PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 01 de agosto de 2018
Quarta da
XVII semana do tempo comum
Salt. I
Quarta-feira
da semana XVII
Tipo: Ferial - Tempo:
Ordinário
Jer
15, 10.16-21
Salmo
58 (59), 2-3.4-5a.10-11.17 (R. 17d)
Mt 13,44-46
Missa
Antífona
Os sábios resplandecerão como a luz
do firmamento
e os que ensinam à multidão os caminhos da justiça
brilharão como estrelas por toda a eternidade. (Dan 12, 3)
e os que ensinam à multidão os caminhos da justiça
brilharão como estrelas por toda a eternidade. (Dan 12, 3)
Oração
Colecta
Deus omnipotente e misericordioso,
que despertais continuamente na vossa Igreja novos exemplos de virtude, fazei
que, imitando Santo Afonso Maria de Ligório no seu zelo pela salvação das
almas, alcancemos com ele a recompensa celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo
Primeira
Leitura Jer 15,
10.16-21
«Porque
não tem fim a minha dor? Se quiseres voltar, estarás na minha presença»
Leitura do Livro de Jeremias
Como
sou infeliz, minha mãe! Porque me trouxestes ao mundo? Sou um homem contestado
e perseguido em toda a terra! Ninguém me deve e eu não devo nada a ninguém; e no
entanto sou amaldiçoado por todos. Quando apareciam as vossas palavras, Senhor,
eu tomava-as como alimento. A vossa palavra era o encanto e a alegria do meu coração,
porque sobre mim foi invocado o vosso nome, Senhor, Deus do Universo. Nunca me sentei
com os folgazões para me divertir; sob o peso da vossa mão sentei-me solitário,
porque a vossa indignação enchia a minha alma. Porque não tem fim a minha dor,
porque não tem cura a minha ferida? Vós sois para mim como o ribeiro enganador,
em cujas águas não se pode confiar. Então o Senhor falou-me, dizendo: «Se quiseres
voltar, Eu farei que voltes, para estares na minha presença. Se separares o metal das impurezas, tu serás como a minha
boca. São eles que virão ter contigo e não tu a ir ao seu encontro. Farei de ti
para este povo uma forte muralha de bronze: lutarão contra ti, mas não poderão
vencer-te, porque Eu estou contigo para te proteger e salvar. Eu te livrarei das
mãos dos malvados, Eu te salvarei do poder dos violentos.»
Palavra
do Senhor
.
Salmo
Responsorial Salmo
58 (59), 2-3.4-5a.10-11.17 (R. 17d)
Refrão: Sois
o meu refúgio, Senhor,
no dia da minha tribulação. Repete-se
no dia da minha tribulação. Repete-se
Meu Deus, livrai-me dos inimigos,
protegei-me contra os meus agressores.
Defendei-me dos que praticam a iniquidade,
salvai-me dos homens sanguinários. Refrão
Armam ciladas para me tirar a vida,
conspiram contra mim homens poderosos.
Senhor, em mim não há crime nem pecado,
sem culpa minha correm a atacar-me. Refrão
Senhor, minha força, é para Vós que eu me volto,
sois Vós, ó Deus, o meu refúgio.
A bondade do meu Deus venha em meu auxílio
e me faça ver a derrota dos meus inimigos. Refrão
Eu cantarei, Senhor, a força do vosso poder,
de manhã louvarei a vossa bondade,
porque sois a minha fortaleza,
o meu refúgio no dia da tribulação. Refrão
protegei-me contra os meus agressores.
Defendei-me dos que praticam a iniquidade,
salvai-me dos homens sanguinários. Refrão
Armam ciladas para me tirar a vida,
conspiram contra mim homens poderosos.
Senhor, em mim não há crime nem pecado,
sem culpa minha correm a atacar-me. Refrão
Senhor, minha força, é para Vós que eu me volto,
sois Vós, ó Deus, o meu refúgio.
A bondade do meu Deus venha em meu auxílio
e me faça ver a derrota dos meus inimigos. Refrão
Eu cantarei, Senhor, a força do vosso poder,
de manhã louvarei a vossa bondade,
porque sois a minha fortaleza,
o meu refúgio no dia da tribulação. Refrão
Aclamação
ao Evangelho
Jo 15, 15b
Jo 15, 15b
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eu chamo-vos amigos, diz o Senhor,
porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Refrão
porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Refrão
Evangelho
Mt 13, 44-46
«Vendeu
tudo quanto possuía para comprar aquele campo»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele
tempo, disse Jesus à multidão: «O reino dos Céus é semelhante a um tesouro
escondido num campo. O homem que o encontrou tornou a escondê-lo e ficou tão
contente que foi vender tudo quanto possuía e comprou aquele campo. O reino dos
Céus é semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar
uma de grande valor, foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola».
Palavra
da salvação.
Antífona da Comunhão (Lc 12,42)
Este é o servo fiel e prudente
que o Senhor pôs à frente da sua família,
para dar a seu tempo a cada um a sua medida de trigo.
que o Senhor pôs à frente da sua família,
para dar a seu tempo a cada um a sua medida de trigo.
Oração
depois da Comunhão
Senhor, que fizestes de Santo
Afonso Maria um fiel ministro e apóstolo deste grande sacramento, concedei-nos,
por sua intercessão, a graça de participar assiduamente nos santos mistérios
para cantarmos sem fim os vossos louvores. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo
«Ser
livre não será apenas libertar-se das próprias algemas, mas viver de uma
maneira que respeite e melhore a liberdade dos outros.»
Nelson Mandela
MÉTODO DE ORAÇÃO
BÍBLICA
3.Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURA:
- Jesus oferece aos discípulos duas
imagens que representam o Reino dos Céus: um tesouro que vale mais do que tudo
o que possui, e um comerciante de pedras preciosas capaz de reconhecer a mais
valiosa.
MEDITAÇÃO: - Saber que o Reino de Deus já está implantado
entre nós, é sinal do dom gratuito de Deus. Porém esta realidade também nos
chama a atenção para descobrirmos onde é que ele se está formando. É necessário
que aprendamos a acolhe-lo, a cuidar dele como ao maior tesouro da vida.
ORAÇÃO: - Senhor, ensina-nos a acolher a
semente do Reino, a velar por ele e pelo seu crescimento entre nós.
AGENDA
17.00 horas: Missa em Gáfete
18.00 horas: Missa em Tolosa
18.00 horas: Missa na Igreja do
Espírito Santo
A VOZ DO PASTOR
NÃO DIGAS QUE É
IMPOSSÍVEL
Dizemos que uma pessoa é responsável
quando orienta bem a sua vida ou cumpre com zelo e eficácia aquilo que lhe é confiado.
Falamos de corresponsabilidade quando a participação num trabalho ou numa
missão é da responsabilidade, não de um, mas de alguns ou de todos. E se há
muitas coisas de cujo êxito, ou menos êxito, somos corresponsáveis, a tarefa da
evangelização é uma delas. É da responsabilidade de todos os batizados, somos
corresponsáveis. E esta corresponsabilidade não se exerce colocando-se à janela
da vida a olhar quem passa. Ou a peneirar o que os outros fazem e dizem no
crivo da maledicência. Tampouco se exerce sendo um mero consumidor de coisas
tidas como boas e santas e, pensa-se, quantas mais melhor. A
corresponsabilidade implica envolvimento, compromisso, entusiasmo, ser capaz de
gerar empatia e de estimular, implica colocar os talentos ao serviço da comunidade.
A primeira ação de corresponsabilidade
que todo o batizado deve exercer é com a pessoa do Espírito Santo. A construção
da santidade acontece pela ação do Espírito Santo em nós. Ele cria-nos nos
segredos de Deus, faz nascer a fé nos nossos corações, derrama em nós o amor de
Deus, ensina-nos a rezar, dá-nos uma vida nova e faz-nos viver n’Ele, com Ele e
a partir d’Ele. Isto, porém, reclama a nossa resposta e colaboração. Deus nada
impõe, propõe, respeita a nossa liberdade. A liberdade, porém, não é fazer o
que muito bem entendo e quero ou me dá na real gana. É fazer o que devo, por
respeito a mim próprio e aos outros.
Em toda a Sua vida, Jesus foi
corresponsável, foi livre na obediência. Assumiu o projeto do Pai e ofereceu-Se
com total generosidade até ao fim, até tudo estar consumado. A Sua vontade era
fazer a vontade d’Aquele que o enviara e consumar toda a Sua obra. Sabia o que
tinha a fazer, promovia diligentemente a sua implementação, vivia em total
obediência ao Pai e em plena comunhão com Ele.
Maria também assumiu o dinamismo da
corresponsabilidade. Ela deu um “Sim” consistente e sempre renovado ao longo de
toda a sua vida, até ao alto do Calvário, até ao pé da Cruz. Faça-se em Mim
segundo a Sua Palavra, foi o Seu lema. Com determinação e confiança, lançou-Se
nessa aventura, ajudando a concretizar os projetos de Deus a respeito da
humanidade, mesmo quando não entendia bem o seu alcance e até lhe parecia que o
Seu Filho já não fechava bem a gaveta (Mc 3,20-21).
A própria Criação dá-nos um testemunho de
corresponsabilidade ímpar. Tudo foi gerado pelo Verbo de Deus. A complexidade
do Universo aponta os céus e canta as glórias do Senhor de forma ordenada e
bela, numa sinfonia incrível. Todas as coisas se movem em numerosas formas de
relação e de participação, cada uma segundo a sua natureza, todas elas a
viverem e a subsistirem numa harmonia verdadeiramente admirável, divina.
São Paulo usa a figura do corpo para
descrever a corresponsabilidade na Igreja. É o bom funcionamento de cada uma
das partes do corpo, cada uma no seu lugar, sem ciúmes ou inveja de qualquer
outra parte ou função, sem se julgar mais ou menos importante, é essa
corresponsabilidade funcional que dá harmonia e beleza ao corpo. Nenhuma parte
é secundária, dispensável ou inútil. Assim, a unidade bela da Igreja é
construída por toda a diversidade que a compõe: diferentes são os estilos e as
personalidades, os dons e os carismas, as capacidades e os níveis de
intervenção social, diferentes são a formação humana e académica, a língua, a
raça, a cultura, a atividade, a situação geográfica…
Como cristãos, somos, de uma forma mais
consciente e firme, corresponsáveis pela sorte de todos os outros, incluindo a
própria criação, a nossa casa comum, a começar pela família. A família é o
primeiro espaço que nos leva a reconhecer a beleza da unidade na diversidade.
Nela há a diversidade de pessoas, de idades e de talentos, de experiências e de
cultura, de direitos e de deveres, de afazeres e de gostos. Cada um sente-se
corresponsável pelo bem do todo que é a família, comunidade de vida e de amor a
caminho da santidade, espaço de entendimento e de enriquecimento mútuo, espaço
de alegria e de paz, no meio de alegrias e tristezas, de fracassos e êxitos.
Na comemoração do cinquentenário da
instituição do Sínodo dos Bispos, o Papa Francisco chamou a atenção para a
necessidade e a beleza de “caminhar juntos». O mundo, em que vivemos e que
somos chamados a amar e a servir “exige da Igreja o reforço das sinergias em
todas as áreas da sua missão”. Cada um de nós, os batizados, “independentemente
da própria função na Igreja e do grau de instrução da sua fé, é um sujeito
ativo de evangelização…». E é-o na política e na economia, na cultura e nas
ciências, nas artes e nos ofícios, nas escolas e nos serviços públicos, nas
empresas e na comunicação social, mo lazer e no desporto…
E afirmava Santo Atanásio, no século IV:
“Nada há mais frio do que um cristão que não se preocupa com a salvação dos
outros”. E continuava: “Se o fermento misturado à farinha não fizer levedar toda
a massa, terá sido verdadeiro fermento? E que se há de dizer dum perfume que
não espalhe a sua fragrância? Havemos de lhe chamar perfume? Não digas: Não sou
capaz de influenciar os outros. Se fores cristão verdadeiro, é impossível que o
não faças. Se é certo que não há contradição na natureza, também é certo o que
afirmamos: faz parte da natureza do cristão influir nos seus semelhantes. Não
injuries a Deus. Se disseres que o sol não é capaz de brilhar, afrontas o sol;
se disseres que um cristão não pode ser útil a ninguém, ofendes a Deus e
chamas-Lhe mentiroso. Ora mais fácil é o sol não aquecer nem brilhar do que um
cristão não irradiar a sua luz: mais fácil que isto seria transformar-se a luz
em trevas. Não digas que é impossível: o contrário é que é impossível. Não
injuries a Deus. Se fizermos bem o que está na nossa mão, tudo o mais de que
falamos se seguirá como consequência natural. A luz do cristão não pode ficar
escondida; uma lâmpada tão resplandecente não se pode ocultar”. E afirmava
Madre Teresa de Calcutá: “As mãos que ajudam são mais sagradas que os lábios
que rezam”. Ou: “A maior enfermidade é não ser ninguém para ninguém”.
Antonino Dias
Portalegre, 27-07-2018.