PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 11 de agosto de 2021
Quarta-feira da XIX semana do tempo comum
LITURGIA
Quarta-feira
da semana XIX
S. Clara, virgem – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Deut 34, 1-12; Sal 65 (66), 1-3a. 5 e 9. 16-17
Ev Mt 18, 15-20
* Na Ordem Franciscana – S. Clara de Assis, virgem, da II Ordem – FESTA; na II
Ordem – SOLENIDADE
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Clara de Assis, virgem, da II
Ordem – FESTA
* Na Ordem da Visitação de Santa Maria – I Vésp. de S. Joana Francisca de
Chantal
S. CLARA, virgem
Nota
Histórica:
Nasceu
em Assis no ano 1193. Imitando o exemplo do seu concidadão Francisco, seguiu o
caminho da pobreza e fundou a Ordem monástica (Clarissas). A sua vida foi de
grande austeridade, mas rica em obras de caridade e de piedade. Morreu em 1253.
MISSA
ORAÇÃO
Senhor, que na vossa infinita misericórdia inspirastes a Santa Clara um
profundo amor à pobreza evangélica, concedei, por sua intercessão, que seguindo
a Cristo na pobreza espiritual, mereçamos um dia contemplar Vos no reino dos
Céus. Por Nosso Senhor.
LEITURA
I
(anos ímpares) Deut 34, 1-12
«Morreu Moisés, servo do Senhor,
e nunca mais surgiu outro profeta como ele»
Leitura do Livro
do Deuteronómio
Naqueles dias, Moisés subiu das planícies de Moab até ao monte Nebo, no cimo do
Pisgá, em frente de Jericó. O Senhor mostrou-lhe todo o país: Galaad ate Dã,
todo o Naftali, o território de Efraim e de Manassés, todo o território de Judá
até ao mar ocidental, o Negueb, o distrito da planície de Jericó, cidade das
palmeiras, até Soar. Disse-lhe o Senhor: «Esta é a terra que prometi com
juramento a Abraão, a Isaac e a Jacob, dizendo: ‘Dá-la-ei à tua descendência’.
Quis que a visses com os teus próprios olhos, mas não entrarás nela». Foi ali,
na terra de Moab, que morreu Moisés, servo do Senhor, como o Senhor dissera.
Foi sepultado no vale, na terra de Moab, em frente de Bet-Peor, e ninguém, até
ao dia de hoje, reconheceu a sua sepultura. Moisés tinha cento e vinte anos quando
morreu. A sua vista nunca enfraquecera, nem o seu vigor se tinha quebrado. Os
filhos de Israel choraram Moisés nas planícies de Moab durante trinta dias, ao
fim dos quais terminaram os dias de pranto por de Moisés. Entretanto, Josué,
filho de Nun, estava cheio do espírito de sabedoria, porque Moisés tinha
imposto as mãos sobre ele. Os filhos de Israel começaram a prestar-lhe
obediência, segundo a ordem que o Senhor tinha dado a Moisés. Nunca mais surgiu
em Israel outro profeta como Moisés, com quem o Senhor tratava face a face; nem
com tantos sinais e prodígios que o Senhor o mandou realizar na terra do
Egipto, contra o faraó e contra todos os seus servos e toda a sua terra; nem
com tal poder e tão grandes prodígios como os que manifestou Moisés aos olhos
de todo o Israel.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 65 (66) l-3a.5 e 9.16-17 (R. cf. 20a e
9a)
Refrão: Bendito seja Deus, que salvou a minha vida. Repete-se
Aclamai o Senhor, terra inteira,
cantai a glória do seu nome,
celebrai os seus louvores, dizei a Deus:
«Maravilhosas são as vossas obras». Refrão
Vinde contemplar as obras de Deus,
admirável na sua ação pelos homens.
Foi Ele quem conservou a nossa vida
e não deixou que nossos pés vacilassem. Refrão
Todos os que temeis a Deus, vinde e ouvi,
vou narrar-vos quanto Ele fez por mim.
Meus lábios O invocaram
e minha língua O louvou. Refrão
ALELUIA 2 Cor 5, 19
Refrão: Aleluia Repete-se
Em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo
e confiou-nos a palavra da reconciliação. Refrão
EVANGELHO Mt 18, 15-20
«Se te escutar, terás ganho o teu irmão»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se o teu irmão te ofender, vai
ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganho o teu irmão. Se não
te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão
fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. Mas se ele não lhes
der ouvidos, comunica o caso à Igreja; e se também não der ouvidos à Igreja,
considera-o como um pagão ou um publicano. Em verdade vos digo: Tudo o que
ligardes na terra será ligado no Céu; e tudo o que desligardes na terra será
desligado no Céu. Digo-vos ainda: Se dois de vós se unirem na terra para
pedirem qualquer coisa, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus. Na
verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ao proclamarmos as maravilhas que realizastes em Santa Clara, humildemente Vos
pedimos, Senhor, que aceiteis a oferta do nosso ministério, como aceitastes os
méritos da sua vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA
DA COMUNHÃO (Mt
25,6)
Chegou o Esposo. Ide ao encontro de Cristo Senhor.
ORAÇÃO
DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor nosso Deus, que
nos fortaleceis com estes divinos mistérios, fazei que, a exemplo de Santa
Clara, levando sempre em nosso corpo os sofrimentos de Cristo, vivamos somente
para Vós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito
Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: - Deut 34, 1-12: Depois
da travessia do deserto, Moisés chega ao fim dos seus dias. Numa leitura
anterior, ouvimos Deus dizer-lhe que ele não chegaria a entrar na Terra
Prometida, devido à falta de fé que ele mostrara em certa altura. Agora, leva-o
até ao alto de um monte, donde lhe faz ver, ao longe, toda essa terra. E depois
Moisés ali morre. Faltou-lhe a fé total na palavra de Deus, para chegar até ao
fim.
Mt 18, 15-20: Esta
leitura tem em vista a vida da comunidade cristã, onde podem acontecer momentos
de pecado. A orientação que o Senhor aqui deixa é a correção fraterna;
trata-se, de facto, de uma comunidade de irmãos. Os poderes conferidos a Pedro,
como chefe da comunidade, atingem também, até certo ponto, os outros membros da
comunidade, que se devem saber reconciliar uns com os outros, sempre que
nascerem discórdias. Mas é na oração em comum que todos se hão de reconhecer
verdadeiramente irmãos, no meio de quem o Senhor estará.
AGENDA DO DIA:
17.00
horas: Missa em Gáfete
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00
horas: Missa em Tolosa
A VOZ DO PASTOR:
EMPENHO
OLÍMPICO NOS JOGOS DA VIDA
A
festa é global! Vivamos as festas da vida para fazer da vida uma festa! Os
Jogos Olímpicos cativam pelo que são e significam. São espetáculo e arte,
destroem barreiras entre raças e culturas, fomentam a amizade, o diálogo e a
paz entre os povos. Nasceram em Olímpia, na Grécia antiga, muitos séculos antes
de Cristo, lembram-se? Nestes jogos em Tóquio, 91 atletas portugueses,
distribuídos por 17 modalidades, têm dado o seu melhor, nem sempre com o êxito
que esperavam, mas cuja participação, só por si, já é digna de elevado apreço e
registo. Parabéns para eles, com medalha ou sem medalha.
Sendo
um valor de grande relevância para toda a humanidade, a Assembleia-Geral da ONU, por uma decisão de 2013, assumiu o dia 6 de
abril como Dia Internacional do Desporto ao Serviço do Desenvolvimento e da
Paz. A Igreja, consciente do aforisma "mens sana in corpore
sano”, sempre sublinhou a importância do desporto. O próprio Papa Pio X foi promotor dos Jogos Olímpicos, em 1908. Muitos
são os pronunciamentos da Igreja sobre as vantagens do desporto e o seu valor
para o desenvolvimento integral da pessoa. O Concílio Vaticano II recomenda que
os tempos livres sejam também ocupados com exercícios e manifestações
desportivas, muito úteis para manter o equilíbrio psíquico e estabelecer
relações fraternas entre os homens de todas as condições, raças e países (cf.
GS61). São João Paulo II, o “atleta de Deus”, afirmava que o desporto é “um dos
fenómenos típicos da modernidade”, é um "sinal dos tempos" capaz de
interpretar as novas exigências e as renovadas expectativas da humanidade”. Ele
desejava que os atletas fossem campeões no estádio, mas também lhes pedia que
fossem “modelo para milhões de jovens que têm necessidade de “líderes” e não de
“ídolos”». Bento XVI até lembrou que a luz da chama olímpica «remete para o
Verbo encarnado, luz do mundo que ilumina o homem em todas as dimensões,
incluindo a desportiva». Francisco tem deixado interessantes desafios nesta
área, promoveu a iniciativa sobre o “Desporto ao Serviço da Humanidade”, onde
muitos líderes mundiais, incluindo o secretário-geral da ONU e o presidente do
Comité Olímpico Internacional, marcaram presença. Na Exortação Apostólica Cristo
Vive, realça a importância da prática desportiva, cujas potencialidades a
Igreja não deve subestimar (cf. CV227).
Todas
as modalidades desportivas sentem o dever de formar, cuidar e estimular,
aceitando as vitórias e as derrotas com dignidade e fair play. Os treinadores
esmeram-se por fomentar a competência, a literacia, o entusiasmo e o encorajamento
desportivos por entre planos, técnicas, táticas e
estratégias que implicam a exigência e o domínio pessoal, o entendimento e a
compreensão das mesmas.
E
quer queiramos quer não, a vida também é um jogo, um jogo nem sempre fácil. Não
raro, dá muita água pela barba e leva a correr alguns riscos nos estádios da
vida. Também envolve disciplina, espírito de sacrifício, autocontrolo,
equilíbrio, respeito pelas regras, lealdade, justiça e perseverança,
alimentando sempre a esperança de vencer embora por entre êxitos e fracassos.
Mas
sempre há algumas diferenças. Nas provas desportivas, embora todos os atletas
corram e lutem pela conquista de um prémio, só um ganha esse prémio, um prémio,
aliás, perecível. Não assim no jogo da vida. Aqui, não há acessão de pessoas,
os mais saudáveis e os estropiados, todos, todos são desafiados a entrar na
prova, todos podem chegar à meta que não está tanto na distância a percorrer
mas no esforço, na qualidade do percurso que se faz. E todos podem ganhar o
prémio, um prémio de valor incalculável. A lógica do desporto é, de facto, a
lógica da vida, ambas acarretam amor à camisola, dedicação, empenho e
sacrifícios para que o resultado seja o ideal.
Para
encorajar à perseverança e à fidelidade nesta prova, a Sagrada Escritura também
utiliza linguagem desportiva. São Paulo, em Corinto, junto ao estádio dos
grandes jogos ístmicos dedicados a Posídon, chama a atenção para isso e
estimula a ingressar na grande prova da vida com confiança e determinação: «Não sabeis que os que correm no estádio correm todos, mas
só um ganha o prémio? Correi, pois, assim, para o alcançardes. Os atletas
impõem a si mesmos toda a espécie de privações: eles, para ganhar uma coroa
corruptível; nós, porém, para ganhar uma coroa incorruptível» (1 Cor 9, 24-26).
Numa
carta ao seu amigo Timóteo, Paulo chama-lhe a atenção para a necessidade de se
cumprirem as regras nesse jogo da vida que outras não são senão seguir o
exemplo de Jesus: perseverar na oração, exercitar-se nas virtudes e levar a
cruz de cada dia, com Cristo, em Cristo, ao jeito de Cristo: «Aquele que
participa numa competição não recebe o prémio se não competir segundo as
regras» (2 Tim 2, 5).
A
tão acarinhada cultura do deixa correr e da indiferença, a “cultura do sofá” e
do zapping, a tentação de ir adiando os “treinos” para mais tarde ou de pensar
que qualquer coisa serve para vencer, podem fazer-nos esquecer a exigência da
prova que nos é proposta. Esta atitude até pode antecipar o “inverno da vida”,
não aquele inverno inevitável e caraterizado pelo envelhecimento físico, mas
sim aquele que nos tira a capacidade de sonhar e avançar na vida com alegria e
esperança, sendo úteis à comunidade humana. Este inverno acontece na vida
sempre que nos fechamos em copas e nos deixamos fustigar pelas ventanias do
egoísmo e das importâncias balofas. E são muitas e sofisticadas as modalidades
deste inverno da vida: protestar, gemer, desistir, amuar, maldizer, espirrar,
tossir, descartar, são algumas dessas expressões.
Mais:
desde que o desporto se profissionalizou e o prémio deixou de ser uma coroa de
louros ou uma coroa de oliveira brava, há por lá muita ambiguidade e interesses
associados, perdeu muito do seu encanto e sentido, e, a par, saltita a
corrupção, a exploração e a idolatria. Tal
como no desporto, não podemos permitir que o pó da vida nos faça desistir ou
perder o encanto e a razão de ser da nossa prova, e nos leve a entrar também
pelos caminhos da corrupção de costumes e de idolatrias várias. Sabendo qual é
o objetivo que realmente nos deve atrair, poderemos dizer como São Paulo: “uma
coisa eu faço: esquecendo-me daquilo que está para trás e lançando-me para o
que vem à frente, corro em direção à meta, para o prémio a que Deus, lá do
alto, nos chama em Cristo Jesus» (Fl 3, 13-14).
Ora,
quem nos avisa nosso amigo é. E Cristo alertou-nos ao nos dizer que só quem
perseverar até ao fim vencerá a coroa da glória (Mt 24, 12-13). Por isso,
avaliar as regras do jogo que usamos é um imperativo quotidiano apreciado sob aquela luz que ilumina todo o percurso da estrada, a
luz que nos vem de Cristo ressuscitado, estrela da manhã que não tem ocaso
(LF1). Só assim cada um será capaz de prestar as provas da vida de forma mais
rápida {Citius}, mais alto {Altius}, com mais força {Fortius}. E no regresso à
Pátria definitiva, o acolhimento será sem igual, o Prémio e a Festa serão
inimagináveis, tal como está escrito: nem os olhos viram, nem os ouvidos
escutaram, nem jamais o coração humano percebeu o que Deus tem preparado para
aqueles que o amam (cf. 1Cor 2,9).
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo Branco, 06-09-2021.
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