quinta-feira, 7 de maio de 2020





PARÓQUIAS DE NISA



Sexta-feira, 08 de maio de 2020






Sexta da IV semana do tempo de Páscoa








ALELUIA! ALELUIA! ALELUIA!

CRISTO RESSUSCITOU!

CELEBREMOS





SEXTA-FEIRA da semana IV

Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.

L 1 Act 13, 26-33; Sal 2, 6-7. 8-9. 10-11
Ev Jo 14, 1-6


* Na Ordem Agostiniana – Nossa Senhora da Graça – MF
* Na Ordem Carmelita – B. Luís Rabatá, presbítero – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Jeremias de Valáquia, religioso, da I Ordem – MF
* Na Ordem de São Domingos – Patrocínio da B. Virgem Maria sobre toda a Família Dominicana – MO
* Nos Irmãos das Escolas Cristãs – Nossa Senhora da Estrela – FESTA
* Na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus – Nossa Senhora, Medianeira de todas as graças – MO
* Na Congregação das Servas de Maria – Nossa Senhora, Saúde dos Enfermos – SOLENIDADE
* No Instituto das Filhas da Caridade Canossianas – S. Madalena de Canossa, virgem, Fundadora do Instituto – SOLENIDADE
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – I Vésp. de S. Luísa de Marillac.
* No Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – I Vésp. de S. Maria Domingas Mazzarello.
* Nas Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados – I Vésp. de Nossa Senhora dos Desamparados.



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Ap 5, 9-10
Vós nos resgatastes, Senhor, com o vosso Sangue,
de todas as tribos, línguas, povos e nações,
e fizestes de nós, para Deus, um reino de sacerdotes. Aleluia.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor, fonte da liberdade e da salvação, ouvi a voz das nossas súplicas e fazei que vivam por Vós e em Vós encontrem a felicidade eterna aqueles que remistes pelo Sangue do vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Actos 13, 26-33
«Deus cumpriu a sua promessa, ressuscitando Jesus»




Leitura dos Actos dos Apóstolos

Naqueles dias, disse Paulo na sinagoga de Antioquia da Pisídia: «Irmãos, descendentes de Abraão e todos vós que temeis a Deus, a nós foi dirigida esta palavra da salvação. Na verdade, os habitantes de Jerusalém e os seus chefes não quiseram reconhecer Jesus, mas, condenando-O, cumpriram as palavras dos Profetas que se lêem cada sábado. Embora não tivessem encontrado nada que merecesse a morte, pediram a Pilatos que O mandasse matar. Cumprindo tudo o que estava escrito acerca d’Ele, desceram-no da cruz e depuseram-n’O no sepulcro. Mas Deus ressuscitou-O dos mortos e Ele apareceu durante muitos dias àqueles que tinham subido com Ele da Galileia a Jerusalém e são agora suas testemunhas diante do povo. Nós vos anunciamos a boa nova de que a promessa feita a nossos pais, Deus a cumpriu para nós, seus filhos, ressuscitando Jesus, como está escrito no salmo segundo: ‘Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei’».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 2, 6-7.8-9.10-11 (R. 7)
Refrão: Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

«Fui Eu quem ungiu o meu Rei
sobre Sião, minha montanha sagrada».
Vou proclamar o decreto do Senhor.
Ele disse-me: «Tu és meu filho, Eu hoje te gerei. Refrão

Pede-me e te darei as nações por herança
e os confins da terra para teu domínio.
Hás-de governá-los com ceptro de ferro,
quebrá-los como vasos de barro». Refrão

E agora, ó reis, tomai sentido,
atendei, vós que governais a terra.
Servi o Senhor com temor,
aclamai-O com reverência. Refrão


ALELUIA Jo 14, 6
Refrão: Aleluia Repete-se

Eu sou o caminho, a verdade e a vida, diz o Senhor;
ninguém vai ao Pai senão por Mim. Refrão


EVANGELHO Jo 14, 1-6
«Eu sou o caminho, a verdade e a vida»



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não se perturbe o vosso coração. Se acreditais em Deus, acreditai também em Mim. Em casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fosse, Eu vos teria dito que vou preparar-vos um lugar? Quando Eu for preparar-vos um lugar, virei novamente para vos levar comigo, para que, onde Eu estou, estejais vós também. Para onde Eu vou, conheceis o caminho». Disse-Lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais: como podemos conhecer o caminho?» Respondeu-lhe Jesus: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Acolhei benignamente, Senhor, os dons da vossa família e concedei-lhe o auxílio da vossa protecção, para que não perca as graças recebidas e alcance os bens eternos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio pascal


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Rom 4, 25
Cristo foi entregue à morte pelos nossos pecados
e ressuscitou para nossa justificação. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Guardai sempre, Senhor, com paternal bondade o povo que salvastes, para que se alegrem com a ressurreição do vosso Filho aqueles que foram redimidos pela sua paixão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

­­­­­­­­­­­­­­­­­­




« A fé permite-nos, apesar das nossas fragilidades e limitações, caminhar ao encontro do Senhor Ressuscitado e vencer as próprias tempestades.».

Papa Francisco
Mensagem para o dia das vocações 2020







ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS I: Actos 13, 26-33: As passagens da história da salvação recordadas pelo Apóstolo desde o principio deste discurso, apresenta-as ele hoje como tendo sido realizadas em Jesus no seu mistério pascal. É uma promessa que vem de longe, desde os tempos dos seus pais, os antigos patriarcas do povo de Deus, e que Deus cumpriu ao ressuscitar Jesus de entre os mortos. De facto, o mistério pascal é a síntese e o vértice para onde caminha toda a história da salvação.

Jo 14, 1-6: As grandes revelações da última Ceia, o tom direto das palavras de Jesus, são um belo testamento do seu Coração. No limite da sua vida terrena, quando os seus inimigos pensam ver tudo acabado, Jesus afirma-Se claramente como o caminho por onde os homens podem chegar ao Pai, e a sua morte é realmente a porta por onde passa este caminho, que os leva à vida.




AGENDA DO DIA



12.00 horas: Oração em rede pedindo a erradicação da epidemia covid – 19.
18.00 horas: Missa transmitido

_________________________________________


MAIO, MÊS DE MARIA
Terço diário

É um costume muito louvável de rezar o terço todos os dias. Sabemos todos as graças que recebemos por tão bela devoção. Desde há muito que o povo cristão se habituou a rezar o terço comunitariamente na Igreja, durante o mês de maio. Neste ano, devido ao covid-19, e por velarmos pela saúde de todos, não nos reunimos no ambiente apropriado que é a Igreja paroquial. Esperamos que, num dia muito em breve, o possamos realizar com toda a segurança. Entretanto Deus quer que valorizemos o ambiente familiar para que, como igreja doméstica que somos, a santifiquemos com a proteção de Nossa Senhora, rezando diariamente o terço.

Para facilitar, apresentaremos diariamente ume meditação sobre os mistérios do terço. Pensamos que poderá facilitar na oração pessoal e familiar.

_____________________________________


DIA 8
MISTÉRIOS DOLOROSOS


INTRODUÇÃO:

No Evangelho de hoje, Jesus dirige-se aos discípulos a anunciar-lhes a Sua partida para preparar um lugar para todos nós, um lugar que nos compete alcançar através do caminho que Cristo fez, que Cristo é. Vamos meditar os Mistérios Dolorosos, os últimos momentos do Jesus humano, fazendo o caminho desde o Jardim das Oliveiras ao Gólgota, onde, no madeiro de crucifixão, se ergueu a Árvore da Vida. Todo o caminho terreno de Jesus foi seguido por Maria, Sua e nossa Mãe, desde a maternidade às subidas a Jerusalém; das bodas de Caná à subida ao Calvário, aos pés da Cruz. Somos capazes de imaginar Jesus-Menino nos seus braços, acabado de nascer e, nos mesmos braços, acabado de descer da Cruz? Do encantamento à dor? Este é o percurso que confiamos a Maria, Senhora das Dores e da Esperança.

PRIMEIRO MISTÉRIO:
ORAÇÃO E AGONIA NO JARDIM DAS OLIVEIRAS

“A minha alma está triste até à morte”. São palavras de Jesus aos discípulos adormecidos, no Jardim. Jesus reza ao Pai: “Abbá, se quiseres, afasta de mim este cálice”. “Não se faça a minha vontade, mas a tua”. Jesus reza por três vezes e está pronto para a dura prova. Este é o mistério da oração, da nossa relação com Deus. Despertos em Cristo, rezemos pelos Seminários, escolas de oração e discernimento vocacional.

SEGUNDO MISTÉRIO:
 FLAGELAÇÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

A condenação está decidida. Segue-se humilhação e sofrimento, traduzido na flagelação. Mas este sofrimento não foi em vão. Tudo é uma questão de Amor, aliás bem expresso, mais tarde, na cruz: “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem”. Rezemos pelos maltratados e injustiçados da nossa sociedade, em especial os que sofrem pela sua profissão de fé em Cristo Jesus.

TERCEIRO MISTÉRIO:
 A COROAÇÃO DE ESPINHOS

 Nesta coroação de escárnio, Pilatos pergunta: Quem és, Tu? – “O Rei dos Judeus?”.  Donde és? – “A minha realeza não é deste mundo”.  Que fizeste?“vim ao mundo para dar testemunho da Verdade”. Faltou-lhe perguntar: Para onde vais? Cristo dissera-o já na “Oração Sacerdotal”: “Eu vou para Ti, Pai Santo, Tu que a mim Te deste…” Eis as eternas perguntas ao nosso existir. Cristo dá-nos o sentido das respostas.

QUARTO MISTÉRIO:
 JESUS A CAMINHO DO CALVÁRIO E O ENCONTRO COM SUA MÃE

 No caminho para o Calvário, “lançaram mão de um certo Simão de Cirene” para levar a cruz atrás de Jesus. Se queremos acompanhar Jesus, hoje, é necessário fazermos de cireneu para cada irmão abatido, esmagado pelo sofrimento, pela dor e pelo desespero. Rezemos, em particular, pelas mães para que, meditando e contemplando Jesus a caminho do Calvário, adquiram forças para as suas dificuldades e atribulações.

QUINTO MISTÉRIO:
CRUCIFIXÃO E MORTE DE JESUS

“Pai, nas Tuas mãos entrego o meu Espírito”. Esta é a última oração de Jesus. A Esperança começa! Sua Mãe está junto à Cruz com outras mulheres. Sempre elas! Juntemo-nos a Maria e tomemos Jesus nos braços, descido do madeiro seco, abraçando a Árvore da Vida perene. Rezemos pelos sacerdotes para que, inspirados no Espírito Santo, anunciem com fidelidade e fervor Cristo Crucificado, Redentor da Humanidade.

PRECE:

Mãe da Esperança, amparai vossos filhos peregrinos no caminho da vida; sustentai a nossa fé e a nossa esperança, tornando-nos discípulos missionários de vosso Filho, dispostos a percorrer o Caminho da Cruz, uns com os outros.

CONSAGRAÇÃO:

Senhora das Dores, Eu vos consagro o meu ser e a minha vida: Os meus olhos para verem à Luz do vosso Filho; Os meus ouvidos para que escutem a Sua Palavra e a ponham em prática; A minha boca para proclamar a Verdade por Ele revelada e dar voz pela dignidade humana; As minhas mãos para que operem no sentido do bem e da justiça; Os meus pés para caminharem ao encontro dos outros, ao encontro do Pai; O meu coração para que seja semelhante ao vosso. Eu vos consagro a minha família; amparai-a nas alegrias e nas tristezas, na saúde e no sofrimento. Eu vos consagro os jovens, para que neles despertem vocações religiosas e sacerdotais. Guardai-nos a todos e conduzi-nos à Esperança em Cristo Jesus. Ámen.





A VOZ DO PASTOR


Semana das Vocações

LANÇAR AS REDES PARA ALÉM DO AQUÁRIO

Estamos a viver a semana de oração e ação em prol da cultura vocacional, cuja solicitude no terreno sempre reclama um “salto de qualidade”. Falamos daquela dimensão da vida que procura responder à busca de sentido, que estrutura e dá uma nova compreensão à existência de cada pessoa: “Senhor, que queres de mim, que queres que eu seja?”. Já noutros escritos, apoiado nos documentos da Igreja, me tenho referido a estas grandes opções de vida que são, assim o podemos sintetizar: ou o matrimónio ou o ministério ordenado ou a vida consagrada (religiosa e laical), ou, mesmo quando a pessoa conclui que não se sente chamada a nenhuma das citadas vocações e, por opção responsável, refletida, rezada e acompanhada, permanece solteira, não para fugir a responsabilidades ou para levar uma vida leviana ou descomprometia, mas por opção responsável e determinada. E quantas causas nobres de serviços à sociedade e à Igreja acontecem e se desenvolvem devido à ação destas pessoas que, durante toda a vida, se lhes dedicam total e generosamente. Mas seja qual for a resposta a dar ao estado de vida a que cada um se sente chamado, não se pode dar uma resposta a ver se vai dar certo ou apenas por um determinado tempo, a prazo. Espera-se que seja uma resposta séria e definitiva, para toda a vida. Uma resposta dada com amor, alegria e esperança, o que implica saber o que cada uma reclama de formação, preparação, responsabilidade, atenção constante e capacidade de saber ultrapassar as dificuldades que venham a surgir porque nada é tão linear como se sonha. E, isto, mesmo depois de já se estar a viver no matrimónio ou na vida consagrada ou no ministério ordenado. Se assim não for, este pucarinho de barro que cada um de nós é pode esboroar-se, fazer-nos perder o entusiasmo da primeira hora e conduzir-nos a um desfecho de infidelidade e abandono. Mesmo que se invoquem razões que possam desculpar ou diminuir a responsabilidade desse final, é sempre consequência de algo que correu menos bem, fosse em que tempo fosse. Como refere o Papa Francisco na Mensagem para este ano, é importante “que cada um possa descobrir com GRATIDÃO o chamamento que Deus lhe dirige, encontrar a CORAGEM de dizer «sim», vencer a fadiga com a fé em Cristo e finalmente, como um cântico de LOUVOR, oferecer a própria vida por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro”. Se o Senhor nos chamou por este ou aquele caminho, Ele está connosco e devemos-lhe estar gratos por ter passado pela nossa vida, por nos ter dado coragem para arriscarmos na certeza de que Ele nos estende a mão no meio das tempestades da vida, e continua a chamar-nos dentro da vocação e a dizer-nos que não tenhamos medo.

O documento “Novas Vocações para uma Nova Europa”, refere que hoje “são necessários «pais» e «mães» abertos à vida e ao dom da vida; esposos e esposas que testemunhem e celebrem a beleza do amor humano abençoado por Deus; pessoas capazes de diálogo e de «caridade cultural», para a transmissão da mensagem cristã, mediante as linguagens da nossa sociedade; profissionais e pessoas simples, capazes de imprimir a transparência da verdade e a intensidade da caridade cristã ao compromisso na vida civil e às relações de trabalho e de amizade; mulheres que redescubram na fé cristã a possibilidade de viver plenamente o seu gênio feminino; presbíteros de coração grande, como o do Bom Pastor; diáconos permanentes que anunciem a Palavra e a liberdade do serviço aos mais pobres; apóstolos consagrados capazes de se imergirem no mundo e na história com coração contemplativo, e místicos tão familiarizados com o mistério de Deus, que saibam celebrar a experiência do divino e apontar Deus presente no vivo da ação” (NVNE,12).

A Igreja valoriza a vocação de todos e confia em todos para promover uma verdadeira cultura vocacional. E se contamos com todos para esse trabalho, nesta Semana das Vocações, porém, todos temos especialmente em conta as vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada, as vocações de especial consagração. Hoje é difícil este anúncio vocacional e torna-se fácil a tentação do desânimo em quem tem a missão de o fazer. Os valores que hoje se nos apresentam são diversos e contrastantes. A cultura é pluralista e ambivalente, “politeísta” e neutra. Há excesso de possibilidades, de ocasiões, de solicitações e, a par, a carência de projetos de vida. Há códigos de leitura e de avaliação, de orientação e de comportamento que se repercutem no plano vocacional. E os jovens são fruto deste tempo, desta cultura frágil e complexa, em que a reivindicação da subjetividade se transforma tantas vezes em subjetivismo e o desejo de liberdade em livre arbítrio. E se há quem procure autenticidade e afeto, relacionamentos pessoais e amizades sadias, vastidão de horizontes e simpatia pela vida entendida como valor absoluto, muitas vezes sentem-se um pouco à deriva, sozinhos, feridos pelo bem-estar, desiludidos das ideologias, das políticas não respeitosas do próprio direito à vida, confusos por causa da desorientação ética, como refere o documento que citei. Mas este é o nosso mundo, o mundo em que nós vivemos e exercemos a nossa missão por mandato do Senhor, não temos outro! Além disso, temos de estar conscientes que este trabalho só será possível com o otimismo da fé e através de uma conversão ao dever de mediar a voz que chama, de forma pedagógica e sem perder a força da esperança: o Senhor da messe não deixará faltar operários para a sua messe. Por isso, não pode haver desânimo nem faltar a esperança nos presbíteros, nos educadores, nas famílias cristãs, nas famílias religiosas, nos institutos seculares, nos pais, educadores, professores, catequistas, animadores e nas próprias comunidades cristãs. Todos somos chamados por Deus a colaborar, de muitas maneiras e cada um a seu modo, neste desafio vocacional, contagiando as crianças, os adolescentes e os jovens, com proximidade, gerando empatia e vivendo com alegria. E sem esquecer que Jesus usou o contacto pessoal, chamou-os pelo nome, acompanhou-os por longo tempo tal como eles eram, foi-os formando e orientando, rezou por eles...

A resposta vocacional vai-se descobrindo numa dinâmica relacional, isto é, entre Deus que chama e vai dando sinais e a pessoa que é chamada. Lendo e interpretando os sinais e a própria vida à luz de Jesus Cristo, cada um, com a sorte de ter a seu lado um verdadeiro cireneu que o ajude a discernir, vai-se dizendo e descobrindo a si próprio. E de tal modo que acabará por se tornar numa experiência de resposta livre, concreta e agradecida a Deus que chama. Nesta pedagogia da descoberta vocacional, são indispensáveis a Palavra, os sacramentos, a oração, a comunidade eclesial e a forma como nos relacionamos com os outros e somos para os outros.

 Não podemos julgar-nos conhecedores do terreno e bem entendidos nos projetos divinos. A lógica de Deus não é a nossa lógica. Houve um momento em que os Apóstolos assim fizeram, mas não se saíram bem, tiveram de meter a viola ao saco. Julgando-se conhecedores do mar, experientes naquelas lides da pesca e sem nada terem conseguido ao longo de toda a noite, ripostaram ao que o Senhor lhes pedia, e se o fizeram fizeram-no a contar com o fracasso para Lhe mostrar que eles é que tinham razão. E disse a Pedro: “Avança para as águas mais profundas e lança as redes para a pesca”. Simão respondeu: «Mestre, tentamos a noite inteira e não apanhamos nada. Mas em atenção à Tua palavra, vou lançar as redes». Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam” (Lc5,4-6).

 Como Igreja em saída, acreditemos na Palavra do Senhor. Avancemos, com esperança. Façamo-nos ao largo, para além do aquário talvez demasiadamente apaparicado mas amoldado a ouvir e a virar as costas a qualquer nova proposta, talvez já inquinado. Lancemos as redes para “águas mais profundas” e reacendamos em nós o zelo das origens (cf. NMI40).

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 26-04-2020.




Sem comentários:

Enviar um comentário