PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 09 de agosto de 2021
Segunda-feira da XIX semana do tempo comum
LITURGIA
Segunda-feira
da semana XIX
S.
Teresa Benedita da Cruz, virgem e mártir,
Padroeira da Europa – FESTA
Vermelho
– Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. dos mártires.
Leituras próprias indicadas no Lecionário Santoral.
L 1 Os 2, 16b. 21-22; Sal 44, 11-12. 14-15. 16-17
Aleluia
Ev Mt 25,1-13
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – S. Teresa Benedita
da Cruz (Edith Stein), virgem e mártir – FESTA
S. Teresa Benedita da Cruz, virgem e mártir
Nota
Histórica:
Edith Stein, filha de pais
judaicos, nasceu em Breslau no dia 12 de Outubro de 1891. Tendo-se dedicado aos
estudos filosóficos, empenhou-se perseverantemente na procura da verdade, até
que encontrou a fé em Deus e se converteu à Igreja Católica. Foi baptizada no
dia 1 de Janeiro de 1922. Desde então serviu a Deus na função de professora e
escritora. Agregada às irmãs carmelitas em 1933 com o nome Teresa Benedita da
Cruz por ela escolhida, dedicou a sua vida ao serviço do povo judaico e do povo
alemão. Deixando a Alemanha por causa da perseguição aos Judeus, foi recebida a
31 de Dezembro de 1938 no convento das carmelitas de Echt (Holanda). No dia 2
de Agosto de 1942 foi presa pelas autoridades que exerciam o poder aterrador na
Alemanha e enviada para o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau
(Polónia), destinado ao genocídio do povo judaico. Aí foi cruelmente morta no
dia 9 de Agosto.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Gal 6, 14
Toda a minha glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo,
pelo qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, Deus dos nossos pais,
que conduzistes a mártir Teresa Benedita
ao conhecimento do vosso Filho crucificado
e à sua imitação até à morte,
concedei que, pela sua intercessão,
todos os homens conheçam o Salvador, Jesus Cristo,
e por Ele cheguem à perpétua visão do vosso rosto.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Os 2, 16b.17b.21-22
«Desposar-te-ei para sempre»
Leitura da
Profecia de Oseias
Eis o que diz o Senhor:
«Hei de conduzir Israel ao deserto
e falar-lhe ao coração.
Ali corresponderá como nos dias da sua juventude,
quando saiu da terra do Egipto.
Naquele dia, diz o Senhor,
farei de ti minha esposa para sempre,
desposar-te-ei segundo a justiça e o direito,
com amor e misericórdia.
Desposar-te-ei com fidelidade
e tu conhecerás o Senhor».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 44 (45), 11-12.14-15.16-17 (R. cf.
11a)
Refrão: Escuta e inclina-te diante do
Senhor.
Ouve, filha, vê e presta atenção,
esquece o teu povo e a casa de teu pai.
Da tua beleza se enamora o Rei,
Ele é o teu Senhor, presta-Lhe homenagem.
A filha do Rei avança cheia de esplendor,
de brocados de ouro são os seus vestidos.
Com um manto multicolor é apresentada ao Rei,
seguem-na as donzelas, suas companheiras.
Cheias de alegria e entusiasmo,
entram no palácio do Rei.
Teus filhos substituirão os teus pais,
estabelecê-los-ás príncipes sobre toda a terra.
ALELUIA
Refrão: Aleluia. Repete-se
Vem, esposa de Cristo, recebe a coroa de glória,
que o Senhor te preparou para sempre. Refrão
EVANGELHO Mt 25, 1-13
«Aí vem o Esposo: ide ao seu encontro»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola:
«O reino dos Céus pode comparar-se a dez virgens,
que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro do esposo.
Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes.
As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas,
não levaram azeite consigo,
enquanto as prudentes,
com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias.
Como o esposo se demorava,
começaram todas a dormitar e adormeceram.
No meio da noite ouviu-se um brado:
‘Aí vem o esposo; ide ao seu encontro’.
Então, as virgens levantaram-se todas
e começaram a preparar as lâmpadas.
As insensatas disseram às prudentes:
‘Dai-nos do vosso azeite,
que as nossas lâmpadas estão a apagar-se’.
Mas as prudentes responderam:
‘Talvez não chegue para nós e para vós.
Ide antes comprá-lo aos vendedores’.
Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo:
as que estavam preparadas
entraram com ele para o banquete nupcial;
e a porta fechou-se.
Mais tarde, chegaram também as outras virgens e disseram:
‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’.
Mas ele respondeu:
‘Em verdade vos digo: Não vos conheço’.
Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei e santificai, Senhor,
os dons que trazemos ao vosso altar
na festa de Santa Teresa Benedita, vossa mártir,
Vós que levastes à perfeição todos os sacrifícios da antiga aliança
no único sacrifício que Jesus Cristo, vosso Filho,
Vos ofereceu com o seu sangue.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio do Comum dos Mártires ou das Santas
(Religiosas)
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Salmo 22, 4-5
Ainda que tenha de passar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Deus clementíssimo,
que, celebrando a festa de Santa Teresa Benedita,
recebamos em nossos corações
os frutos celestes da árvore da cruz,
de modo que, seguindo fielmente a Cristo na terra,
mereçamos comer da árvore da vida no reino celeste.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS -
AGENDA DO DIA:
A VOZ DO PASTOR:
EMPENHO
OLÍMPICO NOS JOGOS DA VIDA
A
festa é global! Vivamos as festas da vida para fazer da vida uma festa! Os
Jogos Olímpicos cativam pelo que são e significam. São espetáculo e arte,
destroem barreiras entre raças e culturas, fomentam a amizade, o diálogo e a
paz entre os povos. Nasceram em Olímpia, na Grécia antiga, muitos séculos antes
de Cristo, lembram-se? Nestes jogos em Tóquio, 91 atletas portugueses,
distribuídos por 17 modalidades, têm dado o seu melhor, nem sempre com o êxito
que esperavam, mas cuja participação, só por si, já é digna de elevado apreço e
registo. Parabéns para eles, com medalha ou sem medalha.
Sendo
um valor de grande relevância para toda a humanidade, a Assembleia-Geral da ONU, por uma decisão de 2013, assumiu o dia 6 de
abril como Dia Internacional do Desporto ao Serviço do Desenvolvimento e da
Paz. A Igreja, consciente do aforisma "mens sana in corpore
sano”, sempre sublinhou a importância do desporto. O próprio Papa Pio X foi promotor dos Jogos Olímpicos, em 1908. Muitos
são os pronunciamentos da Igreja sobre as vantagens do desporto e o seu valor
para o desenvolvimento integral da pessoa. O Concílio Vaticano II recomenda que
os tempos livres sejam também ocupados com exercícios e manifestações
desportivas, muito úteis para manter o equilíbrio psíquico e estabelecer
relações fraternas entre os homens de todas as condições, raças e países (cf.
GS61). São João Paulo II, o “atleta de Deus”, afirmava que o desporto é “um dos
fenómenos típicos da modernidade”, é um "sinal dos tempos" capaz de
interpretar as novas exigências e as renovadas expectativas da humanidade”. Ele
desejava que os atletas fossem campeões no estádio, mas também lhes pedia que
fossem “modelo para milhões de jovens que têm necessidade de “líderes” e não de
“ídolos”». Bento XVI até lembrou que a luz da chama olímpica «remete para o
Verbo encarnado, luz do mundo que ilumina o homem em todas as dimensões,
incluindo a desportiva». Francisco tem deixado interessantes desafios nesta
área, promoveu a iniciativa sobre o “Desporto ao Serviço da Humanidade”, onde
muitos líderes mundiais, incluindo o secretário-geral da ONU e o presidente do
Comité Olímpico Internacional, marcaram presença. Na Exortação Apostólica Cristo
Vive, realça a importância da prática desportiva, cujas potencialidades a
Igreja não deve subestimar (cf. CV227).
Todas
as modalidades desportivas sentem o dever de formar, cuidar e estimular,
aceitando as vitórias e as derrotas com dignidade e fair play. Os treinadores
esmeram-se por fomentar a competência, a literacia, o entusiasmo e o encorajamento
desportivos por entre planos, técnicas, táticas e
estratégias que implicam a exigência e o domínio pessoal, o entendimento e a
compreensão das mesmas.
E
quer queiramos quer não, a vida também é um jogo, um jogo nem sempre fácil. Não
raro, dá muita água pela barba e leva a correr alguns riscos nos estádios da
vida. Também envolve disciplina, espírito de sacrifício, autocontrolo,
equilíbrio, respeito pelas regras, lealdade, justiça e perseverança,
alimentando sempre a esperança de vencer embora por entre êxitos e fracassos.
Mas
sempre há algumas diferenças. Nas provas desportivas, embora todos os atletas
corram e lutem pela conquista de um prémio, só um ganha esse prémio, um prémio,
aliás, perecível. Não assim no jogo da vida. Aqui, não há acessão de pessoas,
os mais saudáveis e os estropiados, todos, todos são desafiados a entrar na
prova, todos podem chegar à meta que não está tanto na distância a percorrer
mas no esforço, na qualidade do percurso que se faz. E todos podem ganhar o
prémio, um prémio de valor incalculável. A lógica do desporto é, de facto, a
lógica da vida, ambas acarretam amor à camisola, dedicação, empenho e
sacrifícios para que o resultado seja o ideal.
Para
encorajar à perseverança e à fidelidade nesta prova, a Sagrada Escritura também
utiliza linguagem desportiva. São Paulo, em Corinto, junto ao estádio dos
grandes jogos ístmicos dedicados a Posídon, chama a atenção para isso e
estimula a ingressar na grande prova da vida com confiança e determinação: «Não sabeis que os que correm no estádio correm todos, mas
só um ganha o prémio? Correi, pois, assim, para o alcançardes. Os atletas
impõem a si mesmos toda a espécie de privações: eles, para ganhar uma coroa
corruptível; nós, porém, para ganhar uma coroa incorruptível» (1 Cor 9, 24-26).
Numa
carta ao seu amigo Timóteo, Paulo chama-lhe a atenção para a necessidade de se
cumprirem as regras nesse jogo da vida que outras não são senão seguir o
exemplo de Jesus: perseverar na oração, exercitar-se nas virtudes e levar a
cruz de cada dia, com Cristo, em Cristo, ao jeito de Cristo: «Aquele que
participa numa competição não recebe o prémio se não competir segundo as
regras» (2 Tim 2, 5).
A
tão acarinhada cultura do deixa correr e da indiferença, a “cultura do sofá” e
do zapping, a tentação de ir adiando os “treinos” para mais tarde ou de pensar
que qualquer coisa serve para vencer, podem fazer-nos esquecer a exigência da
prova que nos é proposta. Esta atitude até pode antecipar o “inverno da vida”,
não aquele inverno inevitável e caraterizado pelo envelhecimento físico, mas
sim aquele que nos tira a capacidade de sonhar e avançar na vida com alegria e
esperança, sendo úteis à comunidade humana. Este inverno acontece na vida
sempre que nos fechamos em copas e nos deixamos fustigar pelas ventanias do
egoísmo e das importâncias balofas. E são muitas e sofisticadas as modalidades
deste inverno da vida: protestar, gemer, desistir, amuar, maldizer, espirrar,
tossir, descartar, são algumas dessas expressões.
Mais:
desde que o desporto se profissionalizou e o prémio deixou de ser uma coroa de
louros ou uma coroa de oliveira brava, há por lá muita ambiguidade e interesses
associados, perdeu muito do seu encanto e sentido, e, a par, saltita a
corrupção, a exploração e a idolatria. Tal
como no desporto, não podemos permitir que o pó da vida nos faça desistir ou
perder o encanto e a razão de ser da nossa prova, e nos leve a entrar também
pelos caminhos da corrupção de costumes e de idolatrias várias. Sabendo qual é
o objetivo que realmente nos deve atrair, poderemos dizer como São Paulo: “uma
coisa eu faço: esquecendo-me daquilo que está para trás e lançando-me para o
que vem à frente, corro em direção à meta, para o prémio a que Deus, lá do
alto, nos chama em Cristo Jesus» (Fl 3, 13-14).
Ora,
quem nos avisa nosso amigo é. E Cristo alertou-nos ao nos dizer que só quem
perseverar até ao fim vencerá a coroa da glória (Mt 24, 12-13). Por isso,
avaliar as regras do jogo que usamos é um imperativo quotidiano apreciado sob aquela luz que ilumina todo o percurso da estrada, a
luz que nos vem de Cristo ressuscitado, estrela da manhã que não tem ocaso
(LF1). Só assim cada um será capaz de prestar as provas da vida de forma mais
rápida {Citius}, mais alto {Altius}, com mais força {Fortius}. E no regresso à
Pátria definitiva, o acolhimento será sem igual, o Prémio e a Festa serão
inimagináveis, tal como está escrito: nem os olhos viram, nem os ouvidos
escutaram, nem jamais o coração humano percebeu o que Deus tem preparado para
aqueles que o amam (cf. 1Cor 2,9).
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 06-09-2021.
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