PARÓQUIAS DE NISA
Quinta, 01 outubro de 2020
XXVI semana do
tempo comum
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LITURGIA:
QUINTA-FEIRA
da semana XXVI
S.
Teresa do Menino Jesus, virgem e doutora da Igreja – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Job 19, 21-27; Sal 26 (27), 7-8. 9abd. 13-14
Ev Lc 10, 1-12
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – S. Teresa do Menino
Jesus, virgem e doutora da Igreja – FESTA
* No Instituto Missionário da Consolata – S. Teresa do Menino Jesus, Padroeira
Universal das Missões e do Instituto – FESTA
* Nos Missionários Combonianos do Coração de Jesus e nas Irmãs Missionárias
Combonianas – S. Teresa do Menino Jesus, Padroeira Universal das Missões –
FESTA
* Na Sociedade Missionária da Boa Nova – S. Teresa do Menino Jesus, Padroeira
Universal das Missões – FESTA
* Nas Dioceses de Cabo Verde – S. Teresa do Menino Jesus, Padroeira Universal
das Missões – FESTA
* Na Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei – I Vésp. dos Santos Anjos da Guarda.
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S.
TERESA DO MENINO JESUS, virgem e doutora da Igreja
Nota
Histórica:
Nasceu em Alençon (França) no ano
1873. Entrou ainda muito jovem no mosteiro das Carmelitas de Lisieux e
exercitou se de modo singular na humildade, simplicidade evangélica e confiança
em Deus, virtudes que também procurou inculcar especialmente nas noviças do seu
mosteiro. Morreu a 30 de Setembro de 1897, oferecendo a sua vida pela salvação
das almas e pela Igreja.
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Deut 32,
10-12
O Senhor protegeu-a e ensinou-a,
guardou-a como a menina dos seus olhos.
Como a águia, estendendo as asas,
o Senhor tomou-a a seu cuidado.
Só o Senhor a conduzia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita bondade, que abris as portas do vosso reino aos pequeninos e
humildes, fazei que sigamos confiadamente o caminho espiritual de Santa Teresa
do Menino Jesus, para que, por sua intercessão, cheguemos à revelação da vossa
glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is 66, 10-14c
«Farei correr para Jerusalém a paz como um rio»
Leitura do Livro
de Isaías
Alegrai-vos com Jerusalém, exultai com ela, todos vós que a amais. Com ela
enchei-vos de júbilo, todos vós que participastes no seu luto. Assim podereis
beber e saciar-vos com o leite das suas consolações, podereis deliciar-vos no
seio da sua magnificência. Porque assim fala o Senhor: «Farei correr para
Jerusalém a paz como um rio e a riqueza das nações como torrente transbordante.
Os seus meninos de peito serão levados ao colo e acariciados sobre os joelhos.
Como a mãe que anima o seu filho, também Eu vos confortarei: em Jerusalém
sereis consolados». Quando o virdes, alegrar-se-á o vosso coração e, como a
verdura, retomarão vigor os vossos membros. A mão do Senhor manifestar-se-á aos
seus servos.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 130 (131), 1.2 e 3
Refrão: Guardai-me na vossa paz, Senhor.
Senhor, não se eleva soberbo o meu coração,
nem se levantam altivos os meus olhos.
Não ambiciono riquezas,
nem coisas superiores a mim.
Antes fico sossegado e tranquilo,
como criança ao colo da mãe.
Espera, Israel, no Senhor,
agora e para sempre.
ALELUIA cf. Mt 11, 25
Refrão: Aleluia Repete-se
Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino. Refrão
EVANGELHO Mt 18, 1-5
«Vede bem: não desprezeis um só destes pequeninos»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquela hora, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe: «Quem é
o maior no reino dos Céus?». Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles
e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Se não vos converterdes e não vos tornardes
como as crianças, não entrareis no reino dos Céus. Quem for humilde como esta
criança, esse será o maior no reino dos Céus. E quem acolher em meu nome uma
criança como esta, acolhe-Me a Mim».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ao proclamarmos as maravilhas que realizastes em Santa Teresa do Menino Jesus,
humildemente Vos pedimos, Senhor, que aceiteis a oferta do nosso ministério,
como aceitastes os méritos da sua vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 18, 3
Se não vos tornardes como as crianças,
não entrareis no reino dos Céus, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que a comunhão deste divino sacramento acenda em nós o fogo da
caridade que levou Santa Teresa a consagrar-se inteiramente a Vós e a implorar
da vossa misericórdia a salvação de todos os homens. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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AGENDA
DO DIA
18.00 horas: Missa em
Nisa
21.00 horas: Nisa - Adoração
ao Santíssimo.
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A
VOZ DO PASTOR
OUTUBRO:
MÊS DAS MISSÕES
MENSAGEM
DE SUA SANTIDADE
O PAPA FRANCISCO
PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES DE 2020
[18
de outubro de 2020]
«Eis-me
aqui, envia-me» (Is 6, 8)
Queridos irmãos e irmãs!
Desejo manifestar a minha gratidão a Deus pelo empenho com
que, em outubro passado, foi vivido o Mês Missionário Extraordinário em toda a
Igreja. Estou convencido de que isso contribuiu para estimular a conversão
missionária em muitas comunidades pela senda indicada no tema «Batizados e
enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo».
Neste ano, marcado pelas tribulações e desafios causados
pela pandemia do covid-19, este caminho missionário de toda a Igreja continua à
luz da palavra que encontramos na narração da vocação do profeta Isaías: «Eis-me
aqui, envia-me» (Is 6, 8). É a resposta, sempre nova, à pergunta do
Senhor: «Quem enviarei?» (Ibid.). Esta chamada provém do coração de
Deus, da sua misericórdia, que interpela quer a Igreja quer a humanidade na
crise mundial atual. «À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos
surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de
estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas, ao mesmo tempo,
importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de
mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que,
falando a uma só voz, dizem angustiados “vamos perecer” (cf. Mc 4, 38),
assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual
por conta própria, mas só o conseguiremos juntos» (Francisco, Meditação na
Praça de São Pedro, 27/III/2020). Estamos verdadeiramente assustados,
desorientados e temerosos. O sofrimento e a morte fazem-nos experimentar a
nossa fragilidade humana; mas, ao mesmo tempo, todos nos reconhecemos
participantes dum forte desejo de vida e de libertação do mal. Neste contexto,
a chamada à missão, o convite a sair de si mesmo por amor de Deus e do próximo
aparece como oportunidade de partilha, serviço, intercessão. A missão que Deus
confia a cada um faz passar do «eu» medroso e fechado ao «eu» resoluto e
renovado pelo dom de si.
No sacrifício da cruz, onde se realiza a missão de Jesus
(cf. Jo 19, 28-30), Deus revela que o seu amor é por todos e cada um
(cf. Jo 19, 26-27). E pede-nos a nossa disponibilidade pessoal para ser
enviados, porque Ele é Amor em perene movimento de missão, sempre em saída de
Si mesmo para dar vida. Por amor dos homens, Deus Pai enviou o Filho Jesus (cf.
Jo 3, 16). Jesus é o Missionário do Pai: a sua Pessoa e a sua obra são,
inteiramente, obediência à vontade do Pai (cf. Jo 4, 34; 6, 38; 8,
12-30; Heb 10, 5-10). Por sua vez, Jesus – crucificado e ressuscitado
por nós –, no seu movimento de amor atrai-nos com o seu próprio Espírito, que
anima a Igreja, torna-nos discípulos de Cristo e envia-nos em missão ao mundo e
às nações.
«A missão, a “Igreja em saída” não é um programa, um intuito
concretizável por um esforço de vontade. É Cristo que faz sair a Igreja de si
mesma. Na missão de anunciar o Evangelho, moves-te porque o Espírito te impele
e conduz (Francisco, Sem Ele nada podemos fazer, 2019, 16-17). Deus é
sempre o primeiro a amar-nos e, com este amor, vem ao nosso encontro e chama-nos.
A nossa vocação pessoal provém do facto de sermos filhos e filhas de Deus na
Igreja, sua família, irmãos e irmãs naquela caridade que Jesus nos testemunhou.
Mas, todos têm uma dignidade humana fundada na vocação divina a ser filhos de
Deus, a tornar-se, no sacramento do Batismo e na liberdade da fé, aquilo que
são desde sempre no coração de Deus.
Já o facto de ter recebido gratuitamente a vida constitui um
convite implícito para entrar na dinâmica do dom de si mesmo: uma semente que,
nos batizados, ganhará forma madura como resposta de amor no matrimónio e na
virgindade pelo Reino de Deus. A vida humana nasce do amor de Deus, cresce no
amor e tende para o amor. Ninguém está excluído do amor de Deus e, no santo
sacrifício de seu Filho Jesus na cruz, Deus venceu o pecado e a morte (cf. Rom
8, 31-39). Para Deus, o mal – incluindo o próprio pecado – torna-se um desafio
para amar, e amar cada vez mais (cf. Mt 5, 38-48; Lc 23, 33-34).
Por isso, no Mistério Pascal, a misericórdia divina cura a ferida primordial da
humanidade e derrama-se sobre o universo inteiro. A Igreja, sacramento
universal do amor de Deus pelo mundo, prolonga na história a missão de Jesus e
envia-nos por toda a parte para que, através do nosso testemunho da fé e do
anúncio do Evangelho, Deus continue a manifestar o seu amor e possa tocar e
transformar corações, mentes, corpos, sociedades e culturas em todo o tempo e
lugar.
A missão é resposta, livre e consciente, à chamada de Deus.
Mas esta chamada só a podemos sentir, quando vivemos numa relação pessoal de
amor com Jesus vivo na sua Igreja. Perguntemo-nos: estamos prontos a acolher a
presença do Espírito Santo na nossa vida, a ouvir a chamada à missão quer no
caminho do matrimónio, quer no da virgindade consagrada ou do sacerdócio
ordenado e, em todo o caso, na vida comum de todos os dias? Estamos dispostos a
ser enviados para qualquer lugar a fim de testemunhar a nossa fé em Deus Pai
misericordioso, proclamar o Evangelho da salvação de Jesus Cristo, partilhar a
vida divina do Espírito Santo edificando a Igreja? Como Maria, a Mãe de Jesus,
estamos prontos a permanecer sem reservas ao serviço da vontade de Deus (cf. Lc
1, 38)? Esta disponibilidade interior é muito importante para se conseguir
responder a Deus: Eis-me aqui, Senhor, envia-me (cf. Is 6, 8). E isto
respondido não em abstrato, mas no hoje da Igreja e da história.
A compreensão daquilo que Deus nos está a dizer nestes
tempos de pandemia torna-se um desafio também para a missão da Igreja.
Desafia-nos a doença, a tribulação, o medo, o isolamento. Interpela-nos a
pobreza de quem morre sozinho, de quem está abandonado a si mesmo, de quem
perde o emprego e o salário, de quem não tem abrigo e comida. Obrigados à
distância física e a permanecer em casa, somos convidados a redescobrir que
precisamos das relações sociais e também da relação comunitária com Deus. Longe
de aumentar a desconfiança e a indiferença, esta condição deveria tornar-nos
mais atentos à nossa maneira de nos relacionarmos com os outros. E a oração, na
qual Deus toca e move o nosso coração, abre-nos às carências de amor, dignidade
e liberdade dos nossos irmãos, bem como ao cuidado por toda a criação. A
impossibilidade de nos reunirmos como Igreja para celebrar a Eucaristia fez-nos
partilhar a condição de muitas comunidades cristãs que não podem celebrar a
Missa todos os domingos. Neste contexto, é-nos dirigida novamente a pergunta de
Deus – «quem enviarei?» – e aguarda, de nós, uma resposta generosa e convicta:
«Eis-me aqui, envia-me» (Is 6, 8). Deus continua a procurar pessoas para
enviar ao mundo e às nações, a fim de testemunhar o seu amor, a sua salvação do
pecado e da morte, a sua libertação do mal (cf. Mt 9, 35-38; Lc
10, 1-11).
Celebrar o Dia Mundial das Missões significa também reiterar
que a oração, a reflexão e a ajuda material das vossas ofertas são
oportunidades para participar ativamente na missão de Jesus na sua Igreja. A
caridade manifestada nas coletas das celebrações litúrgicas do terceiro domingo
de outubro tem por objetivo sustentar o trabalho missionário, realizado em meu
nome pelas Obras Missionárias Pontifícias, que acodem às necessidades
espirituais e materiais dos povos e das Igrejas de todo o mundo para a salvação
de todos.
A Santíssima Virgem Maria, Estrela da Evangelização e
Consoladora dos Aflitos, discípula missionária do seu Filho Jesus, continue a
amparar-nos e a interceder por nós.
Roma, em São João de Latrão, na Solenidade de Pentecostes,
31 de maio de 2020.
Francisco
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UM
JOVEM MILITAR ANTE AS FRAQUEZAS DO PODER
Francisco
não deixou de lembrar este jovem militar na Exortação Cristo Vive. A sua
iconografia é inconfundível. Aparece amarrado a um
troco de árvore com o corpo ferido por setas. A forma de execução fez dele um tema recorrente de
pintores, escritores, escultores, de expressões artísticas de vária ordem. Quase não há igreja ou capela que não tenha a sua
imagem em arte popular ou mais sofisticada. Dá nome a pessoas, instituições,
terras, cidades, aldeias, ruas... É invocado contra as doenças contagiosas,
contra a fome e a guerra. É
São Sebastião, um dos jovens mais
celebrado. Três setas, uma
em pala e duas em aspa, e as três atadas por um fio, constituem as suas armas
ou insígnias. Vamos recordá-lo.
Uns
dizem que nasceu no sul de França. Outros, em Milão, nos fins do século III,
duma família nobre. O que é mais certo é que cresceu e foi educado em Milão,
sendo uma pessoa que se impunha pela sua figura e qualidades. Respeitado por
todos, foi também estimado pela nobreza. Seu pai era militar, ele quis seguir a
carreira do pai. De Milão, desloca-se
para Roma, onde grassavam as mais severas perseguições contra os cristãos. Alistado nas legiões do imperador, a sua
agradável presença, coragem e dedicação logo se fizeram notar, acabando por ser
nomeado comandante da guarda pessoal do imperador, a Guarda Pretoriana, cargo
que só se dava a pessoas de gabarito e de total confiança. Se a sua dedicação à
carreira militar merecia os maiores elogios dos seus companheiros e do próprio
imperador, também a sua fé e a coerência de vida, sem subserviências, sem
alardes nem falsidades, é digna de todos os aplausos e encómios. Como cidadão
do Império romano, na destacada posição e missão que lhe estava confiada, foi
grande na sua dedicação ao imperador e à pátria. Como cidadão do Reino de Deus,
foi jovem cristão de gema e garra, sempre fiel aos seus princípios e defensor
dos cidadãos desse Reino, terrivelmente perseguidos. Sempre que podia, lá
partia, com alegria e coragem, a visitar e ajudar os cristãos encarcerados, os
torturados, os mais fracos, os doentes, os necessitados, as vítimas do ódio. A
todos consolava e animava a permanecerem fortes e firmes na fé, até ao
martírio, em fidelidade a Cristo e ao seu Batismo.
De facto, desde que haja
consciência do que significa ser cristão, o bem fazer e a santidade são
possíveis em qualquer circunstância e situação, em qualquer trabalho ou cargo
de autoridade, em qualquer idade e vocação, em qualquer compromisso humano
desde que guiados por um coração sincero e convertido, sem medo nem cobardias.
E a sociedade precisa destes testemunhos!...
Denunciado
por um pide ou bufo do seu tempo, por um
governador romano que não apreciava este seu jeito de ser e estar, veio a
saborear o pão que o diabo amassou. Julgado sumariamente, foi acusado de traição. Forçado a renunciar ao cristianismo, permaneceu firme na fé apresentando os motivos
que o animavam a seguir a fé cristã e a socorrer os perseguidos. Contestando o
imperador, rogou-lhe que deixasse de perseguir os cristãos, garantindo-lhe que
não eram subversivos, não faziam mal a ninguém, não eram seus inimigos nem inimigos do Estado, antes pelo contrário. O
imperador, surdo no seu poder endeusado e de olhar vesgo por meros
preconceitos, não dá o braço a torcer. Enraivecido com a firmeza e os argumentos de Sebastião,
puxa pela sua importância de tirano, manda-o matar. Os soldados levaram-no,
despiram-no, amarraram-no a um tronco de árvore, fizeram dele um alvo para o
arremesso de flechas. Satisfeitos com obra tão miserável, abandonaram-no para
que sangrasse até a morte. Ao cair da noite, uma senhora chamada Irene,
com algumas amigas, foram recolher o corpo de Sebastião para o sepultarem.
Espantadas no inesperado, constataram que o ‘morto’ estava vivo.
Desamarraram-no, esconderam-no em casa de Irene, cuidaram-lhe das feridas. Já com algumas forças e a determinação de sempre, mas
ainda não completamente restabelecido, Sebastião, no seu zelo pela Igreja
perseguida, não teve paciência para esperar mais tempo. E eis que se apresenta, de novo e determinado, junto do imperador para defender os cristãos e para
lhe condenar a sua forma impiedosa e injusta com que os tratava. Mesmo à
distância, e fora desses apertos, bem poderemos nós imaginar o embate desse
momento!...
O imperador, boquiaberto e incrédulo pelo que via, ouviu e
engoliu a surpresa, mas voltou a reagir com os preconceitos e outras maleitas
aliadas às fraquezas do poder. E, de novo, repete a dose, reforçada. Ordena que seja torturado e espancado até à morte. E, para
impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos,
manda que seja lançado ao esgoto
público da cidade, o lugar mais imundo de Roma.
Faleceu a 20 de janeiro, pelo ano de
286, com cerca de trinta anos. Outros cristãos resgataram o seu corpo e sepultaram-no nas catacumbas, sob a Via Ápia.
Mais tarde, no ano de 680, as suas relíquias foram solenemente transportados
para uma Basílica em Roma.
A perseguição por
causa da fé continua hoje a não dar tréguas. Mais
de 300 milhões de fiéis sofrem a discriminação e
a perseguição religiosa. Um em
cada sete vive num país onde a perseguição é
uma realidade diária.
São expulsos, deslocados, discriminados,
torturados e mortos por professarem a sua fé em Jesus Cristo. Se, porém,
olharmos noutro sentido, constataremos também outra espécie de
martírio, de testemunho, de santidade, quer nas situações limite quer nas
rotinas diárias que a vida impõe no trabalho, na profissão, no estudo, na
vizinhança, na convivência social, na coerência da vida com a fé, na
honestidade em negócios e atividade, nas tarefas domésticas, nos pais que criam
e educam os seus filhos com amor e responsabilidade, nos doentes e idosos que
continuam a sorrir para a vida e a unir o seu sofrimento ao sofrimento de
Cristo pela salvação do mundo, na autoridade que serve honestamente, que
renuncia à corrupção e se empenha pelo bem comum....
Francisco
recorda-nos que "nos momentos difíceis da história" é costume
afirmar-se que "a pátria precisa de heróis”. Isso é verdade, diz ele. Mas
acrescenta que a Igreja, hoje, também precisa de heróis, isto é, precisa de
“testemunhas, de mártires". Precisa de testemunhas no quotidiano da vida
sejam quais forem as circunstâncias existenciais de cada um!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 25-09-2020.
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