PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 08 de agosto de 2021
XIXI domingo do tempo comum
LITURGIA
DOMINGO XIX DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do domingo (Semana
III do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 1 Reis 19, 4-8; Sal 33 (34), 2-3. 4-5. 6-7. 8-9
L2 Ef 4, 30 – 5, 2
Ev Jo 6, 41-51
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Em todas as Dioceses de Portugal – Começa a Semana Nacional da Mobilidade
Humana.
* Na Ordem de São Domingos – S. Domingos, presbítero, Fundador da Ordem dos
Pregadores – SOLENIDADE
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
Em Portugal – Lembrar aos fiéis que, no próximo domingo, o ofertório é para a
Pastoral da Mobilidade Humana.
MISSA
ANTÍFONA DE
ENTRADA Salmo 73, 20.19.22.23
Lembrai-Vos, Senhor, da vossa aliança,
não esqueçais para sempre a vida dos vossos fiéis.
Levantai-Vos, Senhor, defendei a vossa causa,
escutai a voz daqueles que Vos procuram.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
a quem podemos chamar nosso Pai,
fazei crescer o espírito filial em nossos corações
para merecermos entrar um dia na posse da herança prometida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Reis 19, 4-8
«Fortalecido com aquele alimento,
caminhou até ao monte de Deus»
Leitura do
Primeiro Livro dos Reis
Naqueles
dias, Elias entrou no deserto e andou o dia inteiro. Depois sentou-se debaixo
de um junípero e, desejando a morte, exclamou: «Já basta, Senhor. Tirai-me a
vida, porque não sou melhor que meus pais». Deitou-se por terra e adormeceu à
sombra do junípero. Nisto, um Anjo tocou-lhe e disse: «Levanta-te e come». Ele
olhou e viu à sua cabeceira um pão cozido sobre pedras quentes e uma bilha de
água. Comeu e bebeu e tornou a deitar-se. O Anjo do Senhor veio segunda vez,
tocou-lhe e disse: «Levanta-te e come, porque ainda tens um longo caminho a
percorrer». Elias levantou-se, comeu e bebeu. Depois, fortalecido com aquele
alimento, caminhou durante quarenta dias e quarenta noites até ao monte de
Deus, Horeb.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 33 (34), 2-3.4-5.6-7.8-9 (R. 9a)
Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é
bom. Repete-se
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes. Refrão
Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade. Refrão
Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias. Refrão
O Anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia. Refrão
LEITURA II Ef 4, 30 – 5, 2
«Caminhai na caridade, a exemplo de Cristo»
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Não contristeis o Espírito Santo de
Deus, que vos assinalou para o dia da redenção. Seja eliminado do meio de vós
tudo o que é azedume, irritação, cólera, insulto, maledicência e toda a espécie
de maldade. Sede bondosos e compassivos uns para com os outros e perdoai-vos
mutuamente, como Deus também vos perdoou em Cristo. Sede imitadores de Deus,
como filhos muito amados. Caminhai na caridade, a exemplo de Cristo, que nos
amou e Se entregou por nós, oferecendo-Se como vítima agradável a Deus.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Jo 6, 51
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eu sou o pão vivo que desceu do Céu, diz o Senhor;
Quem comer deste pão viverá eternamente. Refrão
EVANGELHO Jo 6, 41-51
«Eu sou o pão vivo que desceu do Céu»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele
tempo, os judeus murmuravam de Jesus, por Ele ter dito: «Eu sou o pão que
desceu do Céu». E diziam: «Não é Ele Jesus, o filho de José? Não conhecemos o
seu pai e a sua mãe? Como é que Ele diz agora: ‘Eu desci do Céu’?». Jesus
respondeu-lhes: «Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que
Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Está escrito no
livro dos Profetas: ‘Serão todos instruídos por Deus’. Todo aquele que ouve o
Pai e recebe o seu ensino vem a Mim. Não porque alguém tenha visto o Pai; só
Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo:
Quem acredita tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. No deserto, os vossos
pais comeram o maná e morreram. Mas este pão é o que desce do Céu, para que não
morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste
pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, que Eu darei
pela vida do mundo».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor,
os dons que Vós mesmo concedestes à vossa Igreja
e transformai-os, com o vosso poder,
em sacramento da nossa salvação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 147,12.14
Louva, Jerusalém, o Senhor,
que te saciou com a flor da farinha.
Ou Jo 6, 52
O pão que Eu vos darei, diz o Senhor,
é a minha carne pela vida do mundo.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos pedimos, Senhor,
que a comunhão do vosso sacramento nos salve
e nos confirme na luz da vossa verdade.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS - 1 Reis 19, 4-8: Uma
sensação de abandono gera no espírito de Elias um estado de abatimento e mesmo
de desespero. Morrer, no deserto onde o povo andou errante, onde Moisés
suportou a revolta do mesmo povo e onde Agar ficou sepultada, será
simultaneamente libertação e glória. Mas Deus, que dá a vida e fortalece a
esperança, tem a seu respeito um plano diferente. Envia-lhe um anjo com o
sustento corporal e espiritual. – Ali mesmo alimentara também o povo com o maná
–. E, deste modo, Elias pôde levar a bom termo a missão que o Senhor lhe
confiara.
Ef 4, 30 – 5, 2: Crer
em Deus não é somente um ato da inteligência. É também um acto da vontade
humana enquanto a fé determina o comportamento cristão que nos move à
libertação de todo o egoísmo, num reino de amor, de que Deus é modelo – na
Trindade de Pessoas intimamente unidas.
Jo 6, 41-51: Jesus
convida os seus ouvintes a acreditarem na Sua Palavra a acreditarem n’Ele que é
vida. É natural o espanto gerado entre a multidão. Se somente Deus tem palavras
de vida eterna, como pode o Filho de Maria e José dizer que Ele próprio é o pão
da vida? As palavras de Jesus são um apelo à fé e são também o anúncio da
Eucaristia – sacramento em que Ele nos dá como Pão da vida o Seu próprio Corpo.
AGENDA DO DIA:
09.30 horas: Missa em
Amieira do Tejo.
10.45 horas: Missa em
Tolosa
10.00 horas: Missa em Arez
11.00 horas: Missa em Nisa
– Senhora da Graça com batismo
12.00 horas: Missa em
Alpalhão.
12.00 horas: Missa em
Gáfete
15.30 horas: Celebração da
Palavra em Montalvão
15.30 horas: Missa no
Arneiro
15.30 horas: Missa no
Cacheiro
17.30 horas: Missa no Pé
da Serra.
A VOZ DO PASTOR:
NEM MINISTÉRIO PÚBLICO NEM ADVOGADOS...
Vamos recordar uma figura extraordinária que,
segundo a história, tinha paciência de Job e resiliência de atleta olímpico.
Este testemunho, se hoje interpela os mais descuidados nesse dever de ofício e causa
admiração nos menos resistentes em tal serviço, leva outros, sobretudo em
certos ambientes que se dizem muito à frente, a pensar que hoje já não há gente
dessa, nem tampouco tal serviço é necessário. Parte-se do princípio de que,
hoje, somos todos uns santinhos à espera de palmas, escultores e peanhas numa
qualquer acrópole mundana, quanto mais altaneira melhor, não há pecados. Ora,
em tal pose existencial, o dito é mesmo coisa dura de roer, isto é: quem disser
que não tem pecados engana-se a si mesmo, e mente, a verdade não está nele (cf.
1Jo 1,8). E deveria, com certa urgência, “livrar-se das mentiras secretas com
que se engana a si próprio” (SpS33). Muitas vezes fazemos o mal que não
queremos e nem sempre fazemos o bem que desejamos, o pecado mora em nós, por
ação e omissão (cf. Rom 7,19-20).
Os cristãos, se não perderem o sentido do
pecado, arrependidos no coração e não apenas em blá-blá-blá, confiantes na
misericórdia divina, confessam-se, pedem perdão humildemente. Conscientes da
sua fragilidade, sabem apoiar-se na graça sacramental e mudar de vida. A
conversão é um desafio permanente. Segundo o Papa Pio XII, o maior pecado do
nosso tempo é ter-se perdido a noção de pecado! Quem perdeu a consciência do
pecado, afirma que não há nem tem pecados e até se orgulha do mal que faz como
se de virtude se tratasse. Perde-se a noção do pecado e a vergonha. Perder a
vergonha, neste campo, é mesmo uma vergonha. O Papa Francisco até afirmou que o
primeiro passo para uma confissão bem feita é a vergonha do próprio pecador
diante de Deus. É uma graça que até se deve pedir, diz ele. Ajuda ao
arrependimento e à conversão. O pecador sente mais fortemente o perdão de Deus
para consigo e o dever de perdoar aos outros....
É certo que uns somos mais pestinhas do que
outros e ninguém se pode iludir com as aparências, sejam aparências de
“santinhos” ou de “endiabrados”. Dentre “santinhos”, “endiabrados” e
assim-assim, há quem se deixe ir na onda e converta o pecado em negócio
rentável, em meio deplorável e habitual de enriquecimento pessoal, sem pejo de
destruir pessoas, famílias, instituições e a própria sociedade. E não é assim
tão raro isso acontecer. Ainda que alguém caia em si e desista, tais casos são
piores que a hidra de lerna, e cada vez mais sofisticados!... E tudo nasce no
coração humano fechado no seu egoísmo e importâncias balofas. Sim, todo o
pecado, quando se torna em hábito, se tem uma dimensão individual, acaba por
ter uma dimensão familiar e social de terríveis consequências. Tem repercussões
sociais, destrói o bem comum, muitas famílias autodestroem-se por algum dos
seus membros se deixar resvalar na mundanidade e não se cuidar a tempo e horas.
Assim aconteceu ao longo da História da Salvação. Mergulhado na decadência
moral a que o desleixo, a má governação e o mau exemplo das autoridades civis e
religiosas o levaram, o povo de Deus acabava por cair em si e reconhecer as
verdadeiras causas da triste situação a que chegara. A conclusão era quase
sempre a mesma: pecámos, cometemos injustiças e iniquidades, fomos rebeldes,
afastamo-nos dos mandamentos e preceitos, nem o povo nem os chefes escutámos
quem denunciava a situação. Neste cair em si, o povo sentia vergonha: “Sobre
nós, Senhor, recai a vergonha que sentimos no rosto, pecámos contra vós (cf.
Dan 9, 4-10).
Em cada tempo e lugar, qualquer crença
religiosa sempre exigiu a coerência de vida, muito mais o exige a fé cristã. E
a primeira expressão fundamental de coerência é a luta contra o pecado. É certo
que há fatores que podem estar na origem dos desvios da conduta moral. Entre
outros, a Igreja refere a ignorância a respeito de Cristo e do seu Evangelho,
os maus exemplos dados pelos outros, a escravidão das paixões, a pretensão de
uma mal entendida autonomia da consciência, a rejeição da formação, a falta de conversão
e de caridade (cf. CIgC1792). Se, porventura, a ignorância sobre Jesus Cristo
que é a plenitude da lei, for uma ignorância não culpável, há, no coração de
cada pessoa, e estabelecida pela razão, uma lei natural que é universal nos
seus preceitos e cuja autoridade se estende a todos os homens. Ela exprime a
dignidade da pessoa e determina a base dos seus deveres e direitos fundamentais
(cf. id. 1956).
A formação da consciência é tarefa para toda
a vida, desde criança, sem incutir medos e sentimentos de culpa de forma tóxica
e reprovável. Psiquiatras e psicólogos sabem bem quanto isto pode ser verdade.
Assim como, pelo menos alguns, também reconhecem que a cura para alguns dos
seus clientes, está mais em precisarem de saber e sentir que Deus os ama e lhes
perdoa, do que em qualquer outra terapia. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é
outra coisa! A formação da consciência implica uma educação prudente que seja
capaz de garantir a liberdade e a paz do coração através duma consciência reta
e verdadeira, e muitos a podem ajudar a formar. No entanto, como afirmou São
João Paulo II ao falar da Reconciliação, “nenhum recurso humano, técnica
psicológica, ou qualquer expediente didático ou sociológico, será tão eficaz na
formação das consciências cristãs; no Sacramento da Penitência atua
efetivamente Deus, rico em misericórdia”. Reconhecer ou ser ajudado a
reconhecer o erro, arrepender-se de o ter praticado e pedir perdão pelo mesmo,
é um ato interior que só o próprio, em profunda consciência e com o sentido da
sua culpabilidade e da sua confiança em Deus, se abeira d’Ele e lhe confessa:
“Pequei contra vós!” (Ps 50,6). Somos muito diligentes a reclamar justiça
quando somos injustiçados, não somos tão apressados em reconhecer a culpa
quando somos culpados. Escondemo-nos sob dois pesos e duas medidas. O justo,
porém, acusa-se a si mesmo. Nenhum agente do ministério público entra pelo seu
coração adentro a escabichar nas gavetas da consciência, “o núcleo mais secreto
e o sacrário do homem, no qual ele se encontra a sós com Deus, cuja voz ressoa
na intimidade do seu ser” (GS16). Também não tem, não precisa de advogados de
acusação, muito menos de advogados de defesa. Precisa sim, da verdade de si
próprio, de arrependimento, do propósito de emenda e da certeza de que Deus lhe
perdoa e o ama, e faz festa! “O não reconhecimento da culpa, a ilusão de
inocência não me justifica nem me salva, porque o entorpecimento da
consciência, a incapacidade de reconhecer em mim o mal enquanto tal é culpa
minha” (SpS33)
Como refere o papa Francisco, entrar num
confessionário, não é entrar numa câmara de tortura nem a confissão deve ser
encarada como uma sessão de psiquiatria, mas como um lugar onde se encontra, na
alegria, o amor e o perdão de Deus. Só Deus pode perdoar os pecados, só Ele é
infinitamente bom e justo, só Ele pode julgar com retidão e sem fazer acessão
de pessoas. E pecados!...quem os não tem que atire a primeira pedra.
Todo esta breve introdução, como o leitor vê,
é para dizer que, em 4 de agosto, celebramos a festa de São João Maria Vianney,
vulgarmente conhecido como o Santo Cura d‘Ars, Padroeiro dos Párocos. Chegava a
passar dezasseis horas seguidas no Confessionário. Em mais de quarenta anos de
sacerdócio, o seu principal compromisso esteve ligado à Eucaristia, à Catequese
e à Confissão, as verdadeiras prioridades na vida de uma Pároco. Saúdo todos os
Párocos e Sacerdotes neste dia do Padroeiro. Que nenhum esmoreça na luta pela
santidade e que, por entre todas as suas preocupações e tarefas, que as
prioridades da sua solicitude pastoral passem pelo grande amor à Eucaristia, à
Evangelização e ao Sacramento da Reconciliação.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 30-07-2021.
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