PARÓQUIAS DE NISA
Sexta, 06 de agosto de 2021
Sexta-feira da XVIII semana do tempo comum
LITURGIA
Sexta-feira da semana XVIII
Transfiguração do Senhor – FESTA
Branco – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. próprio.
L 1 Dan 7, 9-10. 13-14; ou 2 Pedro 1,
16-19; Sal 96 (97), 1-2. 5-6. 9 e 12
Ev Mc 9, 2-10
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Na Diocese de Angra – Transfiguração do Senhor, Titular da Igreja Catedral
sob o nome de São Salvador. Na Sé – SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese –
FESTA
TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR
Nota
Histórica:
A festa da Transfiguração,
celebrada no Oriente desde o século V e no Ocidente a partir de 1457, faz-nos
reviver um acontecimento importante da vida de Jesus, com reflexos na nossa
vida.
Situada antes do anúncio da Paixão e da Morte, a Transfiguração foi uma
manifestação da vida divina, que está em Jesus. A luz do Tabor é, porém, uma
antecipação do esplendor, que encherá a noite da Páscoa. Por isso, os
Apóstolos, contemplando a glória divina na Pessoa de Jesus, ficaram preparados
para os dolorosos acontecimentos, que iriam pôr à prova a sua fé. Vendo Jesus
na Sua condição de servo, já não poderão esquecer a Sua condição divina.
Anúncio da Páscoa, a Transfiguração encerra também uma promessa – a da nossa
transfiguração. Jesus, com efeito, fez transparecer na Sua Humanidade a glória
de que resplandecerá o seu Corpo Místico, a Igreja, na Sua vinda final. A nossa
vida cristã é, pois, um processo de lenta transformação em Cristo. Iniciado no
nosso Batismo, completa-se na Eucaristia, «penhor da futura glória», que opera
a nossa transformação, até atingirmos a imagem de Cristo glorioso.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Mt 17, 5
O Espírito Santo apareceu numa nuvem luminosa
e ouviu-se a voz do Pai:
Este é o meu Filho muito amado,
no qual pus as minhas complacências.
Escutai-O.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
que na gloriosa transfiguração do vosso Filho Unigénito
confirmastes os mistérios da fé
com o testemunho da Lei e dos Profetas
e de modo admirável anunciastes a adopção filial perfeita,
fazei que, escutando a palavra do vosso amado Filho,
mereçamos participar na sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Dan 7, 9-10.13-14
«As suas vestes eram brancas como a neve»
Leitura da
Profecia de Daniel
Estava eu a olhar,
quando foram colocados tronos
e um Ancião sentou-se.
As suas vestes eram brancas como a neve
e os cabelos como a lã pura.
O seu trono eram chamas de fogo,
com rodas de lume vivo.
Um rio de fogo corria, irrompendo diante dele.
Milhares de milhares o serviam
e miríades de miríades o assistiam.
O tribunal abriu a sessão
e os livros foram abertos.
Contemplava eu as visões da noite,
quando, sobre as nuvens do céu,
veio alguém semelhante a um filho do homem.
Dirigiu-Se para o Ancião venerável
e conduziram-no à sua presença.
Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza,
e todos os povos e nações O serviram.
O seu poder é eterno, que nunca passará,
e o seu reino jamais será destruído.
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 96 (97), 1-2.5-6.9 e 12 (R. 1a.9a)
Refrão: O Senhor é rei, o Altíssimo sobre
toda a terra.
O Senhor é rei: exulte a terra,
rejubile a multidão das ilhas.
Ao seu redor, nuvens e trevas;
a justiça e o direito são a base do seu trono.
Derretem-se os montes como cera
diante do senhor de toda a terra.
Os céus proclamam a sua justiça
e todos os povos contemplam a sua glória.
Vós, Senhor, sois o Altíssimo sobre toda a terra,
estais acima de todos os deuses.
Alegrai-vos, ó justos, no Senhor
e louvai o seu nome santo.
LEITURA II 2 Pedro 1, 16-19
«Ouvimos esta voz vinda do céu»
Leitura da
Segunda Epístola de São Pedro
Caríssimos:
Não foi seguindo fábulas ilusórias
que vos fizemos conhecer o poder e a vinda
de Nosso Senhor Jesus Cristo,
mas por termos sido testemunhas oculares da sua majestade.
Porque Ele recebeu de Deus Pai honra e glória,
quando da sublime glória de Deus veio esta voz:
«Este é o meu Filho muito amado,
em quem pus toda a minha complacência».
Nós ouvimos esta voz vinda do céu,
quando estávamos com Ele no monte santo.
Assim temos bem confirmada a palavra dos Profetas,
à qual fazeis bem em prestar atenção,
como a uma lâmpada que brilha em lugar escuro,
até que desponte o dia
e nasça em vossos corações a estrela da manhã.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Mt 17, 5c
Refrão: Aleluia Repete-se
Este é o meu Filho muito amado,
no qual pus toda a minha complacência.
Escutai-O. Refrão
EVANGELHO Mc 9, 2-10
«Este é o meu Filho muito amado»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo,
Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João
e subiu só com eles
para um lugar retirado num alto monte
e transfigurou-Se diante deles.
As suas vestes tornaram-se resplandecentes,
de tal brancura que nenhum lavadeiro sobre a terra
as poderia assim branquear.
Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus.
Pedro tomou a palavra e disse a Jesus:
«Mestre, como é bom estarmos aqui!
Façamos três tendas:
uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias».
Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados.
Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra
e da nuvem fez-se ouvir uma voz:
«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».
De repente, olhando em redor,
não viram mais ninguém,
a não ser Jesus, sozinho com eles.
Ao descerem do monte,
Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém
o que tinham visto,
enquanto o Filho do homem não ressuscitasse dos mortos.
Eles guardaram a recomendação,
mas perguntavam entre si o que seria ressuscitar dos mortos.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, estes dons
pelo mistério da transfiguração do vosso Filho
e com o esplendor da sua glória
purificai-nos das manchas do pecado.
Por Nosso Senhor.
PREFÁCIO O mistério da transfiguração
V.
O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por Cristo nosso Senhor.
Na presença de testemunhas escolhidas,
Ele manifestou a sua glória
e na sua humanidade, em tudo semelhante à nossa,
fez resplandecer a luz da sua divindade
para tirar do coração dos discípulos o escândalo da cruz
e mostrar que devia realizar-se no corpo da Igreja
o que de modo admirável resplandecia na sua cabeça.
Por isso, exulta a Igreja em toda a terra
e com os Anjos e os Santos proclama a vossa glória,
cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. 1 Jo 3, 2
Quando Cristo Se manifestar,
seremos semelhantes a Ele,
porque O veremos na sua glória.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
O alimento celeste que recebemos, Senhor,
nos transforme em imagem de Cristo,
que no mistério da transfiguração
manifestastes cheio de esplendor e de glória.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem
que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS:
AGENDA DO DIA:
11.30 horas: Funeral em Alpalhão
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR:
NEM MINISTÉRIO PÚBLICO NEM ADVOGADOS...
Vamos recordar uma figura extraordinária que,
segundo a história, tinha paciência de Job e resiliência de atleta olímpico. Este
testemunho, se hoje interpela os mais descuidados nesse dever de ofício e causa
admiração nos menos resistentes em tal serviço, leva outros, sobretudo em
certos ambientes que se dizem muito à frente, a pensar que hoje já não há gente
dessa, nem tampouco tal serviço é necessário. Parte-se do princípio de que,
hoje, somos todos uns santinhos à espera de palmas, escultores e peanhas numa
qualquer acrópole mundana, quanto mais altaneira melhor, não há pecados. Ora,
em tal pose existencial, o dito é mesmo coisa dura de roer, isto é: quem disser
que não tem pecados engana-se a si mesmo, e mente, a verdade não está nele (cf.
1Jo 1,8). E deveria, com certa urgência, “livrar-se das mentiras secretas com
que se engana a si próprio” (SpS33). Muitas vezes fazemos o mal que não
queremos e nem sempre fazemos o bem que desejamos, o pecado mora em nós, por
ação e omissão (cf. Rom 7,19-20).
Os cristãos, se não perderem o sentido do
pecado, arrependidos no coração e não apenas em blá-blá-blá, confiantes na
misericórdia divina, confessam-se, pedem perdão humildemente. Conscientes da
sua fragilidade, sabem apoiar-se na graça sacramental e mudar de vida. A
conversão é um desafio permanente. Segundo o Papa Pio XII, o maior pecado do
nosso tempo é ter-se perdido a noção de pecado! Quem perdeu a consciência do
pecado, afirma que não há nem tem pecados e até se orgulha do mal que faz como
se de virtude se tratasse. Perde-se a noção do pecado e a vergonha. Perder a
vergonha, neste campo, é mesmo uma vergonha. O Papa Francisco até afirmou que o
primeiro passo para uma confissão bem feita é a vergonha do próprio pecador
diante de Deus. É uma graça que até se deve pedir, diz ele. Ajuda ao
arrependimento e à conversão. O pecador sente mais fortemente o perdão de Deus
para consigo e o dever de perdoar aos outros....
É certo que uns somos mais pestinhas do que
outros e ninguém se pode iludir com as aparências, sejam aparências de
“santinhos” ou de “endiabrados”. Dentre “santinhos”, “endiabrados” e
assim-assim, há quem se deixe ir na onda e converta o pecado em negócio
rentável, em meio deplorável e habitual de enriquecimento pessoal, sem pejo de
destruir pessoas, famílias, instituições e a própria sociedade. E não é assim
tão raro isso acontecer. Ainda que alguém caia em si e desista, tais casos são
piores que a hidra de lerna, e cada vez mais sofisticados!... E tudo nasce no
coração humano fechado no seu egoísmo e importâncias balofas. Sim, todo o
pecado, quando se torna em hábito, se tem uma dimensão individual, acaba por
ter uma dimensão familiar e social de terríveis consequências. Tem repercussões
sociais, destrói o bem comum, muitas famílias autodestroem-se por algum dos
seus membros se deixar resvalar na mundanidade e não se cuidar a tempo e horas.
Assim aconteceu ao longo da História da Salvação. Mergulhado na decadência
moral a que o desleixo, a má governação e o mau exemplo das autoridades civis e
religiosas o levaram, o povo de Deus acabava por cair em si e reconhecer as
verdadeiras causas da triste situação a que chegara. A conclusão era quase
sempre a mesma: pecámos, cometemos injustiças e iniquidades, fomos rebeldes,
afastamo-nos dos mandamentos e preceitos, nem o povo nem os chefes escutámos
quem denunciava a situação. Neste cair em si, o povo sentia vergonha: “Sobre
nós, Senhor, recai a vergonha que sentimos no rosto, pecámos contra vós (cf.
Dan 9, 4-10).
Em cada tempo e lugar, qualquer crença
religiosa sempre exigiu a coerência de vida, muito mais o exige a fé cristã. E
a primeira expressão fundamental de coerência é a luta contra o pecado. É certo
que há fatores que podem estar na origem dos desvios da conduta moral. Entre
outros, a Igreja refere a ignorância a respeito de Cristo e do seu Evangelho,
os maus exemplos dados pelos outros, a escravidão das paixões, a pretensão de uma
mal entendida autonomia da consciência, a rejeição da formação, a falta de
conversão e de caridade (cf. CIgC1792). Se, porventura, a ignorância sobre
Jesus Cristo que é a plenitude da lei, for uma ignorância não culpável, há, no
coração de cada pessoa, e estabelecida pela razão, uma lei natural que é
universal nos seus preceitos e cuja autoridade se estende a todos os homens.
Ela exprime a dignidade da pessoa e determina a base dos seus deveres e
direitos fundamentais (cf. id. 1956).
A formação da consciência é tarefa para toda
a vida, desde criança, sem incutir medos e sentimentos de culpa de forma tóxica
e reprovável. Psiquiatras e psicólogos sabem bem quanto isto pode ser verdade.
Assim como, pelo menos alguns, também reconhecem que a cura para alguns dos
seus clientes, está mais em precisarem de saber e sentir que Deus os ama e lhes
perdoa, do que em qualquer outra terapia. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é
outra coisa! A formação da consciência implica uma educação prudente que seja
capaz de garantir a liberdade e a paz do coração através duma consciência reta
e verdadeira, e muitos a podem ajudar a formar. No entanto, como afirmou São
João Paulo II ao falar da Reconciliação, “nenhum recurso humano, técnica
psicológica, ou qualquer expediente didático ou sociológico, será tão eficaz na
formação das consciências cristãs; no Sacramento da Penitência atua
efetivamente Deus, rico em misericórdia”. Reconhecer ou ser ajudado a
reconhecer o erro, arrepender-se de o ter praticado e pedir perdão pelo mesmo,
é um ato interior que só o próprio, em profunda consciência e com o sentido da
sua culpabilidade e da sua confiança em Deus, se abeira d’Ele e lhe confessa:
“Pequei contra vós!” (Ps 50,6). Somos muito diligentes a reclamar justiça
quando somos injustiçados, não somos tão apressados em reconhecer a culpa
quando somos culpados. Escondemo-nos sob dois pesos e duas medidas. O justo,
porém, acusa-se a si mesmo. Nenhum agente do ministério público entra pelo seu
coração adentro a escabichar nas gavetas da consciência, “o núcleo mais secreto
e o sacrário do homem, no qual ele se encontra a sós com Deus, cuja voz ressoa
na intimidade do seu ser” (GS16). Também não tem, não precisa de advogados de
acusação, muito menos de advogados de defesa. Precisa sim, da verdade de si
próprio, de arrependimento, do propósito de emenda e da certeza de que Deus lhe
perdoa e o ama, e faz festa! “O não reconhecimento da culpa, a ilusão de
inocência não me justifica nem me salva, porque o entorpecimento da
consciência, a incapacidade de reconhecer em mim o mal enquanto tal é culpa
minha” (SpS33)
Como refere o papa Francisco, entrar num
confessionário, não é entrar numa câmara de tortura nem a confissão deve ser
encarada como uma sessão de psiquiatria, mas como um lugar onde se encontra, na
alegria, o amor e o perdão de Deus. Só Deus pode perdoar os pecados, só Ele é
infinitamente bom e justo, só Ele pode julgar com retidão e sem fazer acessão
de pessoas. E pecados!...quem os não tem que atire a primeira pedra.
Todo esta breve introdução, como o leitor vê,
é para dizer que, em 4 de agosto, celebramos a festa de São João Maria Vianney,
vulgarmente conhecido como o Santo Cura d‘Ars, Padroeiro dos Párocos. Chegava a
passar dezasseis horas seguidas no Confessionário. Em mais de quarenta anos de
sacerdócio, o seu principal compromisso esteve ligado à Eucaristia, à Catequese
e à Confissão, as verdadeiras prioridades na vida de uma Pároco. Saúdo todos os
Párocos e Sacerdotes neste dia do Padroeiro. Que nenhum esmoreça na luta pela
santidade e que, por entre todas as suas preocupações e tarefas, que as
prioridades da sua solicitude pastoral passem pelo grande amor à Eucaristia, à
Evangelização e ao Sacramento da Reconciliação.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 30-07-2021.
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