 (34), 2-3.4-5.6-7 (R. 9a)
Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é bom. Repete-se

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes. Refrão

Enaltecei comigo ao Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade. Refrão

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias. Refrão


LEITURA II 2 Cor 5, 17-21
«Por Cristo, Deus reconciliou-nos consigo»


Leitura da Segunda Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios

Irmãos: Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. As coisas antigas passaram; tudo foi renovado. Tudo isto vem de Deus, que por Cristo nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. Na verdade, é Deus que em Cristo reconcilia o mundo consigo, não levando em conta as faltas dos homens e confiando-nos a palavra da reconciliação. Nós somos, portanto, embaixadores de Cristo; é Deus quem vos exorta por nosso intermédio. Nós vos pedimos em nome de Cristo: reconciliai-vos com Deus. A Cristo, que não conhecera o pecado, Deus identificou-O com o pecado por causa de nós, para que em Cristo nos tornemos justiça de Deus.

Palavra do Senhor.


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Lc 15, 18
Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai. Repete-se

Vou partir, vou ter com meu pai e dizer-lhe:
Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Refrão


EVANGELHO Lc 15, 1-3.11-32
«Este teu irmão estava morto e voltou à vida»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta. Tendo gasto tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa. Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo’. Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’. Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’».

Palavra da salvação.


Diz-se o Credo.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ao apresentarmos com alegria estes dons de vida eterna,
humildemente Vos pedimos, Senhor,
a graça de os celebrar com verdadeira fé
e de os oferecer dignamente pela salvação do mundo.
Por Nosso Senhor.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Quando se lê o Evangelho do cego de nascença: cf. Jo 9, 11
O Senhor ungiu os meus olhos.
Eu fui lavar-me, comecei a ver e acreditei em Deus.
Quando se lê o Evangelho do filho pródigo: Lc 15, 32
Alegra-te, meu filho, porque o teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi encontrado.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor nosso Deus,
luz de todo o homem que vem a este mundo,
iluminai os nossos corações com o esplendor da vossa graça,
para que pensemos sempre no que Vos é agradável
e Vos amemos de todo o coração.
Por Nosso Senhor.







«A família está chamada a ser templo de Deus, casa de oração, de oração simples, cheia de atenção e de ternura».

Papa S. João Paulo II





ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia


1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURASJos 5, 9a.10-12 :Mais um passo na história da salvação nos é apresentado na primeira leitura deste Quarto Domingo: depois da travessia do deserto, guiado por Moisés (domingo anterior), o povo de Deus entra na Terra Prometida e celebra a Páscoa. É também esta a perspetiva do tempo litúrgico em que nós entrámos: depois dos 40 dias do deserto quaresmal, celebraremos o mistério da Páscoa, na Terra Santa da Igreja de Cristo. O maná, a comida do deserto, cessou de cair, quando o povo de Deus chegou à Terra Prometida, e lá pôde, finalmente, alimentar-se dos frutos daquela nova Terra. Também a Igreja, depois do jejum da Quaresma, comerá da Ceia do Senhor, na Eucaristia da Páscoa. Não se trata apenas de uma comparação, mas de um mistério que todos os anos se renova no meio de nós.

2 Cor 5, 17-21: A Páscoa celebra o mistério da aliança que Deus fez com os homens, e, porque o homem é pecador, esse mistério é também de reconciliação. Pelo sacrifício de Jesus Cristo, todos os homens são tornados nova criação, uma vez que são reconciliados com Deus, que é o Criador de todas as coisas. Este mistério de reconciliação, realizado, de uma vez para sempre, por Cristo, é-nos agora acessível através da Igreja. A nós pertence, pois, aceitá-lo e deixar-nos reconciliar, cada um de nós, com Deus, por Cristo, por meio da Igreja. O Sacramento da Penitência é o sinal sagrado desta reconciliação. Por meio dele seremos, na Páscoa, novas criaturas.

Lc 15, 1-3.11-32: Na parábola do filho pródigo está expresso todo o itinerário do pecador, que, pela penitência, regressa à comunhão com Deus. Da morte à vida; é precisamente este o movimento de todo o Mistério Pascal. A parábola põe em relevo sobretudo o amor, paciente e sempre acolhedor, do Pai, de Deus nosso Pai. Por isso, a esta parábola melhor se poderia chamar a parábola do Pai misericordioso.

REZANDO A PALAVRA


ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.






AGENDA DO DIA


09.30 horas: Missa em Amieira do Tejo
11.00 horas: Missa em Nisa – Senhora da Graça
12.00  horas: Missa em Alpalhão.
Todo o dia: Encontro Missionário em Fátima - AMIVD

Dia 31 Domingo
- Horário dos autocarros:
. 07.30 horas: Pardo
. 07.45 horas: Gáfete
. 08.00 horas: Tolosa
. 08.00 horas: Nisa: partida para Fátima, de junto do Cineteatro


AGENDA DA SEMANA

Segunda, dia 1
- 21.00 horas, no Calvário: oração de louvor
- 21.00 horas: Casa Paroquial : Encontro de preparação para o batismo.

Terça, dia 02
- 18.00 horas: Missa em Alpalhão
- 18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo

Quarta, dia 03
- Gáfete: Missa  17.00 horas. Antes e depois hipótese de confissõed
- Tolosa: Missa 18.00 horas: Antes e depois hipótese de confissões
- 18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo

Quinta, dia 04
- 11.00 horas: Missa em Amieira
- 17.00 horas: Adoração do Santíssimo. Hipótese de confissões
- 18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo

Dia 05, Sexta-feira,
 - O Calvário estará aberto das 09.00 horas até às 17.00 horas.
- 17.00 horas: Reunião do Movimento do Apostolado da oração
- 17.15 horas: Via sacra em Nisa
- 18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo. (Antes da Missa haverá oportunidade para confissões, particularmente para as pessoas que tenham dificuldade em vir à noite)
- 18.00 horas: Missa em Alpalhão
- 21.00 horas: Nisa - Confissões na Igreja Matriz

Dia 06,sábado
- 09.00 horas: Missa na Igreja de Nossa Senhora da Graça
- 18.00 horas: Missa em Alpalhão
- 18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo
- 21.00 horas: Em Amieira e Alpalhão - Procissão de preparação para os Passos







A VOZ DO PASTOR



QUARESMA 2019 - SINAIS DE LEITURA


A Páscoa é o mistério central de todo o Cristianismo. A sua celebração e vivência trouxeram à Igreja um tempo forte de preparação: é a Quaresma. Há Quaresma porque é necessário preparar a celebração e a vivência da Páscoa. Sendo a Páscoa o tempo que, por excelência, celebra a vida cristã iniciada com o Batismo, não se resume a um dia de calendário. É, sobretudo, uma experiência de fé, um reencontro com Cristo e o Mistério da sua vida, um encontro com as raízes da fé, um confronto da vida com a vocação cristã, uma interrogação e resposta sobre o sentido da vida. Entre o que somos atualmente e aquilo que o Batismo nos define como vida cristã situa-se o caminho que está em causa no itinerário que vai pela Quaresma até à Pascoa.

Quaresma é, portanto, um tempo fortíssimo da vida cristã; tempo dos batizados que, para viverem mais profundamente a sua vocação pascal, se constroem e reconstroem; tempo dos Catecúmenos porque caminho de preparação para o Batismo; tempo de escuta mais atenta da Palavra de Deus e da sua inclusão ética na vida quotidiana; tempo de oração mais cuidada e disponível; tempo forte de conversão e de reconciliação, pessoal e sacramental; tempo de relações humanas reestruturadas, redefinidas, reprojetadas, pacificadas; tempo essencial de partilha do que se tem e do que se é; tempo de reencontro com os valores fundamentais da vida; tempo de purificação de tudo aquilo que, na vida, se foi instalando como tóxico: desregramentos subtis diversos, estilos e tipos de relação humana que dividem, a lógica da competitividade a todo o custo e da lei do mais forte, o clamor da terra violentada, poluída e ferida por atitudes egoístas e banalizadoras dos seus recursos, a fome que rouba a liberdade de tantos sob a indiferença de outros, etc…

Quaresma é tempo de conversão para que, ao chegar à Páscoa, o coração crente da Igreja e de cada batizado possa estar mais intimamente unido e em harmonia com Cristo Senhor. A Igreja ensina-o e sublinha-o, as comunidades cristãs já nunca o esquecem. E para que as intenções não fiquem no abstrato e possam redundar inconsequentes, todos os anos, nos sinais eclesiais do jejum, da partilha e da oração, encontramos os caminhos concretos da conversão. São os caminhos em que não podemos deixar crescer obstáculos e que havemos de cuidar por manter abertos porque sempre mostrarão a capacidade que o Espírito de Deus tem de fazer maravilhas em cada um de nós.

Para melhor vivermos a Quaresma como tempo precioso para a nossa fé, poderíamos, este ano, pessoal, familiar ou comunitariamente, fazer o exercício da leitura da vida a partir destes sinais e atitudes do jejum, da partilha e da oração. O Jejum, a Esmola ou Partilha e a Oração não são “mínimos legais” para uma confissão bem feita. São os sinais dos campos onde é necessário converter a vida para a recentrar em Deus.

Por isso, no caminho da conversão, o Jejum, a Partilha e a Oração dão origem a três grandes linhas de leitura, avaliação e reestruturação da vida quotidiana. O “Jejum” pode questionar como tem andado a nossa relação com a vida, à qual, cristãmente, lhe chamamos “Esperança”. A “Partilha” pode interrogar como tem sido a nossa relação com os outros, a que, cristãmente, chamamos “Caridade”. A “Oração” pode avaliar, saborear e fazer despertar o desejo de perceber como tem sido a nossa relação com Deus, à qual, cristãmente, chamamos “Fé”.

Esperança, Caridade e Fé, ou seja, relação com a vida, relação com os outros e a natureza e a relação com Deus tornam-se, desta forma, a chave de leitura da vida que há de ser levada ao Sacramento da Reconciliação para fazer a experiência sacramental do Perdão como reconstrução da pessoa e reaquisição da dignidade de filhos amados de Deus. Passar ao lado da conversão é passar ao lado da Cruz de Cristo e da Graça do Dom que ela inaugura.

Exercitando a leitura da nossa identidade cristã, pessoal e eclesial, nestes três caminhos, caminhos de Esperança, Caridade e Fé, ou seja, caminhos de Jejum, Partilha e Oração, podemos, transversalmente, interrogar-nos sobre algumas atitudes que marcam, muitas vezes quotidianamente, a nossa vida. Existem hoje, de facto, patologias que provocam o progressivo arrefecimento da nossa relação com a vida, com os outros e com Deus.

No caminho da Esperança e do Jejum existem atitudes e patologias do conhecimento e do desejo. S. Máximo diz, por exemplo, que “Adão foi vítima da sua ignorância”. De facto, às vezes, a ignorância de Deus conduz o homem por caminhos tortuosos de experiências estranhas e desumanizadoras. Ainda no caminho da Esperança - a relação com a vida, o jejum - aparece a patologia ou doença do desejo que está na perversão do prazer. É o desejo que é para o homem e não o homem que é para o desejo. Se o desejo for só fruição autodestrói-se.

No caminho da Caridade existem também atitudes e patologias que pedem cura: a agressividade que, muitas vezes, chega a redundar em cólera; patologia da liberdade que afirma que o homem é livre mas que, ao mesmo tempo, o submete a um profuso conjunto de “necessidades” e obrigações desumanizadoras; a patologia ou doença das funções e capacidades corporais: para que servem as nossas mãos, para que servem as nossas capacidades, para que serve o nosso saber, para que serve e a quem aproveita a nossa mobilidade!?

No caminho da Fé ou da relação com Deus existem também patologias ou doenças que podemos avaliar de forma nova em tempo de Quaresma. Existem, por exemplo, as patologias da memória: de quem ou do que é que nos lembramos!? E o que é que permanentemente esquecemos!? Lembramo-nos de Deus na aflição e esquecemo-l’O na alegria!? A ignorância, a negligência ou tibieza, o esquecimento podem ser sinais da doença da memória. A patologia ou doença da imaginação é outra que marca presença na nossa relação com Deus. Imaginar é bom. Na vida cristã de igual forma. E a imaginação pode ser sempre produtora, reprodutora e criadora. Mas mal da imaginação que, ao invés de puxar pela realidade, produz a sua ilusão e a alienação.

Ler a vida nestas linhas simples de avaliação leva-nos ao encontro de coisas boas e menos boas. E do lado das menos boas, em vivência pessoal e comunitária, estão atitudes como azedumes, cóleras, violências, opiniões infundadas, impiedades, rancores, ódios, calúnias, tristezas, medos, rivalidades, cobardias, invejas e vaidades, orgulhos egoístas, hipocrisias, mentiras, infidelidades, avidezes, ingratidões, materialismos, gula e embriaguez, luxúrias e adultérios, magias e rituais desonestos, preguiças, presunções, arrogâncias, apego ao poder, insensibilidades, representação e lisonja, adulação, descaramento e insolência, dissimulação e ganância. S. João Damasceno diz que a ociosidade está na base de muitas destas coisas.

O Jejum, a Partilha e a Oração ou, como acima se dizia, a Esperança, a Caridade e a Fé conduzem-nos por outros caminhos: a temperança, a integridade, a liberdade, a alegria, a prudência e a vigilância, a paciência, a humildade, o amor de Deus, dos outros e da natureza. O Ano Missionário que estamos a viver pede-nos o testemunho disto mesmo.
Quem se preenche de Deus não deixa no seu coração espaço para o pecado. A Quaresma é este caminho oferecido à Igreja para poder participar com alegria genuína na Páscoa, Festa da Ressurreição de Jesus e afirmação do poder da vida sobre todas as mortes.

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Da Renúncia Quaresmal do ano passado resultaram 39.568,51 euros (trinta e nove mil quinhentos e sessenta e oito euros e cinquenta e um cêntimos) da qual, conforme anunciámos na altura, 25% se destinavam ao Fundo Social Diocesano, gerido pela Direção da Cáritas Diocesana, e 75%, até porque temos entre nós um Pároco daí natural, foi para a Arquidiocese de Kananga, na República Democrática do Congo, para ajudar naconstrução de um Centro de Acolhimento e Saúde para socorrer crianças órfãos da guerra ou roubadas às famílias e usadas como soldados.

Este ano, em pleno Ano Missionário, voltaremos a orientar a Renúncia Quaresmal, em 25% para o Fundo Social Diocesano, gerido pela Cáritas Diocesana, e, o restante, para as Missões “ad gentes”. Há muitas expressões de nos sentirmos Igreja em saída, a partilha é uma delas. Como afirma o Papa Francisco, a missão “ad gentes” continua a revestir-se de grande urgência. As Comunidades cristãs devem promover um fervor apostólico contagioso e rico de entusiasmo, capaz de suscitar fascínio pela missão. Todos somos chamados “a alimentar a alegria da Evangelização”.

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 01-03-2019.

II.


CAMPANHA ELEITORAL PARA QUÊ?...

Aproxima-se a campanha eleitoral, esse tempo tão necessário quão importante para apresentar programas, esclarecer dúvidas, debater ideias e projetos em prol do bem comum nacional e para espevitar as velas dormentes do castiçal europeu e mundial, o qual, para alumiar a todos, também exige esmero e qualidade, ideias e jeito. É possível que alguém venha por aí, e se estique, a prometer a Lua e os seus arredores, tentando fazer acreditar que a construção do maciço do Everest e de toda a cordilheira dos Himalaias a eles se deve!... A política, porém, no seu pluralismo e variedade legítima de opções, tem arte e nobreza, tem valores e leis próprias que se devem reconhecer, abraçar e respeitar. Participando nesse alegre e rezingado jogo com sentido de responsabilidade, que ganhem os melhores, é o que todos desejamos!

Tiramos o nosso chapéu a quem se dedica à causa pública, a quem aceita e serve dedicadamente a comunidade humana. Sabemos que não é pera doce, causa insónias e dissabores. Não é coisa que se possa abraçar apenas porque dá importância e enche o ego. Cristo, o maior e o mais importante líder de toda a humanidade e de todos os tempos, serviu sem peneiras e contestou quem as tinha. Sempre de pé diante dos homens, serviu com amor e honestidade, atento e sensível lavou os pés aos sofrimentos do mundo que são tantos e tão diversos. Assim como Eu vos fiz, fazei vós também, disse-nos Ele. A missão de bem servir implica humildade, competência e determinação. Exige cadastro limpo e capacidade de ouvir, de perceber o melhor e agir em prol do bem comum. Não se compadece com subserviências perante uns nem com pretensões de proprietários ricos a distribuir esmolas perante outros. As atitudes menos corretas, que sempre as há e saltam de onde menos se espera, provocam a sensação, injustamente generalizada, de que todos são iguais. Sabemos que não é assim, sabemos que essa é uma pequena minoria mesmo que os seus estragos e escândalos sejam de efeitos devastadores e ecoem de forma dolorosa no coração de todos. Embora o cuidado pela construção do bem comum seja da responsabilidade de todos e de cada um, ele fundamenta, de forma muito particular, a existência da comunidade política. É do bem comum que deriva o seu direito natural e próprio, é ele que a justifica e lhe dá significado e sentido (cf. GS75; ChFL42). É o bem comum que a leva a colocar-se ao serviço de todos os homens e do homem todo, da família e da sociedade, em verdadeiro espírito de missão. Só o espírito de serviço humilde é capaz de aliado à necessária competência, tornar transparente e eficaz a atividade de quem se dedica à política. É um poder delegado, um poder exercido à luz dos critérios da justiça e da ética e não na base da força eleitoral ou de interesses pessoais ou de grupos ou de ideologias redutoras da condição humana.

Quando, porventura, surge o recurso à deslealdade e à mentira, o desperdício dos dinheiros públicos, a corrupção, os jeitinhos e as clientelas, o nepotismo familiar, o uso de meios ambíguos ou ilícitos para, a todo o custo, conquistar, conservar ou aumentar o poder de forma “populista” e pouco ou nada popular, temos o caldo entornado e os bichanos nas filhoses! São tentações que debilitam a consciência e arrastam aos desvios próprios da natureza humana sempre tão frágil, tão ferida e contumaz! Além disso, gera-se a desconfiança, diminui o espírito cívico e participativo da população, não se educa para a cidadania, o povo sente-se prejudicado e desiludido, constata que o bem comum vale menos que os interesses particulares, mesquinhos e egoístas, facilmente percebe a ausência de uma equilibrada hierarquia de valores que tenha em atenção a correta compreensão da dignidade e dos direitos da pessoa, em sociedade (cf. CA47).

A responsabilidade por uma sociedade justa e solidária fundamenta-se na sociabilidade natural e na interdependência das relações sociais a que chamamos solidariedade. Mas a solidariedade não é um sentimento de vaga compaixão pelas pessoas que sofrem. É a determinação firme e perseverante que, de forma digna e justa, leva cada cidadão, cada grupo, cada instituição, cada sindicato ou partido a empenhar-se pelo bem de todos e de cada um, porque todos somos verdadeiramente responsáveis por todos (cf. SRS38). Por isso, ninguém deve abdicar da sua responsabilidade, seja qual for a razão que o possa levar à tentação de o querer fazer. Somos destinatários, sim, mas somos também protagonistas desse serviço à pessoa e à sociedade. E são inumeráveis os graus de participação em formas, níveis, funções, competências, responsabilidades, a começar pelo dever de votar. A tarefa da construção da sociedade tem sempre como principais critérios e objetivos a busca do bem comum, a defesa e a promoção da justiça, como tão bem e largamente nos fala a Doutrina Social da Igreja (cf. ChFL42).

Bento XVI afirmava que “Quando o empenho pelo bem comum é animado pela caridade, tem uma valência superior à do empenho simplesmente secular e político”. Na verdade, o serviço à causa pública entendido como “alta forma de caridade”, desdobra-se em serviço abnegado à comunidade humana, tem como ponto de honra a opção preferencial pelos mais pobres, procura agir com a maior participação dos cidadãos, busca um verdadeiro crescimento com equidade e inclusão, procura sempre reconstruir o tecido familiar e social com energias de fraternidade. A fraternidade que nos une em Cristo é muito mais do que o reconhecimento da igualdade e duma convivência cívica e solidária entre todos. Se assim não for, esta sociedade “cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos” (cf. CV19.78).


Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 29-03-2019.