segunda-feira, 31 de agosto de 2020







PARÓQUIAS DE NISA






Terça-feira, 01 de setembro de 2020


















Terça da XXII semana do tempo comum












TERÇA-FEIRA da semana XXII
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha

L 1 1 Cor 2, 10b-16; Sal 144 (145), 8-9. 10-11. 12-13ab. 13cd-14
Ev Lc 4, 31-37


* Dia Mundial de Oração pela Criação (instituído pelo Papa Francisco em 2015).
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – S. Teresa Margarida Redi, virgem – MF e MO





MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 85, 3.5
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam.


ORAÇÃO COLECTA
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos pares) 1 Cor 2, 10b-16
«O homem natural não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus;
o homem espiritual julga todas as coisas»


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos: O Espírito Santo conhece todas as coisas, até o que há de mais profundo em Deus. Na verdade, quem sabe o que há no homem senão o espírito humano que nele se encontra? Assim também, ninguém conhece o que há em Deus, senão o Espírito de Deus. Nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que vem de Deus, para conhecermos os dons da graça de Deus. Para falarmos desses dons, não usamos a linguagem ensinada pela sabedoria humana, mas a linguagem que o Espírito de Deus nos ensina, exprimindo em termos espirituais as realidades espirituais. O homem natural não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois são loucura para ele. Não pode entendê-las, porque só podem ser julgadas com critério espiritual. Mas o homem espiritual julga todas as coisas, enquanto ele próprio não é julgado por ninguém. Na verdade, quem conheceu o pensamento do Senhor, para que O possa instruir? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo.
 
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 144 (145), 8-9.10-11.12-13ab.13cd-14 (R. 17a)
Refrão: O Senhor é justo em todos os seus caminhos. Repete-se

O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas. Refrão

Graças Vos dêem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos; Refrão

Para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações. Refrão

O Senhor é fiel à sua palavra
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor ampara os que vacilam
e levanta todos os oprimidos. Refrão


ALELUIA Lc 7, 16
Refrão: Aleluia Repete-se
Apareceu no meio de nós um grande profeta:
Deus visitou o seu povo. Refrão


EVANGELHO Lc 4, 31-37
«Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e ali ensinava aos sábados. Todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque falava com autoridade. Encontrava-se então na sinagoga um homem que tinha um espírito de demónio impuro, que bradou com voz forte: «Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus». Disse-lhe Jesus em tom severo: «Cala-te e sai desse homem». O demónio, depois de o ter arremessado para o meio dos presentes, saiu dele sem lhe fazer mal nenhum. Todos se encheram de assombro e diziam entre si: «Que palavra esta! Ordena com autoridade e poder aos espíritos impuros e eles saem!». E a fama de Jesus espalhava-se por todos os lugares da região.

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos
e realizai em nós, com o poder da vossa graça,
a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20
Como é grande, Senhor,
a vossa bondade para aqueles que Vos servem!


Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade
fortaleça os nossos corações
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor.







« Juntamente com o Espírito Santo, sempre está Maria no meio do povo. Ela reunia os discípulos para O invocarem (Act 1, 14), e assim tornou possível a explosão missionária que se deu no Pentecostes. Ela é a Mãe da Igreja evangelizadora e, sem Ela, não podemos compreender cabalmente o espírito da nova evangelização.»



Papa Francisco
A Alegria do Evangelho 284








ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra




LEITURAS :  1 Cor 2, 10b-16: Compreensão das coisas de Deus, só a pode ter quem tiver o Espírito de Deus; e não lhe bastam as luzes dos conhecimentos naturais, comuns a qualquer homem. Só o Espírito de Deus conhece as profundidades de Deus. O cristão será por isso guiado pelo Espírito de Deus, sob pena de não viver cristãmente a sua vida cristã.


Lc 4, 31-37: De Nazaré, Jesus desce até Cafarnaum, na beira do lago. Mais tarde será aí a sua cidade habitual. Ao sábado, lá está na celebração da Palavra na sinagoga e ensina o povo, que se encanta com as suas palavras e o seu poder revelado na cura do possesso. Palavras e ações, tudo são palavras da Palavra, que é o Verbo, o Filho de Deus, que o Pai envia ao mundo.









AGENDA DO DIA




09.00 horas: Funeral em Nisa
12.00 horas: Funeral em Tolosa







A VOZ DO PASTOR


UM JOVEM DA JOC - O PRIMEIRO SANTO ESCOTEIRO

Marcel Callo é mais um dos jovens citados no documento conclusivo do Sínodo que o Papa Francisco dirigiu aos jovens. Marcel foi alguém que se deu generosamente para deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrou. Nasceu em Rennes, França, a 6 de Dezembro de 1921, numa família católica de nove filhos. Foi acólito, ingressou no Escotismo. Este marcou para sempre a sua formação cristã. Por conselho do seu Assistente religioso, entrou na Juventude Operária Católica, na JOC. Aos 12 anos, tornou-se aprendiz numa gráfica, ficou a trabalhar como tipógrafo. Ajudado pelo grupo e fortalecido pela oração, pela dinâmica sacramental e por uma ação apostólica concebida segundo a metodologia daqueles Movimentos, testemunhou a sua fé no mundo do trabalho, permaneceu fiel à promessa de escoteiro, sabia orientar os azimutes do percurso existencial, a bússola dos ideais jamais o deixou perder o norte. Tinha a consciência de que é na Igreja que nos tornamos cristãos, é com a Igreja que poderemos ajudar a construir uma sociedade intelectualmente mais habitável. Amando a vida e gostando de viver, lutava contra as solicitações menos saudáveis, contra tudo quanto o pudesse tornar menos livre, tendo em Jesus o seu primeiro e grande Amigo a cuja amizade procurava corresponder. Por isso, apesar do sofrimento e das contrariedades que teve de suportar, viveu feliz, de bem com a vida, sabia em quem confiava, tudo fazia para que os outros pudessem fazer a experiência dessa amizade com Jesus. Até, na Quaresma, ia de porta em porta, com outros elementos da JOC, a convidar as pessoas para que celebrassem convenientemente a Páscoa de Jesus, a festa por excelência dos cristãos. Certo dia, a mãe perguntou-lhe se ele não teria vocação para o sacerdócio, como seu irmão mais velho. Ele respondeu: "Não me sinto chamado ao sacerdócio. Eu acho que faço mais coisas boas ao permanecer no mundo". Aos vinte anos apaixonou-se por uma jovem, fazendo do seu namoro um verdadeiro itinerário de fé. Rezavam juntos, participavam juntos na Eucaristia, respeitavam-se mutuamente, tencionavam casar-se no mesmo dia em que o seu irmão seria ordenado sacerdote.

Com o armistício de 1940, com a ocupação da França pela Alemanha nazi, Marcel foi inscrito no serviço de trabalho obrigatório. Se havia quem não estivesse de acordo e escolhesse a resistência, Marcel foi para a Alemanha: “Eu vou como missionário, para ajudar os outros a resistir”. Não esqueceu a sua cruz da promessa de escoteiro e o seu emblema da JOC. Associou-se a alguns amigos e ofereceram-se como 'missionários de estação de comboios', onde ajudaram muita gente a escapar para os territórios não ocupados. Não demorou em procurar uma comunidade cristã, onde pudesse participar na Eucaristia - a sua maior alegria!, ele mesmo se fez eucaristia!. Aí, traduzia em francês para os seus compatriotas, participava e organizava grupos de ação diversa em prol da comunidade, desde o futebol ao teatro, da liturgia aos doentes e necessitados.

Numa fábrica de armamento, na Alemanha, onde eram forçados a trabalhar onze horas por dia, com fome, frio e desconforto de toda a espécie, mesmo aí, Marcel encontrou espaço para agir. Sem se deixar abater, meteu mãos à obra, descobriu outros elementos da JOC e dos escoteiros, organizou grupos de ação. Procurou e encontrou, entre os deportados, um padre para celebrar a Eucaristia e confessar quem o desejasse. Sem receio, convida outros a participar nos atos religiosos, levando muitos à conversão, pela palavra e pelo testemunho. Em qualquer lugar que se encontrasse e fossem quais fossem as circunstâncias, Marcel mantinha sempre vivo o entusiasmo, a fé, a esperança e o amor a todos. A todos procura apaixonar por Jesus Cristo à boa maneira dos cristãos da primeira hora, sem nada que o fizesse desanimar. Todos os dias procurava novas formas de testemunhar Jesus e ajudar os outros. Assobiando a divisa dos escoteiros ou da JOC, esse era o sinal para que todos fizessem, cada um para si, uma pequena oração. Esta intensa atividade de Marcel caiu sob suspeita, até a correspondência com a sua noiva lhe era intercetada. Em 19 de Abril de 1944, com os seus amigos de luta, acabou por ser preso pela Gestapo, por ser "muito católico" e ativo. Da prisão, escreveu a seu irmão, recentemente ordenado sacerdote, dizendo-lhe: “Felizmente, há um amigo que não me deixa um momento e que sabe como me apoiar e me consolar. Com ele, os momentos mais dolorosos e perturbadores são superados. Nunca vou agradecer a Cristo o suficiente por me indicar o caminho que eu agora sigo”.

A 7 de outubro, um grupo de pessoas foi enviado para o campo de extermínio de Mauthausen, Marcel, passando pelo campo de Flossenbuerg, também. Esteve no subcampo de Gusen II, onde se construíam partes de aviões de combate em instalações subterrâneas. As péssimas condições destes lugares aliadas à brutalidade, à subnutrição e aos forçados trabalhos, trabalhos dificílimos pelo frio e a humidade, tornavam os prisioneiros presa fácil de gangrenas, diarreias, úlceras, tuberculose... Marcel adoeceu com tuberculose, em Janeiro de 1945. Na enfermaria, amontoavam-se aos cinco por cama. No último dia, Marcel caiu nas latrinas, regressou à enfermaria. Quem o levou nos braços testemunhou a expressão de felicidade do seu olhar moribundo. Tinha a aparência de um santo, um olhar de amigo sereno, um suave sorriso que a todos impressionava. Faleceu a 19 de março de 1945, com vinte e três anos de idade. Assumindo heroicamente a pesada cruz de cada dia, o seu testemunho de vida e a sua dedicação aos outros foram reconhecidas não só pelos cristãos da Alemanha, mas também pelos Bispos da Alemanha e Áustria.

Foi beatificado por São João Paulo II a 4 de Outubro de 1987. Foi o primeiro escoteiro no mundo a ser beatificado. Celebra-se a 19 de Abril. No processo de beatificação de Marcel, um prisioneiro que se converteu depois da guerra, declarou: "Se eu, não-crente, vi milhares de prisioneiros morrerem, e era atingido pelo olhar de Marcel, é porque havia algo extraordinário sobre ele: para mim era uma revelação: o seu olhar expressava uma profunda convicção que levava à felicidade. Era um ato de fé e esperança para uma vida melhor. Eu nunca vi em nenhum moribundo, e já vi milhares deles, um olhar como o dele: pela primeira vez diante de um deportado, vi uma marca que não era apenas o desespero".

Marcel, se nos lembra o horror dos campos de extermínio, faz-nos ter saudades daqueles Movimentos Apostólicos que apostavam fortemente na formação humana e cristã dos seus membros, que os preparavam para o compromisso eclesial e social, vivendo habitados por Cristo. Preparados e estimulados a meterem mãos à obra na transformação da sociedade, a todos ajudavam, a todos incentivavam ao bem, sem medo, com a valentia do Espírito.

Quanto bem podem fazer os Movimentos eclesiais se forem levados a sério!...

A determinação deste jovem leigo, se nasceu no seio duma família cristã, fortaleceu-se naqueles Movimentos que escolheu para se integrar e crescer, onde a formação era, de facto, uma prioridade para depois se atuar nos ambientes sociais e laborais. O seu testemunho interpela-nos, faz-nos pequeninos, envergonha-nos. Como refere o Papa Francisco, “muitos santos jovens têm feito brilhar os traços de idade juvenil em toda a sua beleza e, na sua época, foram verdadeiros profetas da mudança; o seu exemplo mostra de que são capazes os jovens quando se abrem ao encontro com Cristo” (CV49). 

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 14-08-2020.





domingo, 30 de agosto de 2020







PARÓQUIAS DE NISA






Segunda, 31 de agosto de 2020




















Segunda da XXII semana do tempo comum













SEGUNDA-FEIRA da semana XXII
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha

L 1 1 Cor 2, 1-5; Sal 118 (119), 97-98. 99-100. 101-102
Ev Lc 4, 16-30








MISSA



ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 85, 3.5
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam.


ORAÇÃO COLECTA
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos pares) 1 Cor 2, 1-5
«Anunciei-vos o mistério de Cristo crucificado»


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com sublimidade de linguagem ou de sabedoria a anunciar-vos o mistério de Deus. Pensei que, entre vós, não devia saber nada senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Apresentei-me diante de vós cheio de fraqueza e de temor e a tremer deveras. A minha palavra e a minha pregação não se basearam na linguagem convincente da sabedoria, mas na poderosa manifestação do Espírito Santo, para que a vossa fé não se fundasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 118 (119), 97-98.99-100.101-102 (R. 97a)
Refrão: Quanto amo, Senhor, a vossa lei.
Repete-se

Quanto amo, Senhor, a vossa lei!
Nela medito todo o dia.
Vós me fizestes mais sábio que meus inimigos,
porque tenho sempre comigo os vossos mandamentos. Refrão

Tornei-me mais sábio que todos os meus mestres,
porque medito sempre as vossas ordens.
Sou mais sensato que os anciãos,
porque observo os vossos preceitos. Refrão

Desviei os meus pés de todo o mau caminho,
a fim de guardar a vossa palavra.
Não me tenho afastado dos vossos juízos,
porque sois Vós quem me ensina. Refrão


ALELUIA cf. Lc 4, 18
Refrão: Aleluia Repete-se
O Espírito do Senhor está sobre Mim:
Ele me enviou a anunciar a boa nova aos pobres.
Refrão


EVANGELHO
Lc 4, 16-30
«Ele enviou-Me para anunciar a boa nova aos pobres...
Nenhum profeta é bem recebido na sua terra»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Jesus disse- lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum». E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia. Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho.

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos
e realizai em nós, com o poder da vossa graça,
a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20
Como é grande, Senhor,
a vossa bondade para aqueles que Vos servem!

Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade
fortaleça os nossos corações
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor. 



« A posse privada dos bens justifica-se para cuidar deles e aumentá-los de modo a servirem melhor o bem comum, pelo que a solidariedade deve ser vivida como a decisão de devolver ao pobre o que lhe corresponde»



Papa Francisco
A Alegria do Evangelho








ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra




LEITURAS :  1 Cor 2, 1-5: Os destinatários desta carta são cristãos de Corinto, cidade grega, e os gregos estavam habituados a ligar grande importância à eloquência humana. Mas não foi a força das palavras humanas que levou os Coríntios à fé, mas a força e o poder do Espírito de Deus. A fé não é a adesão a palavras humanas, mas a entrega a Deus em união com Jesus Cristo, que realizou a comunhão deles com o Pai ao dar a vida sobre a Cruz.


Lc 4, 16-30: Começamos hoje a ler, de maneira continua, o Evangelho de S. Lucas. O Senhor começa a pregação na sua terra, Nazaré, e numa celebração litúrgica do sábado. Podemos verificar aqui os elementos fundamentais dessa celebração, em uso já na Sinagoga: Leitura da Lei, depois dos Profetas, depois a homilia. Jesus apresenta-Se como Aquele que Deus ungiu com o seu Espírito e enviou a anunciar a boa nova. Infelizmente os seus conterrâneos não O souberam compreender!





AGENDA DO DIA










A VOZ DO PASTOR


UM JOVEM DA JOC - O PRIMEIRO SANTO ESCOTEIRO

Marcel Callo é mais um dos jovens citados no documento conclusivo do Sínodo que o Papa Francisco dirigiu aos jovens. Marcel foi alguém que se deu generosamente para deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrou. Nasceu em Rennes, França, a 6 de Dezembro de 1921, numa família católica de nove filhos. Foi acólito, ingressou no Escotismo. Este marcou para sempre a sua formação cristã. Por conselho do seu Assistente religioso, entrou na Juventude Operária Católica, na JOC. Aos 12 anos, tornou-se aprendiz numa gráfica, ficou a trabalhar como tipógrafo. Ajudado pelo grupo e fortalecido pela oração, pela dinâmica sacramental e por uma ação apostólica concebida segundo a metodologia daqueles Movimentos, testemunhou a sua fé no mundo do trabalho, permaneceu fiel à promessa de escoteiro, sabia orientar os azimutes do percurso existencial, a bússola dos ideais jamais o deixou perder o norte. Tinha a consciência de que é na Igreja que nos tornamos cristãos, é com a Igreja que poderemos ajudar a construir uma sociedade intelectualmente mais habitável. Amando a vida e gostando de viver, lutava contra as solicitações menos saudáveis, contra tudo quanto o pudesse tornar menos livre, tendo em Jesus o seu primeiro e grande Amigo a cuja amizade procurava corresponder. Por isso, apesar do sofrimento e das contrariedades que teve de suportar, viveu feliz, de bem com a vida, sabia em quem confiava, tudo fazia para que os outros pudessem fazer a experiência dessa amizade com Jesus. Até, na Quaresma, ia de porta em porta, com outros elementos da JOC, a convidar as pessoas para que celebrassem convenientemente a Páscoa de Jesus, a festa por excelência dos cristãos. Certo dia, a mãe perguntou-lhe se ele não teria vocação para o sacerdócio, como seu irmão mais velho. Ele respondeu: "Não me sinto chamado ao sacerdócio. Eu acho que faço mais coisas boas ao permanecer no mundo". Aos vinte anos apaixonou-se por uma jovem, fazendo do seu namoro um verdadeiro itinerário de fé. Rezavam juntos, participavam juntos na Eucaristia, respeitavam-se mutuamente, tencionavam casar-se no mesmo dia em que o seu irmão seria ordenado sacerdote.

Com o armistício de 1940, com a ocupação da França pela Alemanha nazi, Marcel foi inscrito no serviço de trabalho obrigatório. Se havia quem não estivesse de acordo e escolhesse a resistência, Marcel foi para a Alemanha: “Eu vou como missionário, para ajudar os outros a resistir”. Não esqueceu a sua cruz da promessa de escoteiro e o seu emblema da JOC. Associou-se a alguns amigos e ofereceram-se como 'missionários de estação de comboios', onde ajudaram muita gente a escapar para os territórios não ocupados. Não demorou em procurar uma comunidade cristã, onde pudesse participar na Eucaristia - a sua maior alegria!, ele mesmo se fez eucaristia!. Aí, traduzia em francês para os seus compatriotas, participava e organizava grupos de ação diversa em prol da comunidade, desde o futebol ao teatro, da liturgia aos doentes e necessitados.

Numa fábrica de armamento, na Alemanha, onde eram forçados a trabalhar onze horas por dia, com fome, frio e desconforto de toda a espécie, mesmo aí, Marcel encontrou espaço para agir. Sem se deixar abater, meteu mãos à obra, descobriu outros elementos da JOC e dos escoteiros, organizou grupos de ação. Procurou e encontrou, entre os deportados, um padre para celebrar a Eucaristia e confessar quem o desejasse. Sem receio, convida outros a participar nos atos religiosos, levando muitos à conversão, pela palavra e pelo testemunho. Em qualquer lugar que se encontrasse e fossem quais fossem as circunstâncias, Marcel mantinha sempre vivo o entusiasmo, a fé, a esperança e o amor a todos. A todos procura apaixonar por Jesus Cristo à boa maneira dos cristãos da primeira hora, sem nada que o fizesse desanimar. Todos os dias procurava novas formas de testemunhar Jesus e ajudar os outros. Assobiando a divisa dos escoteiros ou da JOC, esse era o sinal para que todos fizessem, cada um para si, uma pequena oração. Esta intensa atividade de Marcel caiu sob suspeita, até a correspondência com a sua noiva lhe era intercetada. Em 19 de Abril de 1944, com os seus amigos de luta, acabou por ser preso pela Gestapo, por ser "muito católico" e ativo. Da prisão, escreveu a seu irmão, recentemente ordenado sacerdote, dizendo-lhe: “Felizmente, há um amigo que não me deixa um momento e que sabe como me apoiar e me consolar. Com ele, os momentos mais dolorosos e perturbadores são superados. Nunca vou agradecer a Cristo o suficiente por me indicar o caminho que eu agora sigo”.

A 7 de outubro, um grupo de pessoas foi enviado para o campo de extermínio de Mauthausen, Marcel, passando pelo campo de Flossenbuerg, também. Esteve no subcampo de Gusen II, onde se construíam partes de aviões de combate em instalações subterrâneas. As péssimas condições destes lugares aliadas à brutalidade, à subnutrição e aos forçados trabalhos, trabalhos dificílimos pelo frio e a humidade, tornavam os prisioneiros presa fácil de gangrenas, diarreias, úlceras, tuberculose... Marcel adoeceu com tuberculose, em Janeiro de 1945. Na enfermaria, amontoavam-se aos cinco por cama. No último dia, Marcel caiu nas latrinas, regressou à enfermaria. Quem o levou nos braços testemunhou a expressão de felicidade do seu olhar moribundo. Tinha a aparência de um santo, um olhar de amigo sereno, um suave sorriso que a todos impressionava. Faleceu a 19 de março de 1945, com vinte e três anos de idade. Assumindo heroicamente a pesada cruz de cada dia, o seu testemunho de vida e a sua dedicação aos outros foram reconhecidas não só pelos cristãos da Alemanha, mas também pelos Bispos da Alemanha e Áustria.

Foi beatificado por São João Paulo II a 4 de Outubro de 1987. Foi o primeiro escoteiro no mundo a ser beatificado. Celebra-se a 19 de Abril. No processo de beatificação de Marcel, um prisioneiro que se converteu depois da guerra, declarou: "Se eu, não-crente, vi milhares de prisioneiros morrerem, e era atingido pelo olhar de Marcel, é porque havia algo extraordinário sobre ele: para mim era uma revelação: o seu olhar expressava uma profunda convicção que levava à felicidade. Era um ato de fé e esperança para uma vida melhor. Eu nunca vi em nenhum moribundo, e já vi milhares deles, um olhar como o dele: pela primeira vez diante de um deportado, vi uma marca que não era apenas o desespero".

Marcel, se nos lembra o horror dos campos de extermínio, faz-nos ter saudades daqueles Movimentos Apostólicos que apostavam fortemente na formação humana e cristã dos seus membros, que os preparavam para o compromisso eclesial e social, vivendo habitados por Cristo. Preparados e estimulados a meterem mãos à obra na transformação da sociedade, a todos ajudavam, a todos incentivavam ao bem, sem medo, com a valentia do Espírito.

Quanto bem podem fazer os Movimentos eclesiais se forem levados a sério!...

A determinação deste jovem leigo, se nasceu no seio duma família cristã, fortaleceu-se naqueles Movimentos que escolheu para se integrar e crescer, onde a formação era, de facto, uma prioridade para depois se atuar nos ambientes sociais e laborais. O seu testemunho interpela-nos, faz-nos pequeninos, envergonha-nos. Como refere o Papa Francisco, “muitos santos jovens têm feito brilhar os traços de idade juvenil em toda a sua beleza e, na sua época, foram verdadeiros profetas da mudança; o seu exemplo mostra de que são capazes os jovens quando se abrem ao encontro com Cristo” (CV49). 

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 14-08-2020.