PARÓQUIAS
DE NISA
Terça-feira,
19 de maio de 2020
Terça da VI semana de Páscoa
ALELUIA!
ALELUIA! ALELUIA!
CRISTO
RESSUSCITOU!
CELEBREMOS
TERÇA-FEIRA da semana VI
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.
L 1 Act 16, 22-34; Sal 137 (138), 1-2a. 2bc-3. 7c-8
Ev Jo 16, 5-11
* Na Ordem Agostiniana – Bb. Clemente de Osimo e Agostinho de Tarano, presbíteros – MO
* Na Ordem Beneditina – S. Celestino, papa e eremita – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Crispim de Viterbo, religioso, da I Ordem – MO
* Nos Irmãos das Escolas Cristãs – B. Rafael Luís Rafiringa, religioso – MF
* Na Congregação das Irmãs Dominicanas da Anunciata – B. Francisco Coll e Guitar, presbítero, Fundador da Congregação – FESTA
* Na Congregação Salesiana – (Évora) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da igreja de Nossa Senhora Auxiliadora.
Missa da féria, pf. pascal.
L 1 Act 16, 22-34; Sal 137 (138), 1-2a. 2bc-3. 7c-8
Ev Jo 16, 5-11
* Na Ordem Agostiniana – Bb. Clemente de Osimo e Agostinho de Tarano, presbíteros – MO
* Na Ordem Beneditina – S. Celestino, papa e eremita – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Crispim de Viterbo, religioso, da I Ordem – MO
* Nos Irmãos das Escolas Cristãs – B. Rafael Luís Rafiringa, religioso – MF
* Na Congregação das Irmãs Dominicanas da Anunciata – B. Francisco Coll e Guitar, presbítero, Fundador da Congregação – FESTA
* Na Congregação Salesiana – (Évora) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da igreja de Nossa Senhora Auxiliadora.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Ap 19, 7.9
Exultemos de alegria e dêmos glória a Deus,
porque o Senhor reina eternamente. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Exulte sempre o vosso povo, Senhor, com a renovada juventude da alma, de modo que, alegrando-se agora por se ver restituído à glória da adopção divina, aguarde o dia da ressurreição na esperança da felicidade eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Atos 16, 22-34
«Acredita no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua família»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Exultemos de alegria e dêmos glória a Deus,
porque o Senhor reina eternamente. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Exulte sempre o vosso povo, Senhor, com a renovada juventude da alma, de modo que, alegrando-se agora por se ver restituído à glória da adopção divina, aguarde o dia da ressurreição na esperança da felicidade eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Atos 16, 22-34
«Acredita no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua família»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, a multidão dos habitantes de Filipos amotinou-se contra Paulo e Silas e os magistrados mandaram que lhes arrancassem as vestes e os açoitassem. Depois de lhes terem dado muitas vergastadas, meteram-nos na cadeia e ordenaram ao carcereiro que os guardasse cuidadosamente. Ao receber semelhante ordem, o carcereiro lançou-os no calaboiço interior e prendeu-lhes os pés no cepo. Por volta da meia noite, Paulo e Silas, em oração, entoavam louvores a Deus e os outros presos escutavam-nos. De repente, sentiu-se um tremor de terra tão grande que abalou os alicerces da prisão. Todas as portas se abriram e soltaram-se as cadeias de todos os presos. O carcereiro acordou e, ao ver abertas as portas da prisão, puxou da espada e queria suicidar-se, julgando que os presos se tinham evadido. Mas Paulo bradou com voz forte: «Não faças nenhum mal a ti mesmo, pois nós estamos todos aqui». O carcereiro pediu uma luz, correu para dentro e lançou-se, a tremer, aos pés de Paulo e Silas. Depois trouxe-os para fora e perguntou-lhes: «Senhores, que devo fazer para ser salvo?» Eles responderam-lhe: «Acredita no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua família». E anunciaram-lhe a palavra do Senhor, bem como a todos os que viviam em sua casa. O carcereiro, àquela hora da noite, tomou-os consigo, lavou-lhes as feridas e logo recebeu o Batismo, juntamente com todos os seus. Depois mandou-os subir para sua casa, pôs-lhes a mesa e alegrou-se com toda a sua família, por ter acreditado em Deus.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 137 (138), 1-2a.2bc-3.7c-8 (R. 7c)
Refrão: A vossa mão direita salvou-me, Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
De todo o coração, Senhor, eu Vos dou graças,
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos hei-de cantar-Vos
e adorar-Vos, voltado para o vosso templo santo. Refrão
Hei-de louvar o vosso nome pela vossa bondade
e fidelidade,
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome
e a vossa promessa.
Quando Vos invoquei, me respondestes,
aumentastes a fortaleza da minha alma. Refrão
A vossa mão direita me salvará,
o Senhor completará o que em meu auxílio começou.
Senhor, a vossa bondade é eterna,
não abandoneis a obra das vossas mãos. Refrão
ALELUIA cf. Jo 16, 7.13
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu vos enviarei o Espírito da verdade, diz o Senhor;
Ele vos ensinará toda a verdade. Refrão
EVANGELHO Jo 16, 5-11
«Se Eu não for, o Paráclito não virá a vós»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Agora vou para Aquele que Me enviou e nenhum de vós Me pergunta: ‘Para onde vais?’. Mas por Eu vos ter dito estas coisas, o vosso coração encheu-se de tristeza. No entanto, Eu digo-vos a verdade: É do vosso interesse que Eu vá. Se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se Eu for, Eu vo-l’O enviarei. Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do julgamento: do pecado, porque não acreditam em Mim; da justiça, porque vou para o Pai e não Me vereis mais; do julgamento, porque o príncipe deste mundo já está condenado».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, que em todo o tempo possamos alegrar-nos com estes mistérios pascais, de modo que o ato sempre renovado da nossa redenção seja para nós causa de alegria eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio pascal
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf . Lc 24, 46.26
Jesus Cristo tinha de padecer e ressuscitar dos mortos
para entrar na sua glória. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Ouvi, Senhor, as nossas preces e fazei que estes santos mistérios da nossa redenção nos auxiliem na vida presente e nos alcancem as alegrias eternas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
« O
culto orientado ao centro cristológico da fé cristã, de forma que, « honrando a
Mãe, melhor se conheça, ame e glorifique o Filho»
S. João Paulo
II
ROSARIUM
VIRGINIS MARIAE , 4
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS I:
Atos 16, 22-34: Na cidade de Filipos,
a mesma cidade onde se baptizara a primeira cristã da Europa, fruto da pregação
de Paulo, aconteceu também a primeira perseguição por parte das autoridades
locais. Paulo e seu companheiro são presos; mas a cadeia transforma-se num espaço
sagrado para acolher uma assembleia em vigília de oração. E tudo acaba com a
iniciação cristã do carcereiro e sua família. A Páscoa continua assim como em
perpétua Vigília Pascal, ao longo de toda a vida da Igreja sobre a Terra.
Jo 16, 5-11: Jesus
“parte” deste mundo pela sua Morte, e “vai” para o Pai. Mas não Se ausenta. Por
um lado, leva em Si o homem que veio procurar a este mundo: por outro,
continua, e bem vivo e activo, no meio dos seus, pelo seu Espírito. Foi
precisamente para que o Espírito de Deus fosse a alma da nova humanidade que
Jesus foi até à Cruz e partiu para o Pai. Vivemos agora, no tempo da Igreja, da
vida do Espírito de Deus. Foi por isso bom que o Senhor tivesse partido. E é
agora, pela ação do Espírito, que se pode fazer justiça à causa de Jesus.
AGENDA DO DIA
12.00 horas: Oração em rede pedindo a erradicação da
epidemia covid – 19.
_________________________________________
MAIO, MÊS DE MARIA
Terço diário
É um costume muito louvável de rezar o terço
todos os dias. Sabemos todos as graças que recebemos por tão bela devoção.
Desde há muito que o povo cristão se habituou a rezar o terço comunitariamente
na Igreja, durante o mês de maio. Neste ano, devido ao covid-19, e por velarmos
pela saúde de todos, não nos reunimos no ambiente apropriado que é a Igreja
paroquial. Esperamos que, num dia muito em breve, o possamos realizar com toda
a segurança. Entretanto Deus quer que valorizemos o ambiente familiar para que,
como igreja doméstica que somos, a santifiquemos com a proteção de Nossa
Senhora, rezando diariamente o terço.
Para facilitar, apresentaremos diariamente ume
meditação sobre os mistérios do terço. Pensamos que poderá facilitar na oração
pessoal e familiar.
____________________________________
DIA 19
MISTÉRIOS DOLOROSOS
INTRODUÇÃO:
“Para onde vais?” (Jo 16, 5). A Liturgia
da Palavra deste dia revela-nos a tristeza dos discípulos perante a separação
de Jesus, o Ressuscitado, que os consola. Somos, ainda, todos convidados a
refletir sobre o caminho que escolhemos e sobre as direções que tomamos. Mas
não estamos sozinhos. O próprio Cristo, que se torna presente através da
Palavra e da Eucaristia, deixou-nos o Paráclito para nos inspirar a coragem de
agir e de proclamar a Boa Nova a toda a humanidade. Mesmo nos momentos mais
difíceis, nos momentos de perda, nos momentos de solidão,… escutemos a sua voz,
que nos diz: “Não temas. Eu estou contigo para te amparar”. O ser humano
acabará por perceber que o Amor salvará a humanidade, mas precisa de aprender a
amar e precisa de aprender a deixar-se amar e a cuidar do Amor como o bem mais
precioso da Vida. O mundo carece de ideais claros, de princípios orientadores
que nos ajudem a reconhecer uma nova mentalidade, tecida na consciência de uma
solidariedade fraterna e inaugurando uma cultura universal do cuidado.
Meditando nos mistérios dolorosos, peçamos a Maria, caminho de humanização, que
nos acolha no seu abraço maternal e nos dê a graça da humildade e da
disponibilidade em dizer sim ao projeto que Deus tem preparado para cada um de
nós.
PRIMEIRO MISTÉRIO:
ORAÇÃO E AGONIA NO
JARDIM DAS OLIVEIRAS
Do Evangelho segundo São Mateus: “Disse-lhes, então: «A minha alma está numa
tristeza de morte; ficai aqui e vigiai comigo». E adiantando-se um pouco mais,
caiu com a face por terra, orando e dizendo: «Meu Pai, se é possível, afaste-se
de mim este cálice. No entanto, não seja como Eu quero, mas como Tu queres»”
(Mt 26, 38-39). No momento de maior angústia e desespero, o grito do Senhor
dirige-se ao Pai, com uma intimidade e uma confiança inabaláveis. Peçamos a
Maria para que todos os que choram e estão tristes sintam a proteção e a
presença da Mãe da Misericórdia nas suas aflições e ansiedades.
SEGUNDO MISTÉRIO:
FLAGELAÇÃO DE NOSSO
SENHOR JESUS CRISTO
Do Evangelho segundo São Marcos: “Pilatos, desejando agradar à multidão,
soltou-lhes Barrabás; e, depois de mandar flagelar Jesus, entregou-O para ser
crucificado” (Mc 15, 15). O relato que antecede a flagelação mostra
claramente que a condenação de Jesus é resultado da vontade do ser humano,
cujas palavras duras pedem a sua crucificação. Peçamos a Maria, a Mãe da
Igreja, que nos conceda o dom da fidelidade e nos inspire a capacidade de
denunciar as injustiças deste mundo.
TERCEIRO MISTÉRIO:
A COROAÇÃO DE ESPINHOS
Do Evangelho segundo São Mateus: “Os soldados do governador conduziram Jesus
para o pretório […]. Despiram-no e envolv2020.05019eram-no com um manto
escarlate. Tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça” (Mt 27,
27-29). Jesus, despojado de tudo e humilhado, renuncia à violência e
oferece o Amor. Peçamos a Maria, a Rainha da Paz, a graça de sermos
construtores de paz no mundo e por todos os sacerdotes e missionários que são
chamados a consolar os cristãos que sofrem a perseguição e o martírio.
QUARTO MISTÉRIO:
JESUS A CAMINHO DO
CALVÁRIO E O ENCONTRO COM SUA MÃE
Do Evangelho segundo São Marcos: “Levaram-n’O, então, para o crucificar. Para
lhe levar a cruz, requisitaram um homem que passava por ali ao regressar dos
campos, um tal Simão de Cirene” (Mc 15, 20-21). Jesus assume a sua cruz e,
nela, todos os nossos pecados e infidelidades. A caminho do Calvário, Jesus
deixa-se ajudar, e o seu olhar cruza-se com outros olhares, uns de ódio, outros
de compaixão. A todos responde com Amor. Peçamos a Maria, Consoladora dos
Aflitos, que inspire o surgimento de bons samaritanos que entreguem as suas
vidas, servindo Jesus nos irmãos que sofrem.
QUINTO MISTÉRIO:
CRUCIFIXÃO E MORTE DE
JESUS
Do Evangelho segundo São Marcos: “E às três da tarde, Jesus exclamou em alta
voz: «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?», que quer dizer: Meus Deus, meu Deus,
porque me abandonaste? […] Mas Jesus, com um grito forte, expirou” (Mc 15,
34-37). Jesus entrega o seu espírito nas mãos do Pai. Mas não se ausenta.
Oferece à humanidade Sangue e Água, símbolos da Vida em abundância que Ele nos
veio oferecer. Peçamos a Maria, a Virgem Fiel, por todos os cristãos que vivem
horas de provação, desânimo ou tentação de abandono para que encontrem na Cruz
do Senhor a liberdade de permanecerem fiéis.
PRECE
Neste ano de provação, peçamos a
proteção da Santa Mãe de Deus para a nossa Igreja Universal, para que seja
liberta de todos os perigos e, cada vez mais, sinal do Ressuscitado neste
mundo.
CONSAGRAÇÃO
Ó Maria, Nossa Senhora da Hora: Tu
resplandeces sempre no nosso caminho como sinal de salvação e de esperança.
Confiamo-nos a Ti, Saúde dos Enfermos, que junto da Cruz foste associada à dor
de Jesus, mantendo firme a tua fé.
Tu, Salvação do Povo de Deus, sabes bem
do que mais precisamos e estamos seguros de que proverás para que, tal como em
Caná da Galileia, possa voltar a alegria e a festa depois deste momento de
provação.
Ajuda-nos, Mãe do divino Amor, a
conformar-nos com a vontade do Pai e a fazer aquilo que Jesus nos disser, Ele
que tomou sobre Si os nossos sofrimentos e carregou as nossas dores, para nos
conduzir, por meio da Cruz, à glória da Ressurreição. Ámen.
[Papa Francisco]
A VOZ DO PASTOR
KAROL WOJTYLA NASCEU HÁ CEM ANOS – 18 de maio.
Haverá alguém que dele não se lembre!?... Sim, os
jovens de hoje não presenciaram o entusiasmo contagiante de São João Paulo II.
No entanto, também eles usufruem das suas iniciativas e ensinamentos, dos seus
apelos e desafios. Foi um dos líderes mais influentes da História do século XX.
A sua longa peregrinação pelo mundo fez dele um lutador pela liberdade e pelos
valores essenciais à dignidade humana. Sem medo e apelando à coragem, acelerou
acontecimentos marcantes, destruir paredes e construiu pontes, abriu portas e
rasgou horizontes, aglomerava multidões e falava energicamente. Vibrava com o
entusiasmo da juventude cujas Jornadas Mundiais instituiu, pois, segundo ele,
os jovens são, para a Igreja e para o Mundo, “um dom especial do Espírito de
Deus”, eles sentem “um valor profundo daqueles valores autênticos que têm em
Cristo a sua plenitude” (IN9). Apreciava o desporto, gostava do caiaque e do
esqui, da literatura e do teatro, da poesia e da música, dos combates
intelectuais com abertura às novidades e interrogações do tempo. Prezava a vida
e o viver com fé o serviço à comunidade humana. Trabalhou pela promoção da
família e da vida, das vocações consagradas e laicais, multiplicou os métodos
de evangelização e fez despertar um novo dinamismo missionário, contribuiu
profundamente para a unidade dos cristãos e para que a Igreja fosse
verdadeiramente “a casa e a escola da comunhão”. Exortava os cristãos a que não
ficassem indiferentes nem abdicassem de intervir na gestão pública, isto é, a
que se envolvessem na política, na ação económica, social, legislativa e
cultural para ajudarem a promover, de forma orgânica e institucional, o bem
comum.
Denunciou a irresponsabilidade ecológica e defendeu o
desenvolvimento sustentável, preocupou-se com os desequilíbrios económicos e
sociais no mundo do trabalho e apelou a que o processo da globalização
económica fosse gerido em função da solidariedade e do respeito devido à pessoa
humana. Enfim, deixou um património imenso não só ao tesouro doutrinal da
Igreja, em todas as suas áreas, mas à própria comunidade humana. Pensava no
interior de uma multiplicidade de culturas e sabia expressar-se em italiano,
francês, alemão, inglês, espanhol, português, ucraniano, russo, servo-croata,
esperanto, grego clássico e latim, para além da sua língua materna.
Verdadeiramente ecuménico e missionário, fez-se peregrino de todos os
continentes, anunciando Jesus Cristo com energia, plenamente identificado com a
Igreja e servindo com persistência e humildade. Visitou 129 países, alguns dos
quais mais do que uma vez: em Portugal esteve por três vezes. Foi incansável em
apelar a todos que tivessem a coragem de escancarar as portas a Cristo
Redentor, “o fundamento e centro, o sentido e a meta última da História” (IN5).
Teve um papel fundamental no esboroar de alguns regimes totalitários bem como
na melhoria das relações da Igreja Católica com o Judaísmo, o Islão, a Igreja
Ortodoxa, as Religiões orientais e a Comunhão Anglicana. Teve opositores, é
verdade, estranho seria se os não tivesse! Sofreu atentados, entre os quais o
de 13 de maio de 1981, na praça de São Pedro, no Vaticano. Uma das balas que o
atingiu está incrustada na coroa da imagem principal do Santuário de Nossa
Senhora de Fátima, a quem ele se sentia muito grato por lhe ter salvo a vida.
Nasceu em 18 de maio de 1920, na Polónia e viveu
tempos politicamente difíceis e humilhantes, experiências inesquecíveis como a
ocupação nazi do seu país, conforme ele dá conta: “vivi esse momento trágico
quando o governador nazi Hans Frank se estabeleceu no castelo do Wawel, sobre o
qual foi içada a bandeira da cruz gamada. Para mim foi uma experiência
particularmente dolorosa”. Fecharam-se as universidades, os professores foram
presos, os estudos interrompidos. Para evitar ser deportado, trabalhou como
tarefeiro em restaurantes, como operário de minas e da indústria química.
Cedo ficou órfão, cedo perdeu os seus irmãos: "Eu
não estive presente na morte de minha mãe, nem na do meu irmão e nem na do meu
pai (...) Aos vinte, eu já tinha perdido todos os que amava".
Após a morte de seu pai, e ficando sozinho, começou a
considerar seriamente a ideia do sacerdócio. Bateu às portas do seu Bispo,
o Arcebispo de Cracóvia, e logo começou a ter aulas no seminário clandestino.
Em agosto de 1944, quando a Gestapo arrebanhou os homens de Cracóvia para que
se evitassem revoltas, Karol conseguiu escapar, escondendo-se detrás de uma
porta no porão de uma casa. Milhares de homens e rapazes foram levados
prisioneiros naquele dia. Dali, refugiou-se em casa do Arcebispo de Cracóvia,
onde permaneceu até à retirada dos alemães. Terminado os estudos no seminário
de Cracóvia, foi ordenado sacerdote, no Dia de Todos os Santos de 1946.
Continuou estudos em Roma e, no regresso à Polónia, foi-lhe entregue a sua
primeira tarefa pastoral, uma paróquia. Ao chegar ao local, a sua primeira ação
foi ajoelhar-se e beijar o chão, gesto que o Cura d’Ars tinha feito e que ele
iria usar, mais tarde, como Papa, nos países que visitava. Foi mais tarde
transferido para outra paróquia, foi professor universitário, tinha dois
doutoramentos e publicava trabalhos de vários saberes, em revistas e livros.
Nomeado Bispo-Auxiliar de Cracóvia, participou no Concílio Vaticano II e na
redação de alguns dos seus documentos mais importantes. Fez parte de todos os
sínodos posteriores, foi nomeado Arcebispo de Cracóvia e, depois, Cardeal. Após
a morte de Paulo VI, participou na eleição de João Paulo I, que morreu 33 dias
depois. O Cardeal Karol Wojtyla foi o eleito no conclave seguinte, tendo
escolhido o nome de João Paulo II, com o lema Totus Tuus, tinha 58 anos de
idade. À multidão reunida na Praça de São Pedro referiu que aceitara receber
esta nomeação “com espírito de obediência a Nosso Senhor e com a confiança
total na sua Mãe, a Virgem Santíssima...”
Teve o terceiro maior pontificado da história, quase
27 anos: desde 16 de outubro de 1978 a 02 de abril de 2005, dia do seu
falecimento, com Parkinson, abandonando-se em Deus e confiando-se a Maria
Santíssima. Um ano depois da sua morte, uma morte esperada mas muito dolorosa,
afirmava Bento XVI: “Nos últimos anos, o Senhor despojou-o gradualmente de
tudo, para o assimilar plenamente a si. E quando já não podia viajar, e depois
nem caminhar, e enfim nem falar, o seu gesto, o seu anúncio reduziu-se ao
essencial: ao dom de si próprio até ao fim. A sua morte foi o cumprimento de um
coerente testemunho de fé, que tocou o coração de tantos homens de boa vontade”
.
Em 27 de abril de 2014, numa celebração presidida pelo
Papa Francisco e com a presença do Papa Emérito Bento XVI, foi canonizado
conjuntamente com o Papa João XXIII.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 15-05-2020.
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