PARÓQUIAS
DE NISA
Sexta,
01 de maio de 2020
Sexta-feira da III semana do tempo
de Páscoa
ALELUIA!
ALELUIA! ALELUIA!
CRISTO
RESSUSCITOU!
CELEBREMOS
SEXTA-FEIRA
da semana III
S. José Operário – MF
Branco – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória, pf. pascal.
L 1 Act 9, 1-20; Sal 116 (117), 1. 2
Ev Jo 6, 52-59
ou
L 1 Gen 1, 26 – 2, 3 ou Col 3, 14-15.17.23-24;
Sal 89 (90), 2.3-4.12-13. 14 e 16
Mt 13, 54-58 (próprio)
* Na Diocese de Beja – S. José Operário, Padroeiro principal – SOLENIDADE
* Na Diocese do Funchal – S. Tiago Menor, Padroeiro principal – SOLENIDADE
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos (Convento da Baixa da Banheira) – S. José Operário, Padroeiro da Casa e da Igreja – SOLENIDADE
* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus – S. Ricardo Pampuri, religioso – MO
* Nos Missionários Combonianos do Coração de Jesus – S. José Operário – FESTA
* Na Congregação das Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor – I Vésp. de Nossa Senhora, Mãe do Divino Pastor.
Branco – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória, pf. pascal.
L 1 Act 9, 1-20; Sal 116 (117), 1. 2
Ev Jo 6, 52-59
ou
L 1 Gen 1, 26 – 2, 3 ou Col 3, 14-15.17.23-24;
Sal 89 (90), 2.3-4.12-13. 14 e 16
Mt 13, 54-58 (próprio)
* Na Diocese de Beja – S. José Operário, Padroeiro principal – SOLENIDADE
* Na Diocese do Funchal – S. Tiago Menor, Padroeiro principal – SOLENIDADE
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos (Convento da Baixa da Banheira) – S. José Operário, Padroeiro da Casa e da Igreja – SOLENIDADE
* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus – S. Ricardo Pampuri, religioso – MO
* Nos Missionários Combonianos do Coração de Jesus – S. José Operário – FESTA
* Na Congregação das Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor – I Vésp. de Nossa Senhora, Mãe do Divino Pastor.
S. JOSÉ OPERÁRIO
Nota
Histórica:
O
primeiro de Maio, considerado hoje na Europa o dia da «Festa do trabalho», foi,
durante muitos anos, nos fins do século XIX e princípios do século XX, um dia
de reivindicações e mesmo de lutas violentas pela promoção da classe operária.
A Igreja que se mostrou sempre sensível aos problemas do mundo do trabalho, quis dar uma dimensão cristã a este dia. Nesse sentido, Pio XII, em 1955, colocava a «Festa do trabalho» sob a protecção de S. José, na certeza de que ninguém melhor do que este trabalhador poderia ensinar aos outros trabalhadores a dignidade sublime do trabalho.
Operário durante toda a sua vida, S. José teve como companheiro de trabalho, na oficina de Nazaré, o próprio Filho de Deus, Jesus Cristo. E foi, na verdade, Jesus que lhe ensinou que o trabalho nos associa ao Criador, dando-nos a possibilidade de aperfeiçoar a natureza, de acabar a criação divina. O trabalho é um serviço prestado aos irmãos. O trabalho é um meio de nos associarmos à obra redentora de Cristo. (Gaudium et Spes, 67).
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Salmo
127, 1-2
Feliz de ti que temes o Senhor e andas na sua lei:
comerás do trabalho das tuas mãos
e serás feliz em todos os teus caminhos. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus, criador do universo,
que estabelecestes a lei do trabalho para todos os homens,
concedei-nos que,
a exemplo de São José e com a sua protecção,
realizemos a obra que nos mandais
e recebamos o prémio que nos prometeis.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Gen 1, 26 – 2, 3
«Enchei e dominai a terra»
Leitura do Livro do Génesis
Feliz de ti que temes o Senhor e andas na sua lei:
comerás do trabalho das tuas mãos
e serás feliz em todos os teus caminhos. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus, criador do universo,
que estabelecestes a lei do trabalho para todos os homens,
concedei-nos que,
a exemplo de São José e com a sua protecção,
realizemos a obra que nos mandais
e recebamos o prémio que nos prometeis.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Gen 1, 26 – 2, 3
«Enchei e dominai a terra»
Leitura do Livro do Génesis
Disse Deus:
«Façamos o homem à nossa imagem e semelhança.
Domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu,
sobre os animais domésticos, sobre os animais selvagens
e sobre todos os répteis que rastejam pela terra».
Deus criou o ser humano à sua imagem,
criou-o à imagem de Deus.
Ele o criou homem e mulher.
Deus abençoou-os, dizendo:
«Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra.
Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu
e sobre todos os animais que se movem na terra».
Disse Deus:
«Dou-vos todas as plantas com semente
que existem em toda a superfície da terra,
assim como todas as árvores de fruto com semente,
para que vos sirvam de alimento.
E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu
e a todos os seres vivos que se movem na terra
dou as plantas verdes como alimento».
E assim sucedeu.
Deus viu tudo o que tinha feito: era tudo muito bom.
Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia.
Assim se completaram o céu e a terra
e tudo o que eles contêm.
Deus concluiu, no sétimo dia, a obra que fizera
e, no sétimo dia, descansou do trabalho que tinha realizado.
Deus abençoou e santificou o sétimo dia,
porque nele descansou de todo o trabalho da criação.
Palavra do Senhor.
Em vez da leitura precedente, pode utilizar-se a seguinte:
LEITURA I Col 3, 14-15.17.23-24
«Qualquer que seja o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade,
como quem serve ao Senhor e não aos homens»
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses
Irmãos:
Acima de tudo, revesti-vos da caridade,
que é o vínculo da perfeição.
Reine em vossos corações a paz de Cristo,
à qual fostes chamados para formar um só corpo.
Vivei em acção de graças.
Tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras,
seja tudo em nome do Senhor Jesus,
dando graças, por Ele, a Deus Pai.
Qualquer que seja o vosso trabalho,
fazei-o de boa vontade,
como quem serve ao Senhor e não aos homens,
certos de que recebereis como recompensa a herança do Senhor.
Servi a Cristo, que é o Senhor.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 89 (90), 2.3-4.12-13.14 e 16 (R. 17c)
Refrão: Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos.
Antes de se formarem as montanhas
e nascer a terra e o mundo,
desde toda a eternidade
Vós, Senhor, sois Deus.
Vós reduzis o homem ao pó da terra
e dizeis: «Voltai, filhos de Adão».
Mil anos a vossos olhos
são como o dia de ontem que passou
e como uma vigília da noite.
Ensinai-nos a contar os nossos dias,
para chegarmos à sabedoria do coração.
Voltai, Senhor! Até quando...
Tende piedade dos vossos servos.
Saciai-nos, desde a manhã, com a vossa bondade,
para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias.
Manifestai a vossa obra aos vossos servos
e aos seus filhos a vossa majestade.
ALELUIA Salmo 67 (68), 20
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bendito seja Deus em cada dia.
Vela por nós o Senhor, nosso Salvador. Refrão
EVANGELHO Mt 13, 54-58
«Não é Ele o filho do carpinteiro?»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
Jesus foi à sua terra
e começou a ensinar os que estavam na sinagoga,
de tal modo que ficavam admirados e diziam:
«De onde Lhe vem esta sabedoria
e este poder de fazer milagres?
Não é Ele o filho do carpinteiro?
A sua Mãe não se chama Maria
e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?
E as suas irmãs não vivem entre nós?
De onde Lhe vem tudo isto?».
E estavam escandalizados com Ele.
Mas Jesus disse-lhes:
«Um profeta só é desprezado na sua terra e em sua casa».
E por causa da falta de fé daquela gente,
Jesus não fez ali muitos milagres.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Deus, fonte de misericórdia,
olhai para os dons que Vos apresentamos na festa de São José
e fazei que estas oferendas alcancem a vossa protecção
para aqueles que Vos invocam.
Por Nosso Senhor.
Prefácio de S. José: p. 492
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Col 3, 17
Tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras,
fazei-o em nome do Senhor Jesus Cristo,
dando graças, por Ele, a Deus Pai. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão do Céu,
ouvi as nossas súplicas
e fazei que, à imitação de São José,
levemos sempre em nossos corações o testemunho do vosso amor
e gozemos eternamente da verdadeira paz.
Por Nosso Senhor.
_______________________________________
Missa
da féria:
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Ap 5, 12
O Cordeiro que foi imolado
é digno de receber o poder e a riqueza,
a sabedoria, a honra e o louvor. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus todo-poderoso, que nos destes a conhecer o alegre anúncio da ressurreição do Senhor, fazei-nos ressuscitar para uma vida nova pelo poder do Espírito Santo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 9, 1-20
«É o instrumento escolhido por Mim,
para levar o meu nome ao conhecimento dos povos»
eitura dos Actos dos Apóstolos
O Cordeiro que foi imolado
é digno de receber o poder e a riqueza,
a sabedoria, a honra e o louvor. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus todo-poderoso, que nos destes a conhecer o alegre anúncio da ressurreição do Senhor, fazei-nos ressuscitar para uma vida nova pelo poder do Espírito Santo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 9, 1-20
«É o instrumento escolhido por Mim,
para levar o meu nome ao conhecimento dos povos»
eitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias, Saulo, respirando ainda ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, foi ter com o sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de trazer algemados para Jerusalém quantos seguissem a nova religião, tanto homens como mulheres. Na viagem, quando estava já próximo de Damasco, viu-se de repente envolvido numa luz intensa vinda do Céu. Caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia: «Saulo, Saulo, porque Me persegues?». Ele perguntou: «Quem és Tu, Senhor?». O Senhor respondeu: «Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Mas levanta-te, entra na cidade e aí te dirão o que deves fazer». Os companheiros de viagem de Saulo tinham parado emudecidos; ouviam a voz, mas não viam ninguém. Saulo levantou-se do chão, mas, embora tivesse os olhos abertos, nada via. Levaram-no pela mão e introduziram-no em Damasco. Ficou três dias sem vista e sem comer nem beber. Vivia em Damasco um discípulo chamado Ananias e o Senhor chamou-o numa visão: «Ananias». Ele respondeu: «Eis-me aqui, Senhor». O Senhor continuou: «Levanta-te e vai à rua chamada Direita procurar, em casa de Judas, um homem de Tarso, chamado Saulo, que está a orar». – Entretanto, Saulo teve uma visão, em que um homem chamado Ananias entrava e impunha-lhe as mãos, para que recuperasse a vista. Ananias respondeu: «Senhor, tenho ouvido contar a muitas pessoas todo o mal que esse homem fez aos teus fiéis em Jerusalém; e agora está aqui com plenos poderes dos príncipes dos sacerdotes para prender todos os que invocam o teu nome». O Senhor disse-lhe: «Vai, porque esse homem é o instrumento escolhido por Mim, para levar o meu nome ao conhecimento dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel. Eu mesmo lhe mostrarei quanto ele tem de sofrer pelo meu nome». Então Ananias partiu, entrou na casa, impôs as mãos a Saulo e disse-lhe: «Saulo, meu irmão, quem me envia é o Senhor, – esse Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas – a fim de recuperares a vista e ficares cheio do Espírito Santo». Imediatamente lhe caíram dos olhos uma espécie de escamas e recuperou a vista. Depois levantou-se, recebeu o batismo e, tendo tomado alimento, readquiriu as forças. Saulo passou alguns dias com os discípulos de Damasco e começou logo a proclamar nas sinagogas que Jesus era o Filho de Deus.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 116 (117), 1.2
(R. Mc 16, 15 ou Aleluia)
Refrão: Ide por todo o mundo
e anunciai a boa nova. Repete-se
Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos. Refrão
É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre. Refrão
ALELUIA Jo 6, 56
Refrão: Aleluia. Repete-se
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim e Eu nele, diz o Senhor. Refrão
EVANGELHO Jo 6, 52-59
«A minha carne é verdadeira comida
e o meu sangue é verdadeira bebida»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, os judeus discutiam entre si: «Como pode Jesus dar-nos a sua carne a comer?». Então Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia. A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como o dos vossos pais, que o comeram e morreram: quem comer deste pão viverá eternamente». Assim falou Jesus, ao ensinar numa sinagoga, em Cafarnaum.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, estes dons que Vos oferecemos como sacri¬fício espiritual, e fazei de nós mesmos uma oblação eterna para vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio pascal
ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Cristo crucificado
ressuscitou dos mortos para nos salvar. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Depois de recebermos estes dons sagrados, humildemente Vos pedimos, Senhor: o sacramento que o vosso Filho nos mandou celebrar em sua memória, aumente sempre a nossa caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
«A justiça considera o próximo como um outro; a
caridade cristã o percebe como um outro eu, identifica-se com seus sofrimentos
e alegrias».
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS I:
Actos 9, 1-20: A conversão de S.
Paulo é acontecimento muito grande na história da Igreja. Paulo, depois de
convertido, vai ser o portador do Evangelho ao meio dos pagãos. A aparição de
Jesus ressuscitado a Paulo vem bastante tempo depois das aparições aos outros
Apóstolos, as quais se deram nos primeiros 40 dias depois da morte do Senhor,
mas nem por isso foi menos autêntica e menos empenhativa para aquele que a
mereceu ter.
Jo 6, 52-59: Jesus é a Palavra de Deus, a
Palavra que o Pai envia aos homens, para Se lhes revelar. Mas, feito homem, Ele
é ainda, pela sua natureza humana, na sua Carne e Sangue, a vítima oferecida em
Sacrifício ao Pai em vez e em favor dos homens. Por isso, a sua Palavra
escuta-se para n’Ele se crer, e a sua Carne e Sangue são alimento da refeição sacrificial
da Eucaristia, para se participar no seu sacrifício pascal.
AGENDA DO DIA
12.00 horas: Oração em rede pedindo a erradicação da
epidemia covid – 19.
18.00 horas: Missa paroquial transmitida por internet.
MAIO, MÊS DE MARIA
Terço diário
É um costume muito louvável de rezar o terço
todos os dias. Sabemos todos as graças que recebemos por tão bela devoção.
Desde há muito que o povo cristão se habituou a rezar o terço comunitariamente
na Igreja durante o mês de maio. Neste ano, devido ao covid-19, e por velarmos
pela saúde de todos, não nos reunimos no ambiente apropriado que é a Igreja
paroquial. Esperamos que, num dia muito em breve, o possamos realizar com toda
a segurança. Entretanto Deus quer que valorizemos o ambiente familiar para que,
como igreja doméstica que somos, a santifiquemos pela a proteção de Nossa
Senhora, rezando diariamente o terço.
Para facilitar, apresentaremos diariamente ume
meditação sobre os mistérios do terço. Pensamos que poderá facilitar na oração
pessoal e familiar.
_____________________
DIA
1
MISTÉRIOS
DOLOROSOS
INTRODUÇÃO:
Como
Igreja, dedicamos o mês de maio a Nossa Senhora e, neste primeiro dia,
celebramos também S. José operário, padroeiro dos trabalhadores e das famílias.
O Papa Francisco, na exortação apostólica “Alegrai-vos e exultai”, lembra-nos
como todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio
testemunho nas ocupações de cada dia. Para ser santo não é necessário ser
sacerdote, religiosa ou religioso. Normalmente, somos tentados a pensar que a
santidade é apenas para aqueles que têm possibilidade de fugir das ocupações
comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim (Cf. nº 14). Rezemos
hoje este terço, pedindo à Sagrada Família que ajude todos os trabalhadores e
famílias, especialmente os que passam maiores dificuldades, a viver em
profundidade.
PRIMEIRO MISTÉRIO:
ORAÇÃO E AGONIA NO JARDIM DAS
OLIVEIRAS
“Cheio
de angústia, pôs-se a orar mais instantemente, e o suor tornou-se-lhe como
grossas gotas de sangue, que caíam na terra” (Lc 22, 44). Muitas famílias vivem
verdadeiramente em angústia por lhes faltar o essencial para viver bem cada
dia. Confiemos à Sagrada Família todos estes e desejemos verdadeiramente ajudar
quem mais precisa e vive ao nosso lado.
SEGUNDO
MISTÉRIO:
FLAGELAÇÃO DE
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
“Pilatos,
desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás; e, depois de mandar
flagelar Jesus, entregou-o para ser crucificado” (Mc 15, 15). Tantas vezes
queremos agradar e ficar bem na fotografia, no trabalho, na escola, nas redes
sociais. Peçamos para que ninguém se afunde na obscura mediocridade,
pretendendo apenas uma vida cómoda, pois, “quem quiser salvar a sua vida, vai
perdê-la” (Mt 16, 25).
TERCEIRO
MISTÉRIO:
A COROAÇÃO DE
ESPINHOS
“Tecendo
uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e uma cana na mão direita. (...)
E, cuspindo-lhe no rosto, agarravam na cana e batiam-lhe na cabeça” (Mt 27,
29-30). O tráfico de pessoas é o segundo maior negócio do mundo; a pornografia
é o maior negócio da internet. Milhões de pessoas vivem feridas na sua
dignidade, talvez por não terem outra forma de sobreviver. Rezemos por todos
eles.
QUARTO MISTÉRIO:
JESUS A CAMINHO
DO CALVÁRIO E O ENCONTRO COM SUA MÃE
“Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e
umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele” (Lc 23, 27). Tantas
mães e pais de família veem a vida dos seus filhos ser destruída por más
escolhas, pela droga, pelo álcool, pela falta de sentido, pelo desemprego…
Rezemos com Maria e José pelos pais que mais sofrem pelas vidas dos seus
filhos.
QUINTO MISTÉRIO:
CRUCIFIXÃO E
MORTE DE JESUS
“Quando
chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um
à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem
o que fazem»” (Lc 23, 33-34). Só através do perdão se pode restituir a paz no
mundo e à nossa volta. Como Jesus, peçamos ao Senhor o perdão para todas as
famílias e trabalhadores, especialmente para os mais desunidos e injustiçados.
ORAÇÃO:
Ensina-nos,
José:
- Como se é “não protagonista”;
- Como se avança, sem pisar;
- Como se colabora, sem impor; Como se
ama, sem exigir.
Diz-nos,
José:
- Como se vive, sendo “número dois”;
- Como se fazem coisas importantes,
desde do segundo lugar.
Explica-nos,
José:
- Como se é grande, sem se exibir;
- Como se luta, sem aplauso;
- Como se avança, sem publicidade;
- Como se persevera e se morre,
- Sem esperar homenagem.
A VOZ DO PASTOR
I.
O RUIDO DAS LIBERDADES DE ABRIL
A
consciência da liberdade e da dignidade do homem, de mão dada com a afirmação
dos direitos inalienáveis da pessoa e dos povos, é uma das características
predominantes do nosso tempo. Antes do cristianismo era impensável, mesmo que
agora ainda se possa fomentar de modo errado! A comunicação que Deus fez de si
mesmo aos homens tornou Jesus Cristo o acontecimento da História de maior
relevância para a Humanidade, ao ponto de dividir a História no antes e no
depois de Cristo. Inverteu os valores, fez resplandecer a dignidade pessoal de
cada individuo, deu aso à formulação dos direitos humanos mesmo que ainda muito
espezinhados. “No mundo pré-cristão, procuraríamos em vão semelhante visão do
Homem: nem Platão, que fala de forma sublime do eros, nem nos tratados de
Aristóteles e de Cícero sobre a amizade, nem nos escritos dos estoicos se
poderá encontrar qualquer atenção à pessoa humana, à qual só se dará fundamento
a partir da revelação cristã” (Hans Urs von Balthasar).
Jesus,
figura dominante da História, veio dar-lhe o seu significado autêntico, a sua
direção permanente e definitiva. Não com armas e opressão, mas comprometendo-se
com a sorte do homem, em amor e misericórdia. Ateus, crentes, filósofos,
escritores, artistas, pessoas de todas as áreas do saber, do poder e do saber
fazer, ninguém, ninguém ficou nem fica indiferente perante o que Ele disse e
fez, perante o encanto da sua pessoa e da sua doação até ao extremo. Assim
aconteceu com todos quantos se cruzaram com Ele ao longo da sua vida terrena e
depois da sua Ressurreição, o Grande Dia para toda a Humanidade, a Páscoa. Sim,
o Grande Dia, acredite-se ou não! À volta da sua pessoa, ontem e hoje, quantos
encontros e desencontros, quanta alegria e entusiasmo, quantas certezas e
dúvidas, quantas inquietações e esperanças, quantos, quantos amores apaixonados
até ao martírio, quanta vida, quanto testemunho, quanto bem fazer, quantas
expressões extraordinárias de arte e beleza em todas as áreas da atividade
humana. No entanto, como perante Ele ninguém fica indiferente, também houve e
há rejeições. E quantas delas por mera ignorância ou preconceitos como aquele
que chegou ao ponto de mandar gravar uma cruz na sola dos sapatos para O
espezinhar continuamente. Quanta mentira
ou iniciativa para O desmitificar, quantas banalizações e ofensas, quantas
apropriações indevidas até para fazer guerras, quantas perseguições, quantos
escritos para negar a sua divindade. “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que
fazem!”, rezou Cristo na Cruz (Lc 23,34).
Aquele
“Tudo está consumado” dito por Jesus no alto do Calvário, não foi uma
declaração conformada com o fim de tudo. Não foi uma humilhante rendição porque
tudo fracassara. Não, não foi um cruzar de braços perante uma derrota. Foi um
vigoroso Sim à vitória da vida sobre a morte, um Sim para restituir ao homem a
dignidade perdida e indicar a toda a Humanidade o caminho da Liberdade, da
Dignidade e do viver com sentido e esperança. Jesus falou e continua a falar
com a simplicidade da sua vida, com a sua humanidade, com a sua obediência ao
Pai, com a sua coerência, com a sua fidelidade à verdade e com o seu amor a
toda a gente, sem fazer aceção de pessoas, dando prioridade aos que sofrem e
aos esquecidos à margem da vida. Foi n’Ele e por Ele que o homem adquiriu plena
consciência do sentido da sua vida, da sua dignidade e do valor transcendente
da própria humanidade.
Cada
país tem o seu Dia Nacional, o qual, infelizmente, nem sempre é o dia da
conquista da liberdade, dentro daquela Liberdade e Dignidade de filhos de Deus.
Por paradoxal que pareça, esses dias nacionais vão-se sucedendo uns aos outros,
tal como aquelas afirmações que são tão verdade enquanto não vem outro e diz o
contrário. Parece que cada tempo tem de ter forçosamente os seus heróis.
Mudam-se os tempos mudam-se as vontades, sobretudo quando os que governam se
esquecem da sua verdadeira missão ao serviço do povo. O último acontecimento
mais digno de registo ou tido como revolucionário, para o bem ou para o mal, é
sempre o único, o mais nobre e o mais importante para quem o levou acabo, mesmo
que o seja para desgraça de um povo. E sempre há gente que está com quem está,
quer quando o regime se apoia na razão da força, quer quando se pauta pela
força da razão. O virar da casaca é imediato, num esfregar de olhos. A subserviência
aos da nova situação é tal que nunca os deixa livres para avaliarem qualquer
dos sistemas. E como a fama é um objetivo apetecível, há quem, dentro da
façanha revolucionária, não passando de um mero e suplente apanha bolas devido
às circunstâncias do momento e das quais porventura não conseguiu fugir, há
quem não se canse de gritar ao mundo a fazer crer que foi um grande craque no
relvado, um herói indispensável na hora da mudança e a merecer lugar de sócio
correspondente e de número na academia da história pátria, quiçá, um cantinho
no panteão! Ai estes bípedes humanos que engraçados que somos!...
E
assim, uns, como é o nosso caso, festejam com alegria o dia em que a liberdade
foi conquistada e se instalou a democracia e os direitos de cidadania. Há
festa, vestem-se os fatos de domingar e calçam-se os sapatos de ir à missa,
como soe dizer-se, para se entrar no Salão Nobre da República onde os
representantes do povo têm a sua cátedra de diagnóstico das maleitas e do
receituário para as doenças do Nação. Há discursos empolgados com esticadas
reflexões, há palmas e aplausos. E bem, é preciso comemorar e fazer festa. Há
conquistas inesquecíveis a merecer festa em qualquer tempo e a qualquer
pretexto, com terno e gravata. A ferir a história dos povos, idênticas
manifestações também fazem as ditaduras, com desfiles militares a quererem
assustar o mundo, discursos empolgados a olhar para o umbigo, aplausos e palmas
a aquecer as mãos e a atordoar os ouvidos. Os demagogos encontram aí uma grande
ocasião para espraiarem o seu ego por entre discursos inflamados a ecoar por
mundo fora. O povo, esse, e conforme os casos, ou se manifesta livremente na
alegria e gratidão de ter a liberdade, ou na obrigação de fingir e repudiar a
tristeza que lhe vai na alma. Nas próprias escolas, a história última que se
estuda, é sempre a história feita pelos últimos vencedores, por aqueles que se
encontram ao leme dos países, quer seja a construída pelos que conquistaram a
liberdade, quer seja a feita pelos que a esconjuraram. Para uns e outros,
importa denegrir o passado como nada tendo de bom, e empolgar o presente como
maravilha sem igual. Mas isto também acontece, em democracia, dentro dos
partidos que se alternem no poder. Nenhum consegue viver sem denegrir o do
turno anterior para que possa engrandecer o que ele agora está a fazer. A
história humana, que é cíclica, lá se vai desenvolvendo por entre tais enredos,
tantas vezes com a humilhação do povo, do qual, quem manda, se julga dono e
senhor, esquecendo que o seu poder é um poder delegado pelo próprio povo, em
nome de Deus. E disse Pilatos a Jesus: “Não sabes que tenho autoridade para Te
soltar e autoridade para Te crucificar?” Jesus respondeu: “Não terias nenhuma
autoridade sobre Mim se ela não te fosse dada do alto” (Jo 19,10-11).
Portugal,
nos últimos tempos, saboreou ambos os momentos. Quem agora se apresenta como
presa fácil às garras desse traste que é o covid-19, sabe apreciar bem a
diferença. Muita gente festejou - ou suportou ver festejar! -, com gosto ou sem
gosto, contrariado ou por obrigação, o 28 de maio. Mesmo que o Dia da
Restauração e o da República estejam dormentes nos braços de Morfeu, festejemos
o 25 de abril, que, neste ano, já deu água pela barba àqueles que, quando
falaram sobre os festejos, de tal modo falaram que até as andorinhas
suspenderam o voar e as árvores se torceram para os escutar. Mas não gostaram,
o efeito foi fraco e era escusado! Esperemos que o povo, que sabe rir dessas
horas menos boas dos seus Servidores, não deixe de viver, com gosto e ao seu
jeito, e como melhor o conseguir fazer, esse Dia Nacional que a todos nos
orgulha e enobrece o país.
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 24-04-2020.
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II.
Semana das Vocações
LANÇAR AS REDES PARA ALÉM DO AQUÁRIO
Estamos a viver a semana de oração e ação em prol da cultura vocacional,
cuja solicitude no terreno sempre reclama um “salto de qualidade”. Falamos
daquela dimensão da vida que procura responder à busca de sentido, que
estrutura e dá uma nova compreensão à existência de cada pessoa: “Senhor, que
queres de mim, que queres que eu seja?”. Já noutros escritos, apoiado nos
documentos da Igreja, me tenho referido a estas grandes opções de vida que são,
assim o podemos sintetizar: ou o matrimónio ou o ministério ordenado ou a vida
consagrada (religiosa e laical), ou, mesmo quando a pessoa conclui que não se
sente chamada a nenhuma das citadas vocações e, por opção responsável,
refletida, rezada e acompanhada, permanece solteira, não para fugir a
responsabilidades ou para levar uma vida leviana ou descomprometia, mas por
opção responsável e determinada. E quantas causas nobres de serviços à
sociedade e à Igreja acontecem e se desenvolvem devido à ação destas pessoas
que, durante toda a vida, se lhes dedicam total e generosamente. Mas seja qual
for a resposta a dar ao estado de vida a que cada um se sente chamado, não se
pode dar uma resposta a ver se vai dar certo ou apenas por um determinado
tempo, a prazo. Espera-se que seja uma resposta séria e definitiva, para toda a
vida. Uma resposta dada com amor, alegria e esperança, o que implica saber o
que cada uma reclama de formação, preparação, responsabilidade, atenção
constante e capacidade de saber ultrapassar as dificuldades que venham a surgir
porque nada é tão linear como se sonha. E, isto, mesmo depois de já se estar a
viver no matrimónio ou na vida consagrada ou no ministério ordenado. Se assim
não for, este pucarinho de barro que cada um de nós é pode esboroar-se,
fazer-nos perder o entusiasmo da primeira hora e conduzir-nos a um desfecho de
infidelidade e abandono. Mesmo que se invoquem razões que possam desculpar ou
diminuir a responsabilidade desse final, é sempre consequência de algo que
correu menos bem, fosse em que tempo fosse. Como refere o Papa Francisco na
Mensagem para este ano, é importante “que cada um possa descobrir com GRATIDÃO
o chamamento que Deus lhe dirige, encontrar a CORAGEM de dizer «sim», vencer a
fadiga com a fé em Cristo e finalmente, como um cântico de LOUVOR, oferecer a
própria vida por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro”. Se o Senhor nos
chamou por este ou aquele caminho, Ele está connosco e devemos-lhe estar gratos
por ter passado pela nossa vida, por nos ter dado coragem para arriscarmos na
certeza de que Ele nos estende a mão no meio das tempestades da vida, e
continua a chamar-nos dentro da vocação e a dizer-nos que não tenhamos medo.
O documento “Novas Vocações para uma Nova Europa”, refere que hoje “são
necessários «pais» e «mães» abertos à vida e ao dom da vida; esposos e esposas
que testemunhem e celebrem a beleza do amor humano abençoado por Deus; pessoas
capazes de diálogo e de «caridade cultural», para a transmissão da mensagem
cristã, mediante as linguagens da nossa sociedade; profissionais e pessoas
simples, capazes de imprimir a transparência da verdade e a intensidade da
caridade cristã ao compromisso na vida civil e às relações de trabalho e de
amizade; mulheres que redescubram na fé cristã a possibilidade de viver
plenamente o seu gênio feminino; presbíteros de coração grande, como o do Bom
Pastor; diáconos permanentes que anunciem a Palavra e a liberdade do serviço
aos mais pobres; apóstolos consagrados capazes de se imergirem no mundo e na
história com coração contemplativo, e místicos tão familiarizados com o mistério
de Deus, que saibam celebrar a experiência do divino e apontar Deus presente no
vivo da ação” (NVNE,12).
A Igreja valoriza a vocação de todos e confia em todos para promover uma verdadeira cultura vocacional. E se contamos com todos para esse trabalho, nesta Semana das Vocações, porém, todos temos especialmente em conta as vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada, as vocações de especial consagração. Hoje é difícil este anúncio vocacional e torna-se fácil a tentação do desânimo em quem tem a missão de o fazer. Os valores que hoje se nos apresentam são diversos e contrastantes. A cultura é pluralista e ambivalente, “politeísta” e neutra. Há excesso de possibilidades, de ocasiões, de solicitações e, a par, a carência de projetos de vida. Há códigos de leitura e de avaliação, de orientação e de comportamento que se repercutem no plano vocacional. E os jovens são fruto deste tempo, desta cultura frágil e complexa, em que a reivindicação da subjetividade se transforma tantas vezes em subjetivismo e o desejo de liberdade em livre arbítrio. E se há quem procure autenticidade e afeto, relacionamentos pessoais e amizades sadias, vastidão de horizontes e simpatia pela vida entendida como valor absoluto, muitas vezes sentem-se um pouco à deriva, sozinhos, feridos pelo bem-estar, desiludidos das ideologias, das políticas não respeitosas do próprio direito à vida, confusos por causa da desorientação ética, como refere o documento que citei. Mas este é o nosso mundo, o mundo em que nós vivemos e exercemos a nossa missão por mandato do Senhor, não temos outro! Além disso, temos de estar conscientes que este trabalho só será possível com o otimismo da fé e através de uma conversão ao dever de mediar a voz que chama, de forma pedagógica e sem perder a força da esperança: o Senhor da messe não deixará faltar operários para a sua messe. Por isso, não pode haver desânimo nem faltar a esperança nos presbíteros, nos educadores, nas famílias cristãs, nas famílias religiosas, nos institutos seculares, nos pais, educadores, professores, catequistas, animadores e nas próprias comunidades cristãs. Todos somos chamados por Deus a colaborar, de muitas maneiras e cada um a seu modo, neste desafio vocacional, contagiando as crianças, os adolescentes e os jovens, com proximidade, gerando empatia e vivendo com alegria. E sem esquecer que Jesus usou o contacto pessoal, chamou-os pelo nome, acompanhou-os por longo tempo tal como eles eram, foi-os formando e orientando, rezou por eles...
A resposta vocacional vai-se descobrindo numa dinâmica relacional, isto é,
entre Deus que chama e vai dando sinais e a pessoa que é chamada. Lendo e
interpretando os sinais e a própria vida à luz de Jesus Cristo, cada um, com a
sorte de ter a seu lado um verdadeiro cireneu que o ajude a discernir, vai-se dizendo
e descobrindo a si próprio. E de tal modo que acabará por se tornar numa
experiência de resposta livre, concreta e agradecida a Deus que chama. Nesta
pedagogia da descoberta vocacional, são indispensáveis a Palavra, os
sacramentos, a oração, a comunidade eclesial e a forma como nos relacionamos
com os outros e somos para os outros.
Não podemos julgar-nos conhecedores do terreno e bem entendidos nos
projetos divinos. A lógica de Deus não é a nossa lógica. Houve um momento em
que os Apóstolos assim fizeram, mas não se saíram bem, tiveram de meter a viola
ao saco. Julgando-se conhecedores do mar, experientes naquelas lides da pesca e
sem nada terem conseguido ao longo de toda a noite, ripostaram ao que o Senhor
lhes pedia, e se o fizeram fizeram-no a contar com o fracasso para Lhe mostrar
que eles é que tinham razão. E disse a Pedro: “Avança para as águas mais
profundas e lança as redes para a pesca”. Simão respondeu: «Mestre, tentamos a
noite inteira e não apanhamos nada. Mas em atenção à Tua palavra, vou lançar as
redes». Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se
rompiam” (Lc5,4-6).
Como Igreja em saída, acreditemos na Palavra do Senhor. Avancemos,
com esperança. Façamo-nos ao largo, para além do aquário talvez demasiadamente
apaparicado mas amoldado a ouvir e a virar as costas a qualquer nova proposta,
talvez já inquinado. Lancemos as redes para “águas mais profundas” e
reacendamos em nós o zelo das origens (cf. NMI40).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 26-04-2020.