quinta-feira, 30 de setembro de 2021

 

 



 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Sexta, 01 de outubro de 2021

 

Sexta-feira da XXVI semana do tempo comum

 

 

LITURGIA

 

 

Sexta-feira da semana XXVI

S. Teresa do Menino Jesus, virgem e doutora da Igreja – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 Bar 1, 15-22; Sal 78 (79), 1-2. 3-5. 8. 9
Ev Lc 10, 13-16

* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – S. Teresa do Menino Jesus, virgem e doutora da Igreja – FESTA
* No Instituto Missionário da Consolata – S. Teresa do Menino Jesus, Padroeira Universal das Missões e do Instituto – FESTA
* Nos Missionários Combonianos do Coração de Jesus e nas Irmãs Missionárias Combonianas – S. Teresa do Menino Jesus, Padroeira Universal das Missões – FESTA
* Na Sociedade Missionária da Boa Nova – S. Teresa do Menino Jesus, Padroeira Universal das Missões – FESTA
* Nas Dioceses de Cabo Verde – S. Teresa do Menino Jesus, Padroeira Universal das Missões – FESTA
* Na Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei – I Vésp. dos Santos Anjos da Guarda.

 

 

S. TERESA DO MENINO JESUS, virgem e doutora da Igreja

 

Nota Histórica:

Nasceu em Alençon (França) no ano 1873. Entrou ainda muito jovem no mosteiro das Carmelitas de Lisieux e exercitou se de modo singular na humildade, simplicidade evangélica e confiança em Deus, virtudes que também procurou inculcar especialmente nas noviças do seu mosteiro. Morreu a 30 de Setembro de 1897, oferecendo a sua vida pela salvação das almas e pela Igreja.

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Deut 32, 10-12
O Senhor protegeu-a e ensinou-a,
guardou-a como a menina dos seus olhos.
Como a águia, estendendo as asas,
o Senhor tomou-a a seu cuidado.
Só o Senhor a conduzia.

ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita bondade, que abris as portas do vosso reino aos pequeninos e humildes, fazei que sigamos confiadamente o caminho espiritual de Santa Teresa do Menino Jesus, para que, por sua intercessão, cheguemos à revelação da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I Is 66, 10-14c
«Farei correr para Jerusalém a paz como um rio»


Leitura do Livro de Isaías


Alegrai-vos com Jerusalém, exultai com ela, todos vós que a amais. Com ela enchei-vos de júbilo, todos vós que participastes no seu luto. Assim podereis beber e saciar-vos com o leite das suas consolações, podereis deliciar-vos no seio da sua magnificência. Porque assim fala o Senhor: «Farei correr para Jerusalém a paz como um rio e a riqueza das nações como torrente transbordante. Os seus meninos de peito serão levados ao colo e acariciados sobre os joelhos. Como a mãe que anima o seu filho, também Eu vos confortarei: em Jerusalém sereis consolados». Quando o virdes, alegrar-se-á o vosso coração e, como a verdura, retomarão vigor os vossos membros. A mão do Senhor manifestar-se-á aos seus servos.

 
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 130 (131), 1.2 e 3
Refrão: Guardai-me na vossa paz, Senhor.


Senhor, não se eleva soberbo o meu coração,
nem se levantam altivos os meus olhos.
Não ambiciono riquezas,
nem coisas superiores a mim.

Antes fico sossegado e tranquilo,
como criança ao colo da mãe.
Espera, Israel, no Senhor,
agora e para sempre.

ALELUIA cf. Mt 11, 25
Refrão: Aleluia Repete-se

Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino. Refrão

EVANGELHO Mt 18, 1-5
«Vede bem: não desprezeis um só destes pequeninos»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus


Naquela hora, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe: «Quem é o maior no reino dos Céus?». Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no reino dos Céus. Quem for humilde como esta criança, esse será o maior no reino dos Céus. E quem acolher em meu nome uma criança como esta, acolhe-Me a Mim».
Palavra da salvação.

____________________________________

Leituras da feria

 

LEITURA I (anos ímpares) Bar 1, 15-22
«Porque pecámos contra o Senhor e não Lhe obedecemos»


Leitura do Livro de Baruc


Ao Senhor, nosso Deus, pertence a justiça e a nós a vergonha que sentimos no rosto, como sucede neste dia ao homem de Judá e aos habitantes de Jerusalém, aos nossos reis, aos nossos chefes, aos nossos sacerdotes, aos nossos profetas e aos nossos pais, porque pecámos contra o Senhor. Não obedecemos ao Senhor nosso Deus, não ouvimos a sua voz, nem seguimos os mandamentos que Ele nos deu. Desde o dia em que o Senhor fez sair os nossos pais da terra do Egipto até este dia, fomos rebeldes ao Senhor, nosso Deus, e procedemos levianamente, não querendo escutar a sua voz. Por isso, como vemos hoje, caíram sobre nós as desgraças e maldições que o Senhor predissera pela boca do seu servo Moisés, no dia em que fez sair os nossos pais da terra do Egipto, para nos dar uma terra onde corre leite e mel. Não ouvimos a voz do Senhor, nosso Deus, apesar das palavras dos Profetas que Ele nos enviou; mas cada um de nós seguiu as inclinações do seu coração, servindo deuses falsos e praticando o que é mal aos olhos do Senhor, nosso Deus.


Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 78 (79), 1-2.3-5.8.9 (R. 9b)
Refrão: Salvai-nos, Senhor, para glória do vosso nome. Repete-se

Senhor, as nações invadiram a vossa herança,
profanaram o vosso santo templo,
fizeram de Jerusalém um montão de ruínas.
Deram o corpo dos vossos servos
em alimento às aves do céu,
as carnes de vossos fiéis aos animais da selva. Refrão

Derramaram seu sangue em torno de Jerusalém
e não houve quem lhes desse sepultura.
Tornámo-nos o opróbrio dos nossos vizinhos,
a irrisão e o escárnio dos que nos rodeiam.
Até quando, Senhor, Vos mostrareis sempre irritado
e se reavivará, como fogo, a vossa indignação? Refrão

Não recordeis, Senhor, contra nós
as culpas dos nossos pais.
Corra ao nosso encontro a vossa misericórdia,
porque somos tão miseráveis. Refrão

Ajudai-nos, ó Deus, nosso salvador,
para glória do vosso nome.
Salvai-nos e perdoai os nossos pecados,
para glória do vosso nome. Refrão

ALELUIA cf. Salmo 94 (95), 8ab
Refrão: Aleluia. Repete-se
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor,
não fecheis os vossos corações. Refrão

EVANGELHO Lc 10, 13-16
«Quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado os milagres que em vós se realizaram, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre a cinza. Assim, no dia do Juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sidónia do que para vós. E tu, Cafarnaum, serás elevada até ao céu? Até ao inferno é que descerás. Quem vos escuta, escuta-Me a Mim; e quem vos rejeita, rejeita-Me a Mim. Mas quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou».


Palavra da salvação.

__________________________________________

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ao proclamarmos as maravilhas que realizastes em Santa Teresa do Menino Jesus, humildemente Vos pedimos, Senhor, que aceiteis a oferta do nosso ministério, como aceitastes os méritos da sua vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 18, 3
Se não vos tornardes como as crianças,
não entrareis no reino dos Céus, diz o Senhor.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que a comunhão deste divino sacramento acenda em nós o fogo da caridade que levou Santa Teresa a consagrar-se inteiramente a Vós e a implorar da vossa misericórdia a salvação de todos os homens. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS: Bar 1, 15-22: O Livro de Baruc fala-nos dos sentimentos do povo de Deus durante o exílio. A sua humilde oração pode ser também a de nós todos, povo salvo, mas que continua pecador, oração que é um verdadeiro ato de contrição de quem sabe reconhecer que tudo o que sofre é consequência dos seus pecados.

Lc 10, 13-16: Com este grave aviso, Jesus chamava a atenção das cidades que não tinham prestado atenção à pregação dos seus enviados; e chama-nos a nós a escutarmos todos aqueles que nos fazem chegar a mesma mensagem de salvação. É a sua própria mensagem que nos chega através dos seus mensageiros.

 AGENDA DO DIA:

11.30 horas: Funerais no Arneiro

18.00 horas: Missa em Alpalhão

18.00 horas: Missa em Nisa

21.00 horas: Reunião de catequista em Nisa.

 

 

PENSAMENTO DO DIA

 

“Não obstante a minha pequenez, quereria iluminar as almas como os Profetas, os Doutores, sentia a vocação de ser Apóstolo... Queria ser missionário, não apenas durante alguns anos mas queria tê-lo sido desde o princípio do mundo e continuar até à consumação dos séculos. Mas acima de tudo, ó meu amado Salvador, quereria derramar o sangue por Vós até à última gota. Porque durante a oração estes desejos me faziam sofrer um autêntico martírio, abri as epístolas de São Paulo a fim de encontrar uma resposta. Casualmente fixei me nos capítulos XII e XIII da primeira epístola aos Coríntios; e li no primeiro que nem todos podem ser ao mesmo tempo Apóstolos, Profetas, Doutores, etc.... que a Igreja é formada por membros diferentes e que os olhos não podem ao mesmo tempo ser as mãos. A resposta era clara, mas não satisfazia completamente os meus desejos e não me trazia a paz.

 Continuei a ler e encontrei esta frase que me confortou profundamente: Procurai com ardor os dons mais perfeitos; eu vou mostrar vos um caminho mais excelente. E o Apóstolo explica como todos os dons mais perfeitos não são nada sem o amor e que a caridade é o caminho mais excelente que nos leva com segurança até Deus. Finalmente tinha encontrado a tranquilidade”.

 

(Santa Teresa do Menino Jesus, Padroeira das Missões)

  

A VOZ DO PASTOR:

 

 

SOBRE ÓRGÃOS SOCIAS E RESPONSÁVEIS PAROQUIAIS

 

O amigo leitor sabe o que é um papibaquígrafo? É um trava-línguas. Há muitos, e este também é: “percebeste? Se percebeste, percebeste, se não percebeste, faz que percebeste para que eu perceba que tu percebeste, percebeste?” Ora, dado este rigoroso e total esclarecimento, mesmo que alguém me olhe de soslaio e eu finja não perceber, vou mesmo parlengar. Sobretudo para ver se ajudo a destravar outras ideias e outro modo de estar em quem, na matéria em título, descarrilou.... Vou falar sobre o papel de Responsáveis disto ou daquilo, mais daquilo do que disto. Não de Órgãos Sociais, ou Equiparados, que o são com todos os pergaminhos. Perante esses, e pela parte que me toca, curvo-me respeitosamente e tiro o meu chapéu, mui grato pelo seu serviço e sentido de corresponsabilidade!... Também não me refiro aos órgãos sociais de instituições meramente civis, como associações humanitárias, culturais, desportivas, fundações, sociedades anónimas ou seja lá o que for. Cada uma dessas organizações sabe bem com que linhas se cose e que espécie de águas por lá correm: se saudáveis, se inquinadas, se turbas ou assim-assim. Refiro-me aos Órgãos Sociais de pessoa jurídica canónica ou de pessoa jurídica canónico-civil, como, por exemplo, Paróquia, Irmandade/Confraria, Centro Social Paroquial... A grande maioria funciona como deve ser, merece os nossos aplausos. No entanto, pode haver certos cozinhados que temos de colocar na beirinha do prato, não apreciamos, é coisa papibaquígrafa! Neste reino de Portugal e dos Algarves, d’aquém e d’além-mar, por vezes bufa uma aragem incómoda que chega a sacudir alguns jornais. Leva a crer que há Responsáveis de uma ou de outra dessas instituições, que o são de direito, mas, de facto, nunca o foram, não o são, são-no de fachada ou do faz de conta! Embora eleitos ou propostos e homologados pela autoridade competente com toda a seriedade, confiança e esperança no seu trabalho, logo são tidos como verbos de encher por quem tem dificuldade em entender que o exercício da presidência reclama comunhão corresponsável e respeitosa. Ou, então, são eles mesmos que, por indigna subserviência, falso respeito ou confiança mal entendida em quem preside, logo se dispensam de assumir o seu lugar e função. Quem aceita ser eleito ou nomeado, é nomeado ou eleito para verdadeiramente assumir e exercer a missão em causa. Não raro, porém, em discreta informação ou em estardalhaço de guerra aberta, ecoa, de facto, o mal-estar de quem tem as responsabilidades atribuídas mas se sente marginalizado ou impossibilitado de as levar a cabo, de forma colegial e complementar. Sabemos que há quem invente, deturpe, exagere, seja de difícil trato ou de difícil inserção em equipas de trabalho onde sempre gosta de falar alto, de se impor ou manipular. Por isso, tudo se ouve com delicadeza e atenção, deita-se água na fervura, não se tiram conclusões precipitadas. Mas, sem grande demora, incrédulos, crentes ou na dúvida, lá se procura auscultar o que, no terreno, na verdade se passa. Nem sempre tal alarido corresponde à verdade, as razões são outras, nem sempre as mais sadias. Noutras vezes, porém, a coisa é mesmo verdade, fica-se triste, sente-se o dever de agir, às vezes sem saber bem como... É muito difícil lidar com pessoas que se julgam donas da verdade e intocáveis. Estão sempre prontas a inventar desculpas ou a escavar razões sem qualquer espécie de razão!...

Entre Conselhos Económicos de Paróquias, Irmandades/Confrarias e Centros Sociais Paroquiais, cujos dirigentes são homologados pela Bispo diocesano, há mais que muitos. É verdade que os Conselhos para os assuntos económicos das paróquias, pela força do Direito Canónico são consultivos, mas, na prática, pelo respeito que nos merecem e pelo serviço que prestam ao povo de Deus e aos próprios párocos, que são quem os apresenta ao Bispo para serem homologados, devem ser tidos e respeitados como se de Órgãos Sociais se tratasse, embora diferentes na sua constituição e missão. Ora, todas as instituições têm direito à boa imagem e à boa fama, mas também têm o dever de fazer por isso. O mesmo se diga de quem as serve, generosa e dedicadamente, com espírito de serviço e boa vontade. O documento que acaba de nos chegar às mãos sobre o próximo Sínodo convocado pelo Papa Francisco, também coloca essa questão: “como são vividos na Igreja a responsabilidade e o poder”? Como se convertem “preconceitos e práticas distorcidas que não estão enraizadas no Evangelho”?

O burburinho que se gera à volta desta ou daquela instituição (Paróquia, Irmandade/Confraria ou Centro Social Paroquial), fazendo correr cobras e lagartos sobre ela e sobre quem as dirige, mesmo que possa ser mentira, pode ter origem na forma de agir, ou de não agir, dos seus Responsáveis. Podem existir muitos vícios acumulados a provocar, mesmo sem maldade, falta de transparência e nervosismo em quem, generosa e retamente, se apresentou a colaborar dentro do normal funcionamento das coisas. De facto, pode haver membros de Órgãos Sociais ou de Conselhos para os assuntos económicos de paróquias que nunca exerceram o cargo para o qual foram eleitos ou propostos e homologados. Tesoureiros que nunca exerceram tal lugar, mas assinam de cruz! Secretários que nunca fizeram uma ata, mas assinam de cruz! Pode haver quem, por sua própria culpa, não tenha ou não conheça os Estatutos ou o Compromisso pelos quais a instituição se rege. Ao aceitar o cargo, era pressuposto tê-los e conhecê-los, sabendo qual é a sua missão e lugar, bem como qual é o espírito da Instituição e o perfil pessoal que ela reclama. Pode haver responsáveis, de uma ou de outra destas instituições, que nunca reuniram, nunca avaliaram, nunca programaram colegialmente, deixam que tudo vá correndo ao sabor dos ventos, de qualquer forma, sei lá se até ao fracasso total. Se alguma coisa conversam entre si sobre algum assunto referente à instituição, é capaz de não ir além de uma mera conversa no café ou no caminho. Por esse falso respeito, subserviência daninha, ou seja lá o que for perante quem preside (leigo/a ou sacerdote), os outros membros da direção, que têm consciência da missão e responsabilidade que lhes foram confiadas, apesar de sofrerem com isso, deixam-se andar até que o mandato acabe para se irem embora. Não querem fazer barulho, não contestam as atitudes de quem preside ou manda, embora reconheçam que ele ou ela se serve deles ou delas como se de joguetes ou de títeres se tratasse. Promove-se o “eu”, ignora-se o “nós”. Entre nós, porque é difícil conviver com isso, até se tem feito formação para que se tenha consciência da igual pertença, para que essa maneira de ser e estar não aconteça, ou, se existe, seja banida, e haja corresponsabilidade no cuidado a ter com pessoas, património, obras, arquivos, inventários.... Além disso, todos os membros dos Órgãos Socias e Equiparados sabem que são responsáveis e respondem pelos atos que a instituição realiza, pequenos ou grandes, mesmo quando eles, porventura, partam das ordens arbitrárias de um só. As boas regras e o senso comum, mandam que, de facto, tudo seja falado e decidido colegialmente e lavrado em ata para a sua real legalidade e defesa de todos. Esta praxe, mesmo que o trabalho e as decisões não sejam muitas e o dinheiro a gerir ainda seja menos, não existe porque os membros da Direção desconfiam uns dos outros, se têm como inimigos ou se julgam imprevisíveis. Acontece porque todos se estimam e respeitam, no muito e no pouco, e têm consciência de que a instituição que representam deve construir a sua história com toda a dignidade e respeito. É possível que haja instituições com uma história rica e bela pelo bem que fazem à comunidade, com apreço e garbo. No entanto, pode acontecer que, desde há anos, não tenham dados para escrever a história: as atas deixaram de existir, nada fica escrito, é pena!

Se saltarmos para o espaço da corresponsabilidade pastoral, também temos de reconhecer quão difícil é a escuta e a programação da mesma em itinerário e modelo sinodal: “como forma, como estilo e como estrutura da Igreja”. Como é difícil este “processo eclesial participativo e inclusivo”, não só em relação “àqueles que, por vários motivos, se encontram à margem”, mas também em relação àqueles que estão dentro e próximos, mas cuja cultura é colocar-se ao lado, deixando “de contribuir para colocar em movimento as ideias, as energias e a criatividade”. Há uma cultura demasiadamente passiva e preconceituosa, promovida, aliás, ao longo dos tempos. A solicitude pastoral, se assim a posso chamar, não raro, dispensava os outros e baseava-se mais no querer, no poder e no mandar, mesmo quando não se sabia. Os efeitos prolongam-se, e porque custa virar o bico ao prego, continua-se a perguntar se a culpa não será de Adão, ou de Eva, ou da cobra.... A nossa fragilidade é muito criativa em artimanhas dessas!...

Seja como for, o Papa Francisco mostrou-se mais uma vez de mangas arregaçadas e a deitar as mãos ao arado. Ele insiste, oportuna e inoportunamente, a que dêmos as mãos nesta tarefa de uma nova sementeira, uma sementeira que comprometa, promova e dê frutos de liberdade e salvação. Se também deitarmos as mãos ao arado, sem olharmos para trás, até não faltará quem comece a repetir bem e muito mais depressa papibaquígrafo e outras coisas mais.... As surpresas de Deus são constantes e gratificantes!...

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 24-09-2021.

 

 

 

 

 

Não obstante a minha pequenez, quereria iluminar as almas como os Profetas, os Doutores, sentia a vocação de ser Apóstolo... Queria ser missionário, não apenas durante alguns anos mas queria tê lo sido desde o princípio do mundo e continuar até à consumação dos séculos. Mas acima de tudo, ó meu amado Salvador, quereria derramar o sangue por Vós até à última gota.
Porque durante a oração estes desejos me faziam sofrer um autêntico martírio, abri as epístolas de São Paulo a fim de encontrar uma resposta. Casualmente fixei me nos capítulos XII e XIII da primeira epístola aos Coríntios; e li no primeiro que nem todos podem ser ao mesmo tempo Apóstolos, Profetas, Doutores, etc.... que a Igreja é formada por membros diferentes e que os olhos não podem ao mesmo tempo ser as mãos. A resposta era clara, mas não satisfazia completamente os meus desejos e não me trazia a paz.
Continuei a ler e encontrei esta frase que me confortou profundamente: Procurai com ardor os dons mais perfeitos; eu vou mostrar vos um caminho mais excelente. E o Apóstolo explica como todos os dons mais perfeitos não são nada sem o amor e que a caridade é o caminho mais excelente que nos leva com segurança até Deus. Finalmente tinha encontrado a tranquilidade.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

 

 



 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Quinta, 30 de setembro de 2021

 

Quinta-feira da XXVI semana do tempo comum

 

 

LITURGIA

 

 

S. Jerónimo, presbítero e doutor da Igreja – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 Ne 8, 1-4a. 5-6. 7b-12; Sal 18 B (19), 8-9. 10. 11
Ev Lc 10, 1-12

 

S. JERÓNIMO, presbítero e doutor da Igreja

 

Nota Histórica:

Nasceu em Estridon (Dalmácia) cerca do ano 340. Estudou em Roma e aí foi baptizado. Tendo abraçado a vida ascética, partiu para o Oriente e foi ordenado sacerdote. Regressou a Roma e foi secretário do papa Dâmaso. Nesta época começou a revisão das traduções latinas da Sagrada Escritura e promoveu a vida monástica. Mais tarde estabeleceu se em Belém, onde continuou a tomar parte muito activa nos problemas e necessidades da Igreja. Escreveu muitas obras, principalmente comentários à Sagrada Escritura. Morreu em Belém no ano 420.

 

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Josué 1, 8
A palavra de Deus esteja sempre nos teus lábios,
medita nela dia e noite, para observares
tudo o que está escrito na lei,
e serás feliz em todos os teus caminhos.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que destes ao presbítero São Jerónimo o dom de saborear a Sagrada Escritura e de a viver intensamente, fazei que o vosso povo se alimente cada vez mais com a vossa palavra e encontre nela a fonte da verdadeira vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I 2 Tim 3, 14-17
«Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar»


Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo

 
Caríssimo: Permanece firme no que aprendeste e aceitaste como certo, sabendo de quem o aprendeste. Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas podem dar-te a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça. Assim o homem de Deus será perfeito, bem preparado para todas as boas obras.


Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 118 (119), 9 e 10.11 e 12.13 e 14 (R.12b)
Refrão: Ensinai-me, Senhor,
o caminho dos vossos mandamentos.


Como há de o jovem manter puro o seu caminho?
Guardando as vossas palavras.
De todo o coração Vos procuro,
não me deixeis afastar dos vossos mandamentos.

Conservo a vossa palavra dentro do coração,
para não pecar contra Vós.
Bendito sejais, Senhor,
ensinai-me os vossos decretos.

Enuncio com os meus lábios
todos os juízos da vossa boca.
Sinto mais alegria em seguir as vossas ordens
do que em todas as riquezas.

ALELUIA Mc 1, 15
Refrão: Aleluia Repete-se
Está próximo o reino de Deus:
arrependei-vos e acreditai no Evangelho. Refrão

EVANGELHO Lc 10, 1-12
«A vossa paz repousará sobre eles»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’. E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’. Mas quando entrardes nalguma cidade e não vos receberem, saí à praça pública e dizei: ‘Até o pó da vossa cidade que se pegou aos nossos pés sacudimos para vós. No entanto, ficai sabendo: Está perto o reino de Deus’. Eu vos digo: Haverá mais tolerância, naquele dia, para Sodoma do que para essa cidade».


Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei-nos, Senhor, que, a exemplo de São Jerónimo, depois de termos meditado na vossa palavra, nos aproximemos dignamente do vosso altar para Vos oferecer o sacrifício da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jer 15, 16
Alimentei-me com a vossa palavra
e o meu coração exultou de alegria,
porque sobre mim foi invocado o vosso nome,
Senhor Deus do universo.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Este alimento que recebemos, Senhor, ao celebrar com alegria a festa de São Jerónimo, desperte os corações dos vossos fiéis, para que, meditando sempre na Sagrada Escritura, vejam o caminho a seguir e, seguindo-o fielmente, alcancem a vida Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS: Lc 10, 1-12: Os discípulos são enviados a preparar a vinda de Jesus. Eles são já mensageiros do reino de Deus. Por isso, quem espera o reino de Deus há de prestar atenção àqueles que lho anunciam, porque eles são os portadores da Palavra do Senhor, que é fonte de paz.

 AGENDA DO DIA:

18.00 horas: Missa em Nisa

21.00 horas: Adoração do Santíssimo em Nisa.

 

 

 

PENSAMENTO DO DIA

 

 

Cumpro o meu dever, obedecendo aos preceitos de Cristo, que diz: Examinai as Escrituras, e: Procurai e encontrareis, para que não tenha de ouvir o que foi dito aos judeus: Estais enganados, porque não conheceis as Escrituras nem o poder de Deus. Se, de facto, como diz o apóstolo Paulo, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, aquele que não conhece as Escrituras não conhece o poder de Deus nem a sua sabedoria. Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo.

(Do Prólogo ao Comentário de São Jerónimo, sobre o Livro do Profeta Isaías. Ofício das Leituras do dia)

  

A VOZ DO PASTOR:

 

 

SOBRE ÓRGÃOS SOCIAS E RESPONSÁVEIS PAROQUIAIS

 

O amigo leitor sabe o que é um papibaquígrafo? É um trava-línguas. Há muitos, e este também é: “percebeste? Se percebeste, percebeste, se não percebeste, faz que percebeste para que eu perceba que tu percebeste, percebeste?” Ora, dado este rigoroso e total esclarecimento, mesmo que alguém me olhe de soslaio e eu finja não perceber, vou mesmo parlengar. Sobretudo para ver se ajudo a destravar outras ideias e outro modo de estar em quem, na matéria em título, descarrilou.... Vou falar sobre o papel de Responsáveis disto ou daquilo, mais daquilo do que disto. Não de Órgãos Sociais, ou Equiparados, que o são com todos os pergaminhos. Perante esses, e pela parte que me toca, curvo-me respeitosamente e tiro o meu chapéu, mui grato pelo seu serviço e sentido de corresponsabilidade!... Também não me refiro aos órgãos sociais de instituições meramente civis, como associações humanitárias, culturais, desportivas, fundações, sociedades anónimas ou seja lá o que for. Cada uma dessas organizações sabe bem com que linhas se cose e que espécie de águas por lá correm: se saudáveis, se inquinadas, se turbas ou assim-assim. Refiro-me aos Órgãos Sociais de pessoa jurídica canónica ou de pessoa jurídica canónico-civil, como, por exemplo, Paróquia, Irmandade/Confraria, Centro Social Paroquial... A grande maioria funciona como deve ser, merece os nossos aplausos. No entanto, pode haver certos cozinhados que temos de colocar na beirinha do prato, não apreciamos, é coisa papibaquígrafa! Neste reino de Portugal e dos Algarves, d’aquém e d’além-mar, por vezes bufa uma aragem incómoda que chega a sacudir alguns jornais. Leva a crer que há Responsáveis de uma ou de outra dessas instituições, que o são de direito, mas, de facto, nunca o foram, não o são, são-no de fachada ou do faz de conta! Embora eleitos ou propostos e homologados pela autoridade competente com toda a seriedade, confiança e esperança no seu trabalho, logo são tidos como verbos de encher por quem tem dificuldade em entender que o exercício da presidência reclama comunhão corresponsável e respeitosa. Ou, então, são eles mesmos que, por indigna subserviência, falso respeito ou confiança mal entendida em quem preside, logo se dispensam de assumir o seu lugar e função. Quem aceita ser eleito ou nomeado, é nomeado ou eleito para verdadeiramente assumir e exercer a missão em causa. Não raro, porém, em discreta informação ou em estardalhaço de guerra aberta, ecoa, de facto, o mal-estar de quem tem as responsabilidades atribuídas mas se sente marginalizado ou impossibilitado de as levar a cabo, de forma colegial e complementar. Sabemos que há quem invente, deturpe, exagere, seja de difícil trato ou de difícil inserção em equipas de trabalho onde sempre gosta de falar alto, de se impor ou manipular. Por isso, tudo se ouve com delicadeza e atenção, deita-se água na fervura, não se tiram conclusões precipitadas. Mas, sem grande demora, incrédulos, crentes ou na dúvida, lá se procura auscultar o que, no terreno, na verdade se passa. Nem sempre tal alarido corresponde à verdade, as razões são outras, nem sempre as mais sadias. Noutras vezes, porém, a coisa é mesmo verdade, fica-se triste, sente-se o dever de agir, às vezes sem saber bem como... É muito difícil lidar com pessoas que se julgam donas da verdade e intocáveis. Estão sempre prontas a inventar desculpas ou a escavar razões sem qualquer espécie de razão!...

Entre Conselhos Económicos de Paróquias, Irmandades/Confrarias e Centros Sociais Paroquiais, cujos dirigentes são homologados pela Bispo diocesano, há mais que muitos. É verdade que os Conselhos para os assuntos económicos das paróquias, pela força do Direito Canónico são consultivos, mas, na prática, pelo respeito que nos merecem e pelo serviço que prestam ao povo de Deus e aos próprios párocos, que são quem os apresenta ao Bispo para serem homologados, devem ser tidos e respeitados como se de Órgãos Sociais se tratasse, embora diferentes na sua constituição e missão. Ora, todas as instituições têm direito à boa imagem e à boa fama, mas também têm o dever de fazer por isso. O mesmo se diga de quem as serve, generosa e dedicadamente, com espírito de serviço e boa vontade. O documento que acaba de nos chegar às mãos sobre o próximo Sínodo convocado pelo Papa Francisco, também coloca essa questão: “como são vividos na Igreja a responsabilidade e o poder”? Como se convertem “preconceitos e práticas distorcidas que não estão enraizadas no Evangelho”?

O burburinho que se gera à volta desta ou daquela instituição (Paróquia, Irmandade/Confraria ou Centro Social Paroquial), fazendo correr cobras e lagartos sobre ela e sobre quem as dirige, mesmo que possa ser mentira, pode ter origem na forma de agir, ou de não agir, dos seus Responsáveis. Podem existir muitos vícios acumulados a provocar, mesmo sem maldade, falta de transparência e nervosismo em quem, generosa e retamente, se apresentou a colaborar dentro do normal funcionamento das coisas. De facto, pode haver membros de Órgãos Sociais ou de Conselhos para os assuntos económicos de paróquias que nunca exerceram o cargo para o qual foram eleitos ou propostos e homologados. Tesoureiros que nunca exerceram tal lugar, mas assinam de cruz! Secretários que nunca fizeram uma ata, mas assinam de cruz! Pode haver quem, por sua própria culpa, não tenha ou não conheça os Estatutos ou o Compromisso pelos quais a instituição se rege. Ao aceitar o cargo, era pressuposto tê-los e conhecê-los, sabendo qual é a sua missão e lugar, bem como qual é o espírito da Instituição e o perfil pessoal que ela reclama. Pode haver responsáveis, de uma ou de outra destas instituições, que nunca reuniram, nunca avaliaram, nunca programaram colegialmente, deixam que tudo vá correndo ao sabor dos ventos, de qualquer forma, sei lá se até ao fracasso total. Se alguma coisa conversam entre si sobre algum assunto referente à instituição, é capaz de não ir além de uma mera conversa no café ou no caminho. Por esse falso respeito, subserviência daninha, ou seja lá o que for perante quem preside (leigo/a ou sacerdote), os outros membros da direção, que têm consciência da missão e responsabilidade que lhes foram confiadas, apesar de sofrerem com isso, deixam-se andar até que o mandato acabe para se irem embora. Não querem fazer barulho, não contestam as atitudes de quem preside ou manda, embora reconheçam que ele ou ela se serve deles ou delas como se de joguetes ou de títeres se tratasse. Promove-se o “eu”, ignora-se o “nós”. Entre nós, porque é difícil conviver com isso, até se tem feito formação para que se tenha consciência da igual pertença, para que essa maneira de ser e estar não aconteça, ou, se existe, seja banida, e haja corresponsabilidade no cuidado a ter com pessoas, património, obras, arquivos, inventários.... Além disso, todos os membros dos Órgãos Socias e Equiparados sabem que são responsáveis e respondem pelos atos que a instituição realiza, pequenos ou grandes, mesmo quando eles, porventura, partam das ordens arbitrárias de um só. As boas regras e o senso comum, mandam que, de facto, tudo seja falado e decidido colegialmente e lavrado em ata para a sua real legalidade e defesa de todos. Esta praxe, mesmo que o trabalho e as decisões não sejam muitas e o dinheiro a gerir ainda seja menos, não existe porque os membros da Direção desconfiam uns dos outros, se têm como inimigos ou se julgam imprevisíveis. Acontece porque todos se estimam e respeitam, no muito e no pouco, e têm consciência de que a instituição que representam deve construir a sua história com toda a dignidade e respeito. É possível que haja instituições com uma história rica e bela pelo bem que fazem à comunidade, com apreço e garbo. No entanto, pode acontecer que, desde há anos, não tenham dados para escrever a história: as atas deixaram de existir, nada fica escrito, é pena!

Se saltarmos para o espaço da corresponsabilidade pastoral, também temos de reconhecer quão difícil é a escuta e a programação da mesma em itinerário e modelo sinodal: “como forma, como estilo e como estrutura da Igreja”. Como é difícil este “processo eclesial participativo e inclusivo”, não só em relação “àqueles que, por vários motivos, se encontram à margem”, mas também em relação àqueles que estão dentro e próximos, mas cuja cultura é colocar-se ao lado, deixando “de contribuir para colocar em movimento as ideias, as energias e a criatividade”. Há uma cultura demasiadamente passiva e preconceituosa, promovida, aliás, ao longo dos tempos. A solicitude pastoral, se assim a posso chamar, não raro, dispensava os outros e baseava-se mais no querer, no poder e no mandar, mesmo quando não se sabia. Os efeitos prolongam-se, e porque custa virar o bico ao prego, continua-se a perguntar se a culpa não será de Adão, ou de Eva, ou da cobra.... A nossa fragilidade é muito criativa em artimanhas dessas!...

Seja como for, o Papa Francisco mostrou-se mais uma vez de mangas arregaçadas e a deitar as mãos ao arado. Ele insiste, oportuna e inoportunamente, a que dêmos as mãos nesta tarefa de uma nova sementeira, uma sementeira que comprometa, promova e dê frutos de liberdade e salvação. Se também deitarmos as mãos ao arado, sem olharmos para trás, até não faltará quem comece a repetir bem e muito mais depressa papibaquígrafo e outras coisas mais.... As surpresas de Deus são constantes e gratificantes!...

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 24-09-2021.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

 

 



 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Quarta, 29 de setembro de 2021

 

Quarta-feira da XXVI semana do tempo comum

 

 

LITURGIA

 

 

S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael, Arcanjos – FESTA
Branco – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. dos Anjos.

L 1 Dan 7, 9-10. 13-14 ou Ap 12, 7-12a; Sal 137, 1-2a. 2b-3. 4-5
Ev Jo 1, 47-51

* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Aniversário da Ordenação episcopal de D. António Vitalino Fernandes Dantas, Bispo Emérito de Beja (1996).
* Na Diocese de Portalegre-Castelo Branco – S. Miguel, Titular da Igreja Concatedral de Castelo Branco – SOLENIDADE
* Na Diocese do Porto – Aniversário da Ordenação episcopal de D. Vitorino José Pereira Soares, Bispo Auxiliar (2019).
* Na Ordem Beneditina – S. Miguel e todos os Santos Anjos – FESTA
* Na Congregação dos Missionários do Coração de Maria – S. Miguel e todos os Anjos – FESTA

 

S. MIGUEL, S. GABRIEL e S. RAFAEL, Arcanjos

 

Nota Histórica:

Entre «os puros espíritos que também são denominados Anjos» (Credo do Povo de Deus), sobressaem três, que têm sido especialmente honrados, através do séculos e a Liturgia une na mesma celebração. Além das funções próprias de todos os Anjos, eles aparecem-nos, na Escritura Sagrada, incumbidos de missão especial.

S. Miguel (= «Quem como Deus»?) é o príncipe dos Anjos, identificado, por vezes, como o Anjo do turíbulo de ouro de que fala o Apocalipse. É o Anjo dos supremos combates. É o melhor guia do cristão, na hora da viagem para a eternidade. É o protetor da Igreja de Deus (Apoc. 12-19).

S. Gabriel (= «Deus é a minha força») é o mensageiro da Incarnação (Dan. 9, 21-22). É o enviado das grandes embaixadas divinas: anuncia a Zacarias o nascimento do Precursor e revela a Maria o mistério da divina Maternidade. Pio XII, em 12 de Janeiro de 1951, declarou este Arcanjo patrono das telecomunicações.

S. Rafael (= «Medicina de Deus») manifesta-se na Bíblia como diligente e eficaz protetor duma família, que se debate para não sucumbir às provações. É conselheiro, companheiro de viagem, defensor e médico. Honrando os Anjos, cuja existência nos é abundantemente testemunhada pela Sagrada Escritura, nós exaltamos o poder de Deus, Criador do mundo visível e invisível.

 

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 102, 20
Bendizei o Senhor, todos os seus Anjos,
poderosos executores das suas ordens, sempre atentos à sua palavra.

Diz-se o Glória.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor Deus do universo,
que estabeleceis com admirável providência
as funções dos Anjos e dos homens,
concedei, propício, que a nossa vida seja protegida na terra
por aqueles que eternamente Vos assistem e servem no Céu.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Dan 7, 9-10.13-14
«Milhares de milhares o serviam»


Leitura da Profecia de Daniel

 Eu estava a olhar,
quando foram colocados tronos
e um Ancião sentou-se.
Tinha vestes brancas como a neve
e os cabelos eram como a lã pura.
O seu trono eram chamas de fogo, com rodas de lume vivo.
Um rio de fogo corria, irrompendo diante dele.
Milhares de milhares o serviam
e miríades de miríades o assistiam.
O tribunal abriu a sessão e os livros foram abertos.
Contemplava eu as visões da noite,
quando, sobre as nuvens do céu,
veio alguém semelhante a um Filho do homem.
Dirigiu-Se para o Ancião venerável
e conduziram-no à sua presença.
Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza,
e todos os povos, nações e línguas O serviram.
O seu poder é eterno, não passará jamais,
e o seu reino jamais será destruído.

Palavra do Senhor.

Em vez da leitura precedente, pode utilizar-se a seguinte:

LEITURA I Ap 12, 7-12a
«Miguel e os seus Anjos lutaram contra o Dragão»

Leitura do Apocalipse de São João

Travou-se um combate no Céu:
Miguel e os seus Anjos lutaram contra o Dragão.
O Dragão e os seus anjos lutaram também,
mas foram derrotados
e perderam o seu lugar no Céu para sempre.
Foi expulso o enorme Dragão, a antiga serpente,
aquele que chamam Diabo e Satanás,
que seduz o universo inteiro;
foi precipitado sobre a terra
e os seus anjos foram precipitados com ele.
Depois ouvi no Céu uma voz poderosa que dizia:
«Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus
e a autoridade do seu Ungido,
porque foi precipitado o acusador dos nossos irmãos,
aquele que os acusava dia e noite diante do nosso Deus.
Eles venceram-no, graças ao sangue do Cordeiro
e à palavra do testemunho que deram,
desprezando a própria vida, até aceitarem a morte.
Por isso, alegrai-vos, ó Céus,
e vós que neles habitais».

Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 137 (138), 1-2a.2bc-3.4-5 (R. 1c)
Refrão: Na presença dos Anjos,
eu Vos louvarei, Senhor.

De todo o coração, Senhor, eu Vos dou graças,
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos Vos hei-de cantar
e Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo.

Hei-de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade,
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome
e a vossa promessa.
Quando Vos invoquei, me respondestes,
aumentastes a fortaleza da minha alma.

Todos os reis da terra Vos hão de louvar, Senhor,
quando ouvirem as palavras da vossa boca.
Celebrarão os caminhos do Senhor,
porque é grande a glória do Senhor.

ALELUIA Salmo 102 (103), 21
Refrão: Aleluia. Repete-se

Bendizei o Senhor todos os seus exércitos,
poderosos executores da sua vontade. Refrão

EVANGELHO Jo 1, 47-51
«Vereis o Céu aberto

e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

 Naquele tempo,
Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse:
«Eis um verdadeiro israelita,
em quem não há fingimento».
Perguntou-lhe Natanael: «De onde me conheces?».
Jesus respondeu-lhe:
«Antes que Filipe te chamasse,
Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira».
Disse-lhe Natanael:
«Mestre, Tu és o Filho de Deus,
Tu és o Rei de Israel!».
Jesus respondeu:
«Porque te disse: ‘Eu vi-te debaixo da figueira’, acreditas.
Verás coisas maiores do que estas».
E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo:
Vereis o Céu aberto
e os Anjos de Deus subindo e descendo
sobre o Filho do homem».

Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, este sacrifício de louvor
e fazei que, pelo ministério dos Anjos,
seja levado à presença da vossa divina majestade
e se torne para nós fonte de salvação eterna.
Por Nosso Senhor.

Prefácio dos Anjos

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 137, 1
De todo o coração, Senhor, eu Vos dou graças.
Na presença dos Anjos Vos louvarei, meu Deus.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, nosso Pai,
que nos fortalecestes com o pão do Céu,
fazei que, protegidos pelos santos Anjos,
sigamos firmemente o caminho da salvação.
Por Nosso Senhor.

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS:

 AGENDA DO DIA:

11.30 horas: Funeral em Montalvão

17.00 horas: Funeral no Cacheiro

17.00 horas: Missa em Gáfete

18.00 horas: Missa em Tolosa

18.00 horas: Missa em Alpalhão.

 

 

A VOZ DO PASTOR:

 

 

SOBRE ÓRGÃOS SOCIAS E RESPONSÁVEIS PAROQUIAIS

 

O amigo leitor sabe o que é um papibaquígrafo? É um trava-línguas. Há muitos, e este também é: “percebeste? Se percebeste, percebeste, se não percebeste, faz que percebeste para que eu perceba que tu percebeste, percebeste?” Ora, dado este rigoroso e total esclarecimento, mesmo que alguém me olhe de soslaio e eu finja não perceber, vou mesmo parlengar. Sobretudo para ver se ajudo a destravar outras ideias e outro modo de estar em quem, na matéria em título, descarrilou.... Vou falar sobre o papel de Responsáveis disto ou daquilo, mais daquilo do que disto. Não de Órgãos Sociais, ou Equiparados, que o são com todos os pergaminhos. Perante esses, e pela parte que me toca, curvo-me respeitosamente e tiro o meu chapéu, mui grato pelo seu serviço e sentido de corresponsabilidade!... Também não me refiro aos órgãos sociais de instituições meramente civis, como associações humanitárias, culturais, desportivas, fundações, sociedades anónimas ou seja lá o que for. Cada uma dessas organizações sabe bem com que linhas se cose e que espécie de águas por lá correm: se saudáveis, se inquinadas, se turbas ou assim-assim. Refiro-me aos Órgãos Sociais de pessoa jurídica canónica ou de pessoa jurídica canónico-civil, como, por exemplo, Paróquia, Irmandade/Confraria, Centro Social Paroquial... A grande maioria funciona como deve ser, merece os nossos aplausos. No entanto, pode haver certos cozinhados que temos de colocar na beirinha do prato, não apreciamos, é coisa papibaquígrafa! Neste reino de Portugal e dos Algarves, d’aquém e d’além-mar, por vezes bufa uma aragem incómoda que chega a sacudir alguns jornais. Leva a crer que há Responsáveis de uma ou de outra dessas instituições, que o são de direito, mas, de facto, nunca o foram, não o são, são-no de fachada ou do faz de conta! Embora eleitos ou propostos e homologados pela autoridade competente com toda a seriedade, confiança e esperança no seu trabalho, logo são tidos como verbos de encher por quem tem dificuldade em entender que o exercício da presidência reclama comunhão corresponsável e respeitosa. Ou, então, são eles mesmos que, por indigna subserviência, falso respeito ou confiança mal entendida em quem preside, logo se dispensam de assumir o seu lugar e função. Quem aceita ser eleito ou nomeado, é nomeado ou eleito para verdadeiramente assumir e exercer a missão em causa. Não raro, porém, em discreta informação ou em estardalhaço de guerra aberta, ecoa, de facto, o mal-estar de quem tem as responsabilidades atribuídas mas se sente marginalizado ou impossibilitado de as levar a cabo, de forma colegial e complementar. Sabemos que há quem invente, deturpe, exagere, seja de difícil trato ou de difícil inserção em equipas de trabalho onde sempre gosta de falar alto, de se impor ou manipular. Por isso, tudo se ouve com delicadeza e atenção, deita-se água na fervura, não se tiram conclusões precipitadas. Mas, sem grande demora, incrédulos, crentes ou na dúvida, lá se procura auscultar o que, no terreno, na verdade se passa. Nem sempre tal alarido corresponde à verdade, as razões são outras, nem sempre as mais sadias. Noutras vezes, porém, a coisa é mesmo verdade, fica-se triste, sente-se o dever de agir, às vezes sem saber bem como... É muito difícil lidar com pessoas que se julgam donas da verdade e intocáveis. Estão sempre prontas a inventar desculpas ou a escavar razões sem qualquer espécie de razão!...

Entre Conselhos Económicos de Paróquias, Irmandades/Confrarias e Centros Sociais Paroquiais, cujos dirigentes são homologados pela Bispo diocesano, há mais que muitos. É verdade que os Conselhos para os assuntos económicos das paróquias, pela força do Direito Canónico são consultivos, mas, na prática, pelo respeito que nos merecem e pelo serviço que prestam ao povo de Deus e aos próprios párocos, que são quem os apresenta ao Bispo para serem homologados, devem ser tidos e respeitados como se de Órgãos Sociais se tratasse, embora diferentes na sua constituição e missão. Ora, todas as instituições têm direito à boa imagem e à boa fama, mas também têm o dever de fazer por isso. O mesmo se diga de quem as serve, generosa e dedicadamente, com espírito de serviço e boa vontade. O documento que acaba de nos chegar às mãos sobre o próximo Sínodo convocado pelo Papa Francisco, também coloca essa questão: “como são vividos na Igreja a responsabilidade e o poder”? Como se convertem “preconceitos e práticas distorcidas que não estão enraizadas no Evangelho”?

O burburinho que se gera à volta desta ou daquela instituição (Paróquia, Irmandade/Confraria ou Centro Social Paroquial), fazendo correr cobras e lagartos sobre ela e sobre quem as dirige, mesmo que possa ser mentira, pode ter origem na forma de agir, ou de não agir, dos seus Responsáveis. Podem existir muitos vícios acumulados a provocar, mesmo sem maldade, falta de transparência e nervosismo em quem, generosa e retamente, se apresentou a colaborar dentro do normal funcionamento das coisas. De facto, pode haver membros de Órgãos Sociais ou de Conselhos para os assuntos económicos de paróquias que nunca exerceram o cargo para o qual foram eleitos ou propostos e homologados. Tesoureiros que nunca exerceram tal lugar, mas assinam de cruz! Secretários que nunca fizeram uma ata, mas assinam de cruz! Pode haver quem, por sua própria culpa, não tenha ou não conheça os Estatutos ou o Compromisso pelos quais a instituição se rege. Ao aceitar o cargo, era pressuposto tê-los e conhecê-los, sabendo qual é a sua missão e lugar, bem como qual é o espírito da Instituição e o perfil pessoal que ela reclama. Pode haver responsáveis, de uma ou de outra destas instituições, que nunca reuniram, nunca avaliaram, nunca programaram colegialmente, deixam que tudo vá correndo ao sabor dos ventos, de qualquer forma, sei lá se até ao fracasso total. Se alguma coisa conversam entre si sobre algum assunto referente à instituição, é capaz de não ir além de uma mera conversa no café ou no caminho. Por esse falso respeito, subserviência daninha, ou seja lá o que for perante quem preside (leigo/a ou sacerdote), os outros membros da direção, que têm consciência da missão e responsabilidade que lhes foram confiadas, apesar de sofrerem com isso, deixam-se andar até que o mandato acabe para se irem embora. Não querem fazer barulho, não contestam as atitudes de quem preside ou manda, embora reconheçam que ele ou ela se serve deles ou delas como se de joguetes ou de títeres se tratasse. Promove-se o “eu”, ignora-se o “nós”. Entre nós, porque é difícil conviver com isso, até se tem feito formação para que se tenha consciência da igual pertença, para que essa maneira de ser e estar não aconteça, ou, se existe, seja banida, e haja corresponsabilidade no cuidado a ter com pessoas, património, obras, arquivos, inventários.... Além disso, todos os membros dos Órgãos Socias e Equiparados sabem que são responsáveis e respondem pelos atos que a instituição realiza, pequenos ou grandes, mesmo quando eles, porventura, partam das ordens arbitrárias de um só. As boas regras e o senso comum, mandam que, de facto, tudo seja falado e decidido colegialmente e lavrado em ata para a sua real legalidade e defesa de todos. Esta praxe, mesmo que o trabalho e as decisões não sejam muitas e o dinheiro a gerir ainda seja menos, não existe porque os membros da Direção desconfiam uns dos outros, se têm como inimigos ou se julgam imprevisíveis. Acontece porque todos se estimam e respeitam, no muito e no pouco, e têm consciência de que a instituição que representam deve construir a sua história com toda a dignidade e respeito. É possível que haja instituições com uma história rica e bela pelo bem que fazem à comunidade, com apreço e garbo. No entanto, pode acontecer que, desde há anos, não tenham dados para escrever a história: as atas deixaram de existir, nada fica escrito, é pena!

Se saltarmos para o espaço da corresponsabilidade pastoral, também temos de reconhecer quão difícil é a escuta e a programação da mesma em itinerário e modelo sinodal: “como forma, como estilo e como estrutura da Igreja”. Como é difícil este “processo eclesial participativo e inclusivo”, não só em relação “àqueles que, por vários motivos, se encontram à margem”, mas também em relação àqueles que estão dentro e próximos, mas cuja cultura é colocar-se ao lado, deixando “de contribuir para colocar em movimento as ideias, as energias e a criatividade”. Há uma cultura demasiadamente passiva e preconceituosa, promovida, aliás, ao longo dos tempos. A solicitude pastoral, se assim a posso chamar, não raro, dispensava os outros e baseava-se mais no querer, no poder e no mandar, mesmo quando não se sabia. Os efeitos prolongam-se, e porque custa virar o bico ao prego, continua-se a perguntar se a culpa não será de Adão, ou de Eva, ou da cobra.... A nossa fragilidade é muito criativa em artimanhas dessas!...

Seja como for, o Papa Francisco mostrou-se mais uma vez de mangas arregaçadas e a deitar as mãos ao arado. Ele insiste, oportuna e inoportunamente, a que dêmos as mãos nesta tarefa de uma nova sementeira, uma sementeira que comprometa, promova e dê frutos de liberdade e salvação. Se também deitarmos as mãos ao arado, sem olharmos para trás, até não faltará quem comece a repetir bem e muito mais depressa papibaquígrafo e outras coisas mais.... As surpresas de Deus são constantes e gratificantes!...

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 24-09-2021.