sexta-feira, 27 de agosto de 2021

 



 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Sábado, 28 de agosto de 2021

 

Sábado da XXI semana do tempo comum

 

 

 

LITURGIA

 

 

Sábado da semana XXI

S. Agostinho, bispo e doutor da Igreja – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 1 Tes 4, 9-11; Sal 97 (98), 1. 7-8. 9
Ev Mt 25, 14-30

* Na Arquidiocese de Braga – Aniversário da Dedicação da Igreja Catedral: na Sé – SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese – FESTA
* Na Diocese de Coimbra – S. Agostinho, bispo e doutor da Igreja, Padroeiro da Diocese – FESTA
* Na Diocese de Lamego – S. Agostinho, bispo e doutor da Igreja, Padroeiro secundário da Diocese – MO
* Na Diocese de Leiria-Fátima – S. Agostinho, bispo e doutor da Igreja, Padroeiro igualmente principal – FESTA
* Na Ordem Agostiniana – S. Agostinho, bispo e doutor da Igreja, Fundador da Ordem – SOLENIDADE
* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus e na Ordem de São Domingos – S. Agostinho, bispo e doutor da Igreja – FESTA
* Nas Dioceses de Cabo Verde – S. Agostinho, bispo e doutor da Igreja – FESTA
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.

 

S. AGOSTINHO, bispo e doutor da Igreja

 

Nota Histórica:

Nasceu em Tagaste (África) no ano 354. Depois de uma juventude perturbada, quer intelectualmente quer moralmente, converteu se à fé e foi batizado em Milão por S. Ambrósio no ano 387. Voltou à sua pátria e aí levou uma vida de grande ascetismo. Eleito bispo de Hipona, durante trinta e quatro anos foi perfeito modelo do seu rebanho e deu lhe uma sólida formação cristã por meio de numerosos sermões e escritos, com os quais combateu fortemente os erros do seu tempo e ilustrou sabiamente a fé católica. Morreu no ano 430.

 

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Sir 15, 5
O Senhor deu-lhe a palavra no meio da assembleia,
encheu-o com o espírito de sabedoria e inteligência
e revestiu-o com um manto de glória.
Em África diz-se o Glória.


ORAÇÃO COLECTA
Renovai, Senhor, na vossa Igreja o espírito com que enriquecestes o bispo Santo Agostinho, para que, animados pelo mesmo espírito, tenhamos sede só de Vós, única fonte de sabedoria, e só em Vós, origem do verdadeiro amor, descanse o nosso coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I 1 Jo 4, 7-16
«Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós»


Leitura da Primeira Epístola de São João

 
Caríssimos: Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus; e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados. Caríssimos, se Deus nos amou assim, também nós devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e em nós o seu amor é perfeito. Nisto conhecemos que estamos n’Ele e Ele em nós: porque nos deu o seu Espírito. E nós vimos e damos testemunho de que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. Se alguém confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus. Nós conhecemos o amor que Deus nos tem e acreditámos no seu amor. Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele.

Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 118 (119), 9 e 10.11 e 12.13 e 14 (R.12b)
Refrão: Ensinai-me, Senhor, os vossos mandamentos.

Como há de o jovem manter puro o seu caminho?
Guardando as vossas palavras.
De todo o coração Vos procuro,
não me deixeis afastar dos vossos mandamentos.

Conservo a vossa palavra dentro do coração,
para não pecar contra Vós.
Bendito sejais, Senhor,
ensinai-me os vossos decretos.

Enuncio com os meus lábios
todos os juízos da vossa boca.
Sinto mais alegria em seguir as vossas ordens
do que em todas as riquezas.

ALELUIA Mt 23, 9b.10b
Refrão: Aleluia Repete-se
Um só é o vosso Pai, o Pai celeste;
um só é o vosso mestre, Jesus Cristo. Refrão

EVANGELHO Mt 23, 8-12
«Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não vos deixeis tratar por ‘Mestres’, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso ‘Pai’, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por ‘Doutores’, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».

Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ao celebrarmos o memorial da nossa salvação, humildemente Vos pedimos, Senhor, que este sacramento do vosso amor seja para todos nós sinal de unidade e vínculo de caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Mt 23, 10.8
Um só é o nosso Mestre, Jesus Cristo,
e todos nós somos irmãos.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Santificai-nos, Senhor, por esta participação na mesa de Cristo, para que, como verdadeiros membros do seu Corpo, nos transformemos n’Aquele que recebemos. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS:  


AGENDA DO DIA:

11.00 horas: Casamento em Gáfete

15.00 horas: Missa na Falagueira

16.00 horas: Missa no Monte Claro

16.00 horas: Missa no Pardo

18.00 horas: Missa em Alpalhão

18.00 horas: Missa em Nisa,

 

 

A VOZ DO PASTOR:

 

 

 

O DIALETO DOS PAIS E AS DITADURAS IDEOLÓGICAS

Ao longo da História sempre houve promotores de ditaduras e de colonizações culturais e ideológicas. Se não é aqui, é acolá ou mais além. Colonizações, ditaduras, autocracias, teocracias, totalitarismos, autoritarismos, despotismos e todos os quejandos, mesmo que entre si carreguem alguma diferença, venha o diabo e escolha, como soe dizer-se. A quem lhes resiste, impõe-se logo a lei da rolha, do desprezo ou da morte. Os seus promotores logo conseguem uma caterva de seguidores, alguns mais radicais do que eles, para engrossarem as hostes e fazerem valer o seu produto tóxico. Se não vencem pelo bom senso e pela força da razão, acham-se no direito de vencer pela razão da força e seus enfeites. Logo se esmeram em concentrar o poder, em subverter a ordem anterior, em suprimir os espaços de debate e decisão, em influenciar a comunicação social, o poder legislativo e judicial. A par, roubam a liberdade e tentam monopolizar o direito de pensar e decidir, anulam o passado e afunilam o ensino para desconstruir a linguagem, as instituições e a história. Usam a mentira floreada com rebuscado imaginário, afastam os profissionais dos empregos e lugares de prestigio, formatam, desenraízam os jovens das origens culturais e religiosas para, como afirma o Papa Francisco, os ‘homogeneizar’, transformando-os “em sujeitos manipuláveis feitos em série”, causando “uma destruição cultural, que é tão grave como a extinção das espécies animais e vegetais” (cf. CV185-186). Tudo, tudo serve de arma para levar a água ao moinho, mesmo que, para enfeitar todo esse processo, seja preciso borrifá-lo com algumas meias-verdades e alguns mecanismos democráticos. A sofreguidão pelo poder e o bullying ideológico e cultural são, muitas vezes, camaleonicamente apresentados como “saltos civilizacionais” ou como se de direitos humanos se tratasse.

A Sagrada Escritura também nos elucida sobre alguns desses artesãos da História. Sabemos quanto o Povo de Deus, e outros povos, ontem e hoje, sofreram e sofrem pelos desmandos colonizadores e totalitários de alguns dos seus líderes! Não só por ambição do poder ou por causas ideológicas e políticas, também por questões religiosas. Com uma diferença: enquanto, por causas ideológicas ou políticas, alguém, para defender a pele, possa, porventura, fraquejar e dizer que não ao que é sim, ou sim ao que é não, em questões religiosas não é bem assim. Com a fé em Deus, se é fé verdadeira e não meros sentimentalismos religiosos ou pieguices proselitistas, não se jogam interesses, a consciência da presença e a força de Deus levam a antes quebrar que torcer.

O rei Antíoco Epifânio, por exemplo, quis forçar os judeus a adotar os costumes, a cultura e mesmo a religião dos gregos. Para ser mais fácil, tentou subornar e convencer os mais influentes dos judeus a aderir às suas ordens, prometendo amizade e recompensa. A resposta, porém, foi imediata e firme: “Não! Nós não vamos obedecer às ordens do rei”. E se uma musculada perseguição caiu sobre eles, também aumentou e se organizou a resistência na firme convicção de que é “melhor morrer na batalha do que ficar a olhar a desgraça do nosso povo”. Ou, como mais tarde haveriam de dizer Pedro e os Apóstolos, “é mais importante obedecer a Deus do que aos homens” (cf. At 5, 29).

O tempo de perseguição religiosa, porém, é sempre palco de testemunhas radicais da verdade, é cenário de testemunhos heroicos até ao sacrifício da própria vida. É verdade que há “mártires” de muitas outras causas nobres, justas e necessárias, tornando-se inspiração para outros e aos quais muitos devem a liberdade e o bem estar social nesta vida. No entanto, a palavra “martírio” situa-se mais no contexto religioso, faz parte da sua gramática e significa testemunho, aponta para o supremo bem que é a vida eterna. Neste contexto, se a família dos Macabeus, no que respeita à fé, é digna de registo, o episódio duma família de sete filhos não o é menos. Num só dia, a mãe vê torturar e matar cada um dos filhos, à vez, até que, por fim, também ela é torturada e morta. Se há fanatismo religioso e odiosamente doentio que persegue e mata quem não acredita de igual forma, se há, até, quem, habilidosamente manipulado, se torne pessoa bomba (kamikaze) para maiores estragos, há, sem dúvida, nestes processos, muitas outras razões associadas como, por exemplo, fatores culturais, sociais, políticos, psicológicos... São atitudes que não se podem analisar de ânimo leve ou superficialmente. No entanto, e simplificando, uma coisa é perseguir e matar os outros, ou suicidar-se, usando até, ilegitimamente, o nome de Deus para o fazer, outra coisa é suportar com fortaleza o dom do martírio em fidelidade a Deus que é Amor e nos ama infinitamente. Mais tarde, perante tanta perseguição aos cristãos, Tertuliano haveria de dizer que “o sangue dos mártires é semente de cristãos”. Ainda mais perto de nós, São Óscar Romero, sentindo-se perseguido por fomentar a liberdade, a justiça e a paz entre o seu povo, havia dito: “o martírio é uma graça de Deus que eu acho que não mereço, mas se Deus aceita o sacrifício da minha vida, que o meu sangue seja uma semente de liberdade e o sinal de que a esperança será em breve realidade”. Foi assassinado pelo exército salvadorenho enquanto celebrava a Eucaristia em 24 de março de 1980. Hoje, se muitos cristãos continuam a dar um testemunho sem igual no quotidiano da sua vida familiar, social e laboral, outros continuam a dar o supremo testemunho do martírio em defesa da fé em Cristo Jesus, morto e ressuscitado, ao qual estão unidos pela caridade. Foi o que aconteceu, por exemplo, no Domingo passado, no Sudão do Sul. Quando regressavam a casa depois duma celebração numa paróquia dedicada a Nossa Senhora da Assunção, duas religiosas foram mortas numa emboscada.

Mas voltando àquela mãe, é extraordinária a sua coragem e o seu sentido de responsabilidade na educação e perseverança da fé dos filhos. Até ao último momento, amparada pela esperança que tinha no Senhor, e tanto quanto naquela circunstância o podia fazer, não se cansou de exortar os seus filhos a serem fiéis ao Senhor e a não obedecerem ao rei, a serem dignos dos seus antepassados e a reconhecerem Deus que a tudo deu origem. A atitude dos filhos, porém, se consola a mãe, enerva o rei até ao limite, que, aquando do momento da tortura ao último filho, pede mesmo à mãe que lhe dê conselhos para o demover e lhe salvar a vida. Inclinando-se para o filho, a mãe, ludibriando o rei, falou-lhe na sua própria língua, a qual o rei não entendia: “Eu te peço, meu filho: Contempla o céu e a terra e observa todas as coisas que neles há, reconhece que não foi de coisas existentes que Deus as fez e que também o gênero humano tem a mesma origem. Não temas este verdugo, mas sê digno de teus irmãos e aceita a morte, para que eu te reencontre com eles no dia da misericórdia”. Enquanto ela ainda falava, o menino reafirma corajosamente a sua fé, é torturado e morto. Depois dos filhos, foi a vez da mãe.

Em tempos, o Papa Francisco, referindo-se a esta tirânica colonização cultural e ideológica do rei Antíoco, destacava a atitude da mãe. A mãe falava “na língua dos pais”: falava em dialeto, e, por isso, o rei não entendia, o intérprete não compreendia». Hoje “estamos diante de muitas colonizações que querem destruir tudo e começar de novo». Apresentam novos «valores» e dizem que «a história começa aqui», o resto «passou». No entanto, “não existe colonização cultural alguma que possa vencer o dialeto», o dialeto “tem raízes históricas”, a memória e o dialeto defendem-nos sempre.

A fé também se transmite em dialeto, afirmou Francisco: “A fé verdadeira aprende-se dos lábios da mãe, o dialeto que só a criança pode conhecer». “Este é um exemplo do modo como as mães, as mulheres, são capazes de defender um povo, a história de um povo, os filhos: transmitir a fé» (cf. L’OR7.12.17).

Quão importante é a transmissão da fé em família, pela palavra e pelo testemunho, pela alegria com que se vive e pela forma de a traduzir em atitudes de vida!

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 20-08-2021.

 

 

 

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