quinta-feira, 5 de agosto de 2021

 


 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Sexta, 06 de agosto de 2021

 

Sexta-feira da XVIII semana do tempo comum

 

 

LITURGIA

 

 

Sexta-feira da semana XVIII

Transfiguração do Senhor – FESTA
Branco – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. próprio.

L 1 Dan 7, 9-10. 13-14; ou 2 Pedro 1, 16-19; Sal 96 (97), 1-2. 5-6. 9 e 12
Ev Mc 9, 2-10


* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Na Diocese de Angra – Transfiguração do Senhor, Titular da Igreja Catedral sob o nome de São Salvador. Na Sé – SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese – FESTA

 

TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

 

Nota Histórica:

A festa da Transfiguração, celebrada no Oriente desde o século V e no Ocidente a partir de 1457, faz-nos reviver um acontecimento importante da vida de Jesus, com reflexos na nossa vida.
Situada antes do anúncio da Paixão e da Morte, a Transfiguração foi uma manifestação da vida divina, que está em Jesus. A luz do Tabor é, porém, uma antecipação do esplendor, que encherá a noite da Páscoa. Por isso, os Apóstolos, contemplando a glória divina na Pessoa de Jesus, ficaram preparados para os dolorosos acontecimentos, que iriam pôr à prova a sua fé. Vendo Jesus na Sua condição de servo, já não poderão esquecer a Sua condição divina.
Anúncio da Páscoa, a Transfiguração encerra também uma promessa – a da nossa transfiguração. Jesus, com efeito, fez transparecer na Sua Humanidade a glória de que resplandecerá o seu Corpo Místico, a Igreja, na Sua vinda final. A nossa vida cristã é, pois, um processo de lenta transformação em Cristo. Iniciado no nosso Batismo, completa-se na Eucaristia, «penhor da futura glória», que opera a nossa transformação, até atingirmos a imagem de Cristo glorioso
.

 

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Mt 17, 5
O Espírito Santo apareceu numa nuvem luminosa
e ouviu-se a voz do Pai:
Este é o meu Filho muito amado,
no qual pus as minhas complacências.
Escutai-O.

Diz-se o Glória.

ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
que na gloriosa transfiguração do vosso Filho Unigénito
confirmastes os mistérios da fé
com o testemunho da Lei e dos Profetas
e de modo admirável anunciastes a adopção filial perfeita,
fazei que, escutando a palavra do vosso amado Filho,
mereçamos participar na sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I Dan 7, 9-10.13-14
«As suas vestes eram brancas como a neve»


Leitura da Profecia de Daniel


Estava eu a olhar,
quando foram colocados tronos
e um Ancião sentou-se.
As suas vestes eram brancas como a neve
e os cabelos como a lã pura.
O seu trono eram chamas de fogo,
com rodas de lume vivo.
Um rio de fogo corria, irrompendo diante dele.
Milhares de milhares o serviam
e miríades de miríades o assistiam.
O tribunal abriu a sessão
e os livros foram abertos.
Contemplava eu as visões da noite,
quando, sobre as nuvens do céu,
veio alguém semelhante a um filho do homem.
Dirigiu-Se para o Ancião venerável
e conduziram-no à sua presença.
Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza,
e todos os povos e nações O serviram.
O seu poder é eterno, que nunca passará,
e o seu reino jamais será destruído.

Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 96 (97), 1-2.5-6.9 e 12 (R. 1a.9a)
Refrão: O Senhor é rei, o Altíssimo sobre toda a terra.

O Senhor é rei: exulte a terra,
rejubile a multidão das ilhas.
Ao seu redor, nuvens e trevas;
a justiça e o direito são a base do seu trono.

Derretem-se os montes como cera
diante do senhor de toda a terra.
Os céus proclamam a sua justiça
e todos os povos contemplam a sua glória.

Vós, Senhor, sois o Altíssimo sobre toda a terra,
estais acima de todos os deuses.
Alegrai-vos, ó justos, no Senhor
e louvai o seu nome santo.

LEITURA II 2 Pedro 1, 16-19
«Ouvimos esta voz vinda do céu»


Leitura da Segunda Epístola de São Pedro


Caríssimos:
Não foi seguindo fábulas ilusórias
que vos fizemos conhecer o poder e a vinda
de Nosso Senhor Jesus Cristo,
mas por termos sido testemunhas oculares da sua majestade.
Porque Ele recebeu de Deus Pai honra e glória,
quando da sublime glória de Deus veio esta voz:
«Este é o meu Filho muito amado,
em quem pus toda a minha complacência».
Nós ouvimos esta voz vinda do céu,
quando estávamos com Ele no monte santo.
Assim temos bem confirmada a palavra dos Profetas,
à qual fazeis bem em prestar atenção,
como a uma lâmpada que brilha em lugar escuro,
até que desponte o dia
e nasça em vossos corações a estrela da manhã.

 
Palavra do Senhor.

ALELUIA Mt 17, 5c
Refrão: Aleluia Repete-se
Este é o meu Filho muito amado,
no qual pus toda a minha complacência.
Escutai-O. Refrão


EVANGELHO Mc 9, 2-10
«Este é o meu Filho muito amado»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos


Naquele tempo,
Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João
e subiu só com eles
para um lugar retirado num alto monte
e transfigurou-Se diante deles.
As suas vestes tornaram-se resplandecentes,
de tal brancura que nenhum lavadeiro sobre a terra
as poderia assim branquear.
Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus.
Pedro tomou a palavra e disse a Jesus:
«Mestre, como é bom estarmos aqui!
Façamos três tendas:
uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias».
Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados.
Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra
e da nuvem fez-se ouvir uma voz:
«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».
De repente, olhando em redor,
não viram mais ninguém,
a não ser Jesus, sozinho com eles.
Ao descerem do monte,
Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém
o que tinham visto,
enquanto o Filho do homem não ressuscitasse dos mortos.
Eles guardaram a recomendação,
mas perguntavam entre si o que seria ressuscitar dos mortos.


Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, estes dons
pelo mistério da transfiguração do vosso Filho
e com o esplendor da sua glória
purificai-nos das manchas do pecado.
Por Nosso Senhor.


PREFÁCIO O mistério da transfiguração

V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.


Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por Cristo nosso Senhor.
Na presença de testemunhas escolhidas,
Ele manifestou a sua glória
e na sua humanidade, em tudo semelhante à nossa,
fez resplandecer a luz da sua divindade
para tirar do coração dos discípulos o escândalo da cruz
e mostrar que devia realizar-se no corpo da Igreja
o que de modo admirável resplandecia na sua cabeça.
Por isso, exulta a Igreja em toda a terra
e com os Anjos e os Santos proclama a vossa glória,
cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. 1 Jo 3, 2
Quando Cristo Se manifestar,
seremos semelhantes a Ele,
porque O veremos na sua glória.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
O alimento celeste que recebemos, Senhor,
nos transforme em imagem de Cristo,
que no mistério da transfiguração
manifestastes cheio de esplendor e de glória.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS:

 

AGENDA DO DIA:

 

11.30 horas: Funeral em Alpalhão

18.00 horas: Missa em Nisa

18.00 horas: Missa em Alpalhão.

 

 

A VOZ DO PASTOR:

 

 

NEM MINISTÉRIO PÚBLICO NEM ADVOGADOS...

 

Vamos recordar uma figura extraordinária que, segundo a história, tinha paciência de Job e resiliência de atleta olímpico. Este testemunho, se hoje interpela os mais descuidados nesse dever de ofício e causa admiração nos menos resistentes em tal serviço, leva outros, sobretudo em certos ambientes que se dizem muito à frente, a pensar que hoje já não há gente dessa, nem tampouco tal serviço é necessário. Parte-se do princípio de que, hoje, somos todos uns santinhos à espera de palmas, escultores e peanhas numa qualquer acrópole mundana, quanto mais altaneira melhor, não há pecados. Ora, em tal pose existencial, o dito é mesmo coisa dura de roer, isto é: quem disser que não tem pecados engana-se a si mesmo, e mente, a verdade não está nele (cf. 1Jo 1,8). E deveria, com certa urgência, “livrar-se das mentiras secretas com que se engana a si próprio” (SpS33). Muitas vezes fazemos o mal que não queremos e nem sempre fazemos o bem que desejamos, o pecado mora em nós, por ação e omissão (cf. Rom 7,19-20).

Os cristãos, se não perderem o sentido do pecado, arrependidos no coração e não apenas em blá-blá-blá, confiantes na misericórdia divina, confessam-se, pedem perdão humildemente. Conscientes da sua fragilidade, sabem apoiar-se na graça sacramental e mudar de vida. A conversão é um desafio permanente. Segundo o Papa Pio XII, o maior pecado do nosso tempo é ter-se perdido a noção de pecado! Quem perdeu a consciência do pecado, afirma que não há nem tem pecados e até se orgulha do mal que faz como se de virtude se tratasse. Perde-se a noção do pecado e a vergonha. Perder a vergonha, neste campo, é mesmo uma vergonha. O Papa Francisco até afirmou que o primeiro passo para uma confissão bem feita é a vergonha do próprio pecador diante de Deus. É uma graça que até se deve pedir, diz ele. Ajuda ao arrependimento e à conversão. O pecador sente mais fortemente o perdão de Deus para consigo e o dever de perdoar aos outros....

É certo que uns somos mais pestinhas do que outros e ninguém se pode iludir com as aparências, sejam aparências de “santinhos” ou de “endiabrados”. Dentre “santinhos”, “endiabrados” e assim-assim, há quem se deixe ir na onda e converta o pecado em negócio rentável, em meio deplorável e habitual de enriquecimento pessoal, sem pejo de destruir pessoas, famílias, instituições e a própria sociedade. E não é assim tão raro isso acontecer. Ainda que alguém caia em si e desista, tais casos são piores que a hidra de lerna, e cada vez mais sofisticados!... E tudo nasce no coração humano fechado no seu egoísmo e importâncias balofas. Sim, todo o pecado, quando se torna em hábito, se tem uma dimensão individual, acaba por ter uma dimensão familiar e social de terríveis consequências. Tem repercussões sociais, destrói o bem comum, muitas famílias autodestroem-se por algum dos seus membros se deixar resvalar na mundanidade e não se cuidar a tempo e horas. Assim aconteceu ao longo da História da Salvação. Mergulhado na decadência moral a que o desleixo, a má governação e o mau exemplo das autoridades civis e religiosas o levaram, o povo de Deus acabava por cair em si e reconhecer as verdadeiras causas da triste situação a que chegara. A conclusão era quase sempre a mesma: pecámos, cometemos injustiças e iniquidades, fomos rebeldes, afastamo-nos dos mandamentos e preceitos, nem o povo nem os chefes escutámos quem denunciava a situação. Neste cair em si, o povo sentia vergonha: “Sobre nós, Senhor, recai a vergonha que sentimos no rosto, pecámos contra vós (cf. Dan 9, 4-10).

Em cada tempo e lugar, qualquer crença religiosa sempre exigiu a coerência de vida, muito mais o exige a fé cristã. E a primeira expressão fundamental de coerência é a luta contra o pecado. É certo que há fatores que podem estar na origem dos desvios da conduta moral. Entre outros, a Igreja refere a ignorância a respeito de Cristo e do seu Evangelho, os maus exemplos dados pelos outros, a escravidão das paixões, a pretensão de uma mal entendida autonomia da consciência, a rejeição da formação, a falta de conversão e de caridade (cf. CIgC1792). Se, porventura, a ignorância sobre Jesus Cristo que é a plenitude da lei, for uma ignorância não culpável, há, no coração de cada pessoa, e estabelecida pela razão, uma lei natural que é universal nos seus preceitos e cuja autoridade se estende a todos os homens. Ela exprime a dignidade da pessoa e determina a base dos seus deveres e direitos fundamentais (cf. id. 1956).

A formação da consciência é tarefa para toda a vida, desde criança, sem incutir medos e sentimentos de culpa de forma tóxica e reprovável. Psiquiatras e psicólogos sabem bem quanto isto pode ser verdade. Assim como, pelo menos alguns, também reconhecem que a cura para alguns dos seus clientes, está mais em precisarem de saber e sentir que Deus os ama e lhes perdoa, do que em qualquer outra terapia. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! A formação da consciência implica uma educação prudente que seja capaz de garantir a liberdade e a paz do coração através duma consciência reta e verdadeira, e muitos a podem ajudar a formar. No entanto, como afirmou São João Paulo II ao falar da Reconciliação, “nenhum recurso humano, técnica psicológica, ou qualquer expediente didático ou sociológico, será tão eficaz na formação das consciências cristãs; no Sacramento da Penitência atua efetivamente Deus, rico em misericórdia”. Reconhecer ou ser ajudado a reconhecer o erro, arrepender-se de o ter praticado e pedir perdão pelo mesmo, é um ato interior que só o próprio, em profunda consciência e com o sentido da sua culpabilidade e da sua confiança em Deus, se abeira d’Ele e lhe confessa: “Pequei contra vós!” (Ps 50,6). Somos muito diligentes a reclamar justiça quando somos injustiçados, não somos tão apressados em reconhecer a culpa quando somos culpados. Escondemo-nos sob dois pesos e duas medidas. O justo, porém, acusa-se a si mesmo. Nenhum agente do ministério público entra pelo seu coração adentro a escabichar nas gavetas da consciência, “o núcleo mais secreto e o sacrário do homem, no qual ele se encontra a sós com Deus, cuja voz ressoa na intimidade do seu ser” (GS16). Também não tem, não precisa de advogados de acusação, muito menos de advogados de defesa. Precisa sim, da verdade de si próprio, de arrependimento, do propósito de emenda e da certeza de que Deus lhe perdoa e o ama, e faz festa! “O não reconhecimento da culpa, a ilusão de inocência não me justifica nem me salva, porque o entorpecimento da consciência, a incapacidade de reconhecer em mim o mal enquanto tal é culpa minha” (SpS33)

Como refere o papa Francisco, entrar num confessionário, não é entrar numa câmara de tortura nem a confissão deve ser encarada como uma sessão de psiquiatria, mas como um lugar onde se encontra, na alegria, o amor e o perdão de Deus. Só Deus pode perdoar os pecados, só Ele é infinitamente bom e justo, só Ele pode julgar com retidão e sem fazer acessão de pessoas. E pecados!...quem os não tem que atire a primeira pedra.

Todo esta breve introdução, como o leitor vê, é para dizer que, em 4 de agosto, celebramos a festa de São João Maria Vianney, vulgarmente conhecido como o Santo Cura d‘Ars, Padroeiro dos Párocos. Chegava a passar dezasseis horas seguidas no Confessionário. Em mais de quarenta anos de sacerdócio, o seu principal compromisso esteve ligado à Eucaristia, à Catequese e à Confissão, as verdadeiras prioridades na vida de uma Pároco. Saúdo todos os Párocos e Sacerdotes neste dia do Padroeiro. Que nenhum esmoreça na luta pela santidade e que, por entre todas as suas preocupações e tarefas, que as prioridades da sua solicitude pastoral passem pelo grande amor à Eucaristia, à Evangelização e ao Sacramento da Reconciliação.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 30-07-2021.

 

 

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