PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 30 de agosto de 2021
Segunda-feira da XXII semana do tempo comum
LITURGIA
Segunda-feira
da semana XXII
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 1 Tes 4, 13-18; Sal 95 (96), 1 e 3. 4-5. 11-12. 13
Ev Lc 4, 16-30
* Ordem de Cister – SS. Guarino e Amadeu, bispos – MF
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – B. Ghêbré
Miguel, presbítero e mártir – MO
* Na Congregação dos Sagrados Corações – B. Eustáquio van Lieshout, presbítero
– MF
* Na Congregação das Irmãzinhas dos Pobres – S. Joana Jugan, virgem e Fundadora
da Congregação – SOLENIDADE
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 85, 3.5
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam.
ORAÇÃO COLECTA
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) 1 Tes 4, 13-18
«Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido»
Leitura da
Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
Não
queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos defuntos, para não
vos contristardes como os outros, que não têm esperança. Se acreditamos que
Jesus morreu e ressuscitou, do mesmo modo, Deus levará com Jesus os que em
Jesus tiverem morrido. Eis o que temos para vos dizer, segundo a palavra do
Senhor: Nós, os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não precederemos
os que tiverem morrido. Ao sinal dado, à voz do Arcanjo e ao som da trombeta
divina, o próprio Senhor descerá do Céu e os mortos em Cristo ressuscitarão
primeiro. Em seguida, nós, os vivos, os que tivermos ficado, seremos
arrebatados juntamente com eles sobre as nuvens, para irmos ao encontro do Senhor
nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Consolai-vos uns aos outros
com estas palavras.
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 95 (96), l e 3.4-5.11-12.13 (R. 13b)
Refrão: O Senhor vem julgar a terra.
Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira.
Publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas. Refrão
O Senhor é grande e digno de louvor,
mais temível que todos os deuses.
Os deuses dos gentios não passam de ídolos,
foi o Senhor quem fez os céus. Refrão
Alegrem-se os céus, exulte a terra,
ressoe o mar e tudo o que ele contém,
exultem os campos e quanto neles existe,
alegrem-se as árvores dos bosques. Refrão
Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a terra.
Julgará o mundo com justiça
e os povos com fidelidade. Refrão
ALELUIA cf. Lc 4, 18
Refrão: Aleluia Repete-se
O Espírito do Senhor está sobre Mim:
Ele me enviou a anunciar a boa nova aos pobres. Refrão
EVANGELHO Lc 4, 16-30
«Ele enviou-Me para anunciar a boa nova
aos pobres...
Nenhum profeta é bem recebido na sua terra»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele
tempo, Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou
na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro
do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava
escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para
anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e
a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da
graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se.
Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes:
«Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos
davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que
saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Jesus disse-
lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também
aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum». E acrescentou:
«Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade
vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o
céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a
terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de
Sarepta, na região da Sidónia. Havia em Israel muitos leprosos no tempo do
profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao
ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se,
expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a
cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus,
passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos
e realizai em nós, com o poder da vossa graça,
a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20
Como é grande, Senhor,
a vossa bondade para aqueles que Vos servem!
Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade
fortaleça os nossos corações
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: 1 Tes 4, 13-18: Os
cristãos de Tessalónica estavam muito sensibilizados com o que se referia à
sorte dos seus defuntos. Era ainda muito viva a ideia da próxima vinda do
Senhor, mas, como ela ia tardando, temiam pela sorte dos seus que já tinham
falecido. Paulo tranquiliza-os com a afirmação fundamental da fé cristã: Cristo
morreu e ressuscitou, todos os que pertencem a Cristo ressuscitarão com Ele,
estejam eles vivos ou tenham já morrido quando Ele vier.
Lc 4, 16-30: Começamos
hoje a ler, de maneira continua, o Evangelho de S. Lucas. O Senhor começa a
pregação na sua terra, Nazaré, e numa celebração litúrgica do sábado. Podemos
verificar aqui os elementos fundamentais dessa celebração, em uso já na
Sinagoga: Leitura da Lei, depois dos Profetas, depois a homilia. Jesus
apresenta-Se como Aquele que Deus ungiu com o seu Espírito e enviou a anunciar
a boa nova. Infelizmente os seus conterrâneos não O souberam compreender!
AGENDA DO DIA:
10.00
horas: Funeral em Nisa
18.00
horas: Funeral em Nisa.
A VOZ DO PASTOR:
O
1.º DE SETEMBRO E A PEGADA ECOLÓGICA
Vivemos um tempo de
grande apreço pelos direitos, e bem. Mas direitos e deveres são correlativos,
interdependentes. Assim como ninguém deve negar aos outros os seus direitos,
também há deveres que ninguém pode negar a si mesmo, não os pode mandar às malvas,
nem adiar ou delegar. São imperativos categóricos para todos e cada um. E hoje
refiro-me ao dever da educação ou conversão ambiental. A Pegada Ecológica per capita em Portugal,
segundo o Relatório Planeta Vivo, aumentou significativamente entre 2018 e 2020.
Depois de ter ocupado o 66.º lugar mundial, o país posiciona-se agora,
infelizmente, no 46º lugar do ranking mundial. Isto significa que são
necessários 4,1 hectares de terra por pessoa, ou seja, para manterem o seu
atual estilo de vida, os portugueses precisam de 2,52 planetas.
Como sabem, o Papa
Francisco, em 6 de agosto de 2015, instituiu, na Igreja Católica, o Dia Mundial
de Oração pelo Cuidado da Criação. E ao estabelecê-lo no 1º dia de setembro,
fê-lo num gesto verdadeiramente ecuménico. Já em 1989, o Patriarca ecuménico
Bartolomeu I o tinha estabelecido para a Igreja Ortodoxa precisamente nesse
dia. A par, Francisco providenciou para que se fizessem os contactos necessários com o Patriarcado
Ecuménico e outras realidades ecuménicas, para que esse Dia Mundial se
tornasse, de facto, um caminho para todos os que creem em Cristo e se cuidasse
também duma possível coordenação com as iniciativas do Conselho Mundial de
Igrejas. Será um ‘Tempo da Criação’ que muitas comunidades prolongam até ao dia
4 de outubro, dia da Festa de São Francisco de Assis.
Sendo um dever que
não pode ser opcional nem secundário, Francisco reconhece que alguns cristãos,
até muito comprometidos e piedosos, frequentemente escarnecem das preocupações
pelo meio ambiente, outros não se decidem a mudar os seus hábitos, falta-lhes a conversão ecológica e a consciência de
que somos cuidadores da obra de Deus (cf. LSi, 217). Ele pede aos cristãos que,
neste dia, “em harmonia com as exigências e as situações locais, a celebração
seja devidamente organizada com a participação de todo o Povo de Deus:
sacerdotes, religiosos, religiosas e fiéis leigos”. E que se implementem
“oportunas iniciativas de promoção e de animação, para que esta celebração
anual seja um momento forte de oração, reflexão, conversão e uma oportunidade
para assumir estilos de vida coerentes”.
Como
cristãos – afirma Francisco – “queremos oferecer a nossa contribuição à
superação da crise ecológica que a humanidade está a viver”. Coisa que não existirá verdadeiramente “sem uma moção interior que impele, motiva, encoraja e
dá sentido à ação pessoal e comunitária. Temos de reconhecer que nós, cristãos,
nem sempre recolhemos e fizemos frutificar as riquezas dadas por Deus à Igreja,
nas quais a espiritualidade não está desligada do próprio corpo nem da natureza
ou das realidades deste mundo, mas vive com elas e nelas, em comunhão com tudo
o que nos rodeia (LSi, 216). A crise ecológica chama-nos, pois, a uma
profunda e sincera conversão espiritual. Urge ouvir os gritos da Terra e o
clamor dos pobres. A consciência da gravidade da
crise cultural e ecológica precisa de traduzir-se em novos hábitos, precisa de
uma verdadeira conversão ecológica. Não se trata de ideologizar o debate
ambiental por má-fé ou ignorância, trata-se de lutar pela sustentabilidade ou
sobrevivência. Não se trata apenas de filosofar ou denunciar o que está mal,
trata-se de assumir atitudes diversas e, por exemplo, renunciar àquilo que o
mercado oferece e promove compulsivamente como se nada tivesse a ver com isso.
As mudanças nos hábitos de consumo são determinantes. De nada serve mostrar
grande sensibilidade ecológica e lutar pela defesa do meio ambiente se se vive
afogado em compras inúteis, gastos supérfluos e consumo obsessivo. Também não
basta a informação científica e a existência de leis para limitar os maus
comportamentos se as famílias, as escolas, as academias, as universidades, os
meios de comunicação social, a catequese e todas as instâncias não se
preocuparem com uma séria educação ambiental. É preciso adquirir convicções,
vontade própria e motivações, virtudes sólidas, transformação pessoal,
verdadeiro compromisso ecológico. Como afirma Francisco, “é muito nobre assumir o dever de cuidar da
criação com pequenas ações diárias, e é maravilhoso que a educação seja capaz
de motivar para elas até dar forma a um estilo de vida. A educação na
responsabilidade ambiental pode incentivar vários comportamentos que têm
incidência direta e importante no cuidado do meio ambiente, tais como evitar o
uso de plástico e papel, reduzir o consumo de água, diferenciar o lixo,
cozinhar apenas aquilo que razoavelmente se poderá comer, tratar com desvelo os
outros seres vivos, servir-se dos transportes públicos ou partilhar o mesmo
veículo com várias pessoas, plantar árvores, apagar as luzes desnecessárias…
Tudo isto faz parte duma criatividade generosa e dignificante que põe a
descoberto o melhor do ser humano” (cf. LSi, 211)
A disciplina e a
sobriedade pessoal libertam, educam, constroem. Praticar maus hábitos só porque
se olha para o lado e se presume que ninguém está a ver o mal que se faz, é
hipocrisia refinada. “Não há criatura que possa esconder-se à presença de Deus.
Tudo fica nu e descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas” (cf.
Heb 4, 13).
A cidadania ecológica, se vive preocupada e denuncia
a crise ambiental, não pode viver de braço dado com o desleixo individual em
relação às pequenas ações. Qualquer gesto, por mais insignificante que nos
pareça, pode marcar a diferença e contribuir para a melhoria da situação. A
grandeza de cada um está em fazer com amor as mais pequeninas coisas de cada
dia. O respeito pela natureza nasce e alimenta-se de pequenos gestos e
atitudes. E ninguém pode crer, agir e fomentar a ideia de que a natureza sempre
se renova ou regenera.
Assim como à
política e à economia se pede que reconheçam os seus erros, mudem de direção e
cuidem do bem comum, também não faltam conselhos sobre o que cada um pode e
deve fazer no seu dia a dia.
Avaliando com
seriedade o nosso desempenho nesse campo, vivamos o Dia Mundial de Oração pelo
Cuidado da Criação, prolongando-o até ao dia 4 de outubro, dia da Festa de São
Francisco de Assis.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 27-08-2021.
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