PARÓQUIAS
DE NISA
Terça-feira,
05 de maio de 2020
Terça da IV semana do tempo de Páscoa
ALELUIA!
ALELUIA! ALELUIA!
CRISTO
RESSUSCITOU!
CELEBREMOS
TERÇA-FEIRA da semana
IV
Branco – Ofício da
féria.
Missa da féria, pf. pascal.
L 1 Act 11, 19-26; Sal 86 (87), 1-3. 4-5. 6-7
Ev Jo 10, 22-30
* Na Ordem Agostiniana – BB. Vicente Soler, presbítero, e Companheiros, mártires – MO
* Na Ordem Carmelita – S. Ângelo da Sicília, presbítero e mártir – MO
* Na Ordem de São Domingos – S. Vicente Ferrer, presbítero – MO
* Na Diocese de Portalegre-Castelo Branco (Sé) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da Igreja Catedral.
Missa da féria, pf. pascal.
L 1 Act 11, 19-26; Sal 86 (87), 1-3. 4-5. 6-7
Ev Jo 10, 22-30
* Na Ordem Agostiniana – BB. Vicente Soler, presbítero, e Companheiros, mártires – MO
* Na Ordem Carmelita – S. Ângelo da Sicília, presbítero e mártir – MO
* Na Ordem de São Domingos – S. Vicente Ferrer, presbítero – MO
* Na Diocese de Portalegre-Castelo Branco (Sé) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da Igreja Catedral.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Ap 19, 7.9
Exultemos de alegria e dêmos glória a Deus,
porque o Senhor reina eternamente. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Concedei, Deus omnipotente, que a celebração dos mistérios de Cristo ressuscitado aumente em nós a alegria da redenção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Atos 11, 19-26
«Começaram a falar também aos gregos,
anunciando-lhes o Senhor Jesus»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Exultemos de alegria e dêmos glória a Deus,
porque o Senhor reina eternamente. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Concedei, Deus omnipotente, que a celebração dos mistérios de Cristo ressuscitado aumente em nós a alegria da redenção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Atos 11, 19-26
«Começaram a falar também aos gregos,
anunciando-lhes o Senhor Jesus»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, os irmãos que se tinham dispersado, devido à perseguição desencadeada pelo caso de Estêvão, caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia. Mas anunciavam a palavra apenas aos judeus. Houve, contudo, entre eles alguns homens de Chipre e de Cirene, que, ao chegarem a Antioquia, começaram a falar também aos gregos, anunciando-lhes o Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles e foi grande o número dos que abraçaram a fé e se converteram ao Senhor. A notícia chegou aos ouvidos da Igreja de Jerusalém e mandaram Barnabé a Antioquia. Quando este chegou e viu a ação da graça de Deus, encheu-se de alegria e exortou a todos a que se conservassem fiéis ao Senhor, de coração sincero; era realmente um homem bom e cheio do Espírito Santo e de fé. Assim uma grande multidão aderiu ao Senhor. Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo e, tendo-o encontrado, trouxe-o para Antioquia. Passaram juntos nesta Igreja um ano inteiro e ensinaram muita gente. Foi em Antioquia que, pela primeira vez, se deu aos discípulos o nome de «cristãos».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Sal. 86 (87), 1-3.4-5.6-7
(R. cf. Salmo 116, 1a) :
Refrão: Povos da terra, louvai o Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
O Senhor ama a cidade,
por Ele fundada sobre os montes santos;
ama as portas de Sião
mais que todas as moradas de Jacob.
Grandes coisas se dizem de ti, ó cidade de Deus. Refrão
Contarei o Egipto e a Babilónia
entre os meus adoradores;
a Filisteia, Tiro e a Etiópia, uns e outros ali nasceram.
E dir-se-á em Sião: «Todos lá nasceram,
o próprio Altíssimo a consolidou». Refrão
O Senhor escreverá no registo dos povos:
«Este nasceu em Sião».
E irão dançando e cantando:
«Todas as minhas fontes estão em ti». Refrão
ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia Repete-se
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão
EVANGELHO Jo 10, 22-30
«Eu e o Pai somos um só»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação do templo. Era inverno e Jesus passeava no templo, sob o Pórtico de Salomão. Então os judeus rodearam-n’O e disseram: «Até quando nos vais trazer em suspenso? Se és o Messias, diz- nos claramente». Jesus respondeu-lhes: «Já vo-lo disse, mas não acreditais. As obras que Eu faço em nome de meu Pai dão testemunho de Mim. Mas vós não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão de perecer, ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, que em todo o tempo possamos alegrar-nos com estes mistérios pascais, de modo que o acto sempre renovado da nossa redenção seja para nós causa de alegria eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio pascal
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Lc 24, 46.26
Jesus Cristo tinha de padecer e ressuscitar dos mortos,
para entrar na sua glória. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Ouvi, Senhor, as nossas preces e fazei que estes santos mistérios da nossa redenção nos auxiliem na vida presente e nos alcancem as alegrias eternas. Por Nosso Senhor.
«Mais do que uma escolha nossa, a vocação é
resposta a uma chamada gratuita do Senhor».
Papa Francisco
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS I:
Atos 11, 19-26: Assistimos hoje ao
nascimento da Igreja de Antioquia, cidade capital da Síria, que a partir de
agora se torna centro de irradiação missionária da maior importância. O
Evangelho, que até aqui tem sido anunciado particularmente a Judeus, passa agora
a ser anunciado também aos pagãos. O seu grande missionário é Paulo, que
Barnabé vai buscar à terra dele, Tarso, por onde ele se tem conservado desde
longa data.
Jo 10, 22-30: Embora
não seja a continuação da leitura de ontem, esta leitura esclarece, de novo, a
relação de Jesus com o Pai: Ele e o Pai são um só. Por isso, as palavras e os atos
de Jesus revelam a atitude de Deus para com os homens. Aceitar Jesus e crer
n’Ele é tornar-se um com Ele, é ser d’Ele, é, por isso, ser de Deus; é estar
unido ao Pai.
AGENDA DO DIA
12.00 horas: Oração em rede pedindo a erradicação da
epidemia covid – 19.
18.00 horas: Missa
transmitida
_________________________________________
MAIO, MÊS DE MARIA
Terço diário
É um costume muito louvável de rezar o terço
todos os dias. Sabemos todos as graças que recebemos por tão bela devoção.
Desde há muito que o povo cristão se habituou a rezar o terço comunitariamente
na Igreja, durante o mês de maio. Neste ano, devido ao covid-19, e por velarmos
pela saúde de todos, não nos reunimos no ambiente apropriado que é a Igreja
paroquial. Esperamos que, num dia muito em breve, o possamos realizar com toda
a segurança. Entretanto Deus quer que valorizemos o ambiente familiar para que,
como igreja doméstica que somos, a santifiquemos com a proteção de Nossa
Senhora, rezando diariamente o terço.
Para facilitar, apresentaremos diariamente ume
meditação sobre os mistérios do terço. Pensamos que poderá facilitar na oração
pessoal e familiar.
_____________________________________
DIA 5
MISTÉRIOS DOLOROSOS
INTRODUÇÃO
A relação com o Pai encontra-se no cerne
da nossa adesão a Cristo. Uma e outra são faces da mesma moeda, pois, tal como
anuncia Jesus, Ele e o Pai são um só! Este encontro vital é semelhante a
descobrir-se apaixonado e a reencontrar a beleza da vida a florescer em cada
gesto, em cada rosto, em cada instante. Este encontro leva-nos a reler os
acontecimentos da nossa existência à luz do acontecimento pascal e a querer que
outros bebam da mesma fonte, sintam o mesmo gosto, escutem a mesma voz. O Bom
Pastor continua a sussurrar ao coração de cada homem e mulher, convocando cada
um a uma vida plena de felicidade e de esperança, capaz de superar e dar
sentido a toda a adversidade e dor. Meditemos, por isso, junto ao coração de
Maria, nos Mistérios da Dor de Cristo que lançam luz sobre as nossas próprias
feridas.
PRIMEIRO MISTÉRIO
ORAÇÃO E AGONIA NO
JARDIM DAS OLIVEIRAS
Aproximando-se a sua Paixão, Jesus
procura conforto no encontro com o Pai, para recuperar forças e acalmar o
espírito inquieto. Rezemos pelos jovens e adultos a quem Deus chama a assumir
uma vocação específica, para que tenham uma vida profunda e permanente de
discernimento e oração; que o ânimo, recebido através de uma vida espiritual
fecunda, os leve a responder corajosamente à voz de Deus.
SEGUNDO MISTÉRIO
FLAGELAÇÃO DE NOSSO
SENHOR JESUS CRISTO
Acreditar que os sofrimentos de Cristo
podem redimir os nossos pecados é um dos grandes mistérios da nossa fé. Todos
precisamos de ser curados, física ou espiritualmente, e, para isso, Ele
entregou a sua vida. Rezemos para que muitos jovens sintam no seu coração a
vontade de oferecer as suas vidas pela cura das feridas da nossa Igreja e do
mundo.
TERCEIRO MISTÉRIO
A COROAÇÃO DE ESPINHOS
Jesus é diferente de qualquer rei da
história da humanidade. Ele é humilde e amoroso, ele suportou a humilhação e o
ridículo a que foi submetido, aceitando até a dolorosa coroação de espinhos.
Rezemos por todos os religiosos, casais, seminaristas e sacerdotes que
enfrentam profundas dificuldades em manter a fidelidade ao sim inicial; que o
medo e a dor não os desencorajem de cumprir a vontade de Deus.
QUARTO MISTÉRIO
JESUS A CAMINHO DO
CALVÁRIO E O ENCONTRO COM SUA MÃE
Segundo a tradição, no caminho para o
Calvário, Jesus encontrou conforto na presença e auxílio de outros,
especialmente no de Maria, sua Mãe. Quão significativos terão sido para Jesus
todos esses atos de amor! Rezemos pelas nossas comunidades paroquiais, para que
se sintam sempre inspiradas a apoiar e a acompanhar cada pessoa no seu processo
vocacional.
QUINTO MISTÉRIO
CRUCIFIXÃO E MORTE DE
JESUS
Ao pé da cruz, Jesus confiou aos
cuidados maternos de Maria toda a humanidade, representada na pessoa do
discípulo amado, instituindo, assim, uma família universal. Rezemos por aqueles
que Deus chama ao sacerdócio, mas que têm medo de não poder ter uma família ou
de viver uma vida solitária; que possam encontrar na Igreja a família
acolhedora com que sonham e que merecem.
PRECE
Deus Pai, que és um com
o Filho e o Espírito, nós te pedimos que derrames a tua graça e amor nos
corações de cada homem e mulher, libertando-os do cativeiro da dor e da morte e
conduzindo-os a uma vida mais livre e feliz.
CONSAGRAÇÃO
Que A ti, doce Mãe, Entregamos as nossas
dores e fadigas. Leva-as ao Pai.
Pede-Lhe que as transforme. Pede-Lhe,
por nós, Que faça antes germinar A paz que procuramos, A justiça que esperamos,
O amor que precisamos.
E depois vem. Vem depressa para junto de
nós. Adormece-nos no teu regaço, Embala-nos com o teu olhar, Mostra-nos a
Esperança que habita o teu coração, A Esperança que tem nome e rosto, A
Esperança que é Jesus, A Esperança que vem trazer à nossa vida A paz, a justiça
e o amor.
A VOZ DO PASTOR
Semana das Vocações
LANÇAR AS REDES PARA ALÉM DO AQUÁRIO
Estamos a viver a semana de oração e ação em prol da cultura vocacional,
cuja solicitude no terreno sempre reclama um “salto de qualidade”. Falamos
daquela dimensão da vida que procura responder à busca de sentido, que
estrutura e dá uma nova compreensão à existência de cada pessoa: “Senhor, que
queres de mim, que queres que eu seja?”. Já noutros escritos, apoiado nos
documentos da Igreja, me tenho referido a estas grandes opções de vida que são,
assim o podemos sintetizar: ou o matrimónio ou o ministério ordenado ou a vida
consagrada (religiosa e laical), ou, mesmo quando a pessoa conclui que não se
sente chamada a nenhuma das citadas vocações e, por opção responsável,
refletida, rezada e acompanhada, permanece solteira, não para fugir a
responsabilidades ou para levar uma vida leviana ou descomprometia, mas por
opção responsável e determinada. E quantas causas nobres de serviços à
sociedade e à Igreja acontecem e se desenvolvem devido à ação destas pessoas que,
durante toda a vida, se lhes dedicam total e generosamente. Mas seja qual for a
resposta a dar ao estado de vida a que cada um se sente chamado, não se pode
dar uma resposta a ver se vai dar certo ou apenas por um determinado tempo, a
prazo. Espera-se que seja uma resposta séria e definitiva, para toda a vida.
Uma resposta dada com amor, alegria e esperança, o que implica saber o que cada
uma reclama de formação, preparação, responsabilidade, atenção constante e
capacidade de saber ultrapassar as dificuldades que venham a surgir porque nada
é tão linear como se sonha. E, isto, mesmo depois de já se estar a viver no
matrimónio ou na vida consagrada ou no ministério ordenado. Se assim não for,
este pucarinho de barro que cada um de nós é pode esboroar-se, fazer-nos perder
o entusiasmo da primeira hora e conduzir-nos a um desfecho de infidelidade e
abandono. Mesmo que se invoquem razões que possam desculpar ou diminuir a
responsabilidade desse final, é sempre consequência de algo que correu menos
bem, fosse em que tempo fosse. Como refere o Papa Francisco na Mensagem para
este ano, é importante “que cada um possa descobrir com GRATIDÃO o chamamento
que Deus lhe dirige, encontrar a CORAGEM de dizer «sim», vencer a fadiga com a
fé em Cristo e finalmente, como um cântico de LOUVOR, oferecer a própria vida
por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro”. Se o Senhor nos chamou por este
ou aquele caminho, Ele está connosco e devemos-lhe estar gratos por ter passado
pela nossa vida, por nos ter dado coragem para arriscarmos na certeza de que
Ele nos estende a mão no meio das tempestades da vida, e continua a chamar-nos
dentro da vocação e a dizer-nos que não tenhamos medo.
O documento “Novas Vocações para uma Nova Europa”, refere que hoje “são
necessários «pais» e «mães» abertos à vida e ao dom da vida; esposos e esposas
que testemunhem e celebrem a beleza do amor humano abençoado por Deus; pessoas
capazes de diálogo e de «caridade cultural», para a transmissão da mensagem
cristã, mediante as linguagens da nossa sociedade; profissionais e pessoas
simples, capazes de imprimir a transparência da verdade e a intensidade da
caridade cristã ao compromisso na vida civil e às relações de trabalho e de
amizade; mulheres que redescubram na fé cristã a possibilidade de viver plenamente
o seu gênio feminino; presbíteros de coração grande, como o do Bom Pastor;
diáconos permanentes que anunciem a Palavra e a liberdade do serviço aos mais
pobres; apóstolos consagrados capazes de se imergirem no mundo e na história
com coração contemplativo, e místicos tão familiarizados com o mistério de
Deus, que saibam celebrar a experiência do divino e apontar Deus presente no
vivo da ação” (NVNE,12).
A Igreja valoriza a vocação de todos e confia em todos para promover uma verdadeira cultura vocacional. E se contamos com todos para esse trabalho, nesta Semana das Vocações, porém, todos temos especialmente em conta as vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada, as vocações de especial consagração. Hoje é difícil este anúncio vocacional e torna-se fácil a tentação do desânimo em quem tem a missão de o fazer. Os valores que hoje se nos apresentam são diversos e contrastantes. A cultura é pluralista e ambivalente, “politeísta” e neutra. Há excesso de possibilidades, de ocasiões, de solicitações e, a par, a carência de projetos de vida. Há códigos de leitura e de avaliação, de orientação e de comportamento que se repercutem no plano vocacional. E os jovens são fruto deste tempo, desta cultura frágil e complexa, em que a reivindicação da subjetividade se transforma tantas vezes em subjetivismo e o desejo de liberdade em livre arbítrio. E se há quem procure autenticidade e afeto, relacionamentos pessoais e amizades sadias, vastidão de horizontes e simpatia pela vida entendida como valor absoluto, muitas vezes sentem-se um pouco à deriva, sozinhos, feridos pelo bem-estar, desiludidos das ideologias, das políticas não respeitosas do próprio direito à vida, confusos por causa da desorientação ética, como refere o documento que citei. Mas este é o nosso mundo, o mundo em que nós vivemos e exercemos a nossa missão por mandato do Senhor, não temos outro! Além disso, temos de estar conscientes que este trabalho só será possível com o otimismo da fé e através de uma conversão ao dever de mediar a voz que chama, de forma pedagógica e sem perder a força da esperança: o Senhor da messe não deixará faltar operários para a sua messe. Por isso, não pode haver desânimo nem faltar a esperança nos presbíteros, nos educadores, nas famílias cristãs, nas famílias religiosas, nos institutos seculares, nos pais, educadores, professores, catequistas, animadores e nas próprias comunidades cristãs. Todos somos chamados por Deus a colaborar, de muitas maneiras e cada um a seu modo, neste desafio vocacional, contagiando as crianças, os adolescentes e os jovens, com proximidade, gerando empatia e vivendo com alegria. E sem esquecer que Jesus usou o contacto pessoal, chamou-os pelo nome, acompanhou-os por longo tempo tal como eles eram, foi-os formando e orientando, rezou por eles...
A resposta vocacional vai-se descobrindo numa dinâmica relacional, isto é,
entre Deus que chama e vai dando sinais e a pessoa que é chamada. Lendo e
interpretando os sinais e a própria vida à luz de Jesus Cristo, cada um, com a
sorte de ter a seu lado um verdadeiro cireneu que o ajude a discernir, vai-se
dizendo e descobrindo a si próprio. E de tal modo que acabará por se tornar
numa experiência de resposta livre, concreta e agradecida a Deus que chama.
Nesta pedagogia da descoberta vocacional, são indispensáveis a Palavra, os
sacramentos, a oração, a comunidade eclesial e a forma como nos relacionamos
com os outros e somos para os outros.
Não podemos julgar-nos conhecedores do terreno e bem entendidos nos
projetos divinos. A lógica de Deus não é a nossa lógica. Houve um momento em
que os Apóstolos assim fizeram, mas não se saíram bem, tiveram de meter a viola
ao saco. Julgando-se conhecedores do mar, experientes naquelas lides da pesca e
sem nada terem conseguido ao longo de toda a noite, ripostaram ao que o Senhor
lhes pedia, e se o fizeram fizeram-no a contar com o fracasso para Lhe mostrar
que eles é que tinham razão. E disse a Pedro: “Avança para as águas mais
profundas e lança as redes para a pesca”. Simão respondeu: «Mestre, tentamos a
noite inteira e não apanhamos nada. Mas em atenção à Tua palavra, vou lançar as
redes». Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se
rompiam” (Lc5,4-6).
Como Igreja em saída, acreditemos na Palavra do Senhor. Avancemos,
com esperança. Façamo-nos ao largo, para além do aquário talvez demasiadamente
apaparicado mas amoldado a ouvir e a virar as costas a qualquer nova proposta,
talvez já inquinado. Lancemos as redes para “águas mais profundas” e
reacendamos em nós o zelo das origens (cf. NMI40).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 26-04-2020.
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