terça-feira, 10 de agosto de 2021

 



 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Quarta, 11 de agosto de 2021

 

Quarta-feira da XIX semana do tempo comum

 

LITURGIA

 

Quarta-feira da semana XIX

 

S. Clara, virgem – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 Deut 34, 1-12; Sal 65 (66), 1-3a. 5 e 9. 16-17
Ev Mt 18, 15-20
* Na Ordem Franciscana – S. Clara de Assis, virgem, da II Ordem – FESTA; na II Ordem – SOLENIDADE
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Clara de Assis, virgem, da II Ordem – FESTA
* Na Ordem da Visitação de Santa Maria – I Vésp. de S. Joana Francisca de Chantal

 

 

S. CLARA, virgem

 

 

Nota Histórica:

Nasceu em Assis no ano 1193. Imitando o exemplo do seu concidadão Francisco, seguiu o caminho da pobreza e fundou a Ordem monástica (Clarissas). A sua vida foi de grande austeridade, mas rica em obras de caridade e de piedade. Morreu em 1253.

 

MISSA

 

ORAÇÃO
Senhor, que na vossa infinita misericórdia inspirastes a Santa Clara um profundo amor à pobreza evangélica, concedei, por sua intercessão, que seguindo a Cristo na pobreza espiritual, mereçamos um dia contemplar Vos no reino dos Céus. Por Nosso Senhor.

 

LEITURA I (anos ímpares) Deut 34, 1-12
«Morreu Moisés, servo do Senhor,
e nunca mais surgiu outro profeta como ele»


Leitura do Livro do Deuteronómio


Naqueles dias, Moisés subiu das planícies de Moab até ao monte Nebo, no cimo do Pisgá, em frente de Jericó. O Senhor mostrou-lhe todo o país: Galaad ate Dã, todo o Naftali, o território de Efraim e de Manassés, todo o território de Judá até ao mar ocidental, o Negueb, o distrito da planície de Jericó, cidade das palmeiras, até Soar. Disse-lhe o Senhor: «Esta é a terra que prometi com juramento a Abraão, a Isaac e a Jacob, dizendo: ‘Dá-la-ei à tua descendência’. Quis que a visses com os teus próprios olhos, mas não entrarás nela». Foi ali, na terra de Moab, que morreu Moisés, servo do Senhor, como o Senhor dissera. Foi sepultado no vale, na terra de Moab, em frente de Bet-Peor, e ninguém, até ao dia de hoje, reconheceu a sua sepultura. Moisés tinha cento e vinte anos quando morreu. A sua vista nunca enfraquecera, nem o seu vigor se tinha quebrado. Os filhos de Israel choraram Moisés nas planícies de Moab durante trinta dias, ao fim dos quais terminaram os dias de pranto por de Moisés. Entretanto, Josué, filho de Nun, estava cheio do espírito de sabedoria, porque Moisés tinha imposto as mãos sobre ele. Os filhos de Israel começaram a prestar-lhe obediência, segundo a ordem que o Senhor tinha dado a Moisés. Nunca mais surgiu em Israel outro profeta como Moisés, com quem o Senhor tratava face a face; nem com tantos sinais e prodígios que o Senhor o mandou realizar na terra do Egipto, contra o faraó e contra todos os seus servos e toda a sua terra; nem com tal poder e tão grandes prodígios como os que manifestou Moisés aos olhos de todo o Israel.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 65 (66) l-3a.5 e 9.16-17 (R. cf. 20a e 9a)
Refrão: Bendito seja Deus, que salvou a minha vida. Repete-se

Aclamai o Senhor, terra inteira,
cantai a glória do seu nome,
celebrai os seus louvores, dizei a Deus:
«Maravilhosas são as vossas obras». Refrão

Vinde contemplar as obras de Deus,
admirável na sua ação pelos homens.
Foi Ele quem conservou a nossa vida
e não deixou que nossos pés vacilassem. Refrão

Todos os que temeis a Deus, vinde e ouvi,
vou narrar-vos quanto Ele fez por mim.
Meus lábios O invocaram
e minha língua O louvou. Refrão


ALELUIA 2 Cor 5, 19
Refrão: Aleluia Repete-se
Em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo
e confiou-nos a palavra da reconciliação. Refrão


EVANGELHO Mt 18, 15-20
«Se te escutar, terás ganho o teu irmão»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganho o teu irmão. Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. Mas se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja; e se também não der ouvidos à Igreja, considera-o como um pagão ou um publicano. Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu; e tudo o que desligardes na terra será desligado no Céu. Digo-vos ainda: Se dois de vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus. Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ao proclamarmos as maravilhas que realizastes em Santa Clara, humildemente Vos pedimos, Senhor, que aceiteis a oferta do nosso ministério, como aceitastes os méritos da sua vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO (Mt 25,6)
Chegou o Esposo. Ide ao encontro de Cristo Senhor.

 

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Senhor nosso Deus, que nos fortaleceis com estes divinos mistérios, fazei que, a exemplo de Santa Clara, levando sempre em nosso corpo os sofrimentos de Cristo, vivamos somente para Vós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

LEITURAS:  - Deut 34, 1-12: Depois da travessia do deserto, Moisés chega ao fim dos seus dias. Numa leitura anterior, ouvimos Deus dizer-lhe que ele não chegaria a entrar na Terra Prometida, devido à falta de fé que ele mostrara em certa altura. Agora, leva-o até ao alto de um monte, donde lhe faz ver, ao longe, toda essa terra. E depois Moisés ali morre. Faltou-lhe a fé total na palavra de Deus, para chegar até ao fim.

Mt 18, 15-20: Esta leitura tem em vista a vida da comunidade cristã, onde podem acontecer momentos de pecado. A orientação que o Senhor aqui deixa é a correção fraterna; trata-se, de facto, de uma comunidade de irmãos. Os poderes conferidos a Pedro, como chefe da comunidade, atingem também, até certo ponto, os outros membros da comunidade, que se devem saber reconciliar uns com os outros, sempre que nascerem discórdias. Mas é na oração em comum que todos se hão de reconhecer verdadeiramente irmãos, no meio de quem o Senhor estará.


AGENDA DO DIA:

17.00 horas: Missa em Gáfete

18.00 horas: Missa em Nisa

18.00 horas: Missa em Tolosa

 

A VOZ DO PASTOR:

 

 

EMPENHO OLÍMPICO NOS JOGOS DA VIDA

 

A festa é global! Vivamos as festas da vida para fazer da vida uma festa! Os Jogos Olímpicos cativam pelo que são e significam. São espetáculo e arte, destroem barreiras entre raças e culturas, fomentam a amizade, o diálogo e a paz entre os povos. Nasceram em Olímpia, na Grécia antiga, muitos séculos antes de Cristo, lembram-se? Nestes jogos em Tóquio, 91 atletas portugueses, distribuídos por 17 modalidades, têm dado o seu melhor, nem sempre com o êxito que esperavam, mas cuja participação, só por si, já é digna de elevado apreço e registo. Parabéns para eles, com medalha ou sem medalha.

Sendo um valor de grande relevância para toda a humanidade, a Assembleia-Geral da ONU, por uma decisão de 2013, assumiu o dia 6 de abril como Dia Internacional do Desporto ao Serviço do Desenvolvimento e da Paz. A Igreja, consciente do aforisma "mens sana in corpore sano”, sempre sublinhou a importância do desporto. O próprio Papa Pio X foi promotor dos Jogos Olímpicos, em 1908. Muitos são os pronunciamentos da Igreja sobre as vantagens do desporto e o seu valor para o desenvolvimento integral da pessoa. O Concílio Vaticano II recomenda que os tempos livres sejam também ocupados com exercícios e manifestações desportivas, muito úteis para manter o equilíbrio psíquico e estabelecer relações fraternas entre os homens de todas as condições, raças e países (cf. GS61). São João Paulo II, o “atleta de Deus”, afirmava que o desporto é “um dos fenómenos típicos da modernidade”, é um "sinal dos tempos" capaz de interpretar as novas exigências e as renovadas expectativas da humanidade”. Ele desejava que os atletas fossem campeões no estádio, mas também lhes pedia que fossem “modelo para milhões de jovens que têm necessidade de “líderes” e não de “ídolos”». Bento XVI até lembrou que a luz da chama olímpica «remete para o Verbo encarnado, luz do mundo que ilumina o homem em todas as dimensões, incluindo a desportiva». Francisco tem deixado interessantes desafios nesta área, promoveu a iniciativa sobre o “Desporto ao Serviço da Humanidade”, onde muitos líderes mundiais, incluindo o secretário-geral da ONU e o presidente do Comité Olímpico Internacional, marcaram presença. Na Exortação Apostólica Cristo Vive, realça a importância da prática desportiva, cujas potencialidades a Igreja não deve subestimar (cf. CV227).

Todas as modalidades desportivas sentem o dever de formar, cuidar e estimular, aceitando as vitórias e as derrotas com dignidade e fair play. Os treinadores esmeram-se por fomentar a competência, a literacia, o entusiasmo e o encorajamento desportivos por entre planos, técnicas, táticas e estratégias que implicam a exigência e o domínio pessoal, o entendimento e a compreensão das mesmas.

E quer queiramos quer não, a vida também é um jogo, um jogo nem sempre fácil. Não raro, dá muita água pela barba e leva a correr alguns riscos nos estádios da vida. Também envolve disciplina, espírito de sacrifício, autocontrolo, equilíbrio, respeito pelas regras, lealdade, justiça e perseverança, alimentando sempre a esperança de vencer embora por entre êxitos e fracassos.

Mas sempre há algumas diferenças. Nas provas desportivas, embora todos os atletas corram e lutem pela conquista de um prémio, só um ganha esse prémio, um prémio, aliás, perecível. Não assim no jogo da vida. Aqui, não há acessão de pessoas, os mais saudáveis e os estropiados, todos, todos são desafiados a entrar na prova, todos podem chegar à meta que não está tanto na distância a percorrer mas no esforço, na qualidade do percurso que se faz. E todos podem ganhar o prémio, um prémio de valor incalculável. A lógica do desporto é, de facto, a lógica da vida, ambas acarretam amor à camisola, dedicação, empenho e sacrifícios para que o resultado seja o ideal.

Para encorajar à perseverança e à fidelidade nesta prova, a Sagrada Escritura também utiliza linguagem desportiva. São Paulo, em Corinto, junto ao estádio dos grandes jogos ístmicos dedicados a Posídon, chama a atenção para isso e estimula a ingressar na grande prova da vida com confiança e determinação: «Não sabeis que os que correm no estádio correm todos, mas só um ganha o prémio? Correi, pois, assim, para o alcançardes. Os atletas impõem a si mesmos toda a espécie de privações: eles, para ganhar uma coroa corruptível; nós, porém, para ganhar uma coroa incorruptível» (1 Cor 9, 24-26).

Numa carta ao seu amigo Timóteo, Paulo chama-lhe a atenção para a necessidade de se cumprirem as regras nesse jogo da vida que outras não são senão seguir o exemplo de Jesus: perseverar na oração, exercitar-se nas virtudes e levar a cruz de cada dia, com Cristo, em Cristo, ao jeito de Cristo: «Aquele que participa numa competição não recebe o prémio se não competir segundo as regras» (2 Tim 2, 5).

A tão acarinhada cultura do deixa correr e da indiferença, a “cultura do sofá” e do zapping, a tentação de ir adiando os “treinos” para mais tarde ou de pensar que qualquer coisa serve para vencer, podem fazer-nos esquecer a exigência da prova que nos é proposta. Esta atitude até pode antecipar o “inverno da vida”, não aquele inverno inevitável e caraterizado pelo envelhecimento físico, mas sim aquele que nos tira a capacidade de sonhar e avançar na vida com alegria e esperança, sendo úteis à comunidade humana. Este inverno acontece na vida sempre que nos fechamos em copas e nos deixamos fustigar pelas ventanias do egoísmo e das importâncias balofas. E são muitas e sofisticadas as modalidades deste inverno da vida: protestar, gemer, desistir, amuar, maldizer, espirrar, tossir, descartar, são algumas dessas expressões.

Mais: desde que o desporto se profissionalizou e o prémio deixou de ser uma coroa de louros ou uma coroa de oliveira brava, há por lá muita ambiguidade e interesses associados, perdeu muito do seu encanto e sentido, e, a par, saltita a corrupção, a exploração e a idolatria. Tal como no desporto, não podemos permitir que o pó da vida nos faça desistir ou perder o encanto e a razão de ser da nossa prova, e nos leve a entrar também pelos caminhos da corrupção de costumes e de idolatrias várias. Sabendo qual é o objetivo que realmente nos deve atrair, poderemos dizer como São Paulo: “uma coisa eu faço: esquecendo-me daquilo que está para trás e lançando-me para o que vem à frente, corro em direção à meta, para o prémio a que Deus, lá do alto, nos chama em Cristo Jesus» (Fl 3, 13-14).

Ora, quem nos avisa nosso amigo é. E Cristo alertou-nos ao nos dizer que só quem perseverar até ao fim vencerá a coroa da glória (Mt 24, 12-13). Por isso, avaliar as regras do jogo que usamos é um imperativo quotidiano apreciado sob aquela luz que ilumina todo o percurso da estrada, a luz que nos vem de Cristo ressuscitado, estrela da manhã que não tem ocaso (LF1). Só assim cada um será capaz de prestar as provas da vida de forma mais rápida {Citius}, mais alto {Altius}, com mais força {Fortius}. E no regresso à Pátria definitiva, o acolhimento será sem igual, o Prémio e a Festa serão inimagináveis, tal como está escrito: nem os olhos viram, nem os ouvidos escutaram, nem jamais o coração humano percebeu o que Deus tem preparado para aqueles que o amam (cf. 1Cor 2,9).

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 06-09-2021.

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