PARÓQUIAS DE NISA
Quinta, 11 de agosto de 2021
Quinta-feira da XIX semana do tempo comum
LITURGIA
Quinta-feira
da semana XIX
S. Joana Francisca de Chantal, religiosa – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória.
(Missal Romano: a celebração de 12 de dezembro passou para hoje)
L 1 Jos 3, 7-10a. 11. 13-17; Sal 113 A (114), 1-2. 3-4. 5-6
Ev Mt 18, 21 – 19, 1
* Na Diocese de Aveiro – Aniversário da Ordenação episcopal de D. António
Manuel Moiteiro Ramos (2012).
* Na Ordem Carmelita – B. Isidoro Bakanja, mártir secular – MF
* Na Ordem da Visitação de Santa Maria – S. Joana Francisca de Chantal –
SOLENIDADE
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 73,
20.19.22.23
Lembrai-Vos, Senhor, da vossa aliança,
não esqueçais para sempre a vida dos vossos fiéis.
Levantai-Vos, Senhor, defendei a vossa causa,
escutai a voz daqueles que Vos procuram.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
a quem podemos chamar nosso Pai,
fazei crescer o espírito filial em nossos corações
para merecermos entrar um dia na posse da herança prometida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Jos 3, 7-10a.11.13-17
«A arca da aliança do Senhor atravessará o Jordão à vossa frente»
Leitura do Livro
de Josué
Naqueles
dias, o Senhor disse a Josué: «Hoje começarei a engrandecer-te aos olhos de
todo o Israel, para que saibam que Eu estarei contigo, como estive com Moisés.
E tu darás esta ordem aos sacerdotes que transportam a arca da aliança: ‘Quando
chegardes à beira das águas do Jordão, parai aí’». Josué disse aos filhos de
Israel: «Aproximai-vos e ouvi as palavras do Senhor, vosso Deus». Depois
continuou: «Por isto conhecereis que um Deus vivo está no meio de vós e
expulsará da vossa frente os cananeus: Vereis a arca da aliança do Senhor, Deus
de toda a terra, atravessar o Jordão à vossa frente. Quando os sacerdotes que
transportam a arca do Senhor, Deus de toda a terra, tiverem tocado com os seus
pés as águas do Jordão, estas serão divididas, pois as que descem do alto
ficarão paradas, formando um só bloco». Quando o povo saiu das suas tendas para
atravessar o Jordão, já estavam à frente os sacerdotes que levavam a arca da
aliança. Logo que os portadores da arca chegaram ao Jordão e os pés dos
sacerdotes que levavam a arca tocaram na água,- o Jordão transborda por todas
as suas margens durante o tempo das ceifas - as águas que desciam do alto
pararam e formaram um bloco até uma grande distância, perto de Adamá, cidade
vizinha de Sartã, enquanto as que desciam para o mar de Arabá, ou mar do Sal,
se escoavam completamente. O povo atravessou em frente de Jericó. Os sacerdotes
que levavam a arca da aliança do Senhor mantiveram-se firmes no leito seco do
Jordão, até que todo o Israel passou a pé enxuto para o outro lado do rio.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 113 A (114), 1-2.3-4.5-6
Refrão: Aleluia. Repete-se
Quando Israel saiu do Egipto,
quando a casa de Jacob se afastou do povo estrangeiro,
Judá tornou-se o santuário do Senhor
e Israel o seu domínio. Refrão
O mar viu e recuou,
o Jordão voltou atrás,
os montes saltaram como carneiros,
como cordeiros as colinas. Refrão
Que tens, ó mar, para fugires assim,
e tu, Jordão, para voltares atrás?
Montes, porque saltais como carneiros,
e vós, colinas, como cordeiros? Refrão
Treme, ó terra, diante do Senhor,
diante do Deus de Jacob,
que transformou o rochedo em lago
e a pedra em fonte de água. Refrão
ALELUIA Salmo 118 (119), 135
Refrão: Aleluia Repete-se
Fazei brilhar sobre mim a vossa face
e dai-me a conhecer os vossos decretos. Refrão
EVANGELHO Mt 18, 21 – 19, 1
«Não te digo que perdoes até sete vezes,
mas até setenta vezes sete»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele
tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe: «Se meu irmão me ofender,
quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?». Jesus respondeu: «Não te
digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Na verdade, o reino de Deus
pode comparar-se a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo de
começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos. Não tendo com que
pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a mulher, os filhos e tudo quanto
possuía, para assim pagar a dívida. Então o servo prostrou-se a seus pés, dizendo:
‘Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei’. Cheio de compaixão, o senhor
daquele servo deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe a dívida. Ao sair, o servo
encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o,
começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo: ‘Paga o que me deves’. Então o
companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo: ‘Concede-me um prazo e
pagar-te-ei’. Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender, até que pagasse
tudo quanto devia. Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram muito
tristes e foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido. Então, o senhor
mandou-o chamar e disse: ‘Servo mau, perdoei-te, porque me pediste. Não devias,
também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’. E
o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe
devia. Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar
a seu irmão de todo o coração». Quando Jesus acabou de dizer estas palavras,
partiu da Galileia e foi para o território da Judeia, além do Jordão.
Palavra
da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor,
os dons que Vós mesmo concedestes à vossa Igreja
e transformai-os, com o vosso poder,
em sacramento da nossa salvação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 147,12.14
Louva, Jerusalém, o Senhor,
que te saciou com a flor da farinha.
Ou Jo 6, 52
O pão que Eu vos darei, diz o Senhor,
é a minha carne pela vida do mundo.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos pedimos, Senhor,
que a comunhão do vosso sacramento nos salve
e nos confirme na luz da vossa verdade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: - Jos 3, 7-10a.11.13-17: Quando
o povo de Deus, que vinha do Egipto a caminho da Terra Prometida, encontrou o
rio Jordão, que era preciso atravessar, repetiu-se o mesmo prodígio que já
tinha acontecido quando o povo teve de atravessar o Mar Vermelho; foi mais um
sinal de que Deus estava com eles e os conduzia naquela viagem de salvação. A
arca da aliança, que os sacerdotes transportavam, era o sinal da presença de
Deus a guiar o seu povo.
Mt 18, 21 – 19, 1: O perdão é das
atitudes mais significativas do cristianismo. O discípulo de Jesus Cristo deve
imitar, em relação aos outros homens, o que Deus faz em relação a cada um de
nós. E tanto mais quanto não há proporção entre o que os outros possam ter de
culpa em relação a nós e o que nós temos em relação a Deus.
AGENDA DO DIA:
11.00
horas: Funeral em Alpalhão
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00
horas: Missa em Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR:
EMPENHO
OLÍMPICO NOS JOGOS DA VIDA
A
festa é global! Vivamos as festas da vida para fazer da vida uma festa! Os
Jogos Olímpicos cativam pelo que são e significam. São espetáculo e arte,
destroem barreiras entre raças e culturas, fomentam a amizade, o diálogo e a
paz entre os povos. Nasceram em Olímpia, na Grécia antiga, muitos séculos antes
de Cristo, lembram-se? Nestes jogos em Tóquio, 91 atletas portugueses,
distribuídos por 17 modalidades, têm dado o seu melhor, nem sempre com o êxito
que esperavam, mas cuja participação, só por si, já é digna de elevado apreço e
registo. Parabéns para eles, com medalha ou sem medalha.
Sendo
um valor de grande relevância para toda a humanidade, a Assembleia-Geral da ONU, por uma decisão de 2013, assumiu o dia 6 de abril
como Dia Internacional do Desporto ao Serviço do Desenvolvimento e da Paz. A
Igreja, consciente do aforisma "mens sana in corpore sano”, sempre
sublinhou a importância do desporto. O próprio Papa Pio X foi promotor dos Jogos Olímpicos, em 1908. Muitos
são os pronunciamentos da Igreja sobre as vantagens do desporto e o seu valor
para o desenvolvimento integral da pessoa. O Concílio Vaticano II recomenda que
os tempos livres sejam também ocupados com exercícios e manifestações
desportivas, muito úteis para manter o equilíbrio psíquico e estabelecer
relações fraternas entre os homens de todas as condições, raças e países (cf.
GS61). São João Paulo II, o “atleta de Deus”, afirmava que o desporto é “um dos
fenómenos típicos da modernidade”, é um "sinal dos tempos" capaz de
interpretar as novas exigências e as renovadas expectativas da humanidade”. Ele
desejava que os atletas fossem campeões no estádio, mas também lhes pedia que
fossem “modelo para milhões de jovens que têm necessidade de “líderes” e não de
“ídolos”». Bento XVI até lembrou que a luz da chama olímpica «remete para o
Verbo encarnado, luz do mundo que ilumina o homem em todas as dimensões,
incluindo a desportiva». Francisco tem deixado interessantes desafios nesta
área, promoveu a iniciativa sobre o “Desporto ao Serviço da Humanidade”, onde
muitos líderes mundiais, incluindo o secretário-geral da ONU e o presidente do
Comité Olímpico Internacional, marcaram presença. Na Exortação Apostólica Cristo
Vive, realça a importância da prática desportiva, cujas potencialidades a
Igreja não deve subestimar (cf. CV227).
Todas
as modalidades desportivas sentem o dever de formar, cuidar e estimular,
aceitando as vitórias e as derrotas com dignidade e fair play. Os treinadores
esmeram-se por fomentar a competência, a literacia, o entusiasmo e o
encorajamento desportivos por entre planos, técnicas,
táticas e estratégias que implicam a exigência e o domínio pessoal, o
entendimento e a compreensão das mesmas.
E
quer queiramos quer não, a vida também é um jogo, um jogo nem sempre fácil. Não
raro, dá muita água pela barba e leva a correr alguns riscos nos estádios da
vida. Também envolve disciplina, espírito de sacrifício, autocontrolo,
equilíbrio, respeito pelas regras, lealdade, justiça e perseverança,
alimentando sempre a esperança de vencer embora por entre êxitos e fracassos.
Mas
sempre há algumas diferenças. Nas provas desportivas, embora todos os atletas
corram e lutem pela conquista de um prémio, só um ganha esse prémio, um prémio,
aliás, perecível. Não assim no jogo da vida. Aqui, não há acessão de pessoas,
os mais saudáveis e os estropiados, todos, todos são desafiados a entrar na
prova, todos podem chegar à meta que não está tanto na distância a percorrer
mas no esforço, na qualidade do percurso que se faz. E todos podem ganhar o
prémio, um prémio de valor incalculável. A lógica do desporto é, de facto, a
lógica da vida, ambas acarretam amor à camisola, dedicação, empenho e
sacrifícios para que o resultado seja o ideal.
Para
encorajar à perseverança e à fidelidade nesta prova, a Sagrada Escritura também
utiliza linguagem desportiva. São Paulo, em Corinto, junto ao estádio dos
grandes jogos ístmicos dedicados a Posídon, chama a atenção para isso e
estimula a ingressar na grande prova da vida com confiança e determinação: «Não sabeis que os que correm no estádio correm todos, mas
só um ganha o prémio? Correi, pois, assim, para o alcançardes. Os atletas
impõem a si mesmos toda a espécie de privações: eles, para ganhar uma coroa
corruptível; nós, porém, para ganhar uma coroa incorruptível» (1 Cor 9, 24-26).
Numa
carta ao seu amigo Timóteo, Paulo chama-lhe a atenção para a necessidade de se
cumprirem as regras nesse jogo da vida que outras não são senão seguir o
exemplo de Jesus: perseverar na oração, exercitar-se nas virtudes e levar a
cruz de cada dia, com Cristo, em Cristo, ao jeito de Cristo: «Aquele que
participa numa competição não recebe o prémio se não competir segundo as
regras» (2 Tim 2, 5).
A
tão acarinhada cultura do deixa correr e da indiferença, a “cultura do sofá” e
do zapping, a tentação de ir adiando os “treinos” para mais tarde ou de pensar
que qualquer coisa serve para vencer, podem fazer-nos esquecer a exigência da
prova que nos é proposta. Esta atitude até pode antecipar o “inverno da vida”,
não aquele inverno inevitável e caraterizado pelo envelhecimento físico, mas
sim aquele que nos tira a capacidade de sonhar e avançar na vida com alegria e
esperança, sendo úteis à comunidade humana. Este inverno acontece na vida
sempre que nos fechamos em copas e nos deixamos fustigar pelas ventanias do
egoísmo e das importâncias balofas. E são muitas e sofisticadas as modalidades
deste inverno da vida: protestar, gemer, desistir, amuar, maldizer, espirrar,
tossir, descartar, são algumas dessas expressões.
Mais:
desde que o desporto se profissionalizou e o prémio deixou de ser uma coroa de
louros ou uma coroa de oliveira brava, há por lá muita ambiguidade e interesses
associados, perdeu muito do seu encanto e sentido, e, a par, saltita a
corrupção, a exploração e a idolatria. Tal
como no desporto, não podemos permitir que o pó da vida nos faça desistir ou
perder o encanto e a razão de ser da nossa prova, e nos leve a entrar também
pelos caminhos da corrupção de costumes e de idolatrias várias. Sabendo qual é
o objetivo que realmente nos deve atrair, poderemos dizer como São Paulo: “uma
coisa eu faço: esquecendo-me daquilo que está para trás e lançando-me para o
que vem à frente, corro em direção à meta, para o prémio a que Deus, lá do
alto, nos chama em Cristo Jesus» (Fl 3, 13-14).
Ora,
quem nos avisa nosso amigo é. E Cristo alertou-nos ao nos dizer que só quem
perseverar até ao fim vencerá a coroa da glória (Mt 24, 12-13). Por isso,
avaliar as regras do jogo que usamos é um imperativo quotidiano apreciado sob aquela luz que ilumina todo o percurso da estrada, a
luz que nos vem de Cristo ressuscitado, estrela da manhã que não tem ocaso
(LF1). Só assim cada um será capaz de prestar as provas da vida de forma mais
rápida {Citius}, mais alto {Altius}, com mais força {Fortius}. E no regresso à
Pátria definitiva, o acolhimento será sem igual, o Prémio e a Festa serão
inimagináveis, tal como está escrito: nem os olhos viram, nem os ouvidos
escutaram, nem jamais o coração humano percebeu o que Deus tem preparado para aqueles
que o amam (cf. 1Cor 2,9).
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo Branco, 06-09-2021.
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