PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 04 de agosto de 2021
Quarta-feira da XVIII semana do tempo comum
LITURGIA
Quarta-feira
da semana XVIII
S. João Maria Vianney, presbítero –
MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Num 13, 1-2. 25 – 14,1.26-29.34-35;
Sal 105 (106),6-7a.13-14.21-22.23
Ev Mt 15, 21-28
* Na Ordem Franciscana – S. João Maria Vianney, presbítero, da III Ordem – MO
S. JOÃO MARIA VIANNEY, presbítero
Nota Histórica:
Nasceu em Lião no ano 1786. Depois de superar muitas
dificuldades, pôde ser ordenado sacerdote. Tendo-lhe sido confiada a paróquia
de Ars, na diocese de Belley, o santo promoveu nela admiravelmente a vida
cristã, por meio duma eficaz pregação, com a mortificação, a oração e a
caridade. Revelou especiais qualidades na administração do sacramento da
Penitência e na direção espiritual, e por isso acorriam fiéis de todas as
partes para escutar os seus santos conselhos. Morreu em 1859.
MISSA
ORAÇÃO COLECTA
Deus omnipotente e misericordioso, que fizestes de São João Maria Vianney um
sacerdote admirável no zelo pastoral, concedei-nos, que, imitando o seu
exemplo, ganhemos para Vós no amor de Cristo os nossos irmãos e com eles
alcancemos a glória eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é
Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Ez 3, 16-21
«Fiz de ti uma sentinela para a casa de Israel»
Leitura da
Profecia de Ezequiel
O Senhor dirigiu-me a palavra, dizendo: «Filho do homem, fiz de ti uma
sentinela para a casa de Israel: quando ouvires uma palavra da minha boca, tu
os advertirás da minha parte. Se Eu mandar dizer ao pecador: ‘Vais morrer’, e
tu não o advertires, se não lhe falares para o desviar do seu mau caminho e
assim lhe salvar a vida, ele morrerá devido aos seus pecados, mas Eu
pedir-te-ei contas da sua morte. Se tu, porém, advertires o pecador e ele não
se afastar da impiedade e do mau caminho, ele morrerá devido aos seus pecados,
mas tu salvarás a tua vida. E se o justo se afastar da sua justiça e praticar o
mal, Eu o farei tropeçar e morrerá. Se tu não o advertiste, então ele morrerá
devido aos seus pecados, sem que se tenham em conta as boas obras que tenha
praticado. Mas Eu pedir-te-ei contas da sua morte. Se tu, porém, avisares o
justo para que não peque e ele de facto não pecar, decerto viverá porque deu
ouvidos à advertência e tu salvarás a tua vida».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 116 (117), 1.2 (R. Mc 16, 15)
Refrão: Ide por todo o mundo
e proclamai o Evangelho.
Ou: Aleluia.
Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos.
É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre.
ALELUIA Lc 4, 18
Refrão: Aleluia Repete-se
O Senhor enviou-me a anunciar aos pobres a boa nova,
e aos cativos a redenção. Refrão
EVANGELHO Mt 9, 35 - 10, 1
«Ao ver as multidões, encheu-Se de
compaixão»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus percorria todas as cidades e aldeias,
ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando todas as
doenças e enfermidades. Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão, porque
andavam fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Jesus disse então aos
seus discípulos: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao
Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara». Depois chamou a Si
os seus Doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de
curar todas as doenças e enfermidades.
Palavra da salvação.
RAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Imploramos, Senhor, a vossa bondade para que os dons oferecidos
em honra dos santos, assim como dão testemunho da glória do poder divino: assim
nos alcancem os frutos da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo
ANTÍFONA DA COMUNHÃO (Mt
28,20)
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que a comunhão do vosso sacramento nos prepare
para as alegrias eternas que São João Maria Vianney mereceu na fidelidade ao seu
ministério. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem
que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS -
AGENDA DO DIA:
17.00 horas: Missa em
Gáfete
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Tolosa.
A VOZ DO PASTOR:
NEM MINISTÉRIO PÚBLICO NEM ADVOGADOS...
Vamos recordar uma figura extraordinária que,
segundo a história, tinha paciência de Job e resiliência de atleta olímpico.
Este testemunho, se hoje interpela os mais descuidados nesse dever de ofício e
causa admiração nos menos resistentes em tal serviço, leva outros, sobretudo em
certos ambientes que se dizem muito à frente, a pensar que hoje já não há gente
dessa, nem tampouco tal serviço é necessário. Parte-se do princípio de que,
hoje, somos todos uns santinhos à espera de palmas, escultores e peanhas numa
qualquer acrópole mundana, quanto mais altaneira melhor, não há pecados. Ora,
em tal pose existencial, o dito é mesmo coisa dura de roer, isto é: quem disser
que não tem pecados engana-se a si mesmo, e mente, a verdade não está nele (cf.
1Jo 1,8). E deveria, com certa urgência, “livrar-se das mentiras secretas com
que se engana a si próprio” (SpS33). Muitas vezes fazemos o mal que não
queremos e nem sempre fazemos o bem que desejamos, o pecado mora em nós, por
ação e omissão (cf. Rom 7,19-20).
Os cristãos, se não perderem o sentido do
pecado, arrependidos no coração e não apenas em blá-blá-blá, confiantes na
misericórdia divina, confessam-se, pedem perdão humildemente. Conscientes da
sua fragilidade, sabem apoiar-se na graça sacramental e mudar de vida. A
conversão é um desafio permanente. Segundo o Papa Pio XII, o maior pecado do
nosso tempo é ter-se perdido a noção de pecado! Quem perdeu a consciência do
pecado, afirma que não há nem tem pecados e até se orgulha do mal que faz como
se de virtude se tratasse. Perde-se a noção do pecado e a vergonha. Perder a
vergonha, neste campo, é mesmo uma vergonha. O Papa Francisco até afirmou que o
primeiro passo para uma confissão bem feita é a vergonha do próprio pecador
diante de Deus. É uma graça que até se deve pedir, diz ele. Ajuda ao
arrependimento e à conversão. O pecador sente mais fortemente o perdão de Deus
para consigo e o dever de perdoar aos outros....
É certo que uns somos mais pestinhas do que
outros e ninguém se pode iludir com as aparências, sejam aparências de
“santinhos” ou de “endiabrados”. Dentre “santinhos”, “endiabrados” e
assim-assim, há quem se deixe ir na onda e converta o pecado em negócio
rentável, em meio deplorável e habitual de enriquecimento pessoal, sem pejo de
destruir pessoas, famílias, instituições e a própria sociedade. E não é assim
tão raro isso acontecer. Ainda que alguém caia em si e desista, tais casos são
piores que a hidra de lerna, e cada vez mais sofisticados!... E tudo nasce no
coração humano fechado no seu egoísmo e importâncias balofas. Sim, todo o
pecado, quando se torna em hábito, se tem uma dimensão individual, acaba por
ter uma dimensão familiar e social de terríveis consequências. Tem repercussões
sociais, destrói o bem comum, muitas famílias autodestroem-se por algum dos
seus membros se deixar resvalar na mundanidade e não se cuidar a tempo e horas.
Assim aconteceu ao longo da História da Salvação. Mergulhado na decadência
moral a que o desleixo, a má governação e o mau exemplo das autoridades civis e
religiosas o levaram, o povo de Deus acabava por cair em si e reconhecer as
verdadeiras causas da triste situação a que chegara. A conclusão era quase
sempre a mesma: pecámos, cometemos injustiças e iniquidades, fomos rebeldes,
afastamo-nos dos mandamentos e preceitos, nem o povo nem os chefes escutámos
quem denunciava a situação. Neste cair em si, o povo sentia vergonha: “Sobre
nós, Senhor, recai a vergonha que sentimos no rosto, pecámos contra vós (cf.
Dan 9, 4-10).
Em cada tempo e lugar, qualquer crença
religiosa sempre exigiu a coerência de vida, muito mais o exige a fé cristã. E
a primeira expressão fundamental de coerência é a luta contra o pecado. É certo
que há fatores que podem estar na origem dos desvios da conduta moral. Entre
outros, a Igreja refere a ignorância a respeito de Cristo e do seu Evangelho, os
maus exemplos dados pelos outros, a escravidão das paixões, a pretensão de uma
mal entendida autonomia da consciência, a rejeição da formação, a falta de
conversão e de caridade (cf. CIgC1792). Se, porventura, a ignorância sobre
Jesus Cristo que é a plenitude da lei, for uma ignorância não culpável, há, no
coração de cada pessoa, e estabelecida pela razão, uma lei natural que é
universal nos seus preceitos e cuja autoridade se estende a todos os homens.
Ela exprime a dignidade da pessoa e determina a base dos seus deveres e
direitos fundamentais (cf. id. 1956).
A formação da consciência é tarefa para toda
a vida, desde criança, sem incutir medos e sentimentos de culpa de forma tóxica
e reprovável. Psiquiatras e psicólogos sabem bem quanto isto pode ser verdade.
Assim como, pelo menos alguns, também reconhecem que a cura para alguns dos
seus clientes, está mais em precisarem de saber e sentir que Deus os ama e lhes
perdoa, do que em qualquer outra terapia. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é
outra coisa! A formação da consciência implica uma educação prudente que seja
capaz de garantir a liberdade e a paz do coração através duma consciência reta
e verdadeira, e muitos a podem ajudar a formar. No entanto, como afirmou São
João Paulo II ao falar da Reconciliação, “nenhum recurso humano, técnica
psicológica, ou qualquer expediente didático ou sociológico, será tão eficaz na
formação das consciências cristãs; no Sacramento da Penitência atua
efetivamente Deus, rico em misericórdia”. Reconhecer ou ser ajudado a reconhecer
o erro, arrepender-se de o ter praticado e pedir perdão pelo mesmo, é um ato
interior que só o próprio, em profunda consciência e com o sentido da sua
culpabilidade e da sua confiança em Deus, se abeira d’Ele e lhe confessa:
“Pequei contra vós!” (Ps 50,6). Somos muito diligentes a reclamar justiça
quando somos injustiçados, não somos tão apressados em reconhecer a culpa
quando somos culpados. Escondemo-nos sob dois pesos e duas medidas. O justo,
porém, acusa-se a si mesmo. Nenhum agente do ministério público entra pelo seu
coração adentro a escabichar nas gavetas da consciência, “o núcleo mais secreto
e o sacrário do homem, no qual ele se encontra a sós com Deus, cuja voz ressoa
na intimidade do seu ser” (GS16). Também não tem, não precisa de advogados de
acusação, muito menos de advogados de defesa. Precisa sim, da verdade de si
próprio, de arrependimento, do propósito de emenda e da certeza de que Deus lhe
perdoa e o ama, e faz festa! “O não reconhecimento da culpa, a ilusão de
inocência não me justifica nem me salva, porque o entorpecimento da
consciência, a incapacidade de reconhecer em mim o mal enquanto tal é culpa
minha” (SpS33)
Como refere o papa Francisco, entrar num
confessionário, não é entrar numa câmara de tortura nem a confissão deve ser
encarada como uma sessão de psiquiatria, mas como um lugar onde se encontra, na
alegria, o amor e o perdão de Deus. Só Deus pode perdoar os pecados, só Ele é
infinitamente bom e justo, só Ele pode julgar com retidão e sem fazer acessão
de pessoas. E pecados!...quem os não tem que atire a primeira pedra.
Todo esta breve introdução, como o leitor vê,
é para dizer que, em 4 de agosto, celebramos a festa de São João Maria Vianney,
vulgarmente conhecido como o Santo Cura d‘Ars, Padroeiro dos Párocos. Chegava a
passar dezasseis horas seguidas no Confessionário. Em mais de quarenta anos de
sacerdócio, o seu principal compromisso esteve ligado à Eucaristia, à Catequese
e à Confissão, as verdadeiras prioridades na vida de uma Pároco. Saúdo todos os
Párocos e Sacerdotes neste dia do Padroeiro. Que nenhum esmoreça na luta pela
santidade e que, por entre todas as suas preocupações e tarefas, que as
prioridades da sua solicitude pastoral passem pelo grande amor à Eucaristia, à
Evangelização e ao Sacramento da Reconciliação.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 30-07-2021.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Imploramos,
Senhor, a vossa bondade para que os dons oferecidos em honra dos santos, assim como dão testemunho
da glória do poder divino: assim nos alcancem os frutos da salvação. Por Nosso
Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO (Mt 28,20)
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que a comunhão do vosso sacramento nos prepare
para as alerias eternas que São João Maria Vianney mereceu na fidelidade ao seu
ministério. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é
Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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