PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 29 de agosto de 2021
XXII domingo do tempo comum
LITURGIA
DOMINGO
XXII DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do domingo (Semana II
do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 Deut 4, 1-2. 6-8; Sal 14 (15), 2-3a. 3cd-4ab. 4c-5
L2 Tg 1, 17-18. 21b-22. 27
Ev Mc 7, 1-8. 14-15.
21-23
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Na Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição – Aniversário da
renovação da Congregação (1909).
* Na Congregação das Irmãzinhas dos Pobres – I Vésp. de S. Joana Jugan.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 85, 3.5
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para aqueles que Vos invocam.
ORAÇÃO COLECTA
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Deut 4, 1-2.6-8
«Não acrescentareis nada ao que vos ordeno...
mas guardareis os mandamentos do Senhor»
Leitura do Livro
do Deuteronómio
Moisés falou ao povo,
dizendo: «Agora escuta, Israel, as leis e os preceitos que vos dou a conhecer e
ponde-os em prática, para que vivais e entreis na posse da terra que vos dá o
Senhor, Deus de vossos pais. Não acrescentareis nada ao que vos ordeno, nem
suprimireis coisa alguma, mas guardareis os mandamentos do Senhor vosso Deus,
tal como eu vo-los prescrevo. Observai-os e ponde-os em prática: eles serão a
vossa sabedoria e a vossa prudência aos olhos dos povos, que, ao ouvirem falar
de todas estas leis, dirão: ‘Que povo tão sábio e tão prudente é esta grande
nação!’. Qual é, na verdade, a grande nação que tem a divindade tão perto de si
como está perto de nós o Senhor, nosso Deus, sempre que O invocamos? E qual é a
grande nação que tem mandamentos e
decretos tão justos como esta lei que hoje vos apresento?».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 14 (15),
2-3a.3cd-4ab.5 (R. 1a)
Refrão: Quem habitará, Senhor, no vosso santuário? Repete-se
Ou: Ensinai-nos, Senhor: quem habitará em vossa casa? Repete-se
O que vive sem mancha e pratica a justiça
e diz a verdade que tem no seu coração
e guarda a sua língua da calúnia. Refrão
O que não faz mal ao seu próximo,
nem ultraja o seu semelhante;
o que tem por desprezível o ímpio,
mas estima os que temem o Senhor. Refrão
O que não falta ao juramento,
mesmo em seu prejuízo,
e não empresta dinheiro com usura,
nem aceita presentes para condenar o inocente.
Quem assim proceder jamais será abalado. Refrão
LEITURA II Tg 1, 17-18.21b-22.27
«Sede cumpridores da palavra»
Leitura da
Epístola de São Tiago
Caríssimos irmãos: Toda
a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descem do Pai das luzes, no
qual não há variação nem sombra de mudança. Foi Ele que nos gerou pela palavra
da verdade, para sermos como primícias das suas criaturas. Acolhei docilmente a
palavra em vós plantada, que pode salvar as vossas almas. Sede cumpridores da
palavra e não apenas ouvintes, pois seria enganar-vos a vós mesmos. A religião
pura e sem mancha, aos olhos de Deus, nosso Pai, consiste em visitar os órfãos
e as viúvas nas suas tribulações e conservar-se limpo do contágio do mundo.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Tg 1, 18
Refrão: Aleluia. Repete-se
Deus Pai nos gerou pela palavra da verdade,
para sermos como primícias das suas criaturas. Refrão
EVANGELHO Mc 7, 1-8.14-15.21-23
«Deixais o mandamento de Deus
para vos prenderdes à tradição dos homens»
e vida, e não apenas letra, que, por si só, pode matar.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos
Naquele tempo,
reuniu-se à volta de Jesus um grupo de fariseus e alguns escribas que tinham
vindo de Jerusalém. Viram que alguns dos discípulos de Jesus comiam com as mãos
impuras, isto é, sem as lavar. – Na verdade, os fariseus e os judeus em geral
não comem sem ter lavado cuidadosamente as mãos, conforme a tradição dos
antigos. Ao voltarem da praça pública, não comem sem antes se terem lavado. E
seguem muitos outros costumes a que se prenderam por tradição, como lavar os
copos, os jarros e as vasilhas de cobre –. Os fariseus e os escribas
perguntaram a Jesus: «Porque não seguem os teus discípulos a tradição dos
antigos, e comem sem lavar as mãos?». Jesus respondeu-lhes: «Bem profetizou
Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo honra-Me
com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. É vão o culto que Me prestam,
e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’. Vós deixais de
lado o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens». Depois,
Jesus chamou de novo a Si a multidão e começou a dizer-lhe: «Escutai-Me e
procurai compreender. Não há nada fora do homem que ao entrar nele o possa
tornar impuro. O que sai do homem é que o torna impuro; porque do interior do
homem é que saem as más intenções: imoralidades, roubos, assassínios,
adultérios, cobiças, injustiças, fraudes, devassidão, inveja, difamação,
orgulho, insensatez. Todos estes vícios saem do interior do homem e são eles
que o tornam impuro».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos
e realizai em nós, com o poder da vossa graça,
a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20
Como é grande, Senhor,
a vossa bondade para aqueles que Vos servem!
Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade
fortaleça os nossos corações
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus
que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Deut 4, 1-2.6-8: Já
à vista da Terra Prometida, Moisés recorda ao Povo de Israel a conveniência em
observar a Lei de Deus, a sua perfeição e superioridade em comparação com as
leis dos outros povos. A lei de Deus é a única luz que ensina aos homens o
caminho da vida autêntica e verdadeiramente feliz. Mas essa lei procura antes
de mais educar o coração do homem.
Tg 1, 17-18.21b-22.27: Começamos
hoje a ler, e leremos ainda durante mais alguns domingos, a Epístola de S.
Tiago. A passagem que hoje escutamos diz-nos que tudo o que há de bom vem de
Deus, e Deus tudo criou pela sua palavra. Esta palavra continua a fazer
ouvir-se no mundo e como que lançou em nós as suas raízes. Por isso, a nossa
vida cristã consistirá em fazer que essa palavra desabroche em nós, dando muito
fruto.
Mc 7, 1-8.14-15.21-23:
A palavra de Deus pode vir a ser adulterada pelas palavras dos homens, mesmo
quando pretendem explicar e aplicar a palavra de Deus. O Senhor adverte-nos
para que saibamos ler a palavra de Deus à luz do Espírito de Deus, que a
inspirou, e não com a visão estreita e acanhada, e, por vezes, interesseira, do
nosso espírito, demasiado humano e limitado. A palavra de Deus é espírito e
vida, e não apenas letra, que, por si só, pode matar.
AGENDA DO DIA:
09.30 horas: Missa em
Amieira do Tejo.
10.00 horas: Missa em
Arez
10.45 horas: Missa em
Tolosa
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Alpalhão.
12.00 horas: Missa em
Gáfete
15.30 horas: Celebração
da Palavra em Montalvão
15.30 horas: Missa no
Cacheiro
15.30 horas: Missa no
Arneiro
17.15 horas: Funeral em
Tolosa.
A VOZ DO PASTOR:
O 1.º DE SETEMBRO E A PEGADA ECOLÓGICA
Vivemos um tempo de grande apreço pelos direitos, e bem. Mas direitos e
deveres são correlativos, interdependentes. Assim como ninguém deve negar aos
outros os seus direitos, também há deveres que ninguém pode negar a si mesmo, não
os pode mandar às malvas, nem adiar ou delegar. São imperativos categóricos
para todos e cada um. E hoje refiro-me ao dever da educação ou conversão ambiental.
A Pegada Ecológica per capita em Portugal, segundo o
Relatório Planeta Vivo, aumentou significativamente entre 2018 e 2020. Depois
de ter ocupado o 66.º lugar mundial, o país posiciona-se agora, infelizmente, no 46º
lugar do ranking mundial. Isto significa que são necessários 4,1 hectares de
terra por pessoa, ou seja, para manterem o seu atual estilo de vida, os
portugueses precisam de 2,52 planetas.
Como sabem, o Papa Francisco, em 6 de agosto de 2015, instituiu, na
Igreja Católica, o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. E ao
estabelecê-lo no 1º dia de setembro, fê-lo num gesto verdadeiramente ecuménico.
Já em 1989, o Patriarca ecuménico Bartolomeu I o tinha estabelecido para a
Igreja Ortodoxa precisamente nesse dia. A par, Francisco providenciou para que se
fizessem os contactos necessários com o
Patriarcado Ecuménico e outras realidades ecuménicas, para que esse Dia Mundial
se tornasse, de facto, um caminho para todos os que creem em Cristo e se
cuidasse também duma possível coordenação com as iniciativas do Conselho
Mundial de Igrejas. Será um ‘Tempo da Criação’ que muitas comunidades prolongam
até ao dia 4 de outubro, dia da Festa de São Francisco de Assis.
Sendo um dever que não pode ser opcional nem secundário, Francisco reconhece
que alguns cristãos, até muito comprometidos e piedosos, frequentemente
escarnecem das preocupações pelo meio ambiente, outros não se decidem a mudar
os seus hábitos, falta-lhes a conversão
ecológica e a consciência de que somos cuidadores da obra de Deus (cf. LSi, 217).
Ele pede aos cristãos que, neste dia, “em harmonia com as exigências e as
situações locais, a celebração seja devidamente organizada com a participação
de todo o Povo de Deus: sacerdotes, religiosos, religiosas e fiéis leigos”. E
que se implementem “oportunas iniciativas de promoção e de animação, para que
esta celebração anual seja um momento forte de oração, reflexão, conversão e
uma oportunidade para assumir estilos de vida coerentes”.
Como cristãos – afirma Francisco – “queremos oferecer a nossa contribuição
à superação da crise ecológica que a humanidade está a viver”. Coisa que não existirá verdadeiramente
“sem uma moção interior que impele, motiva,
encoraja e dá sentido à ação pessoal e comunitária. Temos de reconhecer que
nós, cristãos, nem sempre recolhemos e fizemos frutificar as riquezas dadas por
Deus à Igreja, nas quais a espiritualidade não está desligada do próprio corpo
nem da natureza ou das realidades deste mundo, mas vive com elas e nelas, em
comunhão com tudo o que nos rodeia (LSi, 216). A crise ecológica chama-nos, pois, a uma
profunda e sincera conversão espiritual. Urge ouvir os gritos da Terra e o
clamor dos pobres. A consciência da gravidade da
crise cultural e ecológica precisa de traduzir-se em novos hábitos, precisa de
uma verdadeira conversão ecológica. Não se trata de ideologizar o debate
ambiental por má-fé ou ignorância, trata-se de lutar pela sustentabilidade ou sobrevivência.
Não se trata apenas de filosofar ou denunciar o que está mal, trata-se de assumir
atitudes diversas e, por exemplo, renunciar àquilo que o mercado oferece e promove
compulsivamente como se nada tivesse a ver com isso. As mudanças nos hábitos de
consumo são determinantes. De nada serve mostrar grande sensibilidade ecológica
e lutar pela defesa do meio ambiente se se vive afogado em compras inúteis, gastos
supérfluos e consumo obsessivo. Também não basta a informação científica e a
existência de leis para limitar os maus comportamentos se as famílias, as
escolas, as academias, as universidades, os meios de comunicação social, a
catequese e todas as instâncias não se preocuparem com uma séria educação
ambiental. É preciso adquirir convicções, vontade própria e motivações,
virtudes sólidas, transformação pessoal, verdadeiro compromisso ecológico. Como
afirma Francisco, “é
muito nobre assumir o dever de cuidar da criação com pequenas ações diárias, e
é maravilhoso que a educação seja capaz de motivar para elas até dar forma a um
estilo de vida. A educação na responsabilidade ambiental pode incentivar vários
comportamentos que têm incidência direta e importante no cuidado do meio
ambiente, tais como evitar o uso de plástico e papel, reduzir o consumo de
água, diferenciar o lixo, cozinhar apenas aquilo que razoavelmente se poderá
comer, tratar com desvelo os outros seres vivos, servir-se dos transportes
públicos ou partilhar o mesmo veículo com várias pessoas, plantar árvores,
apagar as luzes desnecessárias… Tudo isto faz parte duma criatividade generosa
e dignificante que põe a descoberto o melhor do ser humano” (cf. LSi, 211)
A disciplina e a
sobriedade pessoal libertam, educam, constroem. Praticar maus hábitos só porque
se olha para o lado e se presume que ninguém está a ver o mal que se faz, é
hipocrisia refinada. “Não há criatura que possa esconder-se à presença de Deus.
Tudo fica nu e descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas” (cf.
Heb 4, 13).
A cidadania ecológica, se vive preocupada e denuncia
a crise ambiental, não pode viver de braço dado com o desleixo individual em
relação às pequenas ações. Qualquer gesto, por mais insignificante que nos
pareça, pode marcar a diferença e contribuir para a melhoria da situação. A
grandeza de cada um está em fazer com amor as mais pequeninas coisas de cada
dia. O respeito pela natureza nasce e alimenta-se de pequenos gestos e
atitudes. E ninguém pode crer, agir e fomentar a ideia de que a natureza sempre
se renova ou regenera.
Assim como à política
e à economia se pede que reconheçam os seus erros, mudem de direção e cuidem do
bem comum, também não faltam conselhos sobre o que cada um pode e deve fazer no
seu dia a dia.
Avaliando com
seriedade o nosso desempenho nesse campo, vivamos o Dia Mundial de Oração pelo
Cuidado da Criação, prolongando-o até ao dia 4 de outubro, dia da Festa de São
Francisco de Assis.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 27-08-2021.
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