PARÓQUIAS
DE NISA
Sábado,
09 de maio de 2020
Sábado da IV semana do tempo de Páscoa
ALELUIA!
ALELUIA! ALELUIA!
CRISTO
RESSUSCITOU!
CELEBREMOS
SÁBADO
da semana IV
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.
L 1 Act 13, 44-52; Sal 97 (98), 1. 2-3ab. 3cd-4
Ev Jo 14, 7-14
* Na Ordem Carmelita – S. Jorge Preca, presbítero – MF
* Na Ordem Franciscana (II Ordem) – S. Catarina de Bolonha, virgem, da II Ordem – MO
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – S. Luísa de Marillac, religiosa co-fundadora – SOLENIDADE
* Na Congregação Salesiana – S. Maria Domingas Mazzarello, virgem – FESTA
* No Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – S. Maria Domingas Mazzarello, virgem, co-fundadora do Instituto – SOLENIDADE
* Nas Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados – Nossa Senhora dos Desamparados, Padroeira principal e Titular – SOLENIDADE
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
Missa da féria, pf. pascal.
L 1 Act 13, 44-52; Sal 97 (98), 1. 2-3ab. 3cd-4
Ev Jo 14, 7-14
* Na Ordem Carmelita – S. Jorge Preca, presbítero – MF
* Na Ordem Franciscana (II Ordem) – S. Catarina de Bolonha, virgem, da II Ordem – MO
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – S. Luísa de Marillac, religiosa co-fundadora – SOLENIDADE
* Na Congregação Salesiana – S. Maria Domingas Mazzarello, virgem – FESTA
* No Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – S. Maria Domingas Mazzarello, virgem, co-fundadora do Instituto – SOLENIDADE
* Nas Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados – Nossa Senhora dos Desamparados, Padroeira principal e Titular – SOLENIDADE
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA 1 Pedro 2, 9
Povo resgatado, proclamai as maravilhas do Senhor,
que vos chamou das trevas para a sua luz admirável. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que nos renovastes pelo Baptismo, fazei-nos viver em plenitude o mistério pascal, para que dêmos fruto abundante e cheguemos às alegrias eternas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 13, 44-52
«Voltamo-nos para os pagãos»
Leitura dos Actos dos Apóstolos
Povo resgatado, proclamai as maravilhas do Senhor,
que vos chamou das trevas para a sua luz admirável. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que nos renovastes pelo Baptismo, fazei-nos viver em plenitude o mistério pascal, para que dêmos fruto abundante e cheguemos às alegrias eternas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 13, 44-52
«Voltamo-nos para os pagãos»
Leitura dos Actos dos Apóstolos
No segundo sábado em que Paulo e Barnabé estiveram em Antioquia da Pisídia, reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus. Ao verem a multidão, os judeus encheram-se de inveja e responderam com blasfémias às palavras de Paulo. Corajosamente, Paulo e Barnabé declararam: «Era a vós que devia ser anunciada primeiro a palavra de Deus. Mas uma vez que a rejeitais e vos julgais indignos da vida eterna, voltamo-nos para os gentios, porque assim nos mandou o Senhor: ‘Fiz de ti a luz das nações, para levares a salvação até aos confins da terra’». Ao ouvirem isto, os gentios encheram-se de alegria e glorificaram a palavra do Senhor; e todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé. Assim, a palavra do Senhor divulgava-se por toda a região. Mas os judeus instigaram algumas senhoras piedosas mais distintas, bem como os homens principais da cidade, e moveram uma perseguição contra Paulo e Barnabé, expulsando-os do território. Estes sacudiram contra eles a poeira dos pés e seguiram para Icónio. Entretanto, os discípulos ficavam cheios de alegria e do Espírito Santo.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 97 (98), 1.2-3ab.3cd-4 (R. 3cd)
Refrão: Todos os confins da terra
viram a salvação do nosso Deus. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória. Refrão
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel. Refrão
Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai. Refrão
ALELUIA Jo 8, 31b-32
Refrão: Aleluia Repete-se
Se permanecerdes na minha palavra,
sereis verdadeiramente meus discípulos
e conhecereis a verdade, diz o Senhor. Refrão
EVANGELHO Jo 14, 7-14
«Quem Me vê, vê o Pai»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. Mas desde agora já O conheceis e já O vistes». Disse-Lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta». Respondeu-lhe Jesus: «Há tanto tempo estou convosco e não Me conheces, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai. Como podes tu dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? Não acreditas que Eu estou no Pai e o Pai está em Mim? As palavras que vos digo, não as digo por Mim próprio, mas é o Pai, permanecendo em Mim, que faz as obras. Acreditai-Me: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim. Acreditai ao menos pelas minhas obras. Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita em Mim fará também as obras que Eu faço e fará obras ainda maiores, porque Eu vou para o Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu a farei».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, estes dons que Vos oferecemos como sacri¬fício espiritual, e fazei de nós mesmos uma oblação eterna para vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio pascal
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 17, 24
Eu quero, ó Pai, que estejam sempre comigo aqueles que Me deste, para que vejam a minha glória. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Depois de recebermos estes dons sagrados, humildemente Vos pedimos, Senhor: o sacramento que o vosso Filho nos mandou celebrar em sua memória, aumente sempre a nossa caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
«A Igreja necessita de santos. Todos estamos
chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade»
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
- Dirige-te
a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS I:
Actos 13, 44-52: Esta passagem é
muito importante. Trata-se da grande afirmação de S. Paulo, de que, uma vez
rejeitada a pregação do Evangelho pelos judeus, ele se vai voltar para os pagãos.
Assim estes, em lugar de serem os continuadores do povo escolhido do Antigo
Testamento, tornam-se quase os seus substitutos. Mas deste modo, se verifica
como é verdadeira a palavra de Deus a Abraão: “Farei de ti pai de muitas
nações”.
Jo 14, 7-14: Jesus
é a revelação do Pai; mas esta revelação só é acessível à fé. Filipe talvez
exigisse qualquer manifestação espetacular do Pai, mas essa manifestação está
no próprio Filho: as suas palavras são as palavras do Pai, as suas obras são
sinais do poder do Pai que está no Filho, como o Filho está no Pai. É este um
grande passo na revelação do mistério da vida íntima de Deus. Este ministério
de Jesus de revelar o Pai, continuará no ministério dos Apóstolos, garantido
pela ação do Espírito Santo.
AGENDA DO DIA
12.00 horas: Oração em rede pedindo a erradicação da
epidemia covid – 19.
18.00 horas: Missa
transmitido
_________________________________________
MAIO, MÊS DE MARIA
Terço diário
É um costume muito louvável de rezar o terço
todos os dias. Sabemos todos as graças que recebemos por tão bela devoção.
Desde há muito que o povo cristão se habituou a rezar o terço comunitariamente
na Igreja, durante o mês de maio. Neste ano, devido ao covid-19, e por velarmos
pela saúde de todos, não nos reunimos no ambiente apropriado que é a Igreja
paroquial. Esperamos que, num dia muito em breve, o possamos realizar com toda
a segurança. Entretanto Deus quer que valorizemos o ambiente familiar para que,
como igreja doméstica que somos, a santifiquemos com a proteção de Nossa
Senhora, rezando diariamente o terço.
Para facilitar, apresentaremos diariamente ume
meditação sobre os mistérios do terço. Pensamos que poderá facilitar na oração
pessoal e familiar.
_____________________________________
DIA 9
MISTÉRIOS GOZOSOS
INTRODUÇÃO:
S. João Paulo II, na carta apostólica «Rosarium Virginis Mariae», afirma que
“recitar o Rosário nada mais é senão contemplar com Maria o rosto de
Cristo”(3). No evangelho de hoje, São João mostra-nos que quem vê Jesus vê o
Pai, pois o Pai está n'Ele, e as palavras que Ele diz é Deus que diz por si…
Neste espírito de devoção a Maria, meditemos os mistérios gozosos, pedindo a
Maria que nos ajude a contemplar e adorar Deus.
PRIMEIRO MISTÉRIO
ANUNCIAÇÃO DO ANJO A NOSSA SENHORA
“Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor,
faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo retirou-se de junto dela” (Lc
1, 38). Maria, mensageira e discípula de Deus, recebe a
visita inesperada do anjo. Aceita a vontade do Pai sem medo e recebe em seu
ventre, pela ação do Espírito Santo, o filho do Altíssimo. Maria, tu que foste
escolhida para mãe do Salvador e eleita pela igreja como esposa de Cristo,
ajuda-nos a dizer “sim” sem medos aos desígnios de Deus.
SEGUNDO MISTÉRIO:
VISITAÇÃO DE NOSSA
SENHORA A SANTA ISABEL
“Feliz
de ti que acreditaste” (Lc 1, 45). Maria recebe com
alegria a notícia do anjo e corre para junto de sua prima Isabel. Deus mostra
que a Ele nada é impossível. Maria, através de Ti, Deus reuniu toda uma família
de graças e bênçãos. Ensina-nos a deixar Deus viver em nós para o darmos aos
outros como Tu.
TERCEIRO MISTÉRIO:
NASCIMENTO DE JESUS NO PRESÉPIO DE BELÉM
“E, quando eles ali se encontravam,
completaram-se os dias de ela dar à luz e teve o seu filho primogénito, que
envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na
hospedaria” (Lc 2, 6-7). Maria dá à luz o filho do
Altíssimo, rodeada de pobreza, e o seu filho Jesus nasce desprovido de conforto
e luxo… Deus tornou-se igual a nós, para saber como devemos viver. Neste
espírito de reflexão, peçamos a graça de nos afastarmos das riquezas, deixando
o amor de Deus fazer maravilhas no nosso coração.
QUARTO MISTÉRIO:
APRESENTAÇÃO DO MENINO JESUS NO TEMPLO
“Simeão
tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, segundo a tua
palavra, deixarás ir em paz o teu servo, porque meus olhos viram a Salvação que
ofereceste a todos os povos, Luz para se revelar às nações e glória de Israel,
teu povo»” (Lc 2, 28-32). A sagrada família de Nazaré
dirigiu-se ao templo para consagrar o seu filho e encontrou o velho Simeão a
espalhar a Palavra. No entanto, quando este toma o menino, Maria sofre, pois
Simeão anuncia que Jesus iria sofrer por ser alvo de uma violenta contradição,
e que ela veria o seu coração ser trespassado pela dor. Maria, Tu que
entregaste o teu filho, aceitando a vontade do Pai, ajuda os pais que têm medo
de entregar os seus filhos ao sacerdócio, dando-lhes o conforto e fé em Deus.
QUINTO MISTÉRIO:
ENCONTRO DO MENINO JESUS NO TEMPLO, ENTRE OS
DOUTORES
“Ao vê-lo, ficaram assombrados e sua mãe
disse-lhe: «Filho, porque nos fizeste isto?»” (Lc 2, 48).
Jesus sente-se preparado para anunciar a Palavra de Deus e acolhe-se na casa do
Pai a ler a sagrada escritura. Maria e José desesperam à sua procura. Os
sentimentos de angústia, ansiedade e inquietação, provocados no coração de
Maria, seriam uma preparação para o futuro sofrimento, que só iria passar
quando chegasse a hora. Maria, tu que sofreste à procura do teu filho sem,
contudo, perder a esperança, ajuda-nos a sermos fiéis à oração e perseverantes
na fé.
CONSAGRAÇÃO
“Virgem Maria, Mãe de
Jesus.
Dá-me um pouco de tua
força para minha fraqueza.
Um pouco da tua coragem
para o meu desalento,
Um pouco da tua
compreensão para o meu problema.
Um pouco da tua
plenitude para o meu vazio.
Um pouco da tua rosa
para o meu espinho.
Um pouco da tua certeza
para a minha dúvida.
Um pouco do teu sol
para o meu inverno.
Um pouco da tua
disponibilidade para o meu cansaço.
Um pouco do teu rumo
infinito para o meu extravio.
Um pouco da tua neve
para o barro do meu pecado.
Um pouco da tua
luminosidade para a minha noite.
Um pouco da tua alegria
para a minha tristeza.
Um pouco da tua
sabedoria para a minha ignorância.
Um pouco do teu amor
para o meu rancor.
Um pouco da tua pureza
para o meu pecado.
Um pouco da tua vida
para a minha morte.
Um pouco da tua
transparência para o meu escuro.
Um pouco do teu Filho
Jesus para este teu filho pecador.
Com esses poucos,
Senhora, eu terei tudo!”
A VOZ DO PASTOR
Semana das Vocações
LANÇAR AS REDES PARA ALÉM DO AQUÁRIO
Estamos a viver a semana de oração e ação em prol da cultura vocacional,
cuja solicitude no terreno sempre reclama um “salto de qualidade”. Falamos
daquela dimensão da vida que procura responder à busca de sentido, que
estrutura e dá uma nova compreensão à existência de cada pessoa: “Senhor, que
queres de mim, que queres que eu seja?”. Já noutros escritos, apoiado nos
documentos da Igreja, me tenho referido a estas grandes opções de vida que são,
assim o podemos sintetizar: ou o matrimónio ou o ministério ordenado ou a vida
consagrada (religiosa e laical), ou, mesmo quando a pessoa conclui que não se
sente chamada a nenhuma das citadas vocações e, por opção responsável,
refletida, rezada e acompanhada, permanece solteira, não para fugir a
responsabilidades ou para levar uma vida leviana ou descomprometia, mas por
opção responsável e determinada. E quantas causas nobres de serviços à
sociedade e à Igreja acontecem e se desenvolvem devido à ação destas pessoas
que, durante toda a vida, se lhes dedicam total e generosamente. Mas seja qual
for a resposta a dar ao estado de vida a que cada um se sente chamado, não se
pode dar uma resposta a ver se vai dar certo ou apenas por um determinado
tempo, a prazo. Espera-se que seja uma resposta séria e definitiva, para toda a
vida. Uma resposta dada com amor, alegria e esperança, o que implica saber o
que cada uma reclama de formação, preparação, responsabilidade, atenção
constante e capacidade de saber ultrapassar as dificuldades que venham a surgir
porque nada é tão linear como se sonha. E, isto, mesmo depois de já se estar a
viver no matrimónio ou na vida consagrada ou no ministério ordenado. Se assim
não for, este pucarinho de barro que cada um de nós é pode esboroar-se,
fazer-nos perder o entusiasmo da primeira hora e conduzir-nos a um desfecho de
infidelidade e abandono. Mesmo que se invoquem razões que possam desculpar ou
diminuir a responsabilidade desse final, é sempre consequência de algo que
correu menos bem, fosse em que tempo fosse. Como refere o Papa Francisco na
Mensagem para este ano, é importante “que cada um possa descobrir com GRATIDÃO
o chamamento que Deus lhe dirige, encontrar a CORAGEM de dizer «sim», vencer a
fadiga com a fé em Cristo e finalmente, como um cântico de LOUVOR, oferecer a
própria vida por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro”. Se o Senhor nos
chamou por este ou aquele caminho, Ele está connosco e devemos-lhe estar gratos
por ter passado pela nossa vida, por nos ter dado coragem para arriscarmos na
certeza de que Ele nos estende a mão no meio das tempestades da vida, e
continua a chamar-nos dentro da vocação e a dizer-nos que não tenhamos medo.
O documento “Novas Vocações para uma Nova Europa”, refere que hoje “são necessários
«pais» e «mães» abertos à vida e ao dom da vida; esposos e esposas que
testemunhem e celebrem a beleza do amor humano abençoado por Deus; pessoas
capazes de diálogo e de «caridade cultural», para a transmissão da mensagem
cristã, mediante as linguagens da nossa sociedade; profissionais e pessoas
simples, capazes de imprimir a transparência da verdade e a intensidade da
caridade cristã ao compromisso na vida civil e às relações de trabalho e de
amizade; mulheres que redescubram na fé cristã a possibilidade de viver
plenamente o seu gênio feminino; presbíteros de coração grande, como o do Bom
Pastor; diáconos permanentes que anunciem a Palavra e a liberdade do serviço
aos mais pobres; apóstolos consagrados capazes de se imergirem no mundo e na história
com coração contemplativo, e místicos tão familiarizados com o mistério de
Deus, que saibam celebrar a experiência do divino e apontar Deus presente no
vivo da ação” (NVNE,12).
A Igreja valoriza a vocação de todos e confia em todos para promover uma verdadeira cultura vocacional. E se contamos com todos para esse trabalho, nesta Semana das Vocações, porém, todos temos especialmente em conta as vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada, as vocações de especial consagração. Hoje é difícil este anúncio vocacional e torna-se fácil a tentação do desânimo em quem tem a missão de o fazer. Os valores que hoje se nos apresentam são diversos e contrastantes. A cultura é pluralista e ambivalente, “politeísta” e neutra. Há excesso de possibilidades, de ocasiões, de solicitações e, a par, a carência de projetos de vida. Há códigos de leitura e de avaliação, de orientação e de comportamento que se repercutem no plano vocacional. E os jovens são fruto deste tempo, desta cultura frágil e complexa, em que a reivindicação da subjetividade se transforma tantas vezes em subjetivismo e o desejo de liberdade em livre arbítrio. E se há quem procure autenticidade e afeto, relacionamentos pessoais e amizades sadias, vastidão de horizontes e simpatia pela vida entendida como valor absoluto, muitas vezes sentem-se um pouco à deriva, sozinhos, feridos pelo bem-estar, desiludidos das ideologias, das políticas não respeitosas do próprio direito à vida, confusos por causa da desorientação ética, como refere o documento que citei. Mas este é o nosso mundo, o mundo em que nós vivemos e exercemos a nossa missão por mandato do Senhor, não temos outro! Além disso, temos de estar conscientes que este trabalho só será possível com o otimismo da fé e através de uma conversão ao dever de mediar a voz que chama, de forma pedagógica e sem perder a força da esperança: o Senhor da messe não deixará faltar operários para a sua messe. Por isso, não pode haver desânimo nem faltar a esperança nos presbíteros, nos educadores, nas famílias cristãs, nas famílias religiosas, nos institutos seculares, nos pais, educadores, professores, catequistas, animadores e nas próprias comunidades cristãs. Todos somos chamados por Deus a colaborar, de muitas maneiras e cada um a seu modo, neste desafio vocacional, contagiando as crianças, os adolescentes e os jovens, com proximidade, gerando empatia e vivendo com alegria. E sem esquecer que Jesus usou o contacto pessoal, chamou-os pelo nome, acompanhou-os por longo tempo tal como eles eram, foi-os formando e orientando, rezou por eles...
A resposta vocacional vai-se descobrindo numa dinâmica relacional, isto é,
entre Deus que chama e vai dando sinais e a pessoa que é chamada. Lendo e
interpretando os sinais e a própria vida à luz de Jesus Cristo, cada um, com a
sorte de ter a seu lado um verdadeiro cireneu que o ajude a discernir, vai-se
dizendo e descobrindo a si próprio. E de tal modo que acabará por se tornar
numa experiência de resposta livre, concreta e agradecida a Deus que chama.
Nesta pedagogia da descoberta vocacional, são indispensáveis a Palavra, os
sacramentos, a oração, a comunidade eclesial e a forma como nos relacionamos
com os outros e somos para os outros.
Não podemos julgar-nos conhecedores do terreno e bem entendidos nos
projetos divinos. A lógica de Deus não é a nossa lógica. Houve um momento em
que os Apóstolos assim fizeram, mas não se saíram bem, tiveram de meter a viola
ao saco. Julgando-se conhecedores do mar, experientes naquelas lides da pesca e
sem nada terem conseguido ao longo de toda a noite, ripostaram ao que o Senhor
lhes pedia, e se o fizeram fizeram-no a contar com o fracasso para Lhe mostrar
que eles é que tinham razão. E disse a Pedro: “Avança para as águas mais
profundas e lança as redes para a pesca”. Simão respondeu: «Mestre, tentamos a
noite inteira e não apanhamos nada. Mas em atenção à Tua palavra, vou lançar as
redes». Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se
rompiam” (Lc5,4-6).
Como Igreja em saída, acreditemos na Palavra do Senhor. Avancemos,
com esperança. Façamo-nos ao largo, para além do aquário talvez demasiadamente
apaparicado mas amoldado a ouvir e a virar as costas a qualquer nova proposta,
talvez já inquinado. Lancemos as redes para “águas mais profundas” e
reacendamos em nós o zelo das origens (cf. NMI40).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 26-04-2020.
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