PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 07 de agosto de 2021
Sábado da XVIII semana do tempo comum
LITURGIA
Sábado da semana XVIII
Santa Maria no Sábado – MF
SS. Sisto II, papa, e Companheiros, mártires – MF
S. Caetano, presbítero – MF
Verde, verm. ou br. – Ofício da féria ou da memória.
L 1 Deut 6, 4-13; Sal 17 (18), 2-3. 7. 47 e 51ab
Ev Mt 17, 14-20
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – S. Alberto de
Trápani, presbítero – FESTA e MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – Bb. Agatângelo e Cassiano,
presbíteros e mártires, da I Ordem – MF
* Na Ordem de São Domingos – I Vésp. de S. Domingos.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 69, 2.6
Deus, vinde em meu auxílio,
Senhor, socorrei-me e salvai-me.
Sois o meu libertador e o meu refúgio: não tardeis, Senhor.
ORAÇÃO COLECTA
Mostrai, Senhor, a vossa imensa bondade
aos filhos que Vos imploram
e dignai-Vos renovar e conservar os dons da vossa graça
naqueles que se gloriam
de Vos ter por seu criador e sua providência.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Deut 6, 4-13
«Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração»
Leitura do Livro
do Deuteronómio
Moisés falou ao povo,
dizendo: «Escuta, Israel: o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor
teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas
forças. As palavras que hoje te prescrevo ficarão gravadas no teu coração. Hás de
recomendá-las a teus filhos e delas falarás, quer estando sentado em casa quer
andando pelos caminhos, quando te deitas e quando te levantas. Hás de atá-las
ao braço como um sinal, prendê-las na fronte diante dos teus olhos e gravá-las
nos umbrais da tua casa e nas portas da tua cidade. Quando o Senhor teu Deus te
introduzir na terra que a teus pais Abraão, Isaac e Jacob, jurou dar-te, terás
grandes e belas cidades que tu não construíste, casas repletas de toda a
espécie de bens que tu não acumulaste, cisternas abertas que tu não escavaste,
vinhas e olivais que tu não plantaste. Quando tiveres comido até à saciedade,
não te esqueças do Senhor, que te fez sair da terra do Egipto, da casa da
escravidão. Só ao Senhor teu Deus deves temer, só a Ele servir e só pelo seu
nome jurar».
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 17 (18), 2-3.7.47 e 51ab (R. 2)
Refrão: Eu Vos amo, Senhor:
Vós sois a minha força. Repete-se
Eu Vos amo, Senhor, minha força,
minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador,
meu Deus, auxílio em que ponho a minha confiança,
meu protetor, minha defesa e meu salvador. Refrão
Na minha aflição invoquei o Senhor
e clamei pelo meu Deus.
Do seu templo Ele ouviu a minha voz
e o meu clamor chegou aos seus ouvidos. Refrão
Viva o Senhor, bendito seja o meu protector;
exaltado seja Deus, meu Salvador.
O Senhor dá ao seu Rei grandes vitórias
e usa de bondade para com o seu Ungido. Refrão
ALELUIA cf. 2 Tim 1, 10
Refrão: Aleluia Repete-se
Jesus Cristo, nosso Salvador, destruiu a morte
e fez brilhar a vida por meio do Evangelho. Refrão
EVANGELHO Mt 17, 14-20
«Se tiverdes fé, nada vos será impossível»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um homem, que se
ajoelhou diante d’Ele e Lhe disse: «Senhor, tem compaixão do meu filho, porque
é epilético e sofre muito; cai frequentemente no fogo e muitas vezes na água.
Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo». Jesus
respondeu: «Oh geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até
quando terei de vos suportar? Trazei-mo aqui». Jesus ameaçou o demónio, que
saiu do menino e este ficou curado a partir daquele momento. Então os
discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe em particular: «Por que
motivo não pudemos nós expulsá-lo?». Jesus respondeu-lhes: «Por causa da vossa
pouca fé. Em verdade vos digo: se tiverdes fé comparável a um grão de mostarda,
direis a este monte: ‘Muda-te daqui para acolá’, e ele há-de mudar-se. E nada
vos será impossível».
Palavra
da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, estes dons
que Vos oferecemos como sacrifício espiritual,
e fazei de nós mesmos
uma oblação eterna para vossa glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Sab 16, 20
Saciastes o vosso povo com o pão dos Anjos,
destes-nos, Senhor, o pão do Céu.
Ou Jo 6, 35
Eu sou o pão da vida, diz o Senhor.
Quem vem a Mim nunca mais terá fome,
quem crê em Mim nunca mais terá sede.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos renovais com o pão do Céu,
protegei-nos sempre com o vosso auxílio,
fortalecei-nos todos os dias da nossa vida
e tornai-nos dignos da redenção eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS - Deut
6, 4-13: Como
formador do povo de que Deus o constituíra chefe, Moisés lembra a esse povo a
lei fundamental da sua vida: o amor de Deus, antes e acima de tudo. E, para
tal, vai-lhe abrindo o coração com a perspetiva da Terra para onde caminha e
que Deus tinha prometido a seus pais.
Mt
17, 14-20: Ter
fé é apoiar-se em Deus, na sua bondade e no seu poder, entregar-se a Ele como
um filho se confia ao pai. A fé estabelece uma tal comunhão com Deus, que o
crente como que participa do próprio poder de Deus. A fé ultrapassa os limites
humanos e leva o homem ao coração de Deus. E, por ela, tudo se lhe tornará
possível. A fé manifesta-se particularmente na oração.
AGENDA DO DIA:
09.00 horas: Missa em Nisa – Nossa Senhora da Graça
11.00 horas: Casamento e batizados em Nisa – Nossa Senhora da
Graça
15.00 horas: Missa em Salavessa
16.00 horas: Missa no Pardo
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão
A VOZ DO PASTOR:
NEM MINISTÉRIO PÚBLICO NEM ADVOGADOS...
Vamos recordar uma figura extraordinária que,
segundo a história, tinha paciência de Job e resiliência de atleta olímpico.
Este testemunho, se hoje interpela os mais descuidados nesse dever de ofício e
causa admiração nos menos resistentes em tal serviço, leva outros, sobretudo em
certos ambientes que se dizem muito à frente, a pensar que hoje já não há gente
dessa, nem tampouco tal serviço é necessário. Parte-se do princípio de que,
hoje, somos todos uns santinhos à espera de palmas, escultores e peanhas numa
qualquer acrópole mundana, quanto mais altaneira melhor, não há pecados. Ora,
em tal pose existencial, o dito é mesmo coisa dura de roer, isto é: quem disser
que não tem pecados engana-se a si mesmo, e mente, a verdade não está nele (cf.
1Jo 1,8). E deveria, com certa urgência, “livrar-se das mentiras secretas com
que se engana a si próprio” (SpS33). Muitas vezes fazemos o mal que não
queremos e nem sempre fazemos o bem que desejamos, o pecado mora em nós, por
ação e omissão (cf. Rom 7,19-20).
Os cristãos, se não perderem o sentido do
pecado, arrependidos no coração e não apenas em blá-blá-blá, confiantes na
misericórdia divina, confessam-se, pedem perdão humildemente. Conscientes da
sua fragilidade, sabem apoiar-se na graça sacramental e mudar de vida. A
conversão é um desafio permanente. Segundo o Papa Pio XII, o maior pecado do
nosso tempo é ter-se perdido a noção de pecado! Quem perdeu a consciência do
pecado, afirma que não há nem tem pecados e até se orgulha do mal que faz como
se de virtude se tratasse. Perde-se a noção do pecado e a vergonha. Perder a
vergonha, neste campo, é mesmo uma vergonha. O Papa Francisco até afirmou que o
primeiro passo para uma confissão bem feita é a vergonha do próprio pecador
diante de Deus. É uma graça que até se deve pedir, diz ele. Ajuda ao
arrependimento e à conversão. O pecador sente mais fortemente o perdão de Deus
para consigo e o dever de perdoar aos outros....
É certo que uns somos mais pestinhas do que
outros e ninguém se pode iludir com as aparências, sejam aparências de
“santinhos” ou de “endiabrados”. Dentre “santinhos”, “endiabrados” e
assim-assim, há quem se deixe ir na onda e converta o pecado em negócio
rentável, em meio deplorável e habitual de enriquecimento pessoal, sem pejo de
destruir pessoas, famílias, instituições e a própria sociedade. E não é assim
tão raro isso acontecer. Ainda que alguém caia em si e desista, tais casos são
piores que a hidra de lerna, e cada vez mais sofisticados!... E tudo nasce no
coração humano fechado no seu egoísmo e importâncias balofas. Sim, todo o
pecado, quando se torna em hábito, se tem uma dimensão individual, acaba por
ter uma dimensão familiar e social de terríveis consequências. Tem repercussões
sociais, destrói o bem comum, muitas famílias autodestroem-se por algum dos
seus membros se deixar resvalar na mundanidade e não se cuidar a tempo e horas.
Assim aconteceu ao longo da História da Salvação. Mergulhado na decadência
moral a que o desleixo, a má governação e o mau exemplo das autoridades civis e
religiosas o levaram, o povo de Deus acabava por cair em si e reconhecer as
verdadeiras causas da triste situação a que chegara. A conclusão era quase
sempre a mesma: pecámos, cometemos injustiças e iniquidades, fomos rebeldes,
afastamo-nos dos mandamentos e preceitos, nem o povo nem os chefes escutámos
quem denunciava a situação. Neste cair em si, o povo sentia vergonha: “Sobre
nós, Senhor, recai a vergonha que sentimos no rosto, pecámos contra vós (cf.
Dan 9, 4-10).
Em cada tempo e lugar, qualquer crença
religiosa sempre exigiu a coerência de vida, muito mais o exige a fé cristã. E
a primeira expressão fundamental de coerência é a luta contra o pecado. É certo
que há fatores que podem estar na origem dos desvios da conduta moral. Entre
outros, a Igreja refere a ignorância a respeito de Cristo e do seu Evangelho,
os maus exemplos dados pelos outros, a escravidão das paixões, a pretensão de
uma mal entendida autonomia da consciência, a rejeição da formação, a falta de
conversão e de caridade (cf. CIgC1792). Se, porventura, a ignorância sobre
Jesus Cristo que é a plenitude da lei, for uma ignorância não culpável, há, no
coração de cada pessoa, e estabelecida pela razão, uma lei natural que é
universal nos seus preceitos e cuja autoridade se estende a todos os homens.
Ela exprime a dignidade da pessoa e determina a base dos seus deveres e
direitos fundamentais (cf. id. 1956).
A formação da consciência é tarefa para toda
a vida, desde criança, sem incutir medos e sentimentos de culpa de forma tóxica
e reprovável. Psiquiatras e psicólogos sabem bem quanto isto pode ser verdade.
Assim como, pelo menos alguns, também reconhecem que a cura para alguns dos
seus clientes, está mais em precisarem de saber e sentir que Deus os ama e lhes
perdoa, do que em qualquer outra terapia. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é
outra coisa! A formação da consciência implica uma educação prudente que seja
capaz de garantir a liberdade e a paz do coração através duma consciência reta
e verdadeira, e muitos a podem ajudar a formar. No entanto, como afirmou São
João Paulo II ao falar da Reconciliação, “nenhum recurso humano, técnica
psicológica, ou qualquer expediente didático ou sociológico, será tão eficaz na
formação das consciências cristãs; no Sacramento da Penitência atua
efetivamente Deus, rico em misericórdia”. Reconhecer ou ser ajudado a
reconhecer o erro, arrepender-se de o ter praticado e pedir perdão pelo mesmo,
é um ato interior que só o próprio, em profunda consciência e com o sentido da
sua culpabilidade e da sua confiança em Deus, se abeira d’Ele e lhe confessa:
“Pequei contra vós!” (Ps 50,6). Somos muito diligentes a reclamar justiça
quando somos injustiçados, não somos tão apressados em reconhecer a culpa
quando somos culpados. Escondemo-nos sob dois pesos e duas medidas. O justo,
porém, acusa-se a si mesmo. Nenhum agente do ministério público entra pelo seu
coração adentro a escabichar nas gavetas da consciência, “o núcleo mais secreto
e o sacrário do homem, no qual ele se encontra a sós com Deus, cuja voz ressoa
na intimidade do seu ser” (GS16). Também não tem, não precisa de advogados de
acusação, muito menos de advogados de defesa. Precisa sim, da verdade de si
próprio, de arrependimento, do propósito de emenda e da certeza de que Deus lhe
perdoa e o ama, e faz festa! “O não reconhecimento da culpa, a ilusão de
inocência não me justifica nem me salva, porque o entorpecimento da
consciência, a incapacidade de reconhecer em mim o mal enquanto tal é culpa
minha” (SpS33)
Como refere o papa Francisco, entrar num confessionário,
não é entrar numa câmara de tortura nem a confissão deve ser encarada como uma
sessão de psiquiatria, mas como um lugar onde se encontra, na alegria, o amor e
o perdão de Deus. Só Deus pode perdoar os pecados, só Ele é infinitamente bom e
justo, só Ele pode julgar com retidão e sem fazer acessão de pessoas. E
pecados!...quem os não tem que atire a primeira pedra.
Todo esta breve introdução, como o leitor vê,
é para dizer que, em 4 de agosto, celebramos a festa de São João Maria Vianney,
vulgarmente conhecido como o Santo Cura d‘Ars, Padroeiro dos Párocos. Chegava a
passar dezasseis horas seguidas no Confessionário. Em mais de quarenta anos de
sacerdócio, o seu principal compromisso esteve ligado à Eucaristia, à Catequese
e à Confissão, as verdadeiras prioridades na vida de uma Pároco. Saúdo todos os
Párocos e Sacerdotes neste dia do Padroeiro. Que nenhum esmoreça na luta pela
santidade e que, por entre todas as suas preocupações e tarefas, que as
prioridades da sua solicitude pastoral passem pelo grande amor à Eucaristia, à
Evangelização e ao Sacramento da Reconciliação.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 30-07-2021.
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