segunda-feira, 4 de maio de 2020





PARÓQUIAS DE NISA



Terça-feira, 05 de maio de 2020






Terça da IV semana do tempo de Páscoa








ALELUIA! ALELUIA! ALELUIA!

CRISTO RESSUSCITOU!

CELEBREMOS





TERÇA-FEIRA da semana IV
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.

L 1 Act 11, 19-26; Sal 86 (87), 1-3. 4-5. 6-7
Ev Jo 10, 22-30

* Na Ordem Agostiniana – BB. Vicente Soler, presbítero, e Companheiros, mártires – MO
* Na Ordem Carmelita – S. Ângelo da Sicília, presbítero e mártir – MO
* Na Ordem de São Domingos – S. Vicente Ferrer, presbítero – MO
* Na Diocese de Portalegre-Castelo Branco (Sé) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da Igreja Catedral.



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Ap 19, 7.9
Exultemos de alegria e dêmos glória a Deus,
porque o Senhor reina eternamente. Aleluia.


ORAÇÃO COLECTA
Concedei, Deus omnipotente, que a celebração dos mistérios de Cristo ressuscitado aumente em nós a alegria da redenção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Atos 11, 19-26
«Começaram a falar também aos gregos,
anunciando-lhes o Senhor Jesus»


Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, os irmãos que se tinham dispersado, devido à perseguição desencadeada pelo caso de Estêvão, caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia. Mas anunciavam a palavra apenas aos judeus. Houve, contudo, entre eles alguns homens de Chipre e de Cirene, que, ao chegarem a Antioquia, começaram a falar também aos gregos, anunciando-lhes o Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles e foi grande o número dos que abraçaram a fé e se converteram ao Senhor. A notícia chegou aos ouvidos da Igreja de Jerusalém e mandaram Barnabé a Antioquia. Quando este chegou e viu a ação da graça de Deus, encheu-se de alegria e exortou a todos a que se conservassem fiéis ao Senhor, de coração sincero; era realmente um homem bom e cheio do Espírito Santo e de fé. Assim uma grande multidão aderiu ao Senhor. Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo e, tendo-o encontrado, trouxe-o para Antioquia. Passaram juntos nesta Igreja um ano inteiro e ensinaram muita gente. Foi em Antioquia que, pela primeira vez, se deu aos discípulos o nome de «cristãos».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Sal. 86 (87), 1-3.4-5.6-7
(R. cf. Salmo 116, 1a)
:
Refrão: Povos da terra, louvai o Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

O Senhor ama a cidade,
por Ele fundada sobre os montes santos;
ama as portas de Sião
mais que todas as moradas de Jacob.
Grandes coisas se dizem de ti, ó cidade de Deus. Refrão

Contarei o Egipto e a Babilónia
entre os meus adoradores;
a Filisteia, Tiro e a Etiópia, uns e outros ali nasceram.
E dir-se-á em Sião: «Todos lá nasceram,
o próprio Altíssimo a consolidou». Refrão

O Senhor escreverá no registo dos povos:
«Este nasceu em Sião».
E irão dançando e cantando:
«Todas as minhas fontes estão em ti». Refrão


ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia Repete-se
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão


EVANGELHO Jo 10, 22-30
«Eu e o Pai somos um só»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
 
Naquele tempo, celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação do templo. Era inverno e Jesus passeava no templo, sob o Pórtico de Salomão. Então os judeus rodearam-n’O e disseram: «Até quando nos vais trazer em suspenso? Se és o Messias, diz- nos claramente». Jesus respondeu-lhes: «Já vo-lo disse, mas não acreditais. As obras que Eu faço em nome de meu Pai dão testemunho de Mim. Mas vós não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão de perecer, ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, que em todo o tempo possamos alegrar-nos com estes mistérios pascais, de modo que o acto sempre renovado da nossa redenção seja para nós causa de alegria eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio pascal


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Lc 24, 46.26
Jesus Cristo tinha de padecer e ressuscitar dos mortos,
para entrar na sua glória. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Ouvi, Senhor, as nossas preces e fazei que estes santos mistérios da nossa redenção nos auxiliem na vida presente e nos alcancem as alegrias eternas. Por Nosso Senhor.



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«Mais do que uma escolha nossa, a vocação é resposta a uma chamada gratuita do Senhor».

Papa Francisco







ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS I: Atos 11, 19-26: Assistimos hoje ao nascimento da Igreja de Antioquia, cidade capital da Síria, que a partir de agora se torna centro de irradiação missionária da maior importância. O Evangelho, que até aqui tem sido anunciado particularmente a Judeus, passa agora a ser anunciado também aos pagãos. O seu grande missionário é Paulo, que Barnabé vai buscar à terra dele, Tarso, por onde ele se tem conservado desde longa data.

Jo 10, 22-30: Embora não seja a continuação da leitura de ontem, esta leitura esclarece, de novo, a relação de Jesus com o Pai: Ele e o Pai são um só. Por isso, as palavras e os atos de Jesus revelam a atitude de Deus para com os homens. Aceitar Jesus e crer n’Ele é tornar-se um com Ele, é ser d’Ele, é, por isso, ser de Deus; é estar unido ao Pai.




AGENDA DO DIA



12.00 horas: Oração em rede pedindo a erradicação da epidemia covid – 19.
18.00 horas: Missa transmitida


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MAIO, MÊS DE MARIA
Terço diário

É um costume muito louvável de rezar o terço todos os dias. Sabemos todos as graças que recebemos por tão bela devoção. Desde há muito que o povo cristão se habituou a rezar o terço comunitariamente na Igreja, durante o mês de maio. Neste ano, devido ao covid-19, e por velarmos pela saúde de todos, não nos reunimos no ambiente apropriado que é a Igreja paroquial. Esperamos que, num dia muito em breve, o possamos realizar com toda a segurança. Entretanto Deus quer que valorizemos o ambiente familiar para que, como igreja doméstica que somos, a santifiquemos com a proteção de Nossa Senhora, rezando diariamente o terço.

Para facilitar, apresentaremos diariamente ume meditação sobre os mistérios do terço. Pensamos que poderá facilitar na oração pessoal e familiar.

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DIA 5
MISTÉRIOS DOLOROSOS

INTRODUÇÃO
A relação com o Pai encontra-se no cerne da nossa adesão a Cristo. Uma e outra são faces da mesma moeda, pois, tal como anuncia Jesus, Ele e o Pai são um só! Este encontro vital é semelhante a descobrir-se apaixonado e a reencontrar a beleza da vida a florescer em cada gesto, em cada rosto, em cada instante. Este encontro leva-nos a reler os acontecimentos da nossa existência à luz do acontecimento pascal e a querer que outros bebam da mesma fonte, sintam o mesmo gosto, escutem a mesma voz. O Bom Pastor continua a sussurrar ao coração de cada homem e mulher, convocando cada um a uma vida plena de felicidade e de esperança, capaz de superar e dar sentido a toda a adversidade e dor. Meditemos, por isso, junto ao coração de Maria, nos Mistérios da Dor de Cristo que lançam luz sobre as nossas próprias feridas.


PRIMEIRO MISTÉRIO
ORAÇÃO E AGONIA NO JARDIM DAS OLIVEIRAS

Aproximando-se a sua Paixão, Jesus procura conforto no encontro com o Pai, para recuperar forças e acalmar o espírito inquieto. Rezemos pelos jovens e adultos a quem Deus chama a assumir uma vocação específica, para que tenham uma vida profunda e permanente de discernimento e oração; que o ânimo, recebido através de uma vida espiritual fecunda, os leve a responder corajosamente à voz de Deus.

SEGUNDO MISTÉRIO
FLAGELAÇÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Acreditar que os sofrimentos de Cristo podem redimir os nossos pecados é um dos grandes mistérios da nossa fé. Todos precisamos de ser curados, física ou espiritualmente, e, para isso, Ele entregou a sua vida. Rezemos para que muitos jovens sintam no seu coração a vontade de oferecer as suas vidas pela cura das feridas da nossa Igreja e do mundo.

TERCEIRO MISTÉRIO
A COROAÇÃO DE ESPINHOS

Jesus é diferente de qualquer rei da história da humanidade. Ele é humilde e amoroso, ele suportou a humilhação e o ridículo a que foi submetido, aceitando até a dolorosa coroação de espinhos. Rezemos por todos os religiosos, casais, seminaristas e sacerdotes que enfrentam profundas dificuldades em manter a fidelidade ao sim inicial; que o medo e a dor não os desencorajem de cumprir a vontade de Deus.

QUARTO MISTÉRIO
JESUS A CAMINHO DO CALVÁRIO E O ENCONTRO COM SUA MÃE

Segundo a tradição, no caminho para o Calvário, Jesus encontrou conforto na presença e auxílio de outros, especialmente no de Maria, sua Mãe. Quão significativos terão sido para Jesus todos esses atos de amor! Rezemos pelas nossas comunidades paroquiais, para que se sintam sempre inspiradas a apoiar e a acompanhar cada pessoa no seu processo vocacional.

QUINTO MISTÉRIO
CRUCIFIXÃO E MORTE DE JESUS

Ao pé da cruz, Jesus confiou aos cuidados maternos de Maria toda a humanidade, representada na pessoa do discípulo amado, instituindo, assim, uma família universal. Rezemos por aqueles que Deus chama ao sacerdócio, mas que têm medo de não poder ter uma família ou de viver uma vida solitária; que possam encontrar na Igreja a família acolhedora com que sonham e que merecem.

PRECE

Deus Pai, que és um com o Filho e o Espírito, nós te pedimos que derrames a tua graça e amor nos corações de cada homem e mulher, libertando-os do cativeiro da dor e da morte e conduzindo-os a uma vida mais livre e feliz.

CONSAGRAÇÃO

Que A ti, doce Mãe, Entregamos as nossas dores e fadigas. Leva-as ao Pai.
Pede-Lhe que as transforme. Pede-Lhe, por nós, Que faça antes germinar A paz que procuramos, A justiça que esperamos, O amor que precisamos.
E depois vem. Vem depressa para junto de nós. Adormece-nos no teu regaço, Embala-nos com o teu olhar, Mostra-nos a Esperança que habita o teu coração, A Esperança que tem nome e rosto, A Esperança que é Jesus, A Esperança que vem trazer à nossa vida A paz, a justiça e o amor.





A VOZ DO PASTOR


Semana das Vocações

LANÇAR AS REDES PARA ALÉM DO AQUÁRIO

Estamos a viver a semana de oração e ação em prol da cultura vocacional, cuja solicitude no terreno sempre reclama um “salto de qualidade”. Falamos daquela dimensão da vida que procura responder à busca de sentido, que estrutura e dá uma nova compreensão à existência de cada pessoa: “Senhor, que queres de mim, que queres que eu seja?”. Já noutros escritos, apoiado nos documentos da Igreja, me tenho referido a estas grandes opções de vida que são, assim o podemos sintetizar: ou o matrimónio ou o ministério ordenado ou a vida consagrada (religiosa e laical), ou, mesmo quando a pessoa conclui que não se sente chamada a nenhuma das citadas vocações e, por opção responsável, refletida, rezada e acompanhada, permanece solteira, não para fugir a responsabilidades ou para levar uma vida leviana ou descomprometia, mas por opção responsável e determinada. E quantas causas nobres de serviços à sociedade e à Igreja acontecem e se desenvolvem devido à ação destas pessoas que, durante toda a vida, se lhes dedicam total e generosamente. Mas seja qual for a resposta a dar ao estado de vida a que cada um se sente chamado, não se pode dar uma resposta a ver se vai dar certo ou apenas por um determinado tempo, a prazo. Espera-se que seja uma resposta séria e definitiva, para toda a vida. Uma resposta dada com amor, alegria e esperança, o que implica saber o que cada uma reclama de formação, preparação, responsabilidade, atenção constante e capacidade de saber ultrapassar as dificuldades que venham a surgir porque nada é tão linear como se sonha. E, isto, mesmo depois de já se estar a viver no matrimónio ou na vida consagrada ou no ministério ordenado. Se assim não for, este pucarinho de barro que cada um de nós é pode esboroar-se, fazer-nos perder o entusiasmo da primeira hora e conduzir-nos a um desfecho de infidelidade e abandono. Mesmo que se invoquem razões que possam desculpar ou diminuir a responsabilidade desse final, é sempre consequência de algo que correu menos bem, fosse em que tempo fosse. Como refere o Papa Francisco na Mensagem para este ano, é importante “que cada um possa descobrir com GRATIDÃO o chamamento que Deus lhe dirige, encontrar a CORAGEM de dizer «sim», vencer a fadiga com a fé em Cristo e finalmente, como um cântico de LOUVOR, oferecer a própria vida por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro”. Se o Senhor nos chamou por este ou aquele caminho, Ele está connosco e devemos-lhe estar gratos por ter passado pela nossa vida, por nos ter dado coragem para arriscarmos na certeza de que Ele nos estende a mão no meio das tempestades da vida, e continua a chamar-nos dentro da vocação e a dizer-nos que não tenhamos medo.

O documento “Novas Vocações para uma Nova Europa”, refere que hoje “são necessários «pais» e «mães» abertos à vida e ao dom da vida; esposos e esposas que testemunhem e celebrem a beleza do amor humano abençoado por Deus; pessoas capazes de diálogo e de «caridade cultural», para a transmissão da mensagem cristã, mediante as linguagens da nossa sociedade; profissionais e pessoas simples, capazes de imprimir a transparência da verdade e a intensidade da caridade cristã ao compromisso na vida civil e às relações de trabalho e de amizade; mulheres que redescubram na fé cristã a possibilidade de viver plenamente o seu gênio feminino; presbíteros de coração grande, como o do Bom Pastor; diáconos permanentes que anunciem a Palavra e a liberdade do serviço aos mais pobres; apóstolos consagrados capazes de se imergirem no mundo e na história com coração contemplativo, e místicos tão familiarizados com o mistério de Deus, que saibam celebrar a experiência do divino e apontar Deus presente no vivo da ação” (NVNE,12).


A Igreja valoriza a vocação de todos e confia em todos para promover uma verdadeira cultura vocacional. E se contamos com todos para esse trabalho, nesta Semana das Vocações, porém, todos temos especialmente em conta as vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada, as vocações de especial consagração. Hoje é difícil este anúncio vocacional e torna-se fácil a tentação do desânimo em quem tem a missão de o fazer. Os valores que hoje se nos apresentam são diversos e contrastantes. A cultura é pluralista e ambivalente, “politeísta” e neutra. Há excesso de possibilidades, de ocasiões, de solicitações e, a par, a carência de projetos de vida. Há códigos de leitura e de avaliação, de orientação e de comportamento que se repercutem no plano vocacional. E os jovens são fruto deste tempo, desta cultura frágil e complexa, em que a reivindicação da subjetividade se transforma tantas vezes em subjetivismo e o desejo de liberdade em livre arbítrio. E se há quem procure autenticidade e afeto, relacionamentos pessoais e amizades sadias, vastidão de horizontes e simpatia pela vida entendida como valor absoluto, muitas vezes sentem-se um pouco à deriva, sozinhos, feridos pelo bem-estar, desiludidos das ideologias, das políticas não respeitosas do próprio direito à vida, confusos por causa da desorientação ética, como refere o documento que citei. Mas este é o nosso mundo, o mundo em que nós vivemos e exercemos a nossa missão por mandato do Senhor, não temos outro! Além disso, temos de estar conscientes que este trabalho só será possível com o otimismo da fé e através de uma conversão ao dever de mediar a voz que chama, de forma pedagógica e sem perder a força da esperança: o Senhor da messe não deixará faltar operários para a sua messe. Por isso, não pode haver desânimo nem faltar a esperança nos presbíteros, nos educadores, nas famílias cristãs, nas famílias religiosas, nos institutos seculares, nos pais, educadores, professores, catequistas, animadores e nas próprias comunidades cristãs. Todos somos chamados por Deus a colaborar, de muitas maneiras e cada um a seu modo, neste desafio vocacional, contagiando as crianças, os adolescentes e os jovens, com proximidade, gerando empatia e vivendo com alegria. E sem esquecer que Jesus usou o contacto pessoal, chamou-os pelo nome, acompanhou-os por longo tempo tal como eles eram, foi-os formando e orientando, rezou por eles...

A resposta vocacional vai-se descobrindo numa dinâmica relacional, isto é, entre Deus que chama e vai dando sinais e a pessoa que é chamada. Lendo e interpretando os sinais e a própria vida à luz de Jesus Cristo, cada um, com a sorte de ter a seu lado um verdadeiro cireneu que o ajude a discernir, vai-se dizendo e descobrindo a si próprio. E de tal modo que acabará por se tornar numa experiência de resposta livre, concreta e agradecida a Deus que chama. Nesta pedagogia da descoberta vocacional, são indispensáveis a Palavra, os sacramentos, a oração, a comunidade eclesial e a forma como nos relacionamos com os outros e somos para os outros.

 Não podemos julgar-nos conhecedores do terreno e bem entendidos nos projetos divinos. A lógica de Deus não é a nossa lógica. Houve um momento em que os Apóstolos assim fizeram, mas não se saíram bem, tiveram de meter a viola ao saco. Julgando-se conhecedores do mar, experientes naquelas lides da pesca e sem nada terem conseguido ao longo de toda a noite, ripostaram ao que o Senhor lhes pedia, e se o fizeram fizeram-no a contar com o fracasso para Lhe mostrar que eles é que tinham razão. E disse a Pedro: “Avança para as águas mais profundas e lança as redes para a pesca”. Simão respondeu: «Mestre, tentamos a noite inteira e não apanhamos nada. Mas em atenção à Tua palavra, vou lançar as redes». Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam” (Lc5,4-6).

 Como Igreja em saída, acreditemos na Palavra do Senhor. Avancemos, com esperança. Façamo-nos ao largo, para além do aquário talvez demasiadamente apaparicado mas amoldado a ouvir e a virar as costas a qualquer nova proposta, talvez já inquinado. Lancemos as redes para “águas mais profundas” e reacendamos em nós o zelo das origens (cf. NMI40).

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 26-04-2020.




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