PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 02 de agosto de 2021
Segunda-feira da XVIII semana do tempo comum
LITURGIA
Segunda-feira
da semana XVIII
S. Eusébio de Vercelas, bispo – MF
S. Pedro Juliano Eymard, presbítero – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Num 11, 4b-15; Sal 80 (81), 12-13. 14-15. 16-17
Ev Mt 14, 13-21
* Na Ordem Agostiniana – B. João de Rieti, religioso – MF
* Na Ordem Franciscana – Nossa Senhora dos Anjos da Porciúncula – FESTA; no
convento dos Anjos (Porto) – SOLENIDADE
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – Nossa Senhora dos Anjos da
Porciúncula – FESTA
* Na Ordem de São Domingos – B. Joana, mãe de S. Domingos – MF
* Na Companhia de Jesus – B. Pedro Fabro, presbítero – MF
* Na Congregação Salesiana – B. Augusto Czartoryski, presbítero – MF
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo
69, 2.6
Deus, vinde em meu auxílio,
Senhor, socorrei-me e salvai-me.
Sois o meu libertador e o meu refúgio: não tardeis, Senhor.
ORAÇÃO COLECTA
Mostrai, Senhor, a vossa imensa bondade
aos filhos que Vos imploram
e dignai-Vos renovar e conservar os dons da vossa graça
naqueles que se gloriam
de Vos ter por seu criador e sua providência.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Num 11, 4b-15
«Não posso sozinho ter o encargo de todo este povo»
Leitura do Livro
dos Números
Naqueles dias, disseram os filhos de Israel: «Quem nos dará carne para comer?
Temos saudades do peixe que no Egipto comíamos de graça e dos pepinos, melões,
bolbos, cebolas e alhos. Agora temos a garganta seca; falta-nos tudo. Não vemos
senão o maná». – O maná era como a semente do coentro e tinha o aspecto da
goma-resina. O povo dispersava-se para o apanhar; depois passava-o pelo moinho
ou pisava-o no almofariz; por fim cozia-o na panela e fazia bolos. Tinha o
sabor dos bolos de azeite. Quando, à noite, o orvalho caía sobre o acampamento,
caía também o maná. – Moisés ouviu chorar o povo, agrupado por famílias, cada
qual à entrada da sua tenda. A ira do Senhor inflamou-se fortemente e Moisés
sentiu um grande desgosto. Dirigiu-se então ao Senhor, dizendo: «Porque tratais
mal o vosso servo e não encontrei graça a vossos olhos? Porque me destes o
encargo de todo este povo? Porventura fui eu que concebi este povo? Fui eu que
o dei à luz, para que me digais: ‘Toma este povo nos braços, como a ama leva a
criança ao colo, e leva-o para a terra que Eu jurei dar a seus pais’? Onde
poderei encontrar carne para dar a todo este povo, que vem chorar para junto de
mim, dizendo: ‘Dá-nos carne para comer’? Não posso sozinho ter o encargo de
todo este povo: é excessivamente pesado para mim. Se quereis tratar-me desta
forma, dai-me antes a morte. Se encontrei graça a vossos olhos, que eu não veja
mais esta desventura!».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 80 (81), 12-13.14-15.16-17 (R. 2a)
Refrão: Alegrai-vos em Deus, que é o
nosso auxílio. Repete-se
Ou: Aclamai a Deus, nossa força.
Repete-se
O meu povo não ouviu a minha voz,
Israel não Me quis obedecer.
Por isso os entreguei à dureza do seu coração
e eles seguiram os seus caprichos. Refrão
Ah, se o meu povo Me escutasse,
se Israel seguisse os meus caminhos,
num instante esmagaria os seus inimigos,
deixaria cair a mão sobre os seus adversários. Refrão
Os inimigos do Senhor obedeceriam ao meu povo,
tal seria para sempre o seu destino.
Alimentaria o meu povo com a flor da farinha
e saciá-lo-ia com o mel dos rochedos. Refrão
ALELUIA Mt 4, 4b
Refrão: Aleluia Repete-se
Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Refrão
No ano A, quando o Evangelho seguinte foi lido no dia anterior (Domingo XVIII)
lê-se hoje Mt 14, 22-36, indicado para o dia imediato: p. 882
EVANGELHO Mt 14, 13-21
«Ergueu os olhos ao Céu e recitou a bênção.
Depois partiu os pães e deu-os aos discípulos
e os discípulos deram-nos à multidão»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, quando Jesus ouviu dizer que João Baptista tinha sido morto,
retirou-Se num barco para um local deserto e afastado. Mas logo que as
multidões o souberam, deixando as suas cidades, seguiram-n’O por terra. Ao
desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e, cheio de compaixão, curou os seus
doentes. Ao cair da tarde, os discípulos aproximaram-se de Jesus e
disseram-Lhe: «Este local é deserto e a hora avançada. Manda embora toda esta
gente, para que vá às aldeias comprar alimento». Mas Jesus respondeu-lhes: «Não
precisam de se ir embora; dai-lhes vós de comer». Disseram-Lhe eles: «Não temos
aqui senão cinco pães e dois peixes». Disse Jesus: «Trazei-mos cá». Ordenou
então à multidão que se sentasse na relva. Tomou os cinco pães e os dois
peixes, ergueu os olhos ao Céu e recitou a bênção. Depois partiu os pães e
deu-os aos discípulos e os discípulos deram-nos à multidão. Todos comeram e
ficaram saciados. E, dos pedaços que sobraram, encheram doze cestos. Ora, os
que comeram eram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, estes dons
que Vos oferecemos como sacrifício espiritual,
e fazei de nós mesmos
uma oblação eterna para vossa glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Sab 16, 20
Saciastes o vosso povo com o pão dos Anjos,
destes-nos, Senhor, o pão do Céu.
Ou Jo 6, 35
Eu sou o pão da vida, diz o Senhor.
Quem vem a Mim nunca mais terá fome,
quem crê em Mim nunca mais terá sede.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos renovais com o pão do Céu,
protegei-nos sempre com o vosso auxílio,
fortalecei-nos todos os dias da nossa vida
e tornai-nos dignos da redenção eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
e tornai-nos dignos da redenção eterna.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS - Num 11, 4b-15: A
vida no deserto foi para o povo de Israel uma experiência dura e cheia de
provações, que ele nem sempre soube vencer. Moisés, seu chefe, sentiu também
limitações diante da sua dura tarefa. Mas o seu olhar nunca deixou de estar
fixado em Deus, a Quem apresenta sempre, com humildade e confiança, a sua
oração. E o Senhor salvou-o.
Num 11, 4b-15: A
vida no deserto foi para o povo de Israel uma experiência dura e cheia de
provações, que ele nem sempre soube vencer. Moisés, seu chefe, sentiu também
limitações diante da sua dura tarefa. Mas o seu olhar nunca deixou de estar
fixado em Deus, a Quem apresenta sempre, com humildade e confiança, a sua
oração. E o Senhor salvou-o.
AGENDA DO DIA:
14,30 horas: Funeral em
Nisa
A VOZ DO PASTOR:
NEM MINISTÉRIO PÚBLICO NEM ADVOGADOS...
Vamos recordar uma figura extraordinária que,
segundo a história, tinha paciência de Job e resiliência de atleta olímpico.
Este testemunho, se hoje interpela os mais descuidados nesse dever de ofício e
causa admiração nos menos resistentes em tal serviço, leva outros, sobretudo em
certos ambientes que se dizem muito à frente, a pensar que hoje já não há gente
dessa, nem tampouco tal serviço é necessário. Parte-se do princípio de que,
hoje, somos todos uns santinhos à espera de palmas, escultores e peanhas numa
qualquer acrópole mundana, quanto mais altaneira melhor, não há pecados. Ora,
em tal pose existencial, o dito é mesmo coisa dura de roer, isto é: quem disser
que não tem pecados engana-se a si mesmo, e mente, a verdade não está nele (cf.
1Jo 1,8). E deveria, com certa urgência, “livrar-se das mentiras secretas com
que se engana a si próprio” (SpS33). Muitas vezes fazemos o mal que não
queremos e nem sempre fazemos o bem que desejamos, o pecado mora em nós, por
ação e omissão (cf. Rom 7,19-20).
Os cristãos, se não perderem o sentido do
pecado, arrependidos no coração e não apenas em blá-blá-blá, confiantes na
misericórdia divina, confessam-se, pedem perdão humildemente. Conscientes da
sua fragilidade, sabem apoiar-se na graça sacramental e mudar de vida. A
conversão é um desafio permanente. Segundo o Papa Pio XII, o maior pecado do
nosso tempo é ter-se perdido a noção de pecado! Quem perdeu a consciência do
pecado, afirma que não há nem tem pecados e até se orgulha do mal que faz como
se de virtude se tratasse. Perde-se a noção do pecado e a vergonha. Perder a
vergonha, neste campo, é mesmo uma vergonha. O Papa Francisco até afirmou que o
primeiro passo para uma confissão bem feita é a vergonha do próprio pecador
diante de Deus. É uma graça que até se deve pedir, diz ele. Ajuda ao
arrependimento e à conversão. O pecador sente mais fortemente o perdão de Deus
para consigo e o dever de perdoar aos outros....
É certo que uns somos mais pestinhas do que
outros e ninguém se pode iludir com as aparências, sejam aparências de
“santinhos” ou de “endiabrados”. Dentre “santinhos”, “endiabrados” e
assim-assim, há quem se deixe ir na onda e converta o pecado em negócio
rentável, em meio deplorável e habitual de enriquecimento pessoal, sem pejo de
destruir pessoas, famílias, instituições e a própria sociedade. E não é assim
tão raro isso acontecer. Ainda que alguém caia em si e desista, tais casos são
piores que a hidra de lerna, e cada vez mais sofisticados!... E tudo nasce no
coração humano fechado no seu egoísmo e importâncias balofas. Sim, todo o
pecado, quando se torna em hábito, se tem uma dimensão individual, acaba por
ter uma dimensão familiar e social de terríveis consequências. Tem repercussões
sociais, destrói o bem comum, muitas famílias autodestroem-se por algum dos
seus membros se deixar resvalar na mundanidade e não se cuidar a tempo e horas.
Assim aconteceu ao longo da História da Salvação. Mergulhado na decadência
moral a que o desleixo, a má governação e o mau exemplo das autoridades civis e
religiosas o levaram, o povo de Deus acabava por cair em si e reconhecer as
verdadeiras causas da triste situação a que chegara. A conclusão era quase
sempre a mesma: pecámos, cometemos injustiças e iniquidades, fomos rebeldes,
afastamo-nos dos mandamentos e preceitos, nem o povo nem os chefes escutámos
quem denunciava a situação. Neste cair em si, o povo sentia vergonha: “Sobre
nós, Senhor, recai a vergonha que sentimos no rosto, pecámos contra vós (cf.
Dan 9, 4-10).
Em cada tempo e lugar, qualquer crença
religiosa sempre exigiu a coerência de vida, muito mais o exige a fé cristã. E
a primeira expressão fundamental de coerência é a luta contra o pecado. É certo
que há fatores que podem estar na origem dos desvios da conduta moral. Entre
outros, a Igreja refere a ignorância a respeito de Cristo e do seu Evangelho,
os maus exemplos dados pelos outros, a escravidão das paixões, a pretensão de
uma mal entendida autonomia da consciência, a rejeição da formação, a falta de
conversão e de caridade (cf. CIgC1792). Se, porventura, a ignorância sobre
Jesus Cristo que é a plenitude da lei, for uma ignorância não culpável, há, no
coração de cada pessoa, e estabelecida pela razão, uma lei natural que é
universal nos seus preceitos e cuja autoridade se estende a todos os homens.
Ela exprime a dignidade da pessoa e determina a base dos seus deveres e
direitos fundamentais (cf. id. 1956).
A formação da consciência é tarefa para toda
a vida, desde criança, sem incutir medos e sentimentos de culpa de forma tóxica
e reprovável. Psiquiatras e psicólogos sabem bem quanto isto pode ser verdade.
Assim como, pelo menos alguns, também reconhecem que a cura para alguns dos
seus clientes, está mais em precisarem de saber e sentir que Deus os ama e lhes
perdoa, do que em qualquer outra terapia. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é
outra coisa! A formação da consciência implica uma educação prudente que seja
capaz de garantir a liberdade e a paz do coração através duma consciência reta
e verdadeira, e muitos a podem ajudar a formar. No entanto, como afirmou São
João Paulo II ao falar da Reconciliação, “nenhum recurso humano, técnica
psicológica, ou qualquer expediente didático ou sociológico, será tão eficaz na
formação das consciências cristãs; no Sacramento da Penitência atua
efetivamente Deus, rico em misericórdia”. Reconhecer ou ser ajudado a
reconhecer o erro, arrepender-se de o ter praticado e pedir perdão pelo mesmo,
é um ato interior que só o próprio, em profunda consciência e com o sentido da
sua culpabilidade e da sua confiança em Deus, se abeira d’Ele e lhe confessa:
“Pequei contra vós!” (Ps 50,6). Somos muito diligentes a reclamar justiça
quando somos injustiçados, não somos tão apressados em reconhecer a culpa
quando somos culpados. Escondemo-nos sob dois pesos e duas medidas. O justo,
porém, acusa-se a si mesmo. Nenhum agente do ministério público entra pelo seu
coração adentro a escabichar nas gavetas da consciência, “o núcleo mais secreto
e o sacrário do homem, no qual ele se encontra a sós com Deus, cuja voz ressoa
na intimidade do seu ser” (GS16). Também não tem, não precisa de advogados de
acusação, muito menos de advogados de defesa. Precisa sim, da verdade de si
próprio, de arrependimento, do propósito de emenda e da certeza de que Deus lhe
perdoa e o ama, e faz festa! “O não reconhecimento da culpa, a ilusão de
inocência não me justifica nem me salva, porque o entorpecimento da
consciência, a incapacidade de reconhecer em mim o mal enquanto tal é culpa
minha” (SpS33)
Como refere o papa Francisco, entrar num
confessionário, não é entrar numa câmara de tortura nem a confissão deve ser
encarada como uma sessão de psiquiatria, mas como um lugar onde se encontra, na
alegria, o amor e o perdão de Deus. Só Deus pode perdoar os pecados, só Ele é infinitamente
bom e justo, só Ele pode julgar com retidão e sem fazer acessão de pessoas. E
pecados!...quem os não tem que atire a primeira pedra.
Todo esta breve introdução, como o leitor vê,
é para dizer que, em 4 de agosto, celebramos a festa de São João Maria Vianney,
vulgarmente conhecido como o Santo Cura d‘Ars, Padroeiro dos Párocos. Chegava a
passar dezasseis horas seguidas no Confessionário. Em mais de quarenta anos de
sacerdócio, o seu principal compromisso esteve ligado à Eucaristia, à Catequese
e à Confissão, as verdadeiras prioridades na vida de uma Pároco. Saúdo todos os
Párocos e Sacerdotes neste dia do Padroeiro. Que nenhum esmoreça na luta pela
santidade e que, por entre todas as suas preocupações e tarefas, que as
prioridades da sua solicitude pastoral passem pelo grande amor à Eucaristia, à
Evangelização e ao Sacramento da Reconciliação.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 30-07-2021.
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