PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 15 de agosto de 2021
XX domingo do tempo comum
Assunção
de Nossa Senhora
LITURGIA
DOMINGO XX DO TEMPO COMUM
ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA – SOLENIDADE
Branco – Ofício da solenidade. Te Deum.
Missa do dia, própria, Glória, Credo, pf. próprio.
L 1 Ap 11, 19a; 12, 1-6a. 10ab; Sal 44
(45), 10. 11. 12. 16
L2 1 Cor 15, 20-27
Ev Lc 1, 39-56
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Em todas as Dioceses de Portugal – Ofertório para a Pastoral da Mobilidade
Humana (Migrações, Apostolado do Mar, Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos e
Refugiados).
* Nas Dioceses do Algarve, Aveiro, Braga (sob o título de Santa Maria de
Braga), Évora, Guarda, Lamego, Leiria-Fátima, Lisboa (sob o título de Santa
Maria Maior), Portalegre-Castelo Branco e Viseu – Festa titular das respetivas
Igrejas Catedrais ou Concatedrais.
* Na Diocese do Porto – Assunção da Virgem Santa Maria, Padroeira principal da
Diocese e titular da Igreja Catedral – SOLENIDADE
* Na Diocese de Viana do Castelo – Assunção da Virgem Santa Maria, Padroeira
principal da Diocese e titular da Igreja Catedral sob a designação de Santa
Maria Maior – SOLENIDADE
* Na Congregação dos Irmãos Maristas – Assunção da Virgem Santa Maria, Titular
e Padroeira principal da Congregação – SOLENIDADE
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Assunção da Virgem Santa Maria – SOLENIDADE
* II Vésperas da solenidade – Compl. dep. II Vésp. dom.
L
1 Cr 15, 3-4. 15-16; 16, 1-2; Sal 131 (132), 6-7. 9-10. 13-14
L2 1 Cor 15, 54b-57
Ev Lc 11, 27-28
* Nas Dioceses de Cabo Verde – I Vésp. da Assunção da Virgem Santa Maria.
* I Vésperas da solenidade – Compl. dep. I Vésp. dom.
ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA
Nota
Histórica:
Ao terminar a Sua missão na terra,
Maria, a Imaculada Mãe de Deus, «foi elevada em corpo e alma à glória do céu»
(Pio XII), sendo assim a primeira criatura humana a alcançar a plenitude da
salvação.
Esta glorificação de Maria é uma
consequência natural da Sua Maternidade divina: Deus «não quis que conhecesse a
corrupção do túmulo Aquela que gerou o Senhor da vida».
É também o fruto da íntima e profunda união existente entre Maria e a Sua
missão e Cristo e a Sua obra salvadora. Plenamente unida a Cristo, como Sua Mãe
e Sua serva humilde, associada, estreitamente a Ele, na humilhação e no
sofrimento, não podia deixar de vir a participar do mistério de Cristo
ressuscitado e glorificado, numa conformação levada até às últimas
consequências. Por isso, Maria é «elevada ao Céu em corpo e alma e exaltada por
Deus como Rainha, para assim Se conformar mais plenamente com Seu Filho, Senhor
dos senhores e vencedor do pecado e da morte» (LG. 59).
Este privilégio, concedido à Virgem Imaculada,
preservada e imune de toda a mancha da culpa original, é «Sinal» de esperança e
de alegria para todo o Povo de Deus, que peregrina pela terra em luta com o
pecado e a morte, no meio dos perigos e dificuldades da vida. Com efeito, a Mãe
de Jesus, «glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se
há-de consumar no século futuro» (LG. 68).
O triunfo de Maria, mãe e filha da Igreja,
será o triunfo da Igreja, quando, juntamente com a Humanidade, atingir a glória
plena, de que Maria goza já.
A Assunção de Maria ao Céu, em corpo e alma, é
a garantia de que o homem se salvará todo: também o nosso corpo ressuscitará! A
Assunção de Maria é o penhor seguro de que o homem triunfará da morte!
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Ap 12, 1
Um sinal grandioso apareceu no céu:
uma mulher revestida de sol, com a lua debaixo dos pés
e uma coroa de estrelas na cabeça.
Ou
Exultemos de alegria no Senhor,
ao celebrar este dia de festa em honra da Virgem Maria.
Na sua Assunção alegram-se os Anjos e cantam louvores ao Filho de Deus.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
que elevastes à glória do Céu em corpo e alma
a Imaculada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho,
concedei-nos a graça de aspirarmos sempre às coisas do alto,
para merecermos participar da sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Ap 11, 19a; 12, 1-6a.10ab
«Uma mulher revestida de sol e com a lua debaixo dos pés»
Leitura do Apocalipse de São João
O templo de
Deus abriu-se no Céu
e a arca da aliança foi vista no seu templo.
Apareceu no Céu um sinal grandioso:
uma mulher revestida de sol,
com a lua debaixo dos pés
e uma coroa de doze estrelas na cabeça.
Estava para ser mãe
e gritava com as dores e ânsias da maternidade.
E apareceu no Céu outro sinal:
um enorme dragão cor de fogo,
com sete cabeças e dez chifres
e nas cabeças sete diademas.
A cauda arrastava um terço das estrelas do céu
e lançou-as sobre a terra.
O dragão colocou-se diante da mulher que estava para ser mãe,
para lhe devorar o filho, logo que nascesse.
Ela teve um filho varão,
que há-de reger todas as nações com ceptro de ferro.
O filho foi levado para junto de Deus e do seu trono
e a mulher fugiu para o deserto,
onde Deus lhe tinha preparado um lugar.
E ouvi uma voz poderosa que clamava no Céu:
«Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus
e o domínio do seu Ungido».
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 44 (45),
10.11.12.16 (R. cf. 10b)
Refrão: À vossa direita, Senhor, a Rainha do Céu,
ornada do ouro mais fino.
Ou: À vossa direita, Senhor, está a Rainha do Céu.
Ao vosso encontro vêm filhas de reis,
à vossa direita está a rainha, ornada com ouro de Ofir.
Ouve, minha filha, vê e presta atenção,
esquece o teu povo e a casa de teu pai.
Da tua beleza se enamora o Rei;
Ele é o teu Senhor, presta-Lhe homenagem.
Cheias de entusiasmo e alegria,
entram no palácio do Rei.
LEITURA II 1 Cor 15, 20-27
«Primeiro, Cristo, como primícias; depois os que pertencem a Cristo»
Leitura da
Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Cristo ressuscitou dos mortos,
como primícias dos que morreram.
Uma vez que a morte veio por um homem,
também por um homem veio a ressurreição dos mortos;
porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram,
assim também em Cristo serão todos restituídos à vida.
Cada qual, porém, na sua ordem:
primeiro, Cristo, como primícias;
a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda.
Depois será o fim,
quando Cristo entregar o reino a Deus seu Pai
depois de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder.
É necessário que Ele reine,
até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés.
E o último inimigo a ser aniquilado é a morte,
porque Deus tudo colocou debaixo dos seus pés.
Mas quando se diz que tudo Lhe está submetido
é claro que se exceptua Aquele que Lhe submeteu todas as coisas.
Palavra
do Senhor.
ALELUIA
Refrão: Aleluia. Repete-se
Maria foi elevada ao Céu:
alegra-se a multidão dos Anjos. Refrão
EVANGELHO Lc 1, 39-56
«O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
exaltou os humildes»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naqueles dias,
Maria pôs-se a caminho
e dirigiu-se apressadamente para a montanha,
em direcção a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
o menino exultou-lhe no seio.
Isabel ficou cheia do Espírito Santo
e exclamou em alta voz:
«Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me é dado
que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos
a voz da tua saudação,
o menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada aquela que acreditou
no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito
da parte do Senhor».
Maria disse então:
«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
porque pôs os olhos na humildade da sua serva:
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada
todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço
e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência para sempre».
Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses
e depois regressou a sua casa.
Palavra da salvação.
Diz-se o Credo.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Suba até Vós, Senhor, a nossa humilde oferta
e, pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, elevada ao Céu,
fazei que os nossos corações, inflamados na caridade,
se dirijam continuamente para Vós.
Por Nosso Senhor.
PREFÁCIO A glória da Assunção de Maria
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
e louvar-Vos, bendizer-Vos e glorificar-Vos
na Assunção da Virgem Santa Maria.
Hoje a Virgem Mãe de Deus foi elevada à glória do Céu.
Ela é a aurora e a imagem da Igreja triunfante,
ela é sinal de consolação e esperança
para o vosso povo peregrino.
Vós não quisestes que sofresse a corrupção do túmulo
Aquela que gerou e deu à luz o Autor da vida,
vosso Filho feito homem.
Por isso, com os Anjos e os Santos,
proclamamos a vossa glória,
cantando com alegria:
Santo, Santo, Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Lc 1, 48-49
Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada,
porque o Senhor fez em mim maravilhas.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da vida eterna,
concedei-nos,
por intercessão da Virgem Santa Maria, elevada ao Céu,
a graça de chegarmos à glória da ressurreição.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS:
AGENDA DO DIA:
09.30 horas: Missa em
Amieira do Tejo.
10.00 horas: Missa em
Arez
10.45 horas: Missa em
Tolosa com batizado
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Alpalhão.
12.00 horas: Missa em
Gáfete com Bodas de Ouro matrimoniais
15.30 horas: Missa em
Montalvão
15.30 horas: Missa no
Arneiro
15.30 horas: Celebração
da Palavra no Cacheiro
17.30 horas: Missa em
Salavessa.
A VOZ DO PASTOR:
EMPENHO
OLÍMPICO NOS JOGOS DA VIDA
A
festa é global! Vivamos as festas da vida para fazer da vida uma festa! Os
Jogos Olímpicos cativam pelo que são e significam. São espetáculo e arte,
destroem barreiras entre raças e culturas, fomentam a amizade, o diálogo e a
paz entre os povos. Nasceram em Olímpia, na Grécia antiga, muitos séculos antes
de Cristo, lembram-se? Nestes jogos em Tóquio, 91 atletas portugueses,
distribuídos por 17 modalidades, têm dado o seu melhor, nem sempre com o êxito
que esperavam, mas cuja participação, só por si, já é digna de elevado apreço e
registo. Parabéns para eles, com medalha ou sem medalha.
Sendo
um valor de grande relevância para toda a humanidade, a Assembleia-Geral da ONU, por uma decisão de 2013, assumiu o dia 6 de
abril como Dia Internacional do Desporto ao Serviço do Desenvolvimento e da
Paz. A Igreja, consciente do aforisma "mens sana in corpore
sano”, sempre sublinhou a importância do desporto. O próprio Papa Pio X foi promotor dos Jogos Olímpicos, em 1908. Muitos
são os pronunciamentos da Igreja sobre as vantagens do desporto e o seu valor
para o desenvolvimento integral da pessoa. O Concílio Vaticano II recomenda que
os tempos livres sejam também ocupados com exercícios e manifestações
desportivas, muito úteis para manter o equilíbrio psíquico e estabelecer
relações fraternas entre os homens de todas as condições, raças e países (cf.
GS61). São João Paulo II, o “atleta de Deus”, afirmava que o desporto é “um dos
fenómenos típicos da modernidade”, é um "sinal dos tempos" capaz de
interpretar as novas exigências e as renovadas expectativas da humanidade”. Ele
desejava que os atletas fossem campeões no estádio, mas também lhes pedia que
fossem “modelo para milhões de jovens que têm necessidade de “líderes” e não de
“ídolos”». Bento XVI até lembrou que a luz da chama olímpica «remete para o
Verbo encarnado, luz do mundo que ilumina o homem em todas as dimensões,
incluindo a desportiva». Francisco tem deixado interessantes desafios nesta
área, promoveu a iniciativa sobre o “Desporto ao Serviço da Humanidade”, onde
muitos líderes mundiais, incluindo o secretário-geral da ONU e o presidente do
Comité Olímpico Internacional, marcaram presença. Na Exortação Apostólica Cristo
Vive, realça a importância da prática desportiva, cujas potencialidades a
Igreja não deve subestimar (cf. CV227).
Todas
as modalidades desportivas sentem o dever de formar, cuidar e estimular,
aceitando as vitórias e as derrotas com dignidade e fair play. Os treinadores
esmeram-se por fomentar a competência, a literacia, o entusiasmo e o encorajamento
desportivos por entre planos, técnicas, táticas e
estratégias que implicam a exigência e o domínio pessoal, o entendimento e a
compreensão das mesmas.
E
quer queiramos quer não, a vida também é um jogo, um jogo nem sempre fácil. Não
raro, dá muita água pela barba e leva a correr alguns riscos nos estádios da
vida. Também envolve disciplina, espírito de sacrifício, autocontrolo,
equilíbrio, respeito pelas regras, lealdade, justiça e perseverança,
alimentando sempre a esperança de vencer embora por entre êxitos e fracassos.
Mas
sempre há algumas diferenças. Nas provas desportivas, embora todos os atletas
corram e lutem pela conquista de um prémio, só um ganha esse prémio, um prémio,
aliás, perecível. Não assim no jogo da vida. Aqui, não há acessão de pessoas,
os mais saudáveis e os estropiados, todos, todos são desafiados a entrar na
prova, todos podem chegar à meta que não está tanto na distância a percorrer
mas no esforço, na qualidade do percurso que se faz. E todos podem ganhar o
prémio, um prémio de valor incalculável. A lógica do desporto é, de facto, a
lógica da vida, ambas acarretam amor à camisola, dedicação, empenho e
sacrifícios para que o resultado seja o ideal.
Para
encorajar à perseverança e à fidelidade nesta prova, a Sagrada Escritura também
utiliza linguagem desportiva. São Paulo, em Corinto, junto ao estádio dos
grandes jogos ístmicos dedicados a Posídon, chama a atenção para isso e
estimula a ingressar na grande prova da vida com confiança e determinação: «Não sabeis que os que correm no estádio correm todos, mas
só um ganha o prémio? Correi, pois, assim, para o alcançardes. Os atletas
impõem a si mesmos toda a espécie de privações: eles, para ganhar uma coroa
corruptível; nós, porém, para ganhar uma coroa incorruptível» (1 Cor 9, 24-26).
Numa
carta ao seu amigo Timóteo, Paulo chama-lhe a atenção para a necessidade de se
cumprirem as regras nesse jogo da vida que outras não são senão seguir o
exemplo de Jesus: perseverar na oração, exercitar-se nas virtudes e levar a
cruz de cada dia, com Cristo, em Cristo, ao jeito de Cristo: «Aquele que
participa numa competição não recebe o prémio se não competir segundo as
regras» (2 Tim 2, 5).
A
tão acarinhada cultura do deixa correr e da indiferença, a “cultura do sofá” e
do zapping, a tentação de ir adiando os “treinos” para mais tarde ou de pensar
que qualquer coisa serve para vencer, podem fazer-nos esquecer a exigência da
prova que nos é proposta. Esta atitude até pode antecipar o “inverno da vida”,
não aquele inverno inevitável e caraterizado pelo envelhecimento físico, mas
sim aquele que nos tira a capacidade de sonhar e avançar na vida com alegria e
esperança, sendo úteis à comunidade humana. Este inverno acontece na vida sempre
que nos fechamos em copas e nos deixamos fustigar pelas ventanias do egoísmo e
das importâncias balofas. E são muitas e sofisticadas as modalidades deste
inverno da vida: protestar, gemer, desistir, amuar, maldizer, espirrar, tossir,
descartar, são algumas dessas expressões.
Mais:
desde que o desporto se profissionalizou e o prémio deixou de ser uma coroa de
louros ou uma coroa de oliveira brava, há por lá muita ambiguidade e interesses
associados, perdeu muito do seu encanto e sentido, e, a par, saltita a
corrupção, a exploração e a idolatria. Tal
como no desporto, não podemos permitir que o pó da vida nos faça desistir ou
perder o encanto e a razão de ser da nossa prova, e nos leve a entrar também
pelos caminhos da corrupção de costumes e de idolatrias várias. Sabendo qual é
o objetivo que realmente nos deve atrair, poderemos dizer como São Paulo: “uma
coisa eu faço: esquecendo-me daquilo que está para trás e lançando-me para o
que vem à frente, corro em direção à meta, para o prémio a que Deus, lá do
alto, nos chama em Cristo Jesus» (Fl 3, 13-14).
Ora,
quem nos avisa nosso amigo é. E Cristo alertou-nos ao nos dizer que só quem
perseverar até ao fim vencerá a coroa da glória (Mt 24, 12-13). Por isso,
avaliar as regras do jogo que usamos é um imperativo quotidiano apreciado sob aquela luz que ilumina todo o percurso da estrada, a
luz que nos vem de Cristo ressuscitado, estrela da manhã que não tem ocaso
(LF1). Só assim cada um será capaz de prestar as provas da vida de forma mais
rápida {Citius}, mais alto {Altius}, com mais força {Fortius}. E no regresso à
Pátria definitiva, o acolhimento será sem igual, o Prémio e a Festa serão
inimagináveis, tal como está escrito: nem os olhos viram, nem os ouvidos
escutaram, nem jamais o coração humano percebeu o que Deus tem preparado para
aqueles que o amam (cf. 1Cor 2,9).
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo Branco, 06-09-2021.
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