PARÓQUIAS
DE NISA
Terça-feira,
26 de maio de 2020
Terça da VII de Páscoa
ALELUIA!
ALELUIA! ALELUIA!
CRISTO
RESSUSCITOU!
CELEBREMOS
TERÇA-FEIRA
da semana VII
S. Filipe Néri, presbítero – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória, pf. pascal.
L 1 Act 20, 17-27; Sal 67 (68), 10-11. 20-21
Ev Jo 17, 1-11a
* Na Ordem Beneditina – S. Gregório VII, papa – MF; S. Maria Madalena de Pazzi, virgem – MF; S. Filipe Néri – MF
* Na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – S. Gregório VII, papa; S. Maria Madalena de Pazzi, virgem – MF
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória, pf. pascal.
L 1 Act 20, 17-27; Sal 67 (68), 10-11. 20-21
Ev Jo 17, 1-11a
* Na Ordem Beneditina – S. Gregório VII, papa – MF; S. Maria Madalena de Pazzi, virgem – MF; S. Filipe Néri – MF
* Na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – S. Gregório VII, papa; S. Maria Madalena de Pazzi, virgem – MF
S. FILIPE DE NÉRI, presbítero
Nota
Histórica;
Nasceu em Florença no ano 1515, dirigiu-se para Roma e aí
começou a dedicar-se ao apostolado da juventude, e fundou uma associação em
favor dos enfermos pobres, levando sempre uma vida de grande perfeição cristã.
Foi ordenado sacerdote no ano 1551 e fundou o Oratório que tinha por objetivo
dedicar-se à instrução espiritual, ao canto e às obra de caridade.
Notabilizou-se sobretudo pelo seu amor do próximo, pela sua simplicidade
evangélica e pela sua alegria no serviço de Deus. Morreu no ano 1595.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA cf.
Salmo 131, 9
Revistam-se de justiça os sacerdotes de Deus,
exultem de alegria os seus fiéis.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que sempre glorificais a santidade dos que Vos servem fielmente, acendei em nós o fogo do Espírito Santo que tão maravilhosamente ardia no coração de São Filipe Néri. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Atos 20, 17-27
«Levar a bom termo a minha carreira
e a missão que recebi do Senhor Jesus»
É este o terceiro grande discurso de S. Paulo, que os Actos dos Apóstolos nos transmitiram; é o seu testamento pastoral, dirigido aos anciãos, aos pastores, de Éfeso, quando supunha que seria a última vez que os veria. Vigilância, desinteresse, caridade são as virtudes fundamentais que lhes recomenda. O discurso continua na leitura do dia seguinte.
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Revistam-se de justiça os sacerdotes de Deus,
exultem de alegria os seus fiéis.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que sempre glorificais a santidade dos que Vos servem fielmente, acendei em nós o fogo do Espírito Santo que tão maravilhosamente ardia no coração de São Filipe Néri. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Atos 20, 17-27
«Levar a bom termo a minha carreira
e a missão que recebi do Senhor Jesus»
É este o terceiro grande discurso de S. Paulo, que os Actos dos Apóstolos nos transmitiram; é o seu testamento pastoral, dirigido aos anciãos, aos pastores, de Éfeso, quando supunha que seria a última vez que os veria. Vigilância, desinteresse, caridade são as virtudes fundamentais que lhes recomenda. O discurso continua na leitura do dia seguinte.
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, estando Paulo em Mileto, mandou a Éfeso chamar os anciãos da Igreja. Quando chegaram junto dele, disse-lhes: «Sabeis como me comportei sempre convosco, desde o primeiro dia em que pus os pés na Ásia. Servi o Senhor com toda a humildade, com lágrimas e no meio de provações que me vieram das ciladas dos judeus. Em nada que vos pudesse ser útil me furtei a pregar-vos e a instruir-vos, publicamente e de casa em casa. Exortei judeus e gregos a converterem-se a Deus e a acreditarem em Jesus, nosso Senhor. Agora vou para Jerusalém, prisioneiro do Espírito, sem saber o que lá me espera. Só sei que o Espírito Santo me avisa, de cidade em cidade, que me aguardam cadeias e tribulações. Mas por título nenhum eu dou valor à vida, contanto que leve a bom termo a minha carreira e a missão que recebi do Senhor Jesus: dar testemunho do Evangelho da graça de Deus. Agora, eu sei que não tornareis a ver o meu rosto, vós todos entre os quais passei anunciando o Reino. Por isso posso garantir-vos, hoje, que não me sinto responsável pela perda de nenhum de vós, pois não me furtei a anunciar-vos todo o desígnio de Deus a vosso respeito».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 67 (68), 10-11.20-21 (R. 33a ou Aleluia)
Refrão: Povos da terra, cantai ao Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Derramastes, ó Deus, uma chuva de bênçãos,
restaurastes a vossa herança enfraquecida.
A vossa grei estabeleceu-se numa terra
que a vossa bondade, ó Deus, preparara ao oprimido. Refrão
Bendito seja o Senhor, dia após dia.
Preocupa-se connosco Deus, nosso Salvador.
O nosso Deus é um Deus que salva,
da morte nos livra o Senhor. Refrão
ALELUIA cf. Jo 14, 16
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu pedirei ao Pai, que vos dará o Espírito Santo,
para estar convosco para sempre. Refrão
EVANGELHO Jo 17, 1-11a
«Pai, glorifica o teu Filho»
Começamos a ler hoje, e leremos durante mais dois dias, a oração em que Jesus, no fim da última Ceia, faz a oblação de Si ao Pai e intercede pelos seus, os do presente e os do futuro. É a chamada “oração sacerdotal”. A glorificação que Jesus pede para Si é a participação da sua santa humanidade na glória que o Filho de Deus desde sempre leve junto do Pai, glorificação que se há-de manifestar na ressurreição e que será participada por todos aqueles que O reconhecerem. É a grande oração ofertorial do Sacrifício do Senhor ao Pai, em seu nome e em nome de toda a Igreja e por toda a humanidade.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao Céu e disse: «Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho Te glorifique e, pelo poder que Lhe deste sobre toda a criatura, Ele dê a vida eterna a todos os que Lhe confiaste. É esta a vida eterna: que Te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro, e Aquele que enviaste, Jesus Cristo. Eu glorifiquei-Te sobre a terra, consumando a obra que Me encarregaste de realizar. E agora, Pai, glorifica-Me junto de Ti mesmo com aquela glória que tinha em Ti, antes que houvesse mundo. Manifestei o teu nome aos homens que do mundo Me deste. Eram teus e Tu mos deste e eles guardam a tua palavra. Agora sabem que tudo quanto Me deste vem de Ti, porque lhes comuniquei as palavras que Me confiaste e eles receberam-nas: reconheceram verdadeiramente que saí de Ti e acreditaram que Me enviaste. É por eles que Eu rogo; não pelo mundo, mas por aqueles que Me deste, porque são teus. Tudo o que é meu é teu e tudo o que é teu é meu; e neles sou glorificado. Eu já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, enquanto Eu vou para Ti».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ao oferecer-Vos, Senhor, este sacrifício de louvor, humildemente Vos pedimos que, a exemplo de São Filipe Néri, nos dediquemos sempre com alegria à glória do vosso nome e ao serviço dos nossos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 33, 9
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão do Céu, fazei que, à imitação de São Filipe Néri, busquemos sempre aquelas realidades que nos dão a verdadeira vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
AGENDA DO DIA
12.00 horas: Oração em rede pedindo a erradicação da epidemia covid – 19
18.00 horas: Missa
transmitida por facebook (zona pastoral
de Nisa)
MAIO, MÊS DE MARIA
Terço diário
É um costume muito
louvável de rezar o terço todos os dias. Sabemos todos as graças que recebemos
por tão bela devoção. Desde há muito que o povo cristão se habituou a rezar o
terço comunitariamente na Igreja, durante o mês de maio. Neste ano, devido ao
covid-19, e por velarmos pela saúde de todos, não nos reunimos no ambiente
apropriado que é a Igreja paroquial. Esperamos que, num dia muito em breve, o
possamos realizar com toda a segurança. Entretanto Deus quer que valorizemos
o ambiente familiar para que, como igreja
doméstica que somos, a santifiquemos com a proteção de Nossa Senhora, rezando
diariamente o terço.
Para facilitar, apresentaremos diariamente uma meditação sobre os mistérios do terço. Pensamos que poderá facilitar na oração
pessoal e familiar.
____________________________________
DIA 26
MISTÉRIOS DOLOROSOS
INTRODUÇÃO:
A Liturgia da Palavra de hoje
transporta-nos para os momentos finais da última ceia de Jesus. Depois de Judas
Iscariotes ter saído, abandonando para sempre a companhia dos seus irmãos e do
seu mestre, Jesus reúne os onze discípulos ao Seu redor e encerra o discurso do
cenáculo com a “Oração Sacerdotal”. É neste momento que Jesus se consagra para
o sacrifício em que Ele é, simultaneamente, sacerdote e vítima. Nesta oração,
Jesus reza por Si mesmo: faz uma declaração de disponibilidade para realizar,
livre e generosamente, o plano do Pai. Em seguida, reza pelos Seus discípulos
para que permaneçam unidos a Ele e para que o Pai os consagre na verdade.
Finalmente, reza pela igreja de todos os tempos, pedindo que todos os cristãos
vivam unidos, à semelhança da união que existe entre Ele e o Pai. Por
intercessão de Maria, rezemos pela unidade dos cristãos, para que haja um só
rebanho e um só Pastor.
PRIMEIRO MISTÉRIO:
ORAÇÃO E AGONIA NO
JARDIM DAS OLIVEIRAS
À
porta do horto, Jesus distancia-se e leva consigo os três apóstolos, Pedro,
Tiago e João, que haviam assistido à Transfiguração. Uma dor profunda e uma
tristeza imensa apoderam-se da sua alma: “A minha alma está numa tristeza
mortal; ficai aqui e vigiai”. No auge da angústia, Jesus volta-se, com
humildade e confiança, para seu Pai. A sua oração perseverante foi ouvida e,
fortificado pela graça, Jesus aceita o cálice da Paixão. Por Maria, peçamos
pelos sacerdotes para que não desanimem com as tribulações e procurem na oração
o conforto e a força de Deus.
PRIMEIRO MISTÉRIO:
ORAÇÃO E AGONIA NO JARDIM DAS OLIVEIRAS
À
porta do horto, Jesus distancia-se e leva consigo os três apóstolos, Pedro,
Tiago e João, que haviam assistido à Transfiguração. Uma dor profunda e uma
tristeza imensa apoderam-se da sua alma: “A minha alma está numa tristeza
mortal; ficai aqui e vigiai”. No auge da angústia, Jesus volta-se, com
humildade e confiança, para seu Pai. A sua oração perseverante foi ouvida e,
fortificado pela graça, Jesus aceita o cálice da Paixão. Por Maria, peçamos
pelos sacerdotes para que não desanimem com as tribulações e procurem na oração
o conforto e a força de Deus.
SEGUNDO MISTÉRIO:
FLAGELAÇÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
“Crucifica-o!
Crucifica-o!”. A unanimidade deste pedido, feito por uma multidão com gente de
todo tipo e ávida de sangue, espantou o alarmado Pilatos, um juiz injusto,
covarde e indeciso, assaltado pelo medo. Assim, Pilatos entregou Jesus aos seus
soldados e deu-lhes ordem para O flagelar. Por Maria, peçamos e procuremos
nunca ser causa de sofrimento para ninguém e que, pelo contrário, ofereçamos
união aos que trabalham por Cristo.
TERCEIRO MISTÉRIO:
A COROAÇÃO DE ESPINHOS
Jesus
é maltratado, escarnecido e humilhado. A coroa de espinhos é enterrada na sua
cabeça e o sangue escorre pelo Seu rosto. Um misto de crueldade e troça para
quem se intitulava o “rei dos Judeus”. Tudo isto serve de divertimento para
aqueles soldados que fingiam prestar-Lhe homenagem. Por Maria, peçamos pelos
presbíteros que se sentem humilhados e “culpabilizados” por crimes que não
cometeram.
QUARTO MISTÉRIO: :
JESUS A CAMINHO DO CALVÁRIO E O ENCONTRO COM SUA MÃE
Maria
e João estão entre a multidão a ver passar Jesus a caminho do Calvário.
Viram-no curvado sob o peso da cruz, a cabeça coroada com a coroa de espinhos,
pendendo em agonia sobre o ombro. Visão terrível para um coração de uma mãe!
Maria não vê apenas o sofrimento físico, ouve e sente também o escárnio e o
ódio da multidão, e o seu coração sangra a cada palavra cruel dirigida a seu
filho. Por Maria, peçamos pelos Bispos para que a crítica ou a ironia não tomem
conta das suas ações e deixem de celebrar Cristo que vive no meio do seu Povo.
QUINTO MISTÉRIO:
CRUCIFIXÃO E MORTE DE JESUS
Jesus
chega ao Calvário! No alto de sua cruz está um letreiro com a inscrição: “Jesus
de Nazaré, Rei dos Judeus”. Os soldados ofereceram vinho e mirra para suavizar
as dores de Jesus, mas ele não aceitou. No meio de sofrimento atroz, sem poder
respirar, com terríveis cãibras em todos os seus músculos, pronuncia as últimas
palavras: “Tudo está consumado”. Por Maria, peçamos que a Igreja cristã em
todas as partes do mundo seja edificada e fortalecida no amor.
Por Maria, peçamos a Deus que nos ensine
a compreender o desígnio que tem para cada um de nós, que nos consagre a Ele
para melhor conhecer e amar o próximo, e nos ensine a beleza de interceder
pelos outros. Por Maria, peçamos a Deus a plena comunhão de todos os crentes em
Cristo.
PRECE:
Por Maria, peçamos a Deus que nos ensine
a compreender o desígnio que tem para cada um de nós, que nos consagre a Ele
para melhor conhecer e amar o próximo, e nos ensine a beleza de interceder
pelos outros. Por Maria, peçamos a Deus a plena comunhão de todos os crentes em
Cristo.
A VOZ DO PASTOR
MÉDICOS EM TERAPIA HÁ MUITO TESTADA
Sejam quais forem as ferramentas que cada
pessoa tem de usar no seu trabalho, desde o delicado bisturi ao pincel, do
teclado ao tubo de ensaio, do pensamento à vassoura de rua, dos telescópios às
panelas da cozinha, da máscara de carnaval à da pandemia (e mais pode
acrescentar o leitor!...), seja qual for essa ferramenta, será bom aceitar o
conselho de Anselmo de Cantuária: “Ó homem, deixa um momento as tuas ocupações
habituais. Entra um instante em ti mesmo, longe do tumulto dos teus
pensamentos. Põe de parte os cuidados que te apoquentam e liberta-te agora das
inquietações que te absorvem. Entrega-te uns momentos a Deus, descansa por
algum tempo na sua presença. Entra no íntimo da tua alma. Remove tudo, exceto
Deus e o que te possa ajudar a procurá-lo no silêncio”.
Este autor do século XI aconselha o homem a
pedir a Deus que ensine o seu coração a saber onde e como o procurar e
encontrar. E coloca o homem a fazer perguntas para saber quem o poderá ajudar,
como, com que sinais, com que aspeto poderá ele encontrar Deus!
Li, há dias, no “Ecos do Sameiro”, o
testemunho de um jovem médico da Lombardia, Julian Urban, de 38 anos, um dos
testemunhos compilados por Gianni Giardinelli, e que, com a devida vénia, aqui
transcrevo. Diz ele: “Nunca, nos meus piores pesadelos, eu imaginei ter uma
experiência como a que estou a ter, nas últimas semanas, no hospital onde
trabalho. O pesadelo continua – o rio está cada vez mais caudaloso. No
princípio vieram alguns pacientes, depois, dezenas – por fim, centenas. Neste momento
já não somos mais médicos: tornámo-nos uma espécie de ‘classificadores’ na
‘linha de montagem’, decidindo quem vive e quem é enviado para casa para morrer
– mesmo aqueles que durante toda a sua vida pagaram os seus impostos ao Estado
italiano. Até há duas semanas atrás, eu e os meus colegas éramos ateus; isso
era o mais normal, pois como médicos aprendemos que a ciência exclui a presença
de Deus. Sempre trocei do facto de os meus pais irem à Igreja. Um pastor, já
idoso, de 75 anos, veio ter connosco há 9 dias atrás, era um homem afável, de
modos gentis e estava com sérias dificuldades em respirar, mas trazia uma
Bíblia consigo e ficámos impressionados com ele ao lê-la aos moribundos,
segurando-lhes as mãos. Estávamos todos cansados, desencorajados, física e
mentalmente exaustos, quando, finalmente, tivemos tempo para o ouvir. Agora,
temos de admitir: como seres humanos chegámos ao limite, não podemos fazer mais
– mas as pessoas estão a morrer diariamente, e cada vez mais. E estamos
exaustos: dois dos nossos colegas já morreram e há outros que estão infetados.
Chegámos à conclusão de que o que quer que seja que o homem pode fazer,
precisamos de Deus – e começamos a pedir-Lhe ajuda, sempre que temos alguns
minutos disponíveis. Falamos uns com os outros e é incrível como nós, ateus
empedernidos, estamos agora diariamente em busca da nossa paz, pedindo ao
Senhor para nos ajudar a resistir, a fim de podermos cuidar dos doentes. Ontem,
o idoso Pastor de 75 anos morreu – e apesar de termos tido mais de 120 mortes
aqui, nas últimas semanas, e estarmos todos exaustos, destruídos, aquele Pastor
trouxe-nos paz como nós nunca pensámos ter nesta altura, apesar das nossas
condições e dificuldades. O Pastor partiu para estar com o Senhor e bem
depressa nós iremos também, seguindo-o se as coisas continuarem como até aqui.
Há seis dias que não vou a casa; nem sei quando comi pela última vez e estou a
tomar consciência da minha ociosidade na terra. Quero dedicar o meu último
sopro de vida a ajudar o meu próximo. Estou feliz porque me voltei para Deus,
novamente, rodeado do sofrimento e da morte dos meus concidadãos”.
Eis um exemplo, um sinal, um aspeto pelo qual
podemos encontrar Deus. Ele serve-se de tudo para que o possamos encontrar!...
É particularmente sensível à vida humana, sejam quais forem os seus caminhos,
êxitos e fracassos. Conhece-nos, chama-nos pelo nome, dá ânimo ao cansado e
firmeza ao enfraquecido, estende-nos a mão mas sem nos obrigar a que Lhe dêmos
a nossa. Porque respeita a liberdade de cada um e cada um nem sempre a sabe
usar, o bem e o mal coexistem, o trigo e o joio crescem juntos, lado a lado,
até à ceifa (cf. Mt13,24-30). E, se, porventura, nos parece que o mal e o joio
predominam, isso não acontece porque Deus é indiferente ou nos abandona. Acontece,
sim, porque nós o abandonamos, porque entendemos que a liberdade é fazer o que
quero, o que me dá na gana, e não fazer
o que devo. Deus não nos esquece, não foge nem se esconde, acompanha-nos,
respeitando a nossa liberdade, tantas vezes confundida com libertinagem! Esta
atitude de Deus parece-nos estranha. Sim, é estranha! Conforme lemos na Sagrada
Escritura, é uma sabedoria demasiado profunda para nós, tão sublime que não
temos capacidade para ela (cf. Sl 139,6).
No entanto, Deus, na sua
condescendência infinita, deu-nos um sinal por excelência, um sinal para o
encontrarmos. Enviou-nos o seu Filho, para nos falar, para nos dar a conhecer o
próprio Pai e o seu amor por nós. Para isso, Jesus assumiu a nossa condição humana, trabalhou com mãos
humanas, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com
coração humano, tornou-se verdadeiramente um de nós e morreu por cada um de
nós, para nos salvar (cf. GS22). Sentiu fome e sede, cansaço e sono, sentiu a
dor e a tristeza, a alegria e a traição, a perseguição e o abandono, chorou. Porque sempre falava do Pai e com o
Pai, um dia, Filipe, entusiasmado com a
conversa de Jesus, saiu-se com esta: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos
basta!”. Disse-lhe Jesus: “Há tanto tempo que estou convosco e não me conheces,
Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como dizes tu: ‘Mostra-nos o Pai!’? Não
acreditas que Eu estou no Pai, e o Pai está em mim? As palavras que Eu vos
digo, não as digo por mim mesmo; o Pai, que permanece em mim, realiza as suas
obras. Acreditai em mim: Eu estou no Pai, e o Pai em mim. Se não, acreditai por
causa das obras em si” (Jo 14, 8-11).
Cristo é, de facto, o Sinal, o Sacramento do
Pai, o Filho de Deus, o Caminho a conhecer e a trilhar! Quantas vezes Ele já
nos terá tocado no ombro!... Quantas vezes teremos feito de conta que não
percebemos!... Adotar o conselho que a CP nos dá nas passagens de nível, pode
ser um bom método para perceber os sinais que Deus nos vai dando para que não
sejamos trucidados pelas rodas da vida: PARE, ESCUTE E OLHE...
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 22-05-2020.
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