PARÓQUIAS DE NISA
Domingo,
24 de maio de 2020
Domingo VII de Páscoa
Ascensão do Senhor
ALELUIA!
ALELUIA! ALELUIA!
CRISTO
RESSUSCITOU!
CELEBREMOS
DOMINGO VII DA PÁSCOA
ASCENSÃO
DO SENHOR – SOLENIDADE
Branco – Ofício da solenidade. Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. da Ascensão.
L 1 Act 1, 1-11; Sal 46 (47), 2-3. 6-7. 8-9
L 2 Ef 1, 17-23
Ev Mt 28, 16-20
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Proibidas as Missas em oratórios privados.
* Dia Mundial dos Meios de Comunicação Social.
* Em todas as Dioceses de Portugal – Ofertório para os Meios de Comunicação Social.
* II Vésp. da solenidade – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA cf.
Actos 1, 11
Homens da Galileia, porque estais a olhar para o céu?
Como vistes Jesus subir ao céu, assim há-de vir na sua glória. Aleluia.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Deus omnipotente,
fazei-nos exultar em santa alegria e em filial acção de graças,
porque a ascensão de Cristo, vosso Filho, é a nossa esperança:
tendo-nos precedido na glória como nossa Cabeça,
para aí nos chama como membros do seu Corpo.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 1, 1-11
«Elevou-Se à vista deles»
Leitura dos Actos dos Apóstolos
Homens da Galileia, porque estais a olhar para o céu?
Como vistes Jesus subir ao céu, assim há-de vir na sua glória. Aleluia.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Deus omnipotente,
fazei-nos exultar em santa alegria e em filial acção de graças,
porque a ascensão de Cristo, vosso Filho, é a nossa esperança:
tendo-nos precedido na glória como nossa Cabeça,
para aí nos chama como membros do seu Corpo.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 1, 1-11
«Elevou-Se à vista deles»
Leitura dos Actos dos Apóstolos
No meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar, desde o princípio até ao dia em que foi elevado ao Céu, depois de ter dado, pelo Espírito Santo, as suas instruções aos Apóstolos que escolhera. Foi também a eles que, depois da sua paixão, Se apresentou vivo com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando-lhes do reino de Deus. Um dia em que estava com eles à mesa, mandou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, «da qual – disse Ele – Me ouvistes falar. Na verdade, João batizou com água; vós, porém, sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias». Aqueles que se tinham reunido começaram a perguntar: «Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?». Ele respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade; mas recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra». Dito isto, elevou-Se à vista deles e uma nuvem escondeu-O a seus olhos. E estando de olhar fito no Céu, enquanto Jesus Se afastava, apresentaram-se-lhes dois homens vestidos de branco, que disseram: «Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu? Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 46 (47), 2-3.6-7.8-9 (R. 6)
Refrão: Por entre aclamações e ao som da trombeta, ergue-Se Deus, o Senhor. Repete-se
Ou: Ergue-Se Deus, o Senhor, em júbilo e ao som da trombeta. Repete-se
Povos todos, batei palmas,
aclamai a Deus com brados de alegria,
porque o Senhor, o Altíssimo, é terrível,
o Rei soberano de toda a terra. Refrão
Deus subiu entre aclamações,
o Senhor subiu ao som da trombeta.
Cantai hinos a Deus, cantai,
cantai hinos ao nosso Rei, cantai. Refrão
Deus é Rei do universo:
cantai os hinos mais belos.
Deus reina sobre os povos,
Deus está sentado no seu trono sagrado. Refrão
LEITURA II Ef 1, 17-23
«Colocou-O à sua direita nos Céus»
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos:
O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda um espírito
de sabedoria e de revelação para O conhecerdes plenamente e ilumine os olhos do
vosso coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados, os
tesouros de glória da sua herança entre os santos e a incomensurável grandeza
do seu poder para nós os crentes. Assim o mostra a eficácia da poderosa força
que exerceu em Cristo, que Ele ressuscitou dos mortos e colocou à sua direita
nos Céus, acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania, acima de todo
o nome que é pronunciado, não só neste mundo, mas também no mundo que há-de
vir. Tudo submeteu aos seus pés e pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça
de toda a Igreja, que é o seu Corpo, a plenitude d’Aquele que preenche tudo em
todos.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Mt 28, 19a.20b
Refrão: Aleluia. Repete-se
Ide e ensinai todos os povos, diz o Senhor:
Eu estou sempre convosco
até ao fim dos tempos. Refrão
EVANGELHO Mt 28, 16-20
«Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra»
Conclusão do santo Evangelho segundo São Mateus
Naquele tempo, os Onze discípulos partiram para a Galileia, em direção ao monte que Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvidaram. Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».
Palavra da salvação.
MEDITAÇÃO
A Ascensão de Jesus não é uma fuga da humanidade depois “de um passeio turístico pela condição humana”. Nem o passeio foi turístico, antes pelo contrário, nem Jesus nos abandona à nossa condição. Se confessamos a fé, dizendo que Jesus subiu ao Céu, é o mesmo que dizer que, antes, ele baixou às misérias humanas para depois ultrapassar todas as debilidades potenciando a humanidade até à glorificação com Deus. Primeiro, Ele redimiu-nos, salvou-nos. E só depois disto é que nos deixa a possibilidade de orientar a nossa vida com a sua grandeza e as suas limitações.
1. Sobe aquele que desceu
– Jesus volta para o Pai, eleva-se ao mais alto da glória, retoma o seu lugar no Céu depois de ter percorrido os caminhos dos homens… Por ter dado a sua vida como a deu é que se pode elevar ao mais alto da glória…
– Ele “esvaziou-se a si mesmo tomando a condição de servo,… tornando-se semelhante aos homens rebaixou-se a si mesmo… e por isso é que Deus o elevou acima de tudo” (Fl 2,7-9)…
– Aquele que hoje contemplamos à direita do Pai, acima de todos os poderes, é o mesmo de quem ouvimos dizer em Sexta-Feira Santa: “O meu servo terá êxito, será muito engrandecido e exaltado… Vimo-lo sem aspecto atraente, desprezado e abandonado, cheio de dores no sofrimento, menosprezado e desconsiderado,,, Carregou as nossas dores, foi humilhado, ferido, esmagado… Carregou os nossos crimes... Como um cordeiro foi levado ao matadouro… foi-lhe dada sepultura entre os ímpios, sofreu pelos culpados…” Por ter sido humilhado é que foi exaltado…
– A Ascensão de Jesus dá suporte à esperança a que todos somos chamados: a nossa sede de eternidade confirma-se na exaltação de Jesus…
– Como diz o Evangelho de S. Mateus, quando os discípulos viram Jesus no monte da Galileia, sentiram um misto de admiração pela glória de Jesus e também de dúvida. É a expressão da nossa condição humana repartida entre a experiência de Deus, que é de exaltação e glória, e a condição ainda frágil da humanidade…
2. Levantado com dignidade
– Quer isto dizer que, os discípulos de Jesus, quanto mais se humilham mais são levantados (o dito popular diz que “quanto mais se sobe, maior é o tombo”…) Os seguidores de Jesus, se sobem, devem fazê-lo com dignidade, assumindo a fragilidade humana, não a qualquer preço como sugere esta expressão…
– Para nós, tudo o que se passou com Jesus é um modelo de vida: também a Ascensão porque Jesus afirmou e repetiu várias vezes: “onde eu estiver, aí estará também o meu servo…” Se Jesus agora está na glória, participaremos dessa glória…
3. A alegria da fé
– A Ascensão de Jesus é um motivo de alegria: alegria que tem o seu fundamento na fé, no sentir que a nossa vocação é para o alto, para o Céu…
– Contrariamente ao que muitas vezes se pretende comunicar, e que os nossos comportamentos, por vezes, também dão a entender, a vocação cristã é de glorificação… A nossa vida está em Deus… Devemos procurar as coisas do alto… a nossa vocação é para a eternidade com Deus…
– O mandato missionário do final do Evangelho de S. Mateus é uma proposta de acção e de alegria no anúncio do Evangelho (tema querido ao Papa Francisco) … E a garantia que Jesus dá tem esse alcance de eternidade: Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos…
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, o sacrifício que Vos oferecemos
ao celebrar a admirável ascensão do vosso Filho
e, por esta sagrada permuta de dons,
fazei que nos elevemos às realidades do Céu.
Por Nosso Senhor.
Prefácio da Ascensão
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 28, 20
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus eterno e omnipotente,
que durante a nossa vida sobre a terra
nos fazeis saborear os mistérios divinos,
despertai em nós os desejos da pátria celeste,
onde já se encontra convosco, em Cristo,
a nossa natureza humana.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
« A contemplação de Cristo tem em Maria
o seu modelo insuperável».
S. João Paulo II
ROSARIUM VIRGINIS MARIAE , 10
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS I:
Actos 1, 1-11: A Ascensão de Jesus é a última aparição do Ressuscitado que
não só dá testemunho da verdade da Ressurreição, como faz compreender que Jesus
vive agora na glória do Pai. A Ascensão manifesta assim o sentido pleno da
Páscoa: depois de destruir o pecado e a morte com a sua Morte e Ressurreição,
Jesus Cristo introduz o homem, que tinha assumido na Encarnação, na glória de
seu Pai. O livro dos Atos dos Apóstolos, que apresenta a vida dos primeiros
dias da Igreja, começa pela Ascensão do Senhor; assim nos é dado a compreender
que a Igreja continua agora a presença de Jesus entre os homens, até que Ele
venha, de novo, no fim dos tempos, para pôr o termo à história e nos sentar
consigo à direita do Pai.
Ef 1, 17-23: Sentando-se à direita do Pai, Jesus introduz a humanidade na comunhão definitiva com Deus. É este o fruto do seu sacrifício na Cruz, a comunhão com o Pai, e é a esperança de todos os que n’Ele creem.
Mt 28, 16-20: A Ascensão não é uma ausência, mas uma plenitude. O Senhor
não abandona os seus na terra. Ele é, pela Ressurreição, o “Senhor” que domina
o Céu e a terra. E continua presente e ativo no meio de nós pelo seu Espírito
que está na Igreja: na palavra de Deus, na ação dos Sacramentos, no amor da
comunidade dos crentes vindos de todas as nações e em cada batizado. E para que
a sua presença possa chegar a todos os homens, a todos o Senhor envia agora os
seus Apóstolos.
AGENDA DO DIA
11.00 horas: Missa transmitida por facebook (zona pastoral de Nisa)
12.00 horas: Oração em rede pedindo a erradicação da
epidemia covid – 19
12.15 horas: Funeral
em Nisa.
_________________________________________
MAIO, MÊS DE MARIA
Terço diário
É um costume muito louvável de rezar o terço
todos os dias. Sabemos todos as graças que recebemos por tão bela devoção.
Desde há muito que o povo cristão se habituou a rezar o terço comunitariamente
na Igreja, durante o mês de maio. Neste ano, devido ao covid-19, e por velarmos
pela saúde de todos, não nos reunimos no ambiente apropriado que é a Igreja
paroquial. Esperamos que, num dia muito em breve, o possamos realizar com toda
a segurança. Entretanto Deus quer que valorizemos o ambiente familiar para que,
como igreja doméstica que somos, a santifiquemos com a proteção de Nossa
Senhora, rezando diariamente o terço.
Para facilitar, apresentaremos diariamente ume
meditação sobre os mistérios do terço. Pensamos que poderá facilitar na oração
pessoal e familiar.
______________________________
DIA 24
MISTÉRIOS GLORIOSOS
INTRODUÇÃO:
Neste ano pastoral, sob
o tema “Levantar-se e semear Esperança”, somos convidados a cumprir o desafio
que Jesus Cristo nos propõe na liturgia de hoje: “Ide e ensinai todas as nações.” (Mt 28, 19). Ao contemplarmos os
mistérios gloriosos, neste domingo da Solenidade da Ascensão do Senhor,
apresentamos a nossa gratidão, a nossa alegria e a nossa esperança em Cristo
Jesus, que se encontra presente e ativo no meio de nós pelo seu Espírito e nos
impele a sermos suas testemunhas na certeza de que não estamos sós. “Eu estou sempre convosco até ao fim dos
tempos” (Mt28, 20).
PRIMEIRO MISTÉRIO:
RESSURREIÇÃO DE JESUS
CRISTO
“Foi também a eles que, depois da sua paixão,
Se apresentou vivo com muitas provas” (At 1, 3). A ressurreição de Jesus é
inequívoca e testemunhada pelos apóstolos, apresentando-nos a possibilidade de
participar na vida eterna. Peçamos, neste primeiro mistério, pelo Papa, Bispos
e Sacerdotes, para que sintam a presença de Jesus ressuscitado quando ensinam e
batizam em seu nome.
SEGUNDO MISTÉRIO:
ASCENSÃO DE JESUS AO
CÉU
“«Sereis
minhas testemunhas até aos confins da terra». Dito isto, elevou-Se à vista
deles e uma nuvem escondeu-O a seus olhos” (At 1, 8-9).
A Ascensão de Jesus ao céu, que hoje celebramos, ensina-nos que o nosso destino
é o céu. Peçamos pelos missionários e catequistas que dão testemunho de Jesus
para que perseverem na fé, na esperança e na caridade, levando, por todo o
mundo, a alegria cristã.
TERCEIRO MISTÉRIO:
DESCIDA DO ESPÍRITO
SANTO SOBRE NOSSA SENHORA E OS APÓSTOLOS, REUNIDOS NO CENÁCULO
“Vós,
porém, sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias” (At 1, 5).
Tal como a primeira comunidade, também nós fomos marcados, no dia do nosso
batismo, pela consciência de que somos filhos de Deus, e para Deus caminhamos.
Que todos nós, pela ação criadora do Espírito Santo, sejamos capazes de
construir uma era de paz e felicidade na preparação de um novo Céu e uma nova
Terra.
QUARTO MISTÉRIO:
ASSUNÇÃO DE NOSSA
SENHORA AO CÉU EM CORPO E ALMA
Nossa Senhora assunta
ao céu é, para nós, um modelo de entrega, de confiança, de serviço, de
humildade e de esperança. Supliquemos a intercessão de Maria junto de Deus,
nosso Pai, pelas famílias do mundo inteiro, para que sejam unidas e, através da
oração familiar, curem as suas feridas.
QUINTO MISTÉRIO:
COROAÇÃO DE NOSSA
SENHORA, COMO RAINHA DO CÉU E DA TERRA
A Coroação de Nossa
Senhora é-lhe dada por Deus Pai e por seu filho Jesus Cristo. O título de
Rainha confirma a autoridade atribuída a Maria para desenvolver a sua missão de
mediadora e advogada dos homens junto de Deus. Peçamos à Rainha Celeste que
interceda por cada um de nós, para que encontre a sua vocação - religiosa,
matrimonial ou leiga - e seja capaz de responder com um “sim” sincero.
PRECE:
Por todos os
seminaristas, que no seu dia a dia aprendem a dar testemunho da alegria da Boa
Nova, que é Cristo, oremos.
CONSAGRAÇÃO:
Virgem pura e imaculada
Desde a sua conceção
Mãe de Jesus consagrada
Mão de doce coração.
És bendita entre as
mulheres
És a rainha dos céus
És rosa entre
malmequeres
És a luz dos olhos meus.
Eu te venero, Senhora
A ti me acolho em
confiança
O teu exemplo melhora
O meu viver em
esperança.
A VOZ DO PASTOR
MÉDICOS EM TERAPIA HÁ MUITO TESTADA
Sejam quais forem as ferramentas que cada pessoa
tem de usar no seu trabalho, desde o delicado bisturi ao pincel, do teclado ao
tubo de ensaio, do pensamento à vassoura de rua, dos telescópios às panelas da
cozinha, da máscara de carnaval à da pandemia (e mais pode acrescentar o
leitor!...), seja qual for essa ferramenta, será bom aceitar o conselho de Anselmo
de Cantuária: “Ó homem, deixa um momento as tuas ocupações habituais. Entra um
instante em ti mesmo, longe do tumulto dos teus pensamentos. Põe de parte os
cuidados que te apoquentam e liberta-te agora das inquietações que te absorvem.
Entrega-te uns momentos a Deus, descansa por algum tempo na sua presença. Entra
no íntimo da tua alma. Remove tudo, exceto Deus e o que te possa ajudar a
procurá-lo no silêncio”.
Este autor do século XI aconselha o homem a
pedir a Deus que ensine o seu coração a saber onde e como o procurar e
encontrar. E coloca o homem a fazer perguntas para saber quem o poderá ajudar,
como, com que sinais, com que aspeto poderá ele encontrar Deus!
Li, há dias, no “Ecos do Sameiro”, o
testemunho de um jovem médico da Lombardia, Julian Urban, de 38 anos, um dos
testemunhos compilados por Gianni Giardinelli, e que, com a devida vénia, aqui
transcrevo. Diz ele: “Nunca, nos meus piores pesadelos, eu imaginei ter uma
experiência como a que estou a ter, nas últimas semanas, no hospital onde
trabalho. O pesadelo continua – o rio está cada vez mais caudaloso. No
princípio vieram alguns pacientes, depois, dezenas – por fim, centenas. Neste
momento já não somos mais médicos: tornámo-nos uma espécie de ‘classificadores’
na ‘linha de montagem’, decidindo quem vive e quem é enviado para casa para
morrer – mesmo aqueles que durante toda a sua vida pagaram os seus impostos ao Estado
italiano. Até há duas semanas atrás, eu e os meus colegas éramos ateus; isso
era o mais normal, pois como médicos aprendemos que a ciência exclui a presença
de Deus. Sempre trocei do facto de os meus pais irem à Igreja. Um pastor, já
idoso, de 75 anos, veio ter connosco há 9 dias atrás, era um homem afável, de
modos gentis e estava com sérias dificuldades em respirar, mas trazia uma
Bíblia consigo e ficámos impressionados com ele ao lê-la aos moribundos,
segurando-lhes as mãos. Estávamos todos cansados, desencorajados, física e
mentalmente exaustos, quando, finalmente, tivemos tempo para o ouvir. Agora,
temos de admitir: como seres humanos chegámos ao limite, não podemos fazer mais
– mas as pessoas estão a morrer diariamente, e cada vez mais. E estamos
exaustos: dois dos nossos colegas já morreram e há outros que estão infetados.
Chegámos à conclusão de que o que quer que seja que o homem pode fazer,
precisamos de Deus – e começamos a pedir-Lhe ajuda, sempre que temos alguns
minutos disponíveis. Falamos uns com os outros e é incrível como nós, ateus
empedernidos, estamos agora diariamente em busca da nossa paz, pedindo ao
Senhor para nos ajudar a resistir, a fim de podermos cuidar dos doentes. Ontem,
o idoso Pastor de 75 anos morreu – e apesar de termos tido mais de 120 mortes
aqui, nas últimas semanas, e estarmos todos exaustos, destruídos, aquele Pastor
trouxe-nos paz como nós nunca pensámos ter nesta altura, apesar das nossas
condições e dificuldades. O Pastor partiu para estar com o Senhor e bem
depressa nós iremos também, seguindo-o se as coisas continuarem como até aqui.
Há seis dias que não vou a casa; nem sei quando comi pela última vez e estou a
tomar consciência da minha ociosidade na terra. Quero dedicar o meu último
sopro de vida a ajudar o meu próximo. Estou feliz porque me voltei para Deus,
novamente, rodeado do sofrimento e da morte dos meus concidadãos”.
Eis um exemplo, um sinal, um aspeto pelo qual
podemos encontrar Deus. Ele serve-se de tudo para que o possamos encontrar!... É
particularmente sensível à vida humana, sejam quais forem os seus caminhos, êxitos
e fracassos. Conhece-nos, chama-nos pelo nome, dá ânimo ao cansado e firmeza ao
enfraquecido, estende-nos a mão mas sem nos obrigar a que Lhe dêmos a nossa. Porque
respeita a liberdade de cada um e cada um nem sempre a sabe usar, o bem e o mal
coexistem, o trigo e o joio crescem juntos, lado a lado, até à ceifa (cf.
Mt13,24-30). E, se, porventura, nos parece que o mal e o joio predominam, isso
não acontece porque Deus é indiferente ou nos abandona. Acontece, sim, porque
nós o abandonamos, porque entendemos que a liberdade é fazer o que quero, o que
me dá na gana, e não fazer o que devo.
Deus não nos esquece, não foge nem se esconde, acompanha-nos, respeitando a
nossa liberdade, tantas vezes confundida com libertinagem! Esta atitude de Deus
parece-nos estranha. Sim, é estranha! Conforme lemos na Sagrada Escritura, é
uma sabedoria demasiado profunda para nós, tão sublime que não temos capacidade
para ela (cf. Sl 139,6).
No entanto, Deus, na sua
condescendência infinita, deu-nos um sinal por excelência, um sinal para o
encontrarmos. Enviou-nos o seu Filho, para nos falar, para nos dar a conhecer o
próprio Pai e o seu amor por nós. Para isso, Jesus assumiu a nossa condição humana, trabalhou com mãos
humanas, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com
coração humano, tornou-se verdadeiramente um de nós e morreu por cada um de
nós, para nos salvar (cf. GS22). Sentiu fome e sede, cansaço e sono, sentiu a
dor e a tristeza, a alegria e a traição, a perseguição e o abandono, chorou. Porque sempre falava do Pai e com o
Pai, um dia, Filipe, entusiasmado com a conversa
de Jesus, saiu-se com esta: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta!”.
Disse-lhe Jesus: “Há tanto tempo que estou convosco e não me conheces, Filipe?
Quem me viu, viu o Pai. Como dizes tu: ‘Mostra-nos o Pai!’? Não acreditas que
Eu estou no Pai, e o Pai está em mim? As palavras que Eu vos digo, não as digo
por mim mesmo; o Pai, que permanece em mim, realiza as suas obras. Acreditai em
mim: Eu estou no Pai, e o Pai em mim. Se não, acreditai por causa das obras em
si” (Jo 14, 8-11).
Cristo é, de facto, o Sinal, o Sacramento do
Pai, o Filho de Deus, o Caminho a conhecer e a trilhar! Quantas vezes Ele já
nos terá tocado no ombro!... Quantas vezes teremos feito de conta que não
percebemos!... Adotar o conselho que a CP nos dá nas passagens de nível, pode
ser um bom método para perceber os sinais que Deus nos vai dando para que não
sejamos trucidados pelas rodas da vida: PARE, ESCUTE E OLHE...
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 22-05-2020.
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