PARÓQUIAS DE NISA
Sexta, 13 de agosto de 2021
Sexta-feira da XIX semana do tempo comum
LITURGIA
Sexta-feira
da semana XIX
S.
Ponciano, papa, e S. Hipólito, presbítero, mártires – MF
Verde, ou verm.– Ofício da féria ou da memória.
L 1 Jos 24, 1-13; Sal 135 (136), 1-3. 16-18. 21-22 e 24
Ev Mt 19, 3-12
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Marcos de Aviano, presbítero, da I
Ordem – MF
* Na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs (Lassalistas/La Salle) – S.
Benildo Romançon, religioso – MO
* Na Congregação dos Missionários do Coração de Maria – Bb. Filipe de Jesus
Munárriz e Companheiros, mártires – MO
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – Ofício e Missa votivos da Paixão.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 73, 20.19.22.23
Lembrai-Vos, Senhor, da vossa aliança,
não esqueçais para sempre a vida dos vossos fiéis.
Levantai-Vos, Senhor, defendei a vossa causa,
escutai a voz daqueles que Vos procuram.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
a quem podemos chamar nosso Pai,
fazei crescer o espírito filial em nossos corações
para merecermos entrar um dia na posse da herança prometida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Jos 24, 1-13
«Tirei o vosso pai do outro lado do
Eufrates, fiz-vos sair do Egipto
e introduzi-vos nesta terra»
Leitura do Livro
de Josué
Naqueles
dias, Josué reuniu todas as tribos de Israel em Siquém. Convocou os anciãos de
Israel, os chefes, os juízes e os magistrados, que se apresentaram diante de
Deus. Josué disse então a todo o povo: «Assim fala o Senhor, Deus de Israel:
‘Os vossos antepassados, até Terá, pai de Abraão e de Nacor, habitavam outrora
para além do rio Eufrates e serviam outros deuses. Tirei Abraão, vosso pai, do
outro lado do Eufrates, fiz que ele atravessasse toda a terra de Canaã e
multipliquei a sua descendência. Dei-lhe um filho, Isaac, e a Isaac dei Jacob e
Esaú. Concedi a Esaú a região montanhosa de Seir, mas Jacob e os seus filhos
desceram para o Egipto. Depois enviei Moisés e Aarão, castiguei o Egipto com os
prodígios que nele realizei e fiz que saísseis de lá. Tirei do Egipto os vossos
pais e chegastes até ao mar. Os egípcios perseguiram os vossos pais com carros
e cavaleiros até ao Mar Vermelho. Mas eles clamaram ao Senhor e o Senhor
estendeu trevas entre vós e os egípcios e fez com que o mar fosse contra eles e
os submergisse. Os vossos olhos viram o que fiz no Egipto; e depois disto
passastes longo tempo no deserto. Do deserto levei-vos à terra dos amorreus,
que habitavam além do Jordão. Eles vieram combater-vos, mas Eu entreguei-os nas
vossas mãos; e assim tomastes posse da sua terra, porque Eu os destruí diante
de vós. A seguir apareceu Balac, filho de Sipor, rei de Moab, que combateu
contra Israel e mandou chamar Balaão, filho de Beor, para vos amaldiçoar. Mas
Eu não quis ouvir Balaão; ele teve de vos abençoar e assim vos salvei das suas
mãos. Por fim atravessastes o Jordão e chegastes a Jericó. Combateram contra
vós os que dominavam a cidade __ os amorreus e os perezeus, os cananeus e os
hititas, os girgasitas, os hevitas e os jebuseus __ mas Eu entreguei-os nas
vossas mãos. Até mandei vespas à vossa frente, para expulsarem diante de vós os
dois reis amorreus. Não foi com a vossa espada nem com o vosso arco que tudo
isto foi feito. Dei-vos uma terra que não cultivastes, cidades que não
construistes e onde agora habitais, vinhas e olivais que não plantastes e de
que vos alimentais’».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 135 (136), 1-3.16-18.21-22 e 24
Refrão: É eterna a sua bondade.
Repete-se
Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom:
é eterna a sua bondade.
Dai graças ao Deus dos deuses:
é eterna a sua bondade.
Dai graças ao Senhor dos senhores:
é eterna a sua bondade. Refrão
Conduziu o seu povo através do deserto:
é eterna a sua bondade.
Feriu grandes reis:
é eterna a sua bondade.
Matou reis poderosos:
é eterna a sua bondade. Refrão
Deu a terra deles em herança:
é eterna a sua bondade.
Em herança a Israel, seu povo:
é eterna a sua bondade.
E libertou-nos dos nossos opressores:
é eterna a sua bondade. Refrão
ALELUIA cf. 1 Tes 2, 13
Refrão: Aleluia. Repete-se.
Escutai o que diz o Senhor,
não como palavra dos homens,
mas como palavra de Deus. Refrão
EVANGELHO Mt 19, 3-12
«Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos permitiu repudiar as
vossas mulheres. Mas no princípio não foi assim»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus alguns fariseus para O porem à prova e
disseram-Lhe: «É permitido ao homem repudiar a sua esposa por qualquer
motivo?». Jesus respondeu: «Não lestes que o Criador, no princípio, os fez
homem e mulher e disse: ‘Por isso o homem deixará pai e mãe para se unir à sua
esposa e serão os dois uma só carne?’. Deste modo, já não são dois, mas uma só
carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu». Eles objetaram: «Porque
ordenou então Moisés que se desse um certificado de divórcio para se repudiar a
mulher?». Jesus respondeu-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que
Moisés vos permitiu repudiar as vossas mulheres. Mas no princípio não foi
assim. E Eu digo-vos: Quem repudiar a sua mulher, a não ser em caso de união
ilegítima, e casar com outra, comete adultério». Disseram-Lhe os discípulos: Se
é esta a situação do homem em relação à mulher, não é conveniente casar-se».
Jesus respondeu-lhes: «Nem todos compreendem esta linguagem, senão aquele a
quem é concedido. Na verdade, há eunucos que nasceram assim do seio materno,
outros que foram feitos pelos homens e outros que se tornaram eunucos por causa
do reino dos Céus. Quem puder compreender, compreenda».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor,
os dons que Vós mesmo concedestes à vossa Igreja
e transformai-os, com o vosso poder,
em sacramento da nossa salvação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 147,12.14
Louva, Jerusalém, o Senhor,
que te saciou com a flor da farinha.
Ou Jo 6, 52
O pão que Eu vos darei, diz o Senhor,
é a minha carne pela vida do mundo.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos pedimos, Senhor,
que a comunhão do vosso sacramento nos salve
e nos confirme na luz da vossa verdade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: - Jos 24, 1-13: Uma
vez chegado à Terra Prometida, Josué, numa grande assembleia, recorda ao povo
as grandes maravilhas que Deus tinha feito em seu favor, para que ele se lembre
delas, as reconheça, louve a Deus por todas elas e Lhe seja fiel. Os
acontecimentos que ouvimos ler na história da salvação querem fazer-nos tomar
consciência de tudo o que Deus, através de todos os tempos, tem feito ao seu
povo para o conduzir pelo caminho da salvação, e despertar em nós o espírito de
louvor e de ação de graças.
Mt 19, 3-12: Jesus
afirma a indissolubilidade do matrimónio e exalta o celibato escolhido por amor
do reino de Deus, e que é dom do mesmo Deus. O campo onde tão frequentemente se
afirma o egoísmo humano, o das opções do coração, é também aquele onde mais se
hão de mostrar as atitudes da fé e do verdadeiro amor, que vencerá toda a
espécie de divórcios.
AGENDA DO DIA:
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00
horas: Missa em Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR:
EMPENHO
OLÍMPICO NOS JOGOS DA VIDA
A
festa é global! Vivamos as festas da vida para fazer da vida uma festa! Os
Jogos Olímpicos cativam pelo que são e significam. São espetáculo e arte,
destroem barreiras entre raças e culturas, fomentam a amizade, o diálogo e a
paz entre os povos. Nasceram em Olímpia, na Grécia antiga, muitos séculos antes
de Cristo, lembram-se? Nestes jogos em Tóquio, 91 atletas portugueses,
distribuídos por 17 modalidades, têm dado o seu melhor, nem sempre com o êxito
que esperavam, mas cuja participação, só por si, já é digna de elevado apreço e
registo. Parabéns para eles, com medalha ou sem medalha.
Sendo
um valor de grande relevância para toda a humanidade, a Assembleia-Geral da ONU, por uma decisão de 2013, assumiu o dia 6 de
abril como Dia Internacional do Desporto ao Serviço do Desenvolvimento e da
Paz. A Igreja, consciente do aforisma "mens sana in corpore
sano”, sempre sublinhou a importância do desporto. O próprio Papa Pio X foi promotor dos Jogos Olímpicos, em 1908. Muitos
são os pronunciamentos da Igreja sobre as vantagens do desporto e o seu valor
para o desenvolvimento integral da pessoa. O Concílio Vaticano II recomenda que
os tempos livres sejam também ocupados com exercícios e manifestações
desportivas, muito úteis para manter o equilíbrio psíquico e estabelecer
relações fraternas entre os homens de todas as condições, raças e países (cf.
GS61). São João Paulo II, o “atleta de Deus”, afirmava que o desporto é “um dos
fenómenos típicos da modernidade”, é um "sinal dos tempos" capaz de
interpretar as novas exigências e as renovadas expectativas da humanidade”. Ele
desejava que os atletas fossem campeões no estádio, mas também lhes pedia que
fossem “modelo para milhões de jovens que têm necessidade de “líderes” e não de
“ídolos”». Bento XVI até lembrou que a luz da chama olímpica «remete para o
Verbo encarnado, luz do mundo que ilumina o homem em todas as dimensões,
incluindo a desportiva». Francisco tem deixado interessantes desafios nesta
área, promoveu a iniciativa sobre o “Desporto ao Serviço da Humanidade”, onde
muitos líderes mundiais, incluindo o secretário-geral da ONU e o presidente do
Comité Olímpico Internacional, marcaram presença. Na Exortação Apostólica Cristo
Vive, realça a importância da prática desportiva, cujas potencialidades a
Igreja não deve subestimar (cf. CV227).
Todas
as modalidades desportivas sentem o dever de formar, cuidar e estimular,
aceitando as vitórias e as derrotas com dignidade e fair play. Os treinadores
esmeram-se por fomentar a competência, a literacia, o entusiasmo e o encorajamento
desportivos por entre planos, técnicas, táticas e
estratégias que implicam a exigência e o domínio pessoal, o entendimento e a
compreensão das mesmas.
E
quer queiramos quer não, a vida também é um jogo, um jogo nem sempre fácil. Não
raro, dá muita água pela barba e leva a correr alguns riscos nos estádios da
vida. Também envolve disciplina, espírito de sacrifício, autocontrolo,
equilíbrio, respeito pelas regras, lealdade, justiça e perseverança,
alimentando sempre a esperança de vencer embora por entre êxitos e fracassos.
Mas
sempre há algumas diferenças. Nas provas desportivas, embora todos os atletas
corram e lutem pela conquista de um prémio, só um ganha esse prémio, um prémio,
aliás, perecível. Não assim no jogo da vida. Aqui, não há acessão de pessoas,
os mais saudáveis e os estropiados, todos, todos são desafiados a entrar na
prova, todos podem chegar à meta que não está tanto na distância a percorrer
mas no esforço, na qualidade do percurso que se faz. E todos podem ganhar o
prémio, um prémio de valor incalculável. A lógica do desporto é, de facto, a
lógica da vida, ambas acarretam amor à camisola, dedicação, empenho e
sacrifícios para que o resultado seja o ideal.
Para
encorajar à perseverança e à fidelidade nesta prova, a Sagrada Escritura também
utiliza linguagem desportiva. São Paulo, em Corinto, junto ao estádio dos
grandes jogos ístmicos dedicados a Posídon, chama a atenção para isso e
estimula a ingressar na grande prova da vida com confiança e determinação: «Não sabeis que os que correm no estádio correm todos, mas
só um ganha o prémio? Correi, pois, assim, para o alcançardes. Os atletas
impõem a si mesmos toda a espécie de privações: eles, para ganhar uma coroa
corruptível; nós, porém, para ganhar uma coroa incorruptível» (1 Cor 9, 24-26).
Numa
carta ao seu amigo Timóteo, Paulo chama-lhe a atenção para a necessidade de se
cumprirem as regras nesse jogo da vida que outras não são senão seguir o
exemplo de Jesus: perseverar na oração, exercitar-se nas virtudes e levar a
cruz de cada dia, com Cristo, em Cristo, ao jeito de Cristo: «Aquele que
participa numa competição não recebe o prémio se não competir segundo as
regras» (2 Tim 2, 5).
A
tão acarinhada cultura do deixa correr e da indiferença, a “cultura do sofá” e
do zapping, a tentação de ir adiando os “treinos” para mais tarde ou de pensar
que qualquer coisa serve para vencer, podem fazer-nos esquecer a exigência da
prova que nos é proposta. Esta atitude até pode antecipar o “inverno da vida”,
não aquele inverno inevitável e caraterizado pelo envelhecimento físico, mas
sim aquele que nos tira a capacidade de sonhar e avançar na vida com alegria e
esperança, sendo úteis à comunidade humana. Este inverno acontece na vida
sempre que nos fechamos em copas e nos deixamos fustigar pelas ventanias do
egoísmo e das importâncias balofas. E são muitas e sofisticadas as modalidades
deste inverno da vida: protestar, gemer, desistir, amuar, maldizer, espirrar,
tossir, descartar, são algumas dessas expressões.
Mais:
desde que o desporto se profissionalizou e o prémio deixou de ser uma coroa de
louros ou uma coroa de oliveira brava, há por lá muita ambiguidade e interesses
associados, perdeu muito do seu encanto e sentido, e, a par, saltita a
corrupção, a exploração e a idolatria. Tal
como no desporto, não podemos permitir que o pó da vida nos faça desistir ou
perder o encanto e a razão de ser da nossa prova, e nos leve a entrar também
pelos caminhos da corrupção de costumes e de idolatrias várias. Sabendo qual é
o objetivo que realmente nos deve atrair, poderemos dizer como São Paulo: “uma
coisa eu faço: esquecendo-me daquilo que está para trás e lançando-me para o
que vem à frente, corro em direção à meta, para o prémio a que Deus, lá do
alto, nos chama em Cristo Jesus» (Fl 3, 13-14).
Ora,
quem nos avisa nosso amigo é. E Cristo alertou-nos ao nos dizer que só quem
perseverar até ao fim vencerá a coroa da glória (Mt 24, 12-13). Por isso,
avaliar as regras do jogo que usamos é um imperativo quotidiano apreciado sob aquela luz que ilumina todo o percurso da estrada, a
luz que nos vem de Cristo ressuscitado, estrela da manhã que não tem ocaso
(LF1). Só assim cada um será capaz de prestar as provas da vida de forma mais
rápida {Citius}, mais alto {Altius}, com mais força {Fortius}. E no regresso à
Pátria definitiva, o acolhimento será sem igual, o Prémio e a Festa serão
inimagináveis, tal como está escrito: nem os olhos viram, nem os ouvidos
escutaram, nem jamais o coração humano percebeu o que Deus tem preparado para
aqueles que o amam (cf. 1Cor 2,9).
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo Branco, 06-09-2021.
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