sábado, 7 de agosto de 2021

 


 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Domingo, 08 de agosto de 2021

 

XIXI domingo do tempo comum

 

LITURGIA

 DOMINGO XIX DO TEMPO COMUM

Verde – Ofício do domingo (Semana III do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.

L 1 1 Reis 19, 4-8; Sal 33 (34), 2-3. 4-5. 6-7. 8-9
L2 Ef 4, 30 – 5, 2
Ev Jo 6, 41-51

* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Em todas as Dioceses de Portugal – Começa a Semana Nacional da Mobilidade Humana.
* Na Ordem de São Domingos – S. Domingos, presbítero, Fundador da Ordem dos Pregadores – SOLENIDADE
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.

Em Portugal – Lembrar aos fiéis que, no próximo domingo, o ofertório é para a Pastoral da Mobilidade Humana.

MISSA

 ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 73, 20.19.22.23
Lembrai-Vos, Senhor, da vossa aliança,
não esqueçais para sempre a vida dos vossos fiéis.
Levantai-Vos, Senhor, defendei a vossa causa,
escutai a voz daqueles que Vos procuram.

ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
a quem podemos chamar nosso Pai,
fazei crescer o espírito filial em nossos corações
para merecermos entrar um dia na posse da herança prometida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I 1 Reis 19, 4-8
«Fortalecido com aquele alimento,
caminhou até ao monte de Deus»


Leitura do Primeiro Livro dos Reis

Naqueles dias, Elias entrou no deserto e andou o dia inteiro. Depois sentou-se debaixo de um junípero e, desejando a morte, exclamou: «Já basta, Senhor. Tirai-me a vida, porque não sou melhor que meus pais». Deitou-se por terra e adormeceu à sombra do junípero. Nisto, um Anjo tocou-lhe e disse: «Levanta-te e come». Ele olhou e viu à sua cabeceira um pão cozido sobre pedras quentes e uma bilha de água. Comeu e bebeu e tornou a deitar-se. O Anjo do Senhor veio segunda vez, tocou-lhe e disse: «Levanta-te e come, porque ainda tens um longo caminho a percorrer». Elias levantou-se, comeu e bebeu. Depois, fortalecido com aquele alimento, caminhou durante quarenta dias e quarenta noites até ao monte de Deus, Horeb.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 33 (34), 2-3.4-5.6-7.8-9 (R. 9a)
Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é bom. Repete-se

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes. Refrão

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade. Refrão

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias. Refrão

O Anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia. Refrão


LEITURA II Ef 4, 30 – 5, 2
«Caminhai na caridade, a exemplo de Cristo»


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios

 Irmãos: Não contristeis o Espírito Santo de Deus, que vos assinalou para o dia da redenção. Seja eliminado do meio de vós tudo o que é azedume, irritação, cólera, insulto, maledicência e toda a espécie de maldade. Sede bondosos e compassivos uns para com os outros e perdoai-vos mutuamente, como Deus também vos perdoou em Cristo. Sede imitadores de Deus, como filhos muito amados. Caminhai na caridade, a exemplo de Cristo, que nos amou e Se entregou por nós, oferecendo-Se como vítima agradável a Deus.

Palavra do Senhor.


ALELUIA Jo 6, 51
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eu sou o pão vivo que desceu do Céu, diz o Senhor;
Quem comer deste pão viverá eternamente. Refrão

EVANGELHO Jo 6, 41-51
«Eu sou o pão vivo que desceu do Céu»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, os judeus murmuravam de Jesus, por Ele ter dito: «Eu sou o pão que desceu do Céu». E diziam: «Não é Ele Jesus, o filho de José? Não conhecemos o seu pai e a sua mãe? Como é que Ele diz agora: ‘Eu desci do Céu’?». Jesus respondeu-lhes: «Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Está escrito no livro dos Profetas: ‘Serão todos instruídos por Deus’. Todo aquele que ouve o Pai e recebe o seu ensino vem a Mim. Não porque alguém tenha visto o Pai; só Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram. Mas este pão é o que desce do Céu, para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo».

Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor,
os dons que Vós mesmo concedestes à vossa Igreja
e transformai-os, com o vosso poder,
em sacramento da nossa salvação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 147,12.14
Louva, Jerusalém, o Senhor,
que te saciou com a flor da farinha.

Ou Jo 6, 52
O pão que Eu vos darei, diz o Senhor,
é a minha carne pela vida do mundo.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos pedimos, Senhor,
que a comunhão do vosso sacramento nos salve
e nos confirme na luz da vossa verdade.
Por Nosso Senhor.

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS - 1 Reis 19, 4-8: Uma sensação de abandono gera no espírito de Elias um estado de abatimento e mesmo de desespero. Morrer, no deserto onde o povo andou errante, onde Moisés suportou a revolta do mesmo povo e onde Agar ficou sepultada, será simultaneamente libertação e glória. Mas Deus, que dá a vida e fortalece a esperança, tem a seu respeito um plano diferente. Envia-lhe um anjo com o sustento corporal e espiritual. – Ali mesmo alimentara também o povo com o maná –. E, deste modo, Elias pôde levar a bom termo a missão que o Senhor lhe confiara.

Ef 4, 30 – 5, 2: Crer em Deus não é somente um ato da inteligência. É também um acto da vontade humana enquanto a fé determina o comportamento cristão que nos move à libertação de todo o egoísmo, num reino de amor, de que Deus é modelo – na Trindade de Pessoas intimamente unidas.

 

Jo 6, 41-51: Jesus convida os seus ouvintes a acreditarem na Sua Palavra a acreditarem n’Ele que é vida. É natural o espanto gerado entre a multidão. Se somente Deus tem palavras de vida eterna, como pode o Filho de Maria e José dizer que Ele próprio é o pão da vida? As palavras de Jesus são um apelo à fé e são também o anúncio da Eucaristia – sacramento em que Ele nos dá como Pão da vida o Seu próprio Corpo.


AGENDA DO DIA:

 

09.30 horas: Missa em Amieira do Tejo.

10.45 horas: Missa em Tolosa

10.00 horas: Missa em Arez

11.00 horas: Missa em Nisa – Senhora da Graça com batismo

12.00 horas: Missa em Alpalhão.

12.00 horas: Missa em Gáfete

15.30 horas: Celebração da Palavra em Montalvão

15.30 horas: Missa no Arneiro

15.30 horas: Missa no Cacheiro

17.30 horas: Missa no Pé da Serra.

 

A VOZ DO PASTOR:

 

 

NEM MINISTÉRIO PÚBLICO NEM ADVOGADOS...

 

Vamos recordar uma figura extraordinária que, segundo a história, tinha paciência de Job e resiliência de atleta olímpico. Este testemunho, se hoje interpela os mais descuidados nesse dever de ofício e causa admiração nos menos resistentes em tal serviço, leva outros, sobretudo em certos ambientes que se dizem muito à frente, a pensar que hoje já não há gente dessa, nem tampouco tal serviço é necessário. Parte-se do princípio de que, hoje, somos todos uns santinhos à espera de palmas, escultores e peanhas numa qualquer acrópole mundana, quanto mais altaneira melhor, não há pecados. Ora, em tal pose existencial, o dito é mesmo coisa dura de roer, isto é: quem disser que não tem pecados engana-se a si mesmo, e mente, a verdade não está nele (cf. 1Jo 1,8). E deveria, com certa urgência, “livrar-se das mentiras secretas com que se engana a si próprio” (SpS33). Muitas vezes fazemos o mal que não queremos e nem sempre fazemos o bem que desejamos, o pecado mora em nós, por ação e omissão (cf. Rom 7,19-20).

Os cristãos, se não perderem o sentido do pecado, arrependidos no coração e não apenas em blá-blá-blá, confiantes na misericórdia divina, confessam-se, pedem perdão humildemente. Conscientes da sua fragilidade, sabem apoiar-se na graça sacramental e mudar de vida. A conversão é um desafio permanente. Segundo o Papa Pio XII, o maior pecado do nosso tempo é ter-se perdido a noção de pecado! Quem perdeu a consciência do pecado, afirma que não há nem tem pecados e até se orgulha do mal que faz como se de virtude se tratasse. Perde-se a noção do pecado e a vergonha. Perder a vergonha, neste campo, é mesmo uma vergonha. O Papa Francisco até afirmou que o primeiro passo para uma confissão bem feita é a vergonha do próprio pecador diante de Deus. É uma graça que até se deve pedir, diz ele. Ajuda ao arrependimento e à conversão. O pecador sente mais fortemente o perdão de Deus para consigo e o dever de perdoar aos outros....

É certo que uns somos mais pestinhas do que outros e ninguém se pode iludir com as aparências, sejam aparências de “santinhos” ou de “endiabrados”. Dentre “santinhos”, “endiabrados” e assim-assim, há quem se deixe ir na onda e converta o pecado em negócio rentável, em meio deplorável e habitual de enriquecimento pessoal, sem pejo de destruir pessoas, famílias, instituições e a própria sociedade. E não é assim tão raro isso acontecer. Ainda que alguém caia em si e desista, tais casos são piores que a hidra de lerna, e cada vez mais sofisticados!... E tudo nasce no coração humano fechado no seu egoísmo e importâncias balofas. Sim, todo o pecado, quando se torna em hábito, se tem uma dimensão individual, acaba por ter uma dimensão familiar e social de terríveis consequências. Tem repercussões sociais, destrói o bem comum, muitas famílias autodestroem-se por algum dos seus membros se deixar resvalar na mundanidade e não se cuidar a tempo e horas. Assim aconteceu ao longo da História da Salvação. Mergulhado na decadência moral a que o desleixo, a má governação e o mau exemplo das autoridades civis e religiosas o levaram, o povo de Deus acabava por cair em si e reconhecer as verdadeiras causas da triste situação a que chegara. A conclusão era quase sempre a mesma: pecámos, cometemos injustiças e iniquidades, fomos rebeldes, afastamo-nos dos mandamentos e preceitos, nem o povo nem os chefes escutámos quem denunciava a situação. Neste cair em si, o povo sentia vergonha: “Sobre nós, Senhor, recai a vergonha que sentimos no rosto, pecámos contra vós (cf. Dan 9, 4-10).

Em cada tempo e lugar, qualquer crença religiosa sempre exigiu a coerência de vida, muito mais o exige a fé cristã. E a primeira expressão fundamental de coerência é a luta contra o pecado. É certo que há fatores que podem estar na origem dos desvios da conduta moral. Entre outros, a Igreja refere a ignorância a respeito de Cristo e do seu Evangelho, os maus exemplos dados pelos outros, a escravidão das paixões, a pretensão de uma mal entendida autonomia da consciência, a rejeição da formação, a falta de conversão e de caridade (cf. CIgC1792). Se, porventura, a ignorância sobre Jesus Cristo que é a plenitude da lei, for uma ignorância não culpável, há, no coração de cada pessoa, e estabelecida pela razão, uma lei natural que é universal nos seus preceitos e cuja autoridade se estende a todos os homens. Ela exprime a dignidade da pessoa e determina a base dos seus deveres e direitos fundamentais (cf. id. 1956).

A formação da consciência é tarefa para toda a vida, desde criança, sem incutir medos e sentimentos de culpa de forma tóxica e reprovável. Psiquiatras e psicólogos sabem bem quanto isto pode ser verdade. Assim como, pelo menos alguns, também reconhecem que a cura para alguns dos seus clientes, está mais em precisarem de saber e sentir que Deus os ama e lhes perdoa, do que em qualquer outra terapia. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! A formação da consciência implica uma educação prudente que seja capaz de garantir a liberdade e a paz do coração através duma consciência reta e verdadeira, e muitos a podem ajudar a formar. No entanto, como afirmou São João Paulo II ao falar da Reconciliação, “nenhum recurso humano, técnica psicológica, ou qualquer expediente didático ou sociológico, será tão eficaz na formação das consciências cristãs; no Sacramento da Penitência atua efetivamente Deus, rico em misericórdia”. Reconhecer ou ser ajudado a reconhecer o erro, arrepender-se de o ter praticado e pedir perdão pelo mesmo, é um ato interior que só o próprio, em profunda consciência e com o sentido da sua culpabilidade e da sua confiança em Deus, se abeira d’Ele e lhe confessa: “Pequei contra vós!” (Ps 50,6). Somos muito diligentes a reclamar justiça quando somos injustiçados, não somos tão apressados em reconhecer a culpa quando somos culpados. Escondemo-nos sob dois pesos e duas medidas. O justo, porém, acusa-se a si mesmo. Nenhum agente do ministério público entra pelo seu coração adentro a escabichar nas gavetas da consciência, “o núcleo mais secreto e o sacrário do homem, no qual ele se encontra a sós com Deus, cuja voz ressoa na intimidade do seu ser” (GS16). Também não tem, não precisa de advogados de acusação, muito menos de advogados de defesa. Precisa sim, da verdade de si próprio, de arrependimento, do propósito de emenda e da certeza de que Deus lhe perdoa e o ama, e faz festa! “O não reconhecimento da culpa, a ilusão de inocência não me justifica nem me salva, porque o entorpecimento da consciência, a incapacidade de reconhecer em mim o mal enquanto tal é culpa minha” (SpS33)

Como refere o papa Francisco, entrar num confessionário, não é entrar numa câmara de tortura nem a confissão deve ser encarada como uma sessão de psiquiatria, mas como um lugar onde se encontra, na alegria, o amor e o perdão de Deus. Só Deus pode perdoar os pecados, só Ele é infinitamente bom e justo, só Ele pode julgar com retidão e sem fazer acessão de pessoas. E pecados!...quem os não tem que atire a primeira pedra.

Todo esta breve introdução, como o leitor vê, é para dizer que, em 4 de agosto, celebramos a festa de São João Maria Vianney, vulgarmente conhecido como o Santo Cura d‘Ars, Padroeiro dos Párocos. Chegava a passar dezasseis horas seguidas no Confessionário. Em mais de quarenta anos de sacerdócio, o seu principal compromisso esteve ligado à Eucaristia, à Catequese e à Confissão, as verdadeiras prioridades na vida de uma Pároco. Saúdo todos os Párocos e Sacerdotes neste dia do Padroeiro. Que nenhum esmoreça na luta pela santidade e que, por entre todas as suas preocupações e tarefas, que as prioridades da sua solicitude pastoral passem pelo grande amor à Eucaristia, à Evangelização e ao Sacramento da Reconciliação.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 30-07-2021.

 

 

 

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