sexta-feira, 8 de maio de 2020






PARÓQUIAS DE NISA




Sábado, 09 de maio de 2020








Sábado da IV semana do tempo de Páscoa









ALELUIA! ALELUIA! ALELUIA!

CRISTO RESSUSCITOU!

CELEBREMOS





SÁBADO da semana IV
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.

L 1 Act 13, 44-52; Sal 97 (98), 1. 2-3ab. 3cd-4
Ev Jo 14, 7-14


* Na Ordem Carmelita – S. Jorge Preca, presbítero – MF
* Na Ordem Franciscana (II Ordem) – S. Catarina de Bolonha, virgem, da II Ordem – MO
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – S. Luísa de Marillac, religiosa co-fundadora – SOLENIDADE
* Na Congregação Salesiana – S. Maria Domingas Mazzarello, virgem – FESTA
* No Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – S. Maria Domingas Mazzarello, virgem, co-fundadora do Instituto – SOLENIDADE
* Nas Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados – Nossa Senhora dos Desamparados, Padroeira principal e Titular – SOLENIDADE
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA 1 Pedro 2, 9
Povo resgatado, proclamai as maravilhas do Senhor,
que vos chamou das trevas para a sua luz admirável. Aleluia.


ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que nos renovastes pelo Baptismo, fazei-nos viver em plenitude o mistério pascal, para que dêmos fruto abundante e cheguemos às alegrias eternas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Actos 13, 44-52
«Voltamo-nos para os pagãos»


Leitura dos Actos dos Apóstolos

No segundo sábado em que Paulo e Barnabé estiveram em Antioquia da Pisídia, reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus. Ao verem a multidão, os judeus encheram-se de inveja e responderam com blasfémias às palavras de Paulo. Corajosamente, Paulo e Barnabé declararam: «Era a vós que devia ser anunciada primeiro a palavra de Deus. Mas uma vez que a rejeitais e vos julgais indignos da vida eterna, voltamo-nos para os gentios, porque assim nos mandou o Senhor: ‘Fiz de ti a luz das nações, para levares a salvação até aos confins da terra’». Ao ouvirem isto, os gentios encheram-se de alegria e glorificaram a palavra do Senhor; e todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé. Assim, a palavra do Senhor divulgava-se por toda a região. Mas os judeus instigaram algumas senhoras piedosas mais distintas, bem como os homens principais da cidade, e moveram uma perseguição contra Paulo e Barnabé, expulsando-os do território. Estes sacudiram contra eles a poeira dos pés e seguiram para Icónio. Entretanto, os discípulos ficavam cheios de alegria e do Espírito Santo.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 97 (98), 1.2-3ab.3cd-4 (R. 3cd)
Refrão: Todos os confins da terra
viram a salvação do nosso Deus.
Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória. Refrão

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel. Refrão

Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai. Refrão


ALELUIA Jo 8, 31b-32
Refrão: Aleluia Repete-se

Se permanecerdes na minha palavra,
sereis verdadeiramente meus discípulos
e conhecereis a verdade, diz o Senhor. Refrão


EVANGELHO Jo 14, 7-14
«Quem Me vê, vê o Pai»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. Mas desde agora já O conheceis e já O vistes». Disse-Lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta». Respondeu-lhe Jesus: «Há tanto tempo estou convosco e não Me conheces, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai. Como podes tu dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? Não acreditas que Eu estou no Pai e o Pai está em Mim? As palavras que vos digo, não as digo por Mim próprio, mas é o Pai, permanecendo em Mim, que faz as obras. Acreditai-Me: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim. Acreditai ao menos pelas minhas obras. Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita em Mim fará também as obras que Eu faço e fará obras ainda maiores, porque Eu vou para o Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu a farei».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, estes dons que Vos oferecemos como sacri¬fício espiritual, e fazei de nós mesmos uma oblação eterna para vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio pascal


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 17, 24
Eu quero, ó Pai, que estejam sempre comigo aqueles que Me deste, para que vejam a minha glória. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Depois de recebermos estes dons sagrados, humildemente Vos pedimos, Senhor: o sacramento que o vosso Filho nos mandou celebrar em sua memória, aumente sempre a nossa caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


­­­­­­­­­­­­­­­­­­




«A Igreja necessita de santos. Todos estamos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade»









ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS I: Actos 13, 44-52: Esta passagem é muito importante. Trata-se da grande afirmação de S. Paulo, de que, uma vez rejeitada a pregação do Evangelho pelos judeus, ele se vai voltar para os pagãos. Assim estes, em lugar de serem os continuadores do povo escolhido do Antigo Testamento, tornam-se quase os seus substitutos. Mas deste modo, se verifica como é verdadeira a palavra de Deus a Abraão: “Farei de ti pai de muitas nações”.

Jo 14, 7-14: Jesus é a revelação do Pai; mas esta revelação só é acessível à fé. Filipe talvez exigisse qualquer manifestação espetacular do Pai, mas essa manifestação está no próprio Filho: as suas palavras são as palavras do Pai, as suas obras são sinais do poder do Pai que está no Filho, como o Filho está no Pai. É este um grande passo na revelação do mistério da vida íntima de Deus. Este ministério de Jesus de revelar o Pai, continuará no ministério dos Apóstolos, garantido pela ação do Espírito Santo.




AGENDA DO DIA



12.00 horas: Oração em rede pedindo a erradicação da epidemia covid – 19.
18.00 horas: Missa transmitido

_________________________________________


MAIO, MÊS DE MARIA
Terço diário

É um costume muito louvável de rezar o terço todos os dias. Sabemos todos as graças que recebemos por tão bela devoção. Desde há muito que o povo cristão se habituou a rezar o terço comunitariamente na Igreja, durante o mês de maio. Neste ano, devido ao covid-19, e por velarmos pela saúde de todos, não nos reunimos no ambiente apropriado que é a Igreja paroquial. Esperamos que, num dia muito em breve, o possamos realizar com toda a segurança. Entretanto Deus quer que valorizemos o ambiente familiar para que, como igreja doméstica que somos, a santifiquemos com a proteção de Nossa Senhora, rezando diariamente o terço.

Para facilitar, apresentaremos diariamente ume meditação sobre os mistérios do terço. Pensamos que poderá facilitar na oração pessoal e familiar.

_____________________________________


DIA 9
MISTÉRIOS GOZOSOS


INTRODUÇÃO:

S. João Paulo II, na carta apostólica «Rosarium Virginis Mariae», afirma que “recitar o Rosário nada mais é senão contemplar com Maria o rosto de Cristo”(3). No evangelho de hoje, São João mostra-nos que quem vê Jesus vê o Pai, pois o Pai está n'Ele, e as palavras que Ele diz é Deus que diz por si… Neste espírito de devoção a Maria, meditemos os mistérios gozosos, pedindo a Maria que nos ajude a contemplar e adorar Deus.

PRIMEIRO MISTÉRIO ANUNCIAÇÃO DO ANJO A NOSSA SENHORA

 “Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo retirou-se de junto dela” (Lc 1, 38). Maria, mensageira e discípula de Deus, recebe a visita inesperada do anjo. Aceita a vontade do Pai sem medo e recebe em seu ventre, pela ação do Espírito Santo, o filho do Altíssimo. Maria, tu que foste escolhida para mãe do Salvador e eleita pela igreja como esposa de Cristo, ajuda-nos a dizer “sim” sem medos aos desígnios de Deus.

SEGUNDO MISTÉRIO:
VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA A SANTA ISABEL

“Feliz de ti que acreditaste” (Lc 1, 45). Maria recebe com alegria a notícia do anjo e corre para junto de sua prima Isabel. Deus mostra que a Ele nada é impossível. Maria, através de Ti, Deus reuniu toda uma família de graças e bênçãos. Ensina-nos a deixar Deus viver em nós para o darmos aos outros como Tu.

TERCEIRO MISTÉRIO:
 NASCIMENTO DE JESUS NO PRESÉPIO DE BELÉM

 “E, quando eles ali se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria” (Lc 2, 6-7). Maria dá à luz o filho do Altíssimo, rodeada de pobreza, e o seu filho Jesus nasce desprovido de conforto e luxo… Deus tornou-se igual a nós, para saber como devemos viver. Neste espírito de reflexão, peçamos a graça de nos afastarmos das riquezas, deixando o amor de Deus fazer maravilhas no nosso coração.

QUARTO MISTÉRIO:
 APRESENTAÇÃO DO MENINO JESUS NO TEMPLO

“Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo, porque meus olhos viram a Salvação que ofereceste a todos os povos, Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo»” (Lc 2, 28-32). A sagrada família de Nazaré dirigiu-se ao templo para consagrar o seu filho e encontrou o velho Simeão a espalhar a Palavra. No entanto, quando este toma o menino, Maria sofre, pois Simeão anuncia que Jesus iria sofrer por ser alvo de uma violenta contradição, e que ela veria o seu coração ser trespassado pela dor. Maria, Tu que entregaste o teu filho, aceitando a vontade do Pai, ajuda os pais que têm medo de entregar os seus filhos ao sacerdócio, dando-lhes o conforto e fé em Deus.

QUINTO MISTÉRIO:
 ENCONTRO DO MENINO JESUS NO TEMPLO, ENTRE OS DOUTORES

 “Ao vê-lo, ficaram assombrados e sua mãe disse-lhe: «Filho, porque nos fizeste isto?»” (Lc 2, 48). Jesus sente-se preparado para anunciar a Palavra de Deus e acolhe-se na casa do Pai a ler a sagrada escritura. Maria e José desesperam à sua procura. Os sentimentos de angústia, ansiedade e inquietação, provocados no coração de Maria, seriam uma preparação para o futuro sofrimento, que só iria passar quando chegasse a hora. Maria, tu que sofreste à procura do teu filho sem, contudo, perder a esperança, ajuda-nos a sermos fiéis à oração e perseverantes na fé.

CONSAGRAÇÃO

“Virgem Maria, Mãe de Jesus.
Dá-me um pouco de tua força para minha fraqueza.
Um pouco da tua coragem para o meu desalento,
Um pouco da tua compreensão para o meu problema.
Um pouco da tua plenitude para o meu vazio.
Um pouco da tua rosa para o meu espinho.
Um pouco da tua certeza para a minha dúvida.
Um pouco do teu sol para o meu inverno.
Um pouco da tua disponibilidade para o meu cansaço.
Um pouco do teu rumo infinito para o meu extravio.
Um pouco da tua neve para o barro do meu pecado.
Um pouco da tua luminosidade para a minha noite.
Um pouco da tua alegria para a minha tristeza.
Um pouco da tua sabedoria para a minha ignorância.
Um pouco do teu amor para o meu rancor.
Um pouco da tua pureza para o meu pecado.
Um pouco da tua vida para a minha morte.
Um pouco da tua transparência para o meu escuro.
Um pouco do teu Filho Jesus para este teu filho pecador.
Com esses poucos, Senhora, eu terei tudo!”






A VOZ DO PASTOR


Semana das Vocações

LANÇAR AS REDES PARA ALÉM DO AQUÁRIO

Estamos a viver a semana de oração e ação em prol da cultura vocacional, cuja solicitude no terreno sempre reclama um “salto de qualidade”. Falamos daquela dimensão da vida que procura responder à busca de sentido, que estrutura e dá uma nova compreensão à existência de cada pessoa: “Senhor, que queres de mim, que queres que eu seja?”. Já noutros escritos, apoiado nos documentos da Igreja, me tenho referido a estas grandes opções de vida que são, assim o podemos sintetizar: ou o matrimónio ou o ministério ordenado ou a vida consagrada (religiosa e laical), ou, mesmo quando a pessoa conclui que não se sente chamada a nenhuma das citadas vocações e, por opção responsável, refletida, rezada e acompanhada, permanece solteira, não para fugir a responsabilidades ou para levar uma vida leviana ou descomprometia, mas por opção responsável e determinada. E quantas causas nobres de serviços à sociedade e à Igreja acontecem e se desenvolvem devido à ação destas pessoas que, durante toda a vida, se lhes dedicam total e generosamente. Mas seja qual for a resposta a dar ao estado de vida a que cada um se sente chamado, não se pode dar uma resposta a ver se vai dar certo ou apenas por um determinado tempo, a prazo. Espera-se que seja uma resposta séria e definitiva, para toda a vida. Uma resposta dada com amor, alegria e esperança, o que implica saber o que cada uma reclama de formação, preparação, responsabilidade, atenção constante e capacidade de saber ultrapassar as dificuldades que venham a surgir porque nada é tão linear como se sonha. E, isto, mesmo depois de já se estar a viver no matrimónio ou na vida consagrada ou no ministério ordenado. Se assim não for, este pucarinho de barro que cada um de nós é pode esboroar-se, fazer-nos perder o entusiasmo da primeira hora e conduzir-nos a um desfecho de infidelidade e abandono. Mesmo que se invoquem razões que possam desculpar ou diminuir a responsabilidade desse final, é sempre consequência de algo que correu menos bem, fosse em que tempo fosse. Como refere o Papa Francisco na Mensagem para este ano, é importante “que cada um possa descobrir com GRATIDÃO o chamamento que Deus lhe dirige, encontrar a CORAGEM de dizer «sim», vencer a fadiga com a fé em Cristo e finalmente, como um cântico de LOUVOR, oferecer a própria vida por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro”. Se o Senhor nos chamou por este ou aquele caminho, Ele está connosco e devemos-lhe estar gratos por ter passado pela nossa vida, por nos ter dado coragem para arriscarmos na certeza de que Ele nos estende a mão no meio das tempestades da vida, e continua a chamar-nos dentro da vocação e a dizer-nos que não tenhamos medo.

O documento “Novas Vocações para uma Nova Europa”, refere que hoje “são necessários «pais» e «mães» abertos à vida e ao dom da vida; esposos e esposas que testemunhem e celebrem a beleza do amor humano abençoado por Deus; pessoas capazes de diálogo e de «caridade cultural», para a transmissão da mensagem cristã, mediante as linguagens da nossa sociedade; profissionais e pessoas simples, capazes de imprimir a transparência da verdade e a intensidade da caridade cristã ao compromisso na vida civil e às relações de trabalho e de amizade; mulheres que redescubram na fé cristã a possibilidade de viver plenamente o seu gênio feminino; presbíteros de coração grande, como o do Bom Pastor; diáconos permanentes que anunciem a Palavra e a liberdade do serviço aos mais pobres; apóstolos consagrados capazes de se imergirem no mundo e na história com coração contemplativo, e místicos tão familiarizados com o mistério de Deus, que saibam celebrar a experiência do divino e apontar Deus presente no vivo da ação” (NVNE,12).

A Igreja valoriza a vocação de todos e confia em todos para promover uma verdadeira cultura vocacional. E se contamos com todos para esse trabalho, nesta Semana das Vocações, porém, todos temos especialmente em conta as vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada, as vocações de especial consagração. Hoje é difícil este anúncio vocacional e torna-se fácil a tentação do desânimo em quem tem a missão de o fazer. Os valores que hoje se nos apresentam são diversos e contrastantes. A cultura é pluralista e ambivalente, “politeísta” e neutra. Há excesso de possibilidades, de ocasiões, de solicitações e, a par, a carência de projetos de vida. Há códigos de leitura e de avaliação, de orientação e de comportamento que se repercutem no plano vocacional. E os jovens são fruto deste tempo, desta cultura frágil e complexa, em que a reivindicação da subjetividade se transforma tantas vezes em subjetivismo e o desejo de liberdade em livre arbítrio. E se há quem procure autenticidade e afeto, relacionamentos pessoais e amizades sadias, vastidão de horizontes e simpatia pela vida entendida como valor absoluto, muitas vezes sentem-se um pouco à deriva, sozinhos, feridos pelo bem-estar, desiludidos das ideologias, das políticas não respeitosas do próprio direito à vida, confusos por causa da desorientação ética, como refere o documento que citei. Mas este é o nosso mundo, o mundo em que nós vivemos e exercemos a nossa missão por mandato do Senhor, não temos outro! Além disso, temos de estar conscientes que este trabalho só será possível com o otimismo da fé e através de uma conversão ao dever de mediar a voz que chama, de forma pedagógica e sem perder a força da esperança: o Senhor da messe não deixará faltar operários para a sua messe. Por isso, não pode haver desânimo nem faltar a esperança nos presbíteros, nos educadores, nas famílias cristãs, nas famílias religiosas, nos institutos seculares, nos pais, educadores, professores, catequistas, animadores e nas próprias comunidades cristãs. Todos somos chamados por Deus a colaborar, de muitas maneiras e cada um a seu modo, neste desafio vocacional, contagiando as crianças, os adolescentes e os jovens, com proximidade, gerando empatia e vivendo com alegria. E sem esquecer que Jesus usou o contacto pessoal, chamou-os pelo nome, acompanhou-os por longo tempo tal como eles eram, foi-os formando e orientando, rezou por eles...

A resposta vocacional vai-se descobrindo numa dinâmica relacional, isto é, entre Deus que chama e vai dando sinais e a pessoa que é chamada. Lendo e interpretando os sinais e a própria vida à luz de Jesus Cristo, cada um, com a sorte de ter a seu lado um verdadeiro cireneu que o ajude a discernir, vai-se dizendo e descobrindo a si próprio. E de tal modo que acabará por se tornar numa experiência de resposta livre, concreta e agradecida a Deus que chama. Nesta pedagogia da descoberta vocacional, são indispensáveis a Palavra, os sacramentos, a oração, a comunidade eclesial e a forma como nos relacionamos com os outros e somos para os outros.

 Não podemos julgar-nos conhecedores do terreno e bem entendidos nos projetos divinos. A lógica de Deus não é a nossa lógica. Houve um momento em que os Apóstolos assim fizeram, mas não se saíram bem, tiveram de meter a viola ao saco. Julgando-se conhecedores do mar, experientes naquelas lides da pesca e sem nada terem conseguido ao longo de toda a noite, ripostaram ao que o Senhor lhes pedia, e se o fizeram fizeram-no a contar com o fracasso para Lhe mostrar que eles é que tinham razão. E disse a Pedro: “Avança para as águas mais profundas e lança as redes para a pesca”. Simão respondeu: «Mestre, tentamos a noite inteira e não apanhamos nada. Mas em atenção à Tua palavra, vou lançar as redes». Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam” (Lc5,4-6).

 Como Igreja em saída, acreditemos na Palavra do Senhor. Avancemos, com esperança. Façamo-nos ao largo, para além do aquário talvez demasiadamente apaparicado mas amoldado a ouvir e a virar as costas a qualquer nova proposta, talvez já inquinado. Lancemos as redes para “águas mais profundas” e reacendamos em nós o zelo das origens (cf. NMI40).

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 26-04-2020.




Sem comentários:

Enviar um comentário