segunda-feira, 30 de novembro de 2020

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

Terça, 01 de dezembro de 2020

 

Terça da I semana do Advento

  

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LITURGIA:

 

TERÇA-FEIRA da semana I

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. I do Advento.

Toma-se o Lecionário ferial (Advento – IV).

L 1 Is 11, 1-10; Sal 71 (72), 2. 7-8. 12-13. 17
Ev Lc 10, 21-24

* Em todas as dioceses de Portugal – B. Maria Clara do Menino Jesus, virgem e Fundadora – MF
* Na Diocese de Bragança-Miranda – Todos os Santos e Beatos da Diocese – MO
* Na Diocese de Vila Real – Assembleia sacerdotal e sufrágio pelos bispos e presbíteros falecidos.
* Na Companhia de Jesus – SS. Edmundo Campion e Roberto Southwel, presbíteros, e Companheiros, mártires – MO
* Na Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição – B. Maria Clara do Menino Jesus, virgem e fundadora – FESTA
* Na Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus de Carlos de Foucauld ­– B. Carlos de Foucauld, presbítero – MF

 

Missa

 

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Zac 14, 5.7
O Senhor virá com todos os seus Santos.
Naquele dia brilhará uma grande luz.


ORAÇÃO COLECTA
Ouvi, Senhor, benignamente as nossas súplicas e vinde em nosso auxílio nas lutas e dificuldades da vida, para que, reconfortados pela presença do vosso Filho, sejamos livres da antiga escravidão do pecado. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Is 11, 1-10
«Sobre ele repousará o espírito do Senhor»


A vinda do Filho de Deus inaugura a era da paz universal, Ele que de judeus e pagãos fez um só povo. Esta era de paz, que só será perfeita quando Ele vier no fim dos tempos, é aqui descrita com imagens como as do paraíso reencontrado. E, como no princípio, tudo será fruto da acção do Espírito de Deus, Espírito que Jesus recebeu do Pai em plenitude, e nos comunicou a nós também. Jesus aplicou um dia a Si próprio esta passagem do profeta (cf. Lc 4,16 ss.).

Leitura do Livro de Isaías

 
Naquele dia, sairá um ramo do tronco de Jessé e um rebento brotará das suas raízes. Sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e de inteligência, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de conhecimento e de temor de Deus. Animado assim do temor de Deus, não julgará segundo as aparências, nem decidirá pelo que ouvir dizer. Julgará os infelizes com justiça e com sentenças rectas os humildes do povo. Com o chicote da sua palavra atingirá o violento e com o sopro dos seus lábios exterminará o ímpio. A justiça será a faixa dos seus rins e a lealdade a cintura dos seus flancos. O lobo viverá com o cordeiro e a pantera dormirá com o cabrito; o bezerro e o leãozinho andarão juntos e um menino os poderá conduzir. A vitela e a ursa pastarão juntamente, suas crias dormirão lado a lado; e o leão comerá feno como o boi. A criança de leite brincará junto ao ninho da cobra e o menino meterá a mão na toca da víbora. Não mais praticarão o mal nem a destruição em todo o meu santo monte: o conhecimento do Senhor encherá o país, como as águas enchem o leito do mar. Nesse dia, a raiz de Jessé surgirá como bandeira dos povos; as nações virão procurá-la e a sua morada será gloriosa.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL 71 (72), 2.7-8.12-13.17 (R. cf. 7)
Refrão: Nos dias do Senhor nascerá a justiça e a paz para sempre. Repete-se

Ó Deus, dai ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade. Refrão

Florescerá a justiça nos seus dias
e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da terra. Refrão

Socorrerá o pobre que pede auxílio
e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres
e defenderá a vida dos oprimidos. Refrão

O seu nome será eternamente bendito
e durará tanto como a luz do sol;
nele serão abençoadas todas as nações,
todos os povos da terra o hão-de bendizer. Refrão


ALELUIA
Refrão: Aleluia Repete-se

O Senhor virá com poder e majestade
e iluminará os olhos dos seus fiéis. Refrão


EVANGELHO Lc 10, 21-24
Jesus exulta de alegria pela ação do Espírito Santo


Toda a vida de Jesus, o Messias enviado pelo Pai, manifestou que Ele estava cheio do Espírito Santo, que vivia movido por Ele e por Ele estava unido ao Pai, como se vê nesta passagem. A ação do Espírito Santo há-de revelar-se particularmente a partir do Mistério Pascal do Senhor e será essa ação do Espírito Santo que vai renovar a face da terra, como se há-de cantar no último dia do Tempo Pascal, no dia de Pentecostes. Desde já começamos a olhar para esse ponto de chegada da Páscoa do Senhor.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naquele tempo, Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isto foi do teu agrado. Tudo Me foi entregue por meu Pai; e ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar». Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que vêem o que estais a ver, porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes e não o viram e ouvir o que vós ouvis e não o ouviram».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai benignamente, Senhor, para as nossas humildes ofertas e orações e, como diante de Vós não temos méritos, ajudai-nos com a vossa misericórdia. Por Nosso Senhor.

Prefácio do Advento I

ANTÍFONA DA COMUNHÃO 2 Tim 4, 8
O Senhor dará a coroa da justiça
àqueles que esperam com amor a sua vinda.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Saciados com o alimento espiritual, humildemente Vos pedimos, Senhor, que, pela participação neste sacramento, nos ensineis a apreciar com sabedoria os bens da terra e a amar os bens do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 

 

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MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

     1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 

     2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

 

     3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

LEITURAS Is 11, 1-10: A vinda do Filho de Deus inaugura a era da paz universal, Ele que de judeus e pagãos fez um só povo. Esta era de paz, que só será perfeita quando Ele vier no fim dos tempos, é aqui descrita com imagens como as do paraíso reencontrado. E, como no princípio, tudo será fruto da acção do Espírito de Deus, Espírito que Jesus recebeu do Pai em plenitude, e nos comunicou a nós também. Jesus aplicou um dia a Si próprio esta passagem do profeta (cf. Lc 4,ss.). 

Lc 10, 21-24: Toda a vida de Jesus, o Messias enviado pelo Pai, manifestou que Ele estava cheio do Espírito Santo, que vivia movido por Ele e por Ele estava unido ao Pai, como se vê nesta passagem. A ação do Espírito Santo há-de revelar-se particularmente a partir do Mistério Pascal do Senhor e será essa ação do Espírito Santo que vai renovar a face da terra, como se há-de cantar no último dia do Tempo Pascal, no dia de Pentecostes. Desde já começamos a olhar para esse ponto de chegada da Páscoa do Senhor.




AGENDA DO DIA

 10.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo .

 

AVISO:

Devido às novas medidas de combate à pandemia da covid-19, resultantes do Decreto Presidencial que prorroga por mais 15 dias o estado de emergência em Portugal, e, infelizmente, a elevação do Concelho de Nisa para o estado de "Risco Muito elevado", por se verificarem entre 480 e 960 casos por cada 100.000 habitantes, obriga a cada um de nós a consciencialização cívica para o rigoroso cumprimento das medidas que irão entrar em vigor a partir das 00h00 de 24 de novembroNa sequência desta realidade, os serviços pastorais na zona pastoral de Nisa sofrem também alteração de horário nalgumas paróquias, principalmente, no que diz respeito às missas de tarde aos fins-de-semana.

 

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A VOZ DO PASTOR:

 

O PIRELIÓFORO DO PADRE HIMALAIA E O TIO SAM...

Porque já o fiz nesta semana, hoje vou fugir às temáticas habituais para falar dum cientista e inventor que nasceu em Cendufe, Arcos de Valdevez, Viana do Castelo. Chamava-se Manuel António Gomes. Sem recursos próprios e parcos apoios, se os craques da ciência em Portugal não abundavam, ele esteve na linha da frente da investigação científica da época, com reconhecimento da comunidade científica internacional pelas suas visões pioneiras e revolucionárias, como precursor dos atuais equipamentos fotovoltaicos, das energias renováveis, do desenvolvimento sustentável. E já lá vão mais de cem anos!...

Foi um dos sete filhos de uma família de pequenos agricultores de minifúndio em socalcos. Como não podia fugir à sina do tempo, do lugar e das suas circunstâncias existenciais, trabalhou no campo e fez os primeiros estudos na escola local, mais propriamente em Souto. Aos 15 anos, em 1882, ingressou no Seminário de Braga. Sendo de elevada altura, os seus colegas logo lhe tiraram as medidas e o alcunharam de Himalaia, e assim ficou conhecido até hoje. No Seminário, para além das temáticas letivas, a biblioteca, que havia sido recheada pelo Arcebispo de então, era o seu refúgio. Vivia apaixonado por saber o mais possível sobre as ciências naturais, os avanços tecnológicos, magicar e fazer experiências. Era ave rara!... Presumo que o seu abanar de asas produzisse forte ventania nos nervos dos formadores que não lhe terão feito a vida fácil. E vice-versa, pois amor com amor se paga, diz quem sabe!...

Chegou a Padre, foi ordenado em 26 de Julho de 1891. Aos 36 anos de idade, porém, o Padre Himalaia tornou-se uma celebridade badalado por esse mundo fora pelos seus inventos e artigos publicados nos principais jornais e revistas. Correu mundo, visitou algumas das principais universidades, laboratórios e instituições científicas do tempo. Contactou com professores de renome e com alguns dos principais cientistas. Frequentou universidades e tudo lhe interessava: matemática, química, medicina, botânica médica, técnicas de radiestesia, estruturas metálicas, unidades industriais de tecnologia avançada no domínio da metalomecânica e da fundição, fornos elétricos de altas temperaturas, fotometria, radiação solar e faíscas elétricas, temáticas relacionadas com a agricultura e a nutrição, a irrigação e barragens hidroelétricas. Interessou-se por explosivos, como a himalaíte, registou várias patentes, fez prospeção de minérios, dedicou-se à reciclagem no fabrico de fertilizantes derivados do aproveitamento de esgotos. Defendeu o naturismo e as medicinas naturais sobretudo à base da fitoterapia e da hidroterapia, desenvolveu o conceito de ecosofia, defendeu a saúde preventiva, uma espécie de "profilaxia social" à base do ser e não tanto do produzir e ter. Inventou, criou, ensinou, entrou em projetos nacionais e internacionais, apresentou numerosas comunicações, publicou trabalhos, desenvolveu teorias ecológicas, participou em múltiplos debates e proponha ideias inovadoras.

Membro da Academia das Ciências, apresentou comunicações sobre as mais diversas matérias, desde a agricultura, a economia e a política energética até às questões de sismologia e construção antissísmica. Defendia um plano de aproveitamento das energias renováveis com a construção de açudes, represas e albufeiras para irrigação e hidroeletricidade, apontava o lugar para a construção de centrais hidroelétricas, o uso futuro da energia das marés e da energia eólica e o aproveitamento da energia geotérmica dos geysers. O ordenamento do território e a florestação também lhe mereceram atenção. Em tempos de estiagem, chegou a propor o uso de canhões para provocar a chuva e fez experiências, mas, devido aos custos e não sei se também pelos resultados, o projeto ficou pelo caminho. Sempre motivado pelas inovações no campo da energia solar, esteve em Paris quando se preparava a Exposição Universal e se construía a Torre Eiffel, onde também procurava apoios para construir o seu principal invento a que deu o nome de Pyrheliophoro, do grego: pyr (fogo) + helios (sol) + phoros (portador) = o que traz o fogo do sol. “O engenho consistia, num espelho parabólico, com uma superfície refletora de 80 metros quadrados, formado por 6177 pequenos espelhos que refletiam a luz do Sol numa cápsula refratária, que funcionava como um recipiente, e onde se colocavam os materiais a fundir. O conjunto estava montado numa enorme armação em aço de 13 metros de altura, que acompanhava os movimentos do Sol mediante um mecanismo de relojoaria”.

Uma das versões do invento foi apresentada na Tapada da Ajuda, em Lisboa. Foi visitada pela fina flor da sociedade científica de Portugal, pouca, pelos vistos. O próprio rei e os espiões do fracasso, não do futuro, lá se apresentaram com olhos de lince a apreciar a geringonça solar já que a política nem sonhada era. A coisa, porém, não correu bem! E quem não era capaz de nada, não soube apreciar o alcance daquele embrião, logo o desvalorizou com tesouradas viperinas na casaca do seu angustiado autor. No entanto, se o aparelho encaprichou e não trouxe o fogo do sol, o homem não desistiu, bem haja por isso.

Em 1904 carrega com o invento para o Pavilhão Português na Exposição Universal de Saint-Louis, nos Estados Unidos. O aparelho logo se tornou o centro das atenções daquela feira mundial com cerca de 500 pavilhões e visitada por milhares de pessoas. Mais do que isso: mereceu o grande prémio e mais duas medalhas de ouro e uma de prata, com um diploma assinado pelo Presidente Theodore Roosevelt. A imprensa mundial destacou e elogiou o invento, alguns deram-lhe a primeira página. Aos interessados na compra, entre os quais haveria japoneses, Himalaia não quis vender o aparelho, mas também não o trouxe de regresso a casa. Talvez assolapados sob a capa de sérias e boas pessoas, também por lá se passeariam os amigos do alheio que, de dedo em riste, deram jus à frase de James Flagg na nova versão do tio Sam: “I Want You”, eu quero-te, eu quero você!... E foi-se, adeus geringonça!... Não sei se serão os descendentes dessa estirpe aqueles de quem o agora Presidente se queixa de o terem afastado do solário da Casa Branca, ahahahah!...

O pobre Padre regressou triste, nunca mais se dedicou à energia solar e ao Pirelióforo. É de prever que outros o tivessem feito... Li, e vá-se lá saber a verdade!, mas li que, depois da primeira Grande Guerra também correu (boato, com certeza!?), mas correu que os planos do seu invento para “bombardear as nuvens” e fazer chover, também teriam sido “desviados” e usados pelos alemães na construção de armas de guerra para bombardear noutro sentido, um sentido nada agrícola nem ecológico nem sustentável.

Depois de todas estas andanças, com encontros e desencontros, o Padre Himalaia, porque o sonho lhe comandava a vida, ainda se empenhou noutras aventuras. No entanto, doente, sem apoios pátrios e recursos financeiros, em finais de 1932, veio para junto do seu irmão Gaspar, também sacerdote e Pároco na vizinha paróquia da sua terra natal, em São Paio de Jolda, onde ainda se conservam alguns dos seus manuscritos. Finalmente, acabou por aceitar o lugar de capelão do Asilo de Velhos e Entrevados da Caridade, na cidade de Viana do Castelo. E se nasceu a 9 de dezembro de 1868, em dezembro faleceu, no dia 21 de 1933, aos 65 anos de idade. A fama já tinha passado, a sua morte não provocou notícia em que se tropeçasse, e se foi a sepultar no cemitério da sua terra natal, em Cendufe, não houve palmas nem flores da sua lusitana pátria.

Embora haja alguns estudos sobre ele, Jacinto Rodrigues, Professor da Universidade do Porto, publicou, em 1999, “A Conspiração Solar do Padre Himalaia”, um estudo atento que veio trazer ao de cima o talento deste homem, a importância dos seus inventos e aquela verdade que Cristo nos lembrou: um profeta só não é estimado na sua pátria. Um grupo de amigos – a Associação Padre Himalaya - continua a soprar as cinzas do esquecimento a que este cientista foi votado para que surja qual fénix renascida e seja reconhecido o seu génio e transmitida a sua obra. Há também um filme documentário de 2004, “A Utopia do Padre Himalaya”, do realizador Jorge António, baseado na obra de Jacinto Rodrigues. Na vila dos Arcos de Valdevez existe um monumento em sua homenagem da autoria do escultor José Rodrigues, e, na marginal urbana do Rio Vez, um busto, da autoria de Eduardo Tavares. No centenário do seu nascimento, houve comemorações a que presidiu o Arcebispo de Braga, Dom Francisco Maria da Silva, tendo-se inclusive deslocado ao cemitério de Cendufe onde também foi descerrado um busto do Padre Himalaia. São, de facto, os conterrâneos e amigos a bracejar para que este cientista e visionário itinerante não seja esquecido na história pátria. Também estou a dar o meu empurrãozinho para aguçar o apetite do leitor a que, pelo menos, abra a Wikipédia ou outras fontes à mão do teclado, pois irá gostar de ler.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 27-11-2020.

 

 

domingo, 29 de novembro de 2020

 


 

PARÓQUIAS DE NISA

 

Segunda, 30 de novembro de 2020

 

Segunda da I semana do Advento

  

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LITURGIA:

 

SEGUNDA-FEIRA da semana I

S. André, Apóstolo – FESTA
Vermelho – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. dos Apóstolos.

L 1 Rom 10, 9-18; Sal 18 A, 2-3. 4-5
Ev Mt 4, 18-22

* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Na Diocese de Beja – Aniversário da entrada solene de D. José João dos Santos Marcos.

 

S. ANDRÉ, Apóstolo

 

Nota Histórica

André, natural de Betsaida, foi primeiramente discípulo de João Baptista e depois seguiu a Cristo, a quem apresentou também seu irmão Pedro. Juntamente com Filipe introduziu à presença de Jesus uns gentios que O queriam ver, e foi ele também que indicou o rapaz que tinha os peixes e o pão. Segundo uma tradição, depois do Pentecostes pregou em diversas regiões e foi crucificado na Acaia.

 

Missa

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Mt 4, 18-19
Caminhando Jesus junto ao mar da Galileia,
viu dois irmãos, Pedro e André, e chamou-os, dizendo:
Vinde comigo; farei de vós pescadores de homens.

Diz-se o Glória.


ORAÇÃO COLECTA
Nós Vos suplicamos, Deus omnipotente,
que, assim como o apóstolo Santo André
foi na terra pregador do Evangelho e pastor da vossa Igreja,
seja também no Céu poderoso intercessor junto de Vós.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Rom 10, 9-18
«A fé vem da pregação
e a pregação é o anúncio da palavra de Cristo»


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos:
Se confessares com a tua boca que Jesus é o Senhor
e se acreditares em teu coração
que Deus O ressuscitou dos mortos,
serás salvo.
Pois com o coração se acredita para obter a justiça
e com a boca se professa a fé para alcançar a salvação.
Na verdade, a Escritura diz:
«Todo aquele que acreditar no Senhor
não será confundido».
Não há diferença entre judeu e grego:
todos têm o mesmo Senhor,
rico para com todos os que O invocam.
Portanto, todo aquele que invocar o nome do Senhor
será salvo.
Mas como hão de invocar Aquele em quem não acreditam?
E como hão de acreditar n’Aquele de quem não ouviram falar?
E como hão de ouvir falar, se não houver quem lhes pregue?
E como hão de pregar, se não forem enviados?
Está escrito:
«Como são formosos os pés dos que anunciam o Evangelho!».
Mas nem todos obedecem ao Evangelho,
como Isaías diz:
«Senhor, quem acreditou na nossa pregação?».
A fé, portanto, vem da pregação
e a pregação é o anúncio da palavra de Cristo.
Mas pergunto: Não a teriam ouvido?
Ao contrário, como diz a Escritura:
«A sua voz ressoou por toda a terra
e as suas palavras até aos confins do mundo».


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 18 A (19 A), 2-3.4-5 (R. 5a)
Refrão: A sua mensagem ressoou por toda a terra.

Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.

Não são palavras nem linguagem,
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.


ALELUIA Mt 4, 19
Refrão: Aleluia. Repete-se
Vinde comigo, diz o Senhor,
e farei de vós pescadores de homens. Refrão


EVANGELHO Mt 4, 18-22
«Eles deixaram logo as redes e seguiram Jesus»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Caminhando Jesus ao longo do mar da Galileia,
viu dois irmãos:
Simão, chamado Pedro, e seu irmão André,
que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
Disse-lhes Jesus:
«Vinde e segui-Me
e farei de vós pescadores de homens».
Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O.
Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos:
Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João,
que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu,
a consertar as redes.
Jesus chamou-os
e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n’O.

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Deus omnipotente,
com estes dons que Vos apresentamos
na festa de Santo André,
a humilde oferta de nós mesmos
e transformai-os para nós em fonte de vida.
Por Nosso Senhor.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 1, 41-42
Disse André a Simão Pedro, seu irmão:
Encontrámos o Messias, que é Cristo.
E André levou-o a Jesus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fortalecei-nos, Senhor, pela comunhão do vosso sacramento,
para que, a exemplo do apóstolo Santo André,
trazendo sempre em nós os sofrimentos da paixão de Cristo,
mereçamos viver com Ele na glória celeste.
Por Nosso Senhor.

 

 

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MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

     1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 

     2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

 

     3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

LEITURA




AGENDA DO DIA

 

 

AVISO:

Devido às novas medidas de combate à pandemia da covid-19, resultantes do Decreto Presidencial que prorroga por mais 15 dias o estado de emergência em Portugal, e, infelizmente, a elevação do Concelho de Nisa para o estado de "Risco Muito elevado", por se verificarem entre 480 e 960 casos por cada 100.000 habitantes, obriga a cada um de nós a consciencialização cívica para o rigoroso cumprimento das medidas que irão entrar em vigor a partir das 00h00 de 24 de novembroNa sequência desta realidade, os serviços pastorais na zona pastoral de Nisa sofrem também alteração de horário nalgumas paróquias, principalmente, no que diz respeito às missas de tarde aos fins-de-semana.

 

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A VOZ DO PASTOR:

 

O PIRELIÓFORO DO PADRE HIMALAIA E O TIO SAM...

Porque já o fiz nesta semana, hoje vou fugir às temáticas habituais para falar dum cientista e inventor que nasceu em Cendufe, Arcos de Valdevez, Viana do Castelo. Chamava-se Manuel António Gomes. Sem recursos próprios e parcos apoios, se os craques da ciência em Portugal não abundavam, ele esteve na linha da frente da investigação científica da época, com reconhecimento da comunidade científica internacional pelas suas visões pioneiras e revolucionárias, como precursor dos atuais equipamentos fotovoltaicos, das energias renováveis, do desenvolvimento sustentável. E já lá vão mais de cem anos!...

Foi um dos sete filhos de uma família de pequenos agricultores de minifúndio em socalcos. Como não podia fugir à sina do tempo, do lugar e das suas circunstâncias existenciais, trabalhou no campo e fez os primeiros estudos na escola local, mais propriamente em Souto. Aos 15 anos, em 1882, ingressou no Seminário de Braga. Sendo de elevada altura, os seus colegas logo lhe tiraram as medidas e o alcunharam de Himalaia, e assim ficou conhecido até hoje. No Seminário, para além das temáticas letivas, a biblioteca, que havia sido recheada pelo Arcebispo de então, era o seu refúgio. Vivia apaixonado por saber o mais possível sobre as ciências naturais, os avanços tecnológicos, magicar e fazer experiências. Era ave rara!... Presumo que o seu abanar de asas produzisse forte ventania nos nervos dos formadores que não lhe terão feito a vida fácil. E vice-versa, pois amor com amor se paga, diz quem sabe!...

Chegou a Padre, foi ordenado em 26 de Julho de 1891. Aos 36 anos de idade, porém, o Padre Himalaia tornou-se uma celebridade badalado por esse mundo fora pelos seus inventos e artigos publicados nos principais jornais e revistas. Correu mundo, visitou algumas das principais universidades, laboratórios e instituições científicas do tempo. Contactou com professores de renome e com alguns dos principais cientistas. Frequentou universidades e tudo lhe interessava: matemática, química, medicina, botânica médica, técnicas de radiestesia, estruturas metálicas, unidades industriais de tecnologia avançada no domínio da metalomecânica e da fundição, fornos elétricos de altas temperaturas, fotometria, radiação solar e faíscas elétricas, temáticas relacionadas com a agricultura e a nutrição, a irrigação e barragens hidroelétricas. Interessou-se por explosivos, como a himalaíte, registou várias patentes, fez prospeção de minérios, dedicou-se à reciclagem no fabrico de fertilizantes derivados do aproveitamento de esgotos. Defendeu o naturismo e as medicinas naturais sobretudo à base da fitoterapia e da hidroterapia, desenvolveu o conceito de ecosofia, defendeu a saúde preventiva, uma espécie de "profilaxia social" à base do ser e não tanto do produzir e ter. Inventou, criou, ensinou, entrou em projetos nacionais e internacionais, apresentou numerosas comunicações, publicou trabalhos, desenvolveu teorias ecológicas, participou em múltiplos debates e proponha ideias inovadoras.

Membro da Academia das Ciências, apresentou comunicações sobre as mais diversas matérias, desde a agricultura, a economia e a política energética até às questões de sismologia e construção antissísmica. Defendia um plano de aproveitamento das energias renováveis com a construção de açudes, represas e albufeiras para irrigação e hidroeletricidade, apontava o lugar para a construção de centrais hidroelétricas, o uso futuro da energia das marés e da energia eólica e o aproveitamento da energia geotérmica dos geysers. O ordenamento do território e a florestação também lhe mereceram atenção. Em tempos de estiagem, chegou a propor o uso de canhões para provocar a chuva e fez experiências, mas, devido aos custos e não sei se também pelos resultados, o projeto ficou pelo caminho. Sempre motivado pelas inovações no campo da energia solar, esteve em Paris quando se preparava a Exposição Universal e se construía a Torre Eiffel, onde também procurava apoios para construir o seu principal invento a que deu o nome de Pyrheliophoro, do grego: pyr (fogo) + helios (sol) + phoros (portador) = o que traz o fogo do sol. “O engenho consistia, num espelho parabólico, com uma superfície refletora de 80 metros quadrados, formado por 6177 pequenos espelhos que refletiam a luz do Sol numa cápsula refratária, que funcionava como um recipiente, e onde se colocavam os materiais a fundir. O conjunto estava montado numa enorme armação em aço de 13 metros de altura, que acompanhava os movimentos do Sol mediante um mecanismo de relojoaria”.

Uma das versões do invento foi apresentada na Tapada da Ajuda, em Lisboa. Foi visitada pela fina flor da sociedade científica de Portugal, pouca, pelos vistos. O próprio rei e os espiões do fracasso, não do futuro, lá se apresentaram com olhos de lince a apreciar a geringonça solar já que a política nem sonhada era. A coisa, porém, não correu bem! E quem não era capaz de nada, não soube apreciar o alcance daquele embrião, logo o desvalorizou com tesouradas viperinas na casaca do seu angustiado autor. No entanto, se o aparelho encaprichou e não trouxe o fogo do sol, o homem não desistiu, bem haja por isso.

Em 1904 carrega com o invento para o Pavilhão Português na Exposição Universal de Saint-Louis, nos Estados Unidos. O aparelho logo se tornou o centro das atenções daquela feira mundial com cerca de 500 pavilhões e visitada por milhares de pessoas. Mais do que isso: mereceu o grande prémio e mais duas medalhas de ouro e uma de prata, com um diploma assinado pelo Presidente Theodore Roosevelt. A imprensa mundial destacou e elogiou o invento, alguns deram-lhe a primeira página. Aos interessados na compra, entre os quais haveria japoneses, Himalaia não quis vender o aparelho, mas também não o trouxe de regresso a casa. Talvez assolapados sob a capa de sérias e boas pessoas, também por lá se passeariam os amigos do alheio que, de dedo em riste, deram jus à frase de James Flagg na nova versão do tio Sam: “I Want You”, eu quero-te, eu quero você!... E foi-se, adeus geringonça!... Não sei se serão os descendentes dessa estirpe aqueles de quem o agora Presidente se queixa de o terem afastado do solário da Casa Branca, ahahahah!...

O pobre Padre regressou triste, nunca mais se dedicou à energia solar e ao Pirelióforo. É de prever que outros o tivessem feito... Li, e vá-se lá saber a verdade!, mas li que, depois da primeira Grande Guerra também correu (boato, com certeza!?), mas correu que os planos do seu invento para “bombardear as nuvens” e fazer chover, também teriam sido “desviados” e usados pelos alemães na construção de armas de guerra para bombardear noutro sentido, um sentido nada agrícola nem ecológico nem sustentável.

Depois de todas estas andanças, com encontros e desencontros, o Padre Himalaia, porque o sonho lhe comandava a vida, ainda se empenhou noutras aventuras. No entanto, doente, sem apoios pátrios e recursos financeiros, em finais de 1932, veio para junto do seu irmão Gaspar, também sacerdote e Pároco na vizinha paróquia da sua terra natal, em São Paio de Jolda, onde ainda se conservam alguns dos seus manuscritos. Finalmente, acabou por aceitar o lugar de capelão do Asilo de Velhos e Entrevados da Caridade, na cidade de Viana do Castelo. E se nasceu a 9 de dezembro de 1868, em dezembro faleceu, no dia 21 de 1933, aos 65 anos de idade. A fama já tinha passado, a sua morte não provocou notícia em que se tropeçasse, e se foi a sepultar no cemitério da sua terra natal, em Cendufe, não houve palmas nem flores da sua lusitana pátria.

Embora haja alguns estudos sobre ele, Jacinto Rodrigues, Professor da Universidade do Porto, publicou, em 1999, “A Conspiração Solar do Padre Himalaia”, um estudo atento que veio trazer ao de cima o talento deste homem, a importância dos seus inventos e aquela verdade que Cristo nos lembrou: um profeta só não é estimado na sua pátria. Um grupo de amigos – a Associação Padre Himalaya - continua a soprar as cinzas do esquecimento a que este cientista foi votado para que surja qual fénix renascida e seja reconhecido o seu génio e transmitida a sua obra. Há também um filme documentário de 2004, “A Utopia do Padre Himalaya”, do realizador Jorge António, baseado na obra de Jacinto Rodrigues. Na vila dos Arcos de Valdevez existe um monumento em sua homenagem da autoria do escultor José Rodrigues, e, na marginal urbana do Rio Vez, um busto, da autoria de Eduardo Tavares. No centenário do seu nascimento, houve comemorações a que presidiu o Arcebispo de Braga, Dom Francisco Maria da Silva, tendo-se inclusive deslocado ao cemitério de Cendufe onde também foi descerrado um busto do Padre Himalaia. São, de facto, os conterrâneos e amigos a bracejar para que este cientista e visionário itinerante não seja esquecido na história pátria. Também estou a dar o meu empurrãozinho para aguçar o apetite do leitor a que, pelo menos, abra a Wikipédia ou outras fontes à mão do teclado, pois irá gostar de ler.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 27-11-2020.

 

sábado, 28 de novembro de 2020

 

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

Domingo, 29 de novembro de 2020

 

I Domingo do Advento

  

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LITURGIA:

 

DOMINGO I DO ADVENTO

Roxo – Ofício próprio (Semana I do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Credo, pf. I do Advento.

Toma-se o Leccionário dominical do Ano B.

L 1 Is 63, 16b-17. 19b; 64, 2b-7: Sal 79 (80), 2ac e 3b. 15-16. 18-19
L 2 1 Cor 1, 3-9
Ev Mc 13, 33-37

* As Missas deste Tempo Litúrgico não têm Glória.
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Na Diocese da Angra – Aniversário da tomada de posse e entrada solene de D. João Evangelista Pimentel Lavrador.
* Na Arquidiocese de Évora – Ofertório para a Pastoral Diocesana.
* Na Companhia das Filhas da Caridade – Aniversário da fundação da Companhia das Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.

 

Missa

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 24, 1-3

Para Vós, Senhor, elevo a minha alma.
Meu Deus, em Vós confio.
Não seja confundido nem de mim escarneçam os inimigos.
Não serão confundidos os que esperam em Vós.


ORAÇÃO COLECTA
Despertai, Senhor, nos vossos fiéis
a vontade firme de se prepararem,
pela prática das boas obras,
para ir ao encontro de Cristo,
de modo que, chamados um dia à sua direita,
mereçam alcançar o reino dos Céus.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LITURGIA DA PALAVRA


LEITURA I Is 63, 16b-17.19b; 64, 2b-7
«Oh se rasgásseis os céus e descêsseis»




Leitura do Livro de Isaías


Vós, Senhor, sois nosso Pai e nosso Redentor, desde sempre, é o vosso nome. Porque nos deixais, Senhor, desviar dos vossos caminhos e endurecer o nosso coração, para que não Vos tema? Voltai, por amor dos vossos servos e das tribos da vossa herança. Oh se rasgásseis os céus e descêsseis! Ante a vossa face estremeceriam os montes! Mas vós descestes e perante a vossa face estremeceram os montes. Nunca os ouvidos escutaram, nem os olhos viram que um Deus, além de Vós, fizesse tanto em favor dos que n’Ele esperam. Vós saís ao encontro dos que praticam a justiça e recordam os vossos caminhos. Estais indignado contra nós, porque pecámos e há muito que somos rebeldes, mas seremos salvos. Éramos todos como um ser impuro, as nossas acções justas eram todas como veste imunda. Todos nós caímos como folhas secas, as nossas faltas nos levavam como o vento. Ninguém invocava o vosso nome, ninguém se levantava para se apoiar em Vós, porque nos tínheis escondido o vosso rosto e nos deixáveis à mercê das nossas faltas. Vós, porém, Senhor, sois nosso Pai e nós o barro de que sois o Oleiro; somos todos obra das vossas mãos.

 
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 79 (80), 2ac e 3b. 15-16.18-19 (R. 4)
Refrão: Senhor nosso Deus, fazei-nos voltar,
mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos.

Repete-se

Pastor de Israel, escutai,
Vós que estais sentado sobre os Querubins, aparecei.
Despertai o vosso poder
e vinde em nosso auxílio. Refrão

Deus dos Exércitos, vinde de novo,
olhai dos céus e vede, visitai esta vinha.
Protegei a cepa que a vossa mão direita plantou,
o rebento que fortalecestes para Vós. Refrão

Estendei a mão sobre o homem que escolhestes,
sobre o filho do homem que para Vós criastes;
e não mais nos apartaremos de Vós:
fazei-nos viver e invocaremos o vosso nome. Refrão


LEITURA II 1 Cor 1, 3-9
Esperamos a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo

 

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios

Irmãos: A graça e a paz vos sejam dadas da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Dou graças a Deus, em todo o tempo, a vosso respeito, pela graça divina que vos foi dada em Cristo Jesus. Porque fostes enriquecidos em tudo: em toda a palavra e em todo o conhecimento; e deste modo, tornou-se firme em vós o testemunho de Cristo. De facto, já não vos falta nenhum dom da graça, a vós que esperais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele vos tornará firmes até ao fim, para que sejais irrepreensíveis no dia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor.

Palavra do Senhor.

ALELUIA Salmo 84 (85), 8
Refrão: Aleluia. Repete-se
Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia
e dai-nos a vossa salvação. Refrão

EVANGELHO Mc 13, 33-37

«Vigiai, porque não sabeis quando virá o dono da casa»



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Acautelai-vos e vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento. Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, estes dons
que recebemos da vossa bondade
e fazei que os sagrados mistérios
que celebramos no tempo presente
sejam para nós penhor de salvação eterna.
Por Nosso Senhor.

Prefácio do Advento I


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 84, 13
O Senhor nos dará todos os bens
e a nossa terra produzirá o seu fruto.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei frutificar em nós, Senhor,
os mistérios que celebramos,
pelos quais, durante a nossa vida na terra,
nos ensinais a amar os bens do Céu
e a viver para os valores eternos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

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MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:


     1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 

     2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

 

     3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

LEITURA I Is 63, 16b-17.19b; 64, 2b-7: O Advento começa com um profundo suspiro de fé e de esperança dirigido ao Senhor, “nosso Pai”, “nosso Redentor”, semelhante aos que subiam da boca e do coração dos nossos antepassados na fé, os santos do Antigo Testamento, que viveram antes da vinda do Filho de Deus. Não vamos agora imaginar-nos nos tempos antes de Cristo; mas vamos criar em nós desejos profundos de que Ele, que já veio ao mundo e está no meio de nós, seja por nós reconhecido e acolhido como nosso Salvador, Ele que, de novo, há de vir e por quem


LEITURA II 1 Cor 1, 3-9: O Advento começa por ser o tempo litúrgico especialmente voltado para a última vinda do Senhor. É o tempo da expectativa, vivido na esperança, aguardando a aparição gloriosa do Senhor, que virá coroar o tempo da Igreja com a glória da sua ressurreição. É, portanto, para esta Igreja tempo de vigilância, para que o Dia do Senhor a encontre irrepreensível.

 

EVANGELHO Mc 13, 33-37: A vigilância, já apontada na leitura anterior, é agora inculcada, com todo o rigor, pelo próprio Senhor Jesus. Esta vida é como longa vigília, com os seus tempos sucessivos (as quatro vigílias da noite referidas no texto) aguardando o sol nascente – Cristo – que vem do alto, como todas as manhãs recordamos na Hora de Laudes. A solenidade do Natal, a que o Advento nos conduzirá, vem, em cada ano, antecipar simbolicamente aquela vinda gloriosa do Senhor no último dia, o dia que nos introduz na “vida do mundo que há de vir”.



AGENDA DO DIA

 

09.00 horas: Missal em Montalvão

09.30 horas: Missa em Amieira do Tejo

90.30 horas: Missa no Arneiro

10.30 horas: Missa em Arez

10.30 horas: Missa no Cacheiro

10.45 horas: Missa em Tolosa

11.30 horas Missa em Nisa

12.00 horas: Missa em Alpalhão

12.00 horas: Missa em Gáfete

*Este esquema de horário vai-se manter até que a gravidade da epidemia o justifique

 

AVISO:

Devido às novas medidas de combate à pandemia da covid-19, resultantes do Decreto Presidencial que prorroga por mais 15 dias o estado de emergência em Portugal, e, infelizmente, a elevação do Concelho de Nisa para o estado de "Risco Muito elevado", por se verificarem entre 480 e 960 casos por cada 100.000 habitantes, obriga a cada um de nós a consciencialização cívica para o rigoroso cumprimento das medidas que irão entrar em vigor a partir das 00h00 de 24 de novembro. Na sequência desta realidade, os serviços pastorais na zona pastoral de Nisa sofrem também alteração de horário nalgumas paróquias, principalmente, no que diz respeito às missas de tarde aos fins-de-semana.

 

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A VOZ DO PASTOR:

 

 

O PIRELIÓFORO DO PADRE HIMALAIA E O TIO SAM...

 

Porque já o fiz nesta semana, hoje vou fugir às temáticas habituais para falar dum cientista e inventor que nasceu em Cendufe, Arcos de Valdevez, Viana do Castelo. Chamava-se Manuel António Gomes. Sem recursos próprios e parcos apoios, se os craques da ciência em Portugal não abundavam, ele esteve na linha da frente da investigação científica da época, com reconhecimento da comunidade científica internacional pelas suas visões pioneiras e revolucionárias, como precursor dos atuais equipamentos fotovoltaicos, das energias renováveis, do desenvolvimento sustentável. E já lá vão mais de cem anos!...

Foi um dos sete filhos de uma família de pequenos agricultores de minifúndio em socalcos. Como não podia fugir à sina do tempo, do lugar e das suas circunstâncias existenciais, trabalhou no campo e fez os primeiros estudos na escola local, mais propriamente em Souto. Aos 15 anos, em 1882, ingressou no Seminário de Braga. Sendo de elevada altura, os seus colegas logo lhe tiraram as medidas e o alcunharam de Himalaia, e assim ficou conhecido até hoje. No Seminário, para além das temáticas letivas, a biblioteca, que havia sido recheada pelo Arcebispo de então, era o seu refúgio. Vivia apaixonado por saber o mais possível sobre as ciências naturais, os avanços tecnológicos, magicar e fazer experiências. Era ave rara!... Presumo que o seu abanar de asas produzisse forte ventania nos nervos dos formadores que não lhe terão feito a vida fácil. E vice-versa, pois amor com amor se paga, diz quem sabe!...

Chegou a Padre, foi ordenado em 26 de Julho de 1891. Aos 36 anos de idade, porém, o Padre Himalaia tornou-se uma celebridade badalado por esse mundo fora pelos seus inventos e artigos publicados nos principais jornais e revistas. Correu mundo, visitou algumas das principais universidades, laboratórios e instituições científicas do tempo. Contactou com professores de renome e com alguns dos principais cientistas. Frequentou universidades e tudo lhe interessava: matemática, química, medicina, botânica médica, técnicas de radiestesia, estruturas metálicas, unidades industriais de tecnologia avançada no domínio da metalomecânica e da fundição, fornos elétricos de altas temperaturas, fotometria, radiação solar e faíscas elétricas, temáticas relacionadas com a agricultura e a nutrição, a irrigação e barragens hidroelétricas. Interessou-se por explosivos, como a himalaíte, registou várias patentes, fez prospeção de minérios, dedicou-se à reciclagem no fabrico de fertilizantes derivados do aproveitamento de esgotos. Defendeu o naturismo e as medicinas naturais sobretudo à base da fitoterapia e da hidroterapia, desenvolveu o conceito de ecosofia, defendeu a saúde preventiva, uma espécie de "profilaxia social" à base do ser e não tanto do produzir e ter. Inventou, criou, ensinou, entrou em projetos nacionais e internacionais, apresentou numerosas comunicações, publicou trabalhos, desenvolveu teorias ecológicas, participou em múltiplos debates e proponha ideias inovadoras.

Membro da Academia das Ciências, apresentou comunicações sobre as mais diversas matérias, desde a agricultura, a economia e a política energética até às questões de sismologia e construção antissísmica. Defendia um plano de aproveitamento das energias renováveis com a construção de açudes, represas e albufeiras para irrigação e hidroeletricidade, apontava o lugar para a construção de centrais hidroelétricas, o uso futuro da energia das marés e da energia eólica e o aproveitamento da energia geotérmica dos geysers. O ordenamento do território e a florestação também lhe mereceram atenção. Em tempos de estiagem, chegou a propor o uso de canhões para provocar a chuva e fez experiências, mas, devido aos custos e não sei se também pelos resultados, o projeto ficou pelo caminho. Sempre motivado pelas inovações no campo da energia solar, esteve em Paris quando se preparava a Exposição Universal e se construía a Torre Eiffel, onde também procurava apoios para construir o seu principal invento a que deu o nome de Pyrheliophoro, do grego: pyr (fogo) + helios (sol) + phoros (portador) = o que traz o fogo do sol. “O engenho consistia, num espelho parabólico, com uma superfície refletora de 80 metros quadrados, formado por 6177 pequenos espelhos que refletiam a luz do Sol numa cápsula refratária, que funcionava como um recipiente, e onde se colocavam os materiais a fundir. O conjunto estava montado numa enorme armação em aço de 13 metros de altura, que acompanhava os movimentos do Sol mediante um mecanismo de relojoaria”.

Uma das versões do invento foi apresentada na Tapada da Ajuda, em Lisboa. Foi visitada pela fina flor da sociedade científica de Portugal, pouca, pelos vistos. O próprio rei e os espiões do fracasso, não do futuro, lá se apresentaram com olhos de lince a apreciar a geringonça solar já que a política nem sonhada era. A coisa, porém, não correu bem! E quem não era capaz de nada, não soube apreciar o alcance daquele embrião, logo o desvalorizou com tesouradas viperinas na casaca do seu angustiado autor. No entanto, se o aparelho encaprichou e não trouxe o fogo do sol, o homem não desistiu, bem haja por isso.

Em 1904 carrega com o invento para o Pavilhão Português na Exposição Universal de Saint-Louis, nos Estados Unidos. O aparelho logo se tornou o centro das atenções daquela feira mundial com cerca de 500 pavilhões e visitada por milhares de pessoas. Mais do que isso: mereceu o grande prémio e mais duas medalhas de ouro e uma de prata, com um diploma assinado pelo Presidente Theodore Roosevelt. A imprensa mundial destacou e elogiou o invento, alguns deram-lhe a primeira página. Aos interessados na compra, entre os quais haveria japoneses, Himalaia não quis vender o aparelho, mas também não o trouxe de regresso a casa. Talvez assolapados sob a capa de sérias e boas pessoas, também por lá se passeariam os amigos do alheio que, de dedo em riste, deram jus à frase de James Flagg na nova versão do tio Sam: “I Want You”, eu quero-te, eu quero você!... E foi-se, adeus geringonça!... Não sei se serão os descendentes dessa estirpe aqueles de quem o agora Presidente se queixa de o terem afastado do solário da Casa Branca, ahahahah!...

O pobre Padre regressou triste, nunca mais se dedicou à energia solar e ao Pirelióforo. É de prever que outros o tivessem feito... Li, e vá-se lá saber a verdade!, mas li que, depois da primeira Grande Guerra também correu (boato, com certeza!?), mas correu que os planos do seu invento para “bombardear as nuvens” e fazer chover, também teriam sido “desviados” e usados pelos alemães na construção de armas de guerra para bombardear noutro sentido, um sentido nada agrícola nem ecológico nem sustentável.

Depois de todas estas andanças, com encontros e desencontros, o Padre Himalaia, porque o sonho lhe comandava a vida, ainda se empenhou noutras aventuras. No entanto, doente, sem apoios pátrios e recursos financeiros, em finais de 1932, veio para junto do seu irmão Gaspar, também sacerdote e Pároco na vizinha paróquia da sua terra natal, em São Paio de Jolda, onde ainda se conservam alguns dos seus manuscritos. Finalmente, acabou por aceitar o lugar de capelão do Asilo de Velhos e Entrevados da Caridade, na cidade de Viana do Castelo. E se nasceu a 9 de dezembro de 1868, em dezembro faleceu, no dia 21 de 1933, aos 65 anos de idade. A fama já tinha passado, a sua morte não provocou notícia em que se tropeçasse, e se foi a sepultar no cemitério da sua terra natal, em Cendufe, não houve palmas nem flores da sua lusitana pátria.

Embora haja alguns estudos sobre ele, Jacinto Rodrigues, Professor da Universidade do Porto, publicou, em 1999, “A Conspiração Solar do Padre Himalaia”, um estudo atento que veio trazer ao de cima o talento deste homem, a importância dos seus inventos e aquela verdade que Cristo nos lembrou: um profeta só não é estimado na sua pátria. Um grupo de amigos – a Associação Padre Himalaya - continua a soprar as cinzas do esquecimento a que este cientista foi votado para que surja qual fénix renascida e seja reconhecido o seu génio e transmitida a sua obra. Há também um filme documentário de 2004, “A Utopia do Padre Himalaya”, do realizador Jorge António, baseado na obra de Jacinto Rodrigues. Na vila dos Arcos de Valdevez existe um monumento em sua homenagem da autoria do escultor José Rodrigues, e, na marginal urbana do Rio Vez, um busto, da autoria de Eduardo Tavares. No centenário do seu nascimento, houve comemorações a que presidiu o Arcebispo de Braga, Dom Francisco Maria da Silva, tendo-se inclusive deslocado ao cemitério de Cendufe onde também foi descerrado um busto do Padre Himalaia. São, de facto, os conterrâneos e amigos a bracejar para que este cientista e visionário itinerante não seja esquecido na história pátria. Também estou a dar o meu empurrãozinho para aguçar o apetite do leitor a que, pelo menos, abra a Wikipédia ou outras fontes à mão do teclado, pois irá gostar de ler.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 27-11-2020.