Terça, 17 de maio de 2022
Terça-feira da V semana do tempo de Páscoa
LITURGIA
Quarta-feira
da semana IV
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.
L1: At 12, 24 – 13, 5a; Sal 66 (67), 2-3. 5. 6 e 8
Ev: Jo 12, 44-50
* Na Ordem Beneditina – SS. Odo, Máiolo, Odilão e Hugo, e B. Pedro o Venerável,
abades de Cluni – MO
* Na Ordem de Cister e na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – SS. Odo,
Maiolo, Odilão, Hugo e B. Pedro o Venerável, abades de Cluny – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Inácio de Láconi, religioso, da I
Ordem – MO
* Na Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei – B. Joana de Portugal – MF; S. Nereu e
S. Aquileu – MF; S. Pancrácio – MF
* Na Diocese de Aveiro (Cidade de Aveiro) – I Vésp. de B. Joana de Portugal.
MISSA
Antífona de entrada Cf. Sl 17, 50; 21, 23
Eu Vos louvarei, Senhor, entre os povos
e anunciarei o vosso nome aos meus irmãos. Aleluia.
Oração
coleta
Senhor nosso Deus,
vida dos fiéis, glória dos humildes e felicidade dos justos,
ouvi as súplicas do vosso povo
e saciai com a abundância dos vossos dons
os que têm sede das vossas promessas.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Atos 12, 24 -13, 5a
«Separai Barnabé e Saulo para o trabalho a que os chamei»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
Naqueles dias, a palavra de Deus
crescia e multiplicava-se. Depois de Barnabé e Saulo cumprirem a sua missão,
voltaram de Jerusalém, trazendo consigo João, que tinha o sobrenome de Marcos.
Na Igreja de Antioquia havia profetas e doutores: Barnabé, Simeão, chamado o
Negro, Lúcio de Cirene, Manaen, irmão colaço do tetrarca Herodes e Saulo.
Estando eles a celebrar o culto do Senhor e a jejuar, disse-lhes o Espírito
Santo: «Separai Barnabé e Saulo para o trabalho a que os chamei». Então, depois
de terem jejuado e orado, impuseram-lhes as mãos e deixaram- nos partir.
Enviados pelo Espírito Santo, Barnabé e Saulo desceram a Selêucia e de lá
navegaram para Chipre. Tendo chegado a Salamina, começaram a anunciar a palavra
de Deus nas sinagogas dos judeus.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 66 (67), 2-3.6.8 (R. 4)
Refrão: Louvado sejais, Senhor,
pelos povos de toda a terra. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção,
resplandeça sobre nós a luz do seu rosto.
Na terra se conhecerão os vossos caminhos
e entre os povos a vossa salvação. Refrão
Alegrem-se e exultem as nações,
porque julgais os povos com justiça
e governais as nações sobre a terra. Refrão
Os povos Vos louvem, ó Deus,
todos os povos Vos louvem.
Deus nos dê a sua bênção
e chegue o seu louvor aos confins da terra. Refrão
ALELUIA Jo 8, 12
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor;
quem Me segue terá a luz da vida. Refrão
EVANGELHO Jo 12, 44-50
«Eu vim como luz do mundo»
Jesus continua a afirmar que é o Enviado do Pai, que nos diz as palavras do
Pai, que vem cumprir os desígnios do Pai, que são de salvar o mundo, não de o
condenar. Ele veio como luz; por isso, haverá trevas onde a sua luz não chegar,
haverá condenação para quem não quiser ser salvo.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, Jesus disse em alta voz: «Quem acredita em Mim não é em Mim que
acredita, mas n’Aquele que Me enviou; e quem Me vê, vê Aquele que Me enviou. Eu
vim ao mundo como luz, para que todo aquele que acredita em Mim não fique nas
trevas. Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, não sou Eu que o
julgo, porque não vim para julgar o mundo, mas para o salvar. Quem Me rejeita e
não acolhe as minhas palavras tem quem o julgue: a palavra que anunciei o
julgará no último dia. Porque Eu não falei por Mim próprio: o Pai, que Me
enviou, é que determinou o que havia de dizer e anunciar. E Eu sei que o seu
mandamento é vida eterna. Portanto, as palavras que Eu digo, digo-as como o Pai
Mas disse a Mim».
Palavra
da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Senhor nosso Deus,
que, pela admirável permuta de dons neste sacrifício,
nos fazeis participar na comunhão convosco, único e sumo bem,
concedei-nos que, conhecendo a vossa verdade,
dêmos testemunho dela na prática das boas obras.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio Pascal I-V.
Antífona
da comunhão Cf. Jo 15, 16.19
Eu vos escolhi do mundo e vos destinei, diz o Senhor,
para que deis fruto e o vosso fruto permaneça. Aleluia.
Oração
depois da comunhão
Protegei, Senhor, o vosso povo,
que saciastes nestes divinos mistérios,
e fazei-nos passar da antiga condição do pecado
à vida nova da graça.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Atos
12, 24 -13, 5a: Barnabé e Paulo vão
ser, durante algum tempo, companheiros na expansão missionária do Evangelho.
Partem de Antioquia, onde se tinham encontrado, e navegam para a ilha de
Chipre, donde Barnabé é oriundo. A sua missão tem origem numa graça do Espírito
Santo, e é, ao mesmo tempo, um gesto da Igreja; esta ora por eles, impõe-lhes
as mãos e envia-os. O Espírito actua na Igreja, e a Igreja é o lugar onde o Espírito
está e Se manifesta.
o
12, 44-50: Jesus continua a afirmar
que é o Enviado do Pai, que nos diz as palavras do Pai, que vem cumprir os
desígnios do Pai, que são de salvar o mundo, não de o condenar. Ele veio como
luz; por isso, haverá trevas onde a sua luz não chegar, haverá condenação para
quem não quiser ser salvo.
AGENDA DO DIA:
09.00
horas: Funeral em S. Simão do Pé da Serra
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00
horas: Missa em Alpalhão
21.00
horas: Procissão de velas em Amieira do Tejo
Terço na parte da tarde em:
Montalvão
Alpalhão
Gáfete
Tolosa
Amieira
do Tejo.
21.000
horas: Terço em Nisa, Espírito Santo
MAIO, MÊS DE MARIA
A VOZ DO PASTOR
SEMANA DA VIDA – ONDE ESTÁ A VERDADE?...
Quem se julga dono da verdade ensoberbece-se. Não
raro, até parece que tem medo da verdade. É muito difícil lidar com gente que
se tem como dona da verdade. Tem sempre razão, tem pouca ou nenhuma capacidade
para parar, escutar, refletir e permitir ao menos o benefício da dúvida!
Dogmatiza a sua verdade e afasta-se do caminho que a ela conduz. A verdade não
é monopólio de ninguém, ninguém tem a verdade! Nós somos ou não verdadeiros na
medida em que desejamos a verdade, a procuramos, humilde e diligentemente, e a
vamos traduzindo em atitudes de vida, em gestos de amor para com Deus, para com
os outros, para com a natureza e para connosco próprios. É uma fatura que, por
mais que se pague, nunca está liquidada, está sempre em aberto, sempre nos
apresenta a possibilidade de mais e melhor em todos os campos do ser do saber e
do fazer.
O nosso maior compromisso deve ser sempre com a
verdade. Por mais diversos que sejam os caminhos humanos - uns mais
sofisticados e sabidos, outros mais simples e humildes -, todos haveremos de
nos encontrar na Verdade. Judeu ou grego, escravo ou livre, de perto ou de
longe, desta ou daquela raça, cultura ou cor de pele, lá nos encontraremos. Só
a verdade nos libertará, só a verdade nos fará viver em comunhão plena. Só a
verdade é a verdade, e não depende de maiorias parlamentares ou de outras. Dela
vimos, para ela caminhamos apetrechados de instrumentos vários: de Inteligência
para aprender e saber caminhar na sua direção; de Sentimento para sentir as
diferentes emoções que a vida nos vai oferecendo; de Coração para amar e servir
com amor; de Vontade para agirmos o melhor possível. Mas não só, a pessoa
também é dotada de Consciência, uma faculdade que, não sujeita à vontade e aos
sentimentos, aprova ou desaprova as nossas ações. Mais: temos a fé, uma
faculdade inata ao homem, anterior à fé adquirida ou ensinada, mas que não
deixa de estimular a busca de Deus e de querer sintonizar com Ele. É
interessante perceber como se manifesta a fé dos que se dizem não crentes...
Todas estas e outras ferramentas estão entregues à liberdade humana que as deve
usar responsavelmente embora nem sempre aconteça.
Em Portugal, está a decorrer a Semana da Vida, de 8 a
15 de maio, Dia Internacional da Família. ‘A Vida que acolhemos’ é o tema desta
semana inspirado na parábola do Bom Samaritano. Durante a semana acentuam-se
três subtemas: o aborto, uma realidade que brada aos céus; a eutanásia, tema
central na realidade política nacional; e a guerra na Europa, com todas as
mortes e refugiados que provoca. Cada dia da semana tem o seu item específico:
“Os que ainda não nasceram”, “Adoção”, “Os refugiados”, “O que é diferente”, “O
que sofre”, “O que cuida”, a “Família, lugar de acolhimento".
Jesus é a Verdade que nos faz caminhar certo. Veio
trazer-nos a vida e vida em abundância, pediu que nos amássemos uns aos outros
como Ele nos amou. Fomentar a cultura da vida é, pois, um desafio constante, um
gesto de amor.
Quem se mata, quem mata, quem pede a morte, no fundo
no fundo não é porque não ame a vida ou não queira mais viver ou deseje tirar a
vida a outros, sem mais. Esse ato é mais um sinal de revolta contra uma
sociedade envolvente que o despreza, o não cuida nem ama. Contra uma sociedade que
não é capaz de considerar um seu pedido de socorro em hora dura da sua vida,
quer de sofrimento, quer por ser vítima de injustiças sociais ou de outras.
Toda a gente ama a vida e gosta de viver. Se alguma exceção existe, confirma a
regra. A vida humana é preciosa e inviolável, é o primeiro de todos os
direitos, fundamenta a nossa cultura, é fonte de confiança. “O seu valor não
depende da utilidade, beleza ou papel social que desempenha, mas da sua
dignidade intrínseca, única e anterior a todo e qualquer outro critério seja
ele a autonomia, a liberdade ou a qualidade de vida”. No entanto, não falta
quem, por razões que só eles entendem, invocando a dignidade da vida e a
liberdade individual, se arvorem em donos da verdade e queiram subverter o
princípio que tanto tem custado a fazer caminho ao longos dos séculos, o qual,
aliás, ainda não plenamente assumido: “Não matarás”.
A pessoa só é ética e moralmente livre quando, entre o
bem e o mal, tem a capacidade interior de escolher o bem. Se opta pelo mal está
a ser escrava da sua fragilidade e de tudo quanto a envolve. Quem mata ou
aconselha a matar não opta pelo bem, destrói a liberdade, não há retorno. Somos
seres de relação, somos uns com os outros, devemo-nos respeito e amor mútuo. E
se, em teoria, todos somos iguais em liberdades, direitos e garantias, na
prática, sobretudo as crianças - as pessoas mais frágeis e o melhor do mundo -,
são discriminadas. Só em Portugal, por ano, são destruídas cerca de 15.000
crianças antes de nascerem, mas ninguém se alarma ou escandaliza, não são
notícia!
Todos precisamos de bons samaritanos em situações de
vulnerabilidade e fragilidade. Não de quem olhe para o lado e passe à frente ou
acabe connosco. Não de leis que abram a porta para que outros o façam.
Precisamos, isso sim, é de quem nos ame e ajude a viver e a morrer com
dignidade, naturalmente, até ao fim. É certo que o sofrimento pode despertar
“sentimentos e vivência de tristeza, solidão, ser peso para os outros,
angústia, interrogações sobre o sentido da vida. Nesses estados de inquietação
e sofrimento espiritual, muitos doentes encontram sentido no mistério da morte
e ressurreição de Jesus. Outros, porém, sentem-no fútil e absurdo e manifestam
o desejo de morrer ou até o pedido para morrer. Em tais pedidos está subjacente
o valor da vida e o desejo de viver de outro modo. São sobretudo um pedido
angustiado de ajuda face ao sofrimento intolerável e a manifestação da
necessidade de proximidade afetiva face à solidão no morrer. Uns e outros pedem
terapêuticas adequadas que aliviem ou suprimam a dor; cuidados imbuídos de
compreensão empática e calor humano; acompanhamento espiritual; a presença
humana, compreensiva e compassiva de familiares, amigos e outros membros da
comunidade”.
Agradecemos e aplaudimos a ciência no seu enorme
contributo ao bem estar da humanidade. Entendemos que ela deve estar ao serviço
do conhecimento, do progresso sustentável, da vida e da qualidade de vida, isto
é, da Verdade. Aplaudimos os médicos e todos quantos se manifestam a favor da
vida. Um estudante de medicina, porém, numa intervenção que fez algures sobre
os desafios da formação nessa área, afirmava que “já nem as faculdades são
depositárias da conduta e do olhar devido sobre a ciência: tentam ensinar-nos
que a vida nasce da ciência, quando ao invés, tal como tudo, é a ciência que
nasce da vida”. E denunciava a subtileza com que até o código deontológico dos
médicos está cada vez mais descomprometido com a vida humana, lembrando que “na
mais recente atualização do Juramento de Hipócrates, já depois de incontáveis
atualizações prévias, foi alterada uma simples frase: passou de “guardarei
respeito absoluto pela vida humana”, para “guardarei respeito máximo pela
vida”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 13-05-2022.
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