quarta-feira, 6 de maio de 2020






PARÓQUIAS DE NISA




Quinta-feira, 07 de maio de 2020










Quinta da IV semana do tempo de Páscoa










ALELUIA! ALELUIA! ALELUIA!

CRISTO RESSUSCITOU!

CELEBREMOS






QUINTA-FEIRA da semana IV
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.

L 1 Act 13, 13-25; Sal 88 (89), 2-3. 21-22. 25 e 27
Ev Jo 13, 16-20


* Na Ordem Agostiniana – B. Maria de S. José Alvarado, virgem – MF
* Na Congregação dos Missionários Monfortinos – B. Maria Luísa Trichet, virgem, co-fundadora das Filhas da Sabedoria – MO
* Na Congregação das Servas de Maria – I Vésp. de Nossa Senhora, Saúde dos Enfermos.
* No Instituto das Filhas da Caridade Canossianas – I Vésp. de S. Madalena de Canossa.





MISSA


ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Salmo 67, 8-9.20
Quando saístes, Senhor, à frente do vosso povo,
abrindo-lhe o caminho e habitando no meio dele,
estremeceu a terra e abriram-se as fontes do céu. Aleluia.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que resgatastes o homem, elevando-o acima da sua dignidade original, olhai benigno para o admirável sacramento do vosso amor e conservai a bênção dos vossos dons naqueles que foram regenerados pelo Batismo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Atos 13, 13-25
«Da descendência de David Deus fez nascer Jesus,
o Salvador de Israel
»

Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, Paulo e os seus companheiros largaram de Pafos e dirigiram-se a Perga da Panfília. Mas João Marcos separou-se deles para voltar a Jerusalém. Eles prosseguiram de Perga e chegaram a Antioquia da Pisídia. A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se. Depois da leitura da Lei e dos Profetas, os chefes da sinagoga mandaram-lhes dizer: «Irmãos, se tendes alguma exortação a fazer ao povo, falai». Paulo levantou-se, fez sinal com a mão e disse: «Homens de Israel e vós que temeis a Deus, escutai: O Deus deste povo de Israel escolheu os nossos pais e fez deles um grande povo, quando viviam como estrangeiros na terra do Egipto. Com seu braço poderoso tirou-os de lá e durante quarenta anos sustentou-os no deserto e, depois de exterminadas sete nações na terra de Canaã, deu essas terras como herança ao seu povo. Tudo isto durou cerca de quatrocentos e cinquenta anos. Em seguida, deu-lhes juízes até ao profeta Samuel. Então o povo pediu um rei e Deus concedeu-lhes Saul, filho de Cis, da tribo de Benjamim, que reinou durante quarenta anos. Depois, tendo-o rejeitado, suscitou-lhes David como rei, de quem deu este testemunho: ‘Encontrei David, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará sempre a minha vontade’. Da sua descendência, como prometera, Deus fez nascer Jesus, o Salvador de Israel. João tinha proclamado, antes da sua vinda, um baptismo de penitência a todo o povo de Israel. Prestes a terminar a sua carreira, João dizia: ‘Eu não sou quem julgais; mas depois de mim, vai chegar Alguém, a quem eu não sou digno de desatar as sandálias dos seus pés’».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 88 (89), 2-3.21-22.25.27 (R. cf. 2a)
Refrão: Senhor, cantarei eternamente a vossa bondade. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes:
«A bondade está estabelecida para sempre»,
no céu permanece firme a vossa fidelidade. Refrão

Encontrei David, meu servo,
ungi-o com o óleo santo.
Estarei sempre a seu lado
e com a minha força o sustentarei. Refrão

A minha fidelidade e bondade estarão com ele,
pelo meu nome será firmado o seu poder.
Ele me invocará: «Vós sois meu Pai,
meu Deus, meu Salvador». Refrão


ALELUIA cf. Ap 1, 5ab
Refrão: Aleluia Repete-se

Jesus Cristo, a Testemunha fiel,
o Primogénito dos mortos,
amou-nos e purificou-nos dos nossos pecados,
pelo seu sangue. Refrão


EVANGELHO Jo 13, 16-20
«Quem recebe aquele a quem Eu enviar é a Mim que recebe»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
 
Naquele tempo, Quando Jesus acabou de lavar os pés aos seus discípulos, disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: O servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. Sabendo isto, sereis felizes se o puserdes em prática. Não falo de todos vós: Eu conheço aqueles que escolhi; mas tem de cumprir-se a Escritura, que diz: ‘Quem come do meu pão levantou contra Mim o calcanhar’. Desde já vo lo digo antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que Eu Sou. Em verdade, em verdade vos digo: Quem recebe aquele que Eu enviar, a Mim recebe; e quem Me recebe a Mim, recebe Aquele que Me enviou».

Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Subam à vossa presença, Senhor, as nossas orações e as nossas ofertas, de modo que, purificados pela vossa graça, possamos participar dignamente nos sacramentos da vossa misericórdia. Por Nosso Senhor.

Prefácio pascal


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 28, 20
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor Deus todo-poderoso, que em Cristo ressuscitado nos renovais para a vida eterna, multiplicai em nós os frutos do sacramento pascal e infundi em nossos corações a força do alimento que nos salva. Por Nosso Senhor.

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« A fé permite-nos, apesar das nossas fragilidades e limitações, caminhar ao encontro do Senhor Ressuscitado e vencer as próprias tempestades.».


Papa Francisco
Mensagem para o dia das vocações 2020







ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS I: Atos 13, 13-25: Da ilha de Chipre, pátria de Barnabé, Paulo e os companheiros passam ao continente, à Turquia atual, e prosseguem a sua viagem missionária. Em cada povoação onde chegam vão à sinagoga ao sábado, tomam parte no culto e anunciam Jesus aos Judeus, antes de o fazerem a todos os demais. Paulo mostra que Jesus é o descendente de David, prometido e esperado, e que assim o Antigo Testamento vem a florir e a dar o seu fruto no Novo Testamento.

Jo 13, 16-20: A partir deste dia, a segunda leitura é tirada do discurso de Jesus na última Ceia. Hoje, Jesus faz o comentário ao gesto que acabou de praticar, o de lavar os pés aos Apóstolos, como foi lido na Missa da Ceia do Senhor, em Quinta-feira Santa. Foi uma lição de serviço. Deste modo, Jesus manifesta que a missão do Mestre é servir e não ser servido, missão que os seus discípulos hão de imitar. O maior de todos os seus serviços foi o de dar a vida pelos homens.




AGENDA DO DIA



12.00 horas: Oração em rede pedindo a erradicação da epidemia covid – 19.
18.00 horas: Missa transmitida
21.00 horas: Adoração ao Santíssimo.

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MAIO, MÊS DE MARIA
Terço diário

É um costume muito louvável de rezar o terço todos os dias. Sabemos todos as graças que recebemos por tão bela devoção. Desde há muito que o povo cristão se habituou a rezar o terço comunitariamente na Igreja, durante o mês de maio. Neste ano, devido ao covid-19, e por velarmos pela saúde de todos, não nos reunimos no ambiente apropriado que é a Igreja paroquial. Esperamos que, num dia muito em breve, o possamos realizar com toda a segurança. Entretanto Deus quer que valorizemos o ambiente familiar para que, como igreja doméstica que somos, a santifiquemos com a proteção de Nossa Senhora, rezando diariamente o terço.

Para facilitar, apresentaremos diariamente ume meditação sobre os mistérios do terço. Pensamos que poderá facilitar na oração pessoal e familiar.

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DIA 7
MISTÉRIOS LUMINOSOS


INTRODUÇÃO :

Jesus diz-nos no Evangelho de hoje: “O servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou” (Jo 13, 16). Jesus, pelo batismo, envia-nos a todos em missão, independentemente da idade, género, cor da pele, ou estatuto social. Perante este mandato, e seguindo o exemplo dos apóstolos, que ouvimos na I leitura de hoje, não devemos ter medo de partir, para mais perto ou para mais longe, e de anunciar com alegria, por palavras ou por obras, a Palavra de Deus. Hoje meditamos os mistérios luminosos, que nos levam a perceber que a nossa vida com Cristo é luz. Esta dimensão é compreendida principalmente na vida pública de Jesus. Pedimos a luz e a esperança para a missão que nos é confiada.

PRIMEIRO MISTÉRIO:
BATISMO DE JESUS NO RIO JORDÃO

“Tu és o meu Filho muito amado, em ti pus todo o meu agrado” (Mc 1, 11). Jesus inicia a sua vida pública com o enorme ato de humildade de pedir o batismo no rio Jordão a João Batista. Ser batizado é ser luz, é trazer em nós o desejo de procurar a luz, representada pelo círio pascal. Hoje, quero pedir a Maria que, seguindo o exemplo de Jesus, e o seu próprio exemplo, me ajude a ser humilde na minha missão.

SEGUNDO MISTÉRIO
REVELAÇÃO DE JESUS NAS BODAS DE CANÁ

“Assim, em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos sinais miraculosos, com o qual manifestou a sua glória, e os discípulos acreditaram nele” (Jo 2, 11). Jesus realiza, a pedido de sua mãe, o seu primeiro milagre de transformar água em vinho num casamento em Caná da Galileia, mesmo depois de dizer que ainda não tinha chegado a sua hora. Hoje, quero pedir a Maria que me ajude a confiar e a aceitar os mistérios de Deus, mesmo aqueles que não compreendo.

TERCEIRO MISTÉRIO:
ANÚNCIO DO REINO DE DEUS: UM CONVITE À CONVERSÃO

“Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho” (Mc 1, 15). Com estas frases curtas, mas cortantes, Jesus quer-nos dizer que, para acolhermos o Reino de Deus, precisamos de duas coisas: conversão e fé. Hoje, quero pedir a Maria, à semelhança de Jesus e dos apóstolos, a fé e coragem para a missão de anunciar o Evangelho, não só por palavras, mas principalmente por ações.

QUARTO MISTÉRIO
TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS NO MONTE TABOR

Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os, só a eles, a um monte elevado. E transfigurou-se diante deles” (Mc 9, 2). A Transfiguração de Jesus reflete uma luz divina sobre a nossa vida humana. Hoje, quero pedir a Maria que eu possa ter um tempo do meu dia para a oração, tal como tenho para me alimentar, pois a minha fé precisa também de ser fortalecida, para que eu permaneça na intimidade de Jesus e possa ser no mundo semente da sua esperança.

QUINTO MISTÉRIO:
INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA

“«Tomai: isto é meu corpo». E Ele disse-lhes: «Isto é meu sangue da aliança, que vai ser derramado por todos»” (Mc 14, 22.24). A Eucaristia é o grande mistério da fé em que Jesus realiza a doação total de si mesmo à humanidade. Hoje, quero pedir a Maria que me ensine ser caridoso com os outros para que, assim, possa estar em comunhão com eles e com Deus. Por todos nós, batizados e enviados, particularmente pelos jovens, que com o seu vigor natural, são convidados a levantar-se e a partir em missão com esperança, para que nunca se cansem de procurar a sua vocação.

PRECE

Na sua dor os homens encontraram
Uma pura semente de alegria,
O segredo da vida e da esperança:
Ressuscitou o Senhor!

Os que choravam cessarão o pranto,
Brilhará novo Sol nos corações,
Pode o homem cantar o seu triunfo:
Ressuscitou o Senhor!

Já ninguém viverá sem luz da fé,
Já ninguém morrerá sem esperança;
O que crê em Jesus venceu a morte:
Ressuscitou o Senhor!

Louvemos a Deus Pai eternamente
E cantemos a glória de seu Filho
Com o Espírito Santo que nos ama:
Ressuscitou o Senhor.

Os que nos duros campos trabalharam
Voltarão entre vozes de alegria
Erguendo ao alto os frutos da colheita:
Ressuscitou o Senhor!





A VOZ DO PASTOR


Semana das Vocações

LANÇAR AS REDES PARA ALÉM DO AQUÁRIO

Estamos a viver a semana de oração e ação em prol da cultura vocacional, cuja solicitude no terreno sempre reclama um “salto de qualidade”. Falamos daquela dimensão da vida que procura responder à busca de sentido, que estrutura e dá uma nova compreensão à existência de cada pessoa: “Senhor, que queres de mim, que queres que eu seja?”. Já noutros escritos, apoiado nos documentos da Igreja, me tenho referido a estas grandes opções de vida que são, assim o podemos sintetizar: ou o matrimónio ou o ministério ordenado ou a vida consagrada (religiosa e laical), ou, mesmo quando a pessoa conclui que não se sente chamada a nenhuma das citadas vocações e, por opção responsável, refletida, rezada e acompanhada, permanece solteira, não para fugir a responsabilidades ou para levar uma vida leviana ou descomprometia, mas por opção responsável e determinada. E quantas causas nobres de serviços à sociedade e à Igreja acontecem e se desenvolvem devido à ação destas pessoas que, durante toda a vida, se lhes dedicam total e generosamente. Mas seja qual for a resposta a dar ao estado de vida a que cada um se sente chamado, não se pode dar uma resposta a ver se vai dar certo ou apenas por um determinado tempo, a prazo. Espera-se que seja uma resposta séria e definitiva, para toda a vida. Uma resposta dada com amor, alegria e esperança, o que implica saber o que cada uma reclama de formação, preparação, responsabilidade, atenção constante e capacidade de saber ultrapassar as dificuldades que venham a surgir porque nada é tão linear como se sonha. E, isto, mesmo depois de já se estar a viver no matrimónio ou na vida consagrada ou no ministério ordenado. Se assim não for, este pucarinho de barro que cada um de nós é pode esboroar-se, fazer-nos perder o entusiasmo da primeira hora e conduzir-nos a um desfecho de infidelidade e abandono. Mesmo que se invoquem razões que possam desculpar ou diminuir a responsabilidade desse final, é sempre consequência de algo que correu menos bem, fosse em que tempo fosse. Como refere o Papa Francisco na Mensagem para este ano, é importante “que cada um possa descobrir com GRATIDÃO o chamamento que Deus lhe dirige, encontrar a CORAGEM de dizer «sim», vencer a fadiga com a fé em Cristo e finalmente, como um cântico de LOUVOR, oferecer a própria vida por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro”. Se o Senhor nos chamou por este ou aquele caminho, Ele está connosco e devemos-lhe estar gratos por ter passado pela nossa vida, por nos ter dado coragem para arriscarmos na certeza de que Ele nos estende a mão no meio das tempestades da vida, e continua a chamar-nos dentro da vocação e a dizer-nos que não tenhamos medo.

O documento “Novas Vocações para uma Nova Europa”, refere que hoje “são necessários «pais» e «mães» abertos à vida e ao dom da vida; esposos e esposas que testemunhem e celebrem a beleza do amor humano abençoado por Deus; pessoas capazes de diálogo e de «caridade cultural», para a transmissão da mensagem cristã, mediante as linguagens da nossa sociedade; profissionais e pessoas simples, capazes de imprimir a transparência da verdade e a intensidade da caridade cristã ao compromisso na vida civil e às relações de trabalho e de amizade; mulheres que redescubram na fé cristã a possibilidade de viver plenamente o seu gênio feminino; presbíteros de coração grande, como o do Bom Pastor; diáconos permanentes que anunciem a Palavra e a liberdade do serviço aos mais pobres; apóstolos consagrados capazes de se imergirem no mundo e na história com coração contemplativo, e místicos tão familiarizados com o mistério de Deus, que saibam celebrar a experiência do divino e apontar Deus presente no vivo da ação” (NVNE,12).

A Igreja valoriza a vocação de todos e confia em todos para promover uma verdadeira cultura vocacional. E se contamos com todos para esse trabalho, nesta Semana das Vocações, porém, todos temos especialmente em conta as vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada, as vocações de especial consagração. Hoje é difícil este anúncio vocacional e torna-se fácil a tentação do desânimo em quem tem a missão de o fazer. Os valores que hoje se nos apresentam são diversos e contrastantes. A cultura é pluralista e ambivalente, “politeísta” e neutra. Há excesso de possibilidades, de ocasiões, de solicitações e, a par, a carência de projetos de vida. Há códigos de leitura e de avaliação, de orientação e de comportamento que se repercutem no plano vocacional. E os jovens são fruto deste tempo, desta cultura frágil e complexa, em que a reivindicação da subjetividade se transforma tantas vezes em subjetivismo e o desejo de liberdade em livre arbítrio. E se há quem procure autenticidade e afeto, relacionamentos pessoais e amizades sadias, vastidão de horizontes e simpatia pela vida entendida como valor absoluto, muitas vezes sentem-se um pouco à deriva, sozinhos, feridos pelo bem-estar, desiludidos das ideologias, das políticas não respeitosas do próprio direito à vida, confusos por causa da desorientação ética, como refere o documento que citei. Mas este é o nosso mundo, o mundo em que nós vivemos e exercemos a nossa missão por mandato do Senhor, não temos outro! Além disso, temos de estar conscientes que este trabalho só será possível com o otimismo da fé e através de uma conversão ao dever de mediar a voz que chama, de forma pedagógica e sem perder a força da esperança: o Senhor da messe não deixará faltar operários para a sua messe. Por isso, não pode haver desânimo nem faltar a esperança nos presbíteros, nos educadores, nas famílias cristãs, nas famílias religiosas, nos institutos seculares, nos pais, educadores, professores, catequistas, animadores e nas próprias comunidades cristãs. Todos somos chamados por Deus a colaborar, de muitas maneiras e cada um a seu modo, neste desafio vocacional, contagiando as crianças, os adolescentes e os jovens, com proximidade, gerando empatia e vivendo com alegria. E sem esquecer que Jesus usou o contacto pessoal, chamou-os pelo nome, acompanhou-os por longo tempo tal como eles eram, foi-os formando e orientando, rezou por eles...

A resposta vocacional vai-se descobrindo numa dinâmica relacional, isto é, entre Deus que chama e vai dando sinais e a pessoa que é chamada. Lendo e interpretando os sinais e a própria vida à luz de Jesus Cristo, cada um, com a sorte de ter a seu lado um verdadeiro cireneu que o ajude a discernir, vai-se dizendo e descobrindo a si próprio. E de tal modo que acabará por se tornar numa experiência de resposta livre, concreta e agradecida a Deus que chama. Nesta pedagogia da descoberta vocacional, são indispensáveis a Palavra, os sacramentos, a oração, a comunidade eclesial e a forma como nos relacionamos com os outros e somos para os outros.

 Não podemos julgar-nos conhecedores do terreno e bem entendidos nos projetos divinos. A lógica de Deus não é a nossa lógica. Houve um momento em que os Apóstolos assim fizeram, mas não se saíram bem, tiveram de meter a viola ao saco. Julgando-se conhecedores do mar, experientes naquelas lides da pesca e sem nada terem conseguido ao longo de toda a noite, ripostaram ao que o Senhor lhes pedia, e se o fizeram fizeram-no a contar com o fracasso para Lhe mostrar que eles é que tinham razão. E disse a Pedro: “Avança para as águas mais profundas e lança as redes para a pesca”. Simão respondeu: «Mestre, tentamos a noite inteira e não apanhamos nada. Mas em atenção à Tua palavra, vou lançar as redes». Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam” (Lc5,4-6).

 Como Igreja em saída, acreditemos na Palavra do Senhor. Avancemos, com esperança. Façamo-nos ao largo, para além do aquário talvez demasiadamente apaparicado mas amoldado a ouvir e a virar as costas a qualquer nova proposta, talvez já inquinado. Lancemos as redes para “águas mais profundas” e reacendamos em nós o zelo das origens (cf. NMI40).

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 26-04-2020.




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