Segunda, 09 de maio de 2022
Segunda IV semana do tempo de Páscoa
LITURGIA
Segunda-feira
da semana IV
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.
L1: At 11, 1-18; Sal 41 (42), 2-3: 42, 3. 4
Ev: Jo 10, 1-10
* Na Ordem Carmelita – S. Jorge Preca, presbítero – MF
* Na Ordem Franciscana (II Ordem) – S. Catarina de Bolonha, virgem, da II Ordem
– MO
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – S. Luísa de
Marillac, religiosa cofundadora – SOLENIDADE
* Na Congregação Salesiana – S. Maria Domingas Mazzarello, virgem – Festa
* Na Congregação das Servas de Maria – Nossa Senhora, Saúde dos Enfermos –
SOLENIDADE (transferida).
* No Instituto das Filhas da Caridade Canossianas – S. Madalena de Canossa,
virgem, Fundadora do Instituto – SOLENIDADE (transferida).
* No Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – S. Maria Domingas Mazzarello,
virgem, cofundadora do Instituto – SOLENIDADE
Missa
Antífona de entrada Rm 6, 9
Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não pode morrer.
A morte não tem domínio sobre Ele. Aleluia.
Oração
coleta
Senhor nosso Deus, luz plena dos santos,
que nos destes a graça de celebrar os mistérios pascais na terra,
fazei que possamos gozar da plenitude da vossa graça na vida eterna.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Atos 11, 1-18
«Portanto, Deus concedeu também aos pagãos o arrependimento que conduz à vida»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
Naqueles dias, os Apóstolos e os
irmãos da Judeia ouviram dizer que os gentios também tinham recebido a palavra
de Deus. E quando Pedro subiu a Jerusalém, os que tinham vindo da circuncisão
começaram a discutir com ele, dizendo: «Tu entraste em casa dos incircuncisos e
comeste com eles». Pedro começou então a expor-lhes tudo por ordem: «Estava eu
a orar na cidade de Jope, quando tive em êxtase uma visão: Era um objecto
semelhante a uma toalha que descia do Céu, presa pelas quatro pontas, e chegou
até junto de mim. Fitando os olhos nela, pus-me a observar e vi quadrúpedes da
terra, feras, répteis e aves do céu. Ouvi então uma voz que me dizia:
‘Levanta-te, Pedro; mata e come’. Mas eu respondi: ‘De modo nenhum, Senhor,
porque na minha boca nunca entrou nada de profano ou impuro’. Pela segunda vez,
falou a voz lá do Céu: ‘Não chames impuro ao que Deus purificou’. Isto sucedeu
por três vezes e depois tudo foi novamente retirado para o Céu. Nisto,
apresentaram-se três homens na casa em que estávamos, enviados de Cesareia à
minha presença. O Espírito disse-me então que fosse com eles sem hesitar. Foram
também comigo estes seis irmãos aqui presentes e entrámos em casa daquele
homem. Ele contou-nos como tinha visto um Anjo apresentar-se em sua casa e
dizer-lhe: ‘Envia mensageiros a Jope e manda chamar Simão, que tem o sobre¬nome
de Pedro. Ele te dirá palavras, pelas quais receberás a salvação, assim como
toda a tua família’. Quando comecei a falar, o Espírito Santo desceu sobre
eles, como sobre nós ao princípio. Lembrei-me então das palavras que o Senhor
dizia: ‘João baptizou com água, mas vós sereis baptizados no Espírito Santo’.
Se Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós, por terem acreditado no Senhor
Jesus Cristo, quem era eu para poder opor-me a Deus?» Quando ouviram estas
palavras, tranquilizaram-se e deram glória a Deus, dizendo: «Portanto, Deus
concedeu também aos gentios o arrependimento que conduz à vida».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 41 (42), 2.3; 42 (43), 3.4
(R. Salmo 41, 3a ou Aleluia)
Refrão: A minha alma tem sede do Deus vivo. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Como suspira o veado pelas correntes das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo:
quando irei contemplar a face de Deus? Refrão
Enviai a vossa luz e verdade,
sejam elas o meu guia e me conduzam
à vossa montanha santa
e ao vosso santuário. Refrão
E eu irei ao altar de Deus,
a Deus que é a minha alegria.
Ao som da cítara Vos louvarei,
Senhor, meu Deus. Refrão
ALELUIA Jo 10, 14
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu sou o bom pastor, diz o Senhor:
conheço as minhas ovelhas e elas conhecem-Me. Refrão
EVANGELHO Jo 10, 1-10
«Eu sou a porta das ovelhas»
da Porta e a do Pastor completam-se uma à outra.
Evangelho de Nosso Senhor
Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus: «Em
verdade, em verdade vos digo: Aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela
porta, mas entra por outro lado, é ladrão e salteador. Mas aquele que entra
pela porta é o pastor das ovelhas. O porteiro abre-lhe a porta e as ovelhas
conhecem a sua voz. Ele chama cada uma delas pelo seu nome e leva-as para fora.
Depois de ter feito sair todas as que lhe pertencem, caminha à sua frente e as
ovelhas seguem-no, porque conhecem a sua voz. Se for um estranho, não o seguem,
mas fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos». Jesus apresentou-lhes
esta comparação, mas eles não compreenderam o que queria dizer. Jesus
continuou: «Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas.
Aqueles que vieram antes de Mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não
os escutaram. Eu sou a porta. Quem entrar por Mim será salvo: é como a ovelha
que entra e sai do aprisco e encontra pastagem. O ladrão não vem senão para
roubar, matar e destruir. Eu vim para que as minhas ovelhas tenham vida e a
tenham em abundância».
Palavra da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Aceitai, Senhor, os dons da vossa Igreja em festa;
Vós, que lhe destes tão grande alegria,
fazei-a tomar parte na felicidade eterna.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio Pascal I-V.
Antífona da comunhão Jo 20, 19
Jesus apareceu aos seus discípulos e disse-lhes:
A paz esteja convosco. Aleluia.
Oração
depois da comunhão
Olhai com bondade, Senhor, para o vosso povo
e fazei chegar à gloriosa ressurreição da carne
aqueles que renovastes com os sacramentos de vida eterna.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Atos
11, 1-18: O batismo de Cornélio,
pagão, estrangeiro, por nascimento, em relação ao povo judaico, e a explicação
que Pedro faz do acontecimento levaram a comunidade dos cristãos de origem
judaica a compreenderem que a Igreja de Cristo seria a comunidade universal de
todos a quem chegasse a palavra de Deus e a Ele se convertessem..
Jo
10, 1-10: Estamos ainda a celebrar a
Páscoa. “Páscoa” significa “Passagem”. Pela morte na Cruz, Cristo passou para o
Pai. Nesta leitura, Ele Se apresenta agora como a “Porta”; de facto, é por que
Ele todos passamos também para o Pai. A imagem do rebanho, que segue atrás do
pastor, é figura muito expressiva desta passagem do mundo terrestre ao mundo
celeste, por Cristo, o Bom Pastor, ao mesmo tempo que a da Porta, por onde o
rebanho pode passar. A imagem da Porta e a do Pastor completam-se uma à outra.
AGENDA DO DIA:
Terço na parte da tarde em:
Montalvão
Alpalhão
Gáfete
Tolosa
Amieira
do Tejo.
Terço à noite em:
Nisa,
Espírito Santo
MAIO, MÊS DE MARIA
A VOZ DO PASTOR
SEM REDES, ANZÓIS, FISGAS, SETAS OU ARPÕES
Só com as armas do bem, da palavra, do testemunho e da
ação. A palavra é o meio por excelência de comunicação humana. Não para
esfarrapar os outros com críticas viperinas, mas para nos dizermos e nos
fazermos entender como irmãos, mesmo sabendo que é pela boca que morre o peixe.
Quando, porém, a palavra mexe connosco, tende-se a fechar os ouvidos.
Escutá-la, prestar-lhe atenção, implica consequências nem sempre fáceis, muito
menos cómodas. O mesmo se passa em relação à Palavra de Deus que tantas vezes
corta a desmanchar prazeres, projetos e rotinas tranquilizadoras, mesmo que
lícitas.
Há mais de dois mil anos, Jesus, nas margens do mar da
Galileia, entabulou conversa com uns pescadores, que, ao longo dos tempos,
artistas há que os têm pintado como se de pessoas idosas se tratasse, barbudas
e carecas. E nada há que nos leve a crer que de facto o fossem. Não prova nada,
mas Jesus até se dirige a eles chamando-os de rapazes: “Rapazes, tendes aí
alguma coisa de comer?” E os rapazes não tinham mesmo nada para comer!
Sentiam-se pescadores de mãos a abanar após uma noite de pesca sem qualquer
resultado. Os peixes tinham ido ao futebol ou saído para experimentar algum
passadiço lá por aquelas bandas. E se tais pescadores, ao romper da manhã,
ficaram muito surpreendidos por Jesus lhes ter aparecido nas margens do mar,
não ficaram menos estranhos quando Jesus lhes ordenou que arremessassem as
redes para o outro lado do barco (Jo 21, 1-19). Algo incrédulos, talvez a
esboçar um sorriso irónico à espera do fracasso desta ordem do Mestre,
aceitaram o repto. Pelo sim, pelo não, lá obedeceram a Jesus, lançaram as redes
para o outro lado do barco. E contra toda a lógica e sabedoria deles (o seu know-how,
como gente fina costuma dizer), deu-se o impensável, a pescaria encheu o barco,
fez arregalar os olhos aos pescadores que tiveram de meter a viola ao saco e
corrigir a sua incredulidade. Entretanto, ainda boquiabertos perante este
acontecimento tão extraordinário, Jesus vai mais longe, desafia-os a serem
antes ‘pescadores de homens’, mas sem redes, anzóis, fisgas, setas ou arpões.
Se pescar no mar, apesar de ser a sua profissão, e terem muita experiência
nessa arte, era difícil, esta pesca para a qual Jesus agora os convida não iria
ser mais fácil. Apesar disso, e exigindo outro saber, outras técnicas e
apetrechos, eles não hesitaram, deixaram as redes e o barco, deixaram o seu
trabalho e seguranças e lançaram-se nessa feliz aventura de seguir Jesus,
dispostos a enfrentar as mais felizes e as mais duras consequências desse
seguimento. Preparados na escola e na convivência de Jesus, sentiram-se
atraídos com o seu jeito, a sua palavra, a sua ação, a sua liberdade e o seu
amor, e acabaram por dar a vida pela sua pessoa, por tudo quanto dele tinham
ouvido e por tudo quanto tinham visto acontecer, nunca tinham visto coisa
assim. Colocaram-se, tal como Jesus, com toda a sua energia e entusiasmo ao
serviço da implantação do Reino de Deus na história, esperando a vitória do
bem, da justiça, da igualdade e do respeito por todos, sem distinção.
Confiantes na promessa de Jesus de que estaria com eles para os ajudar a
enfrentar as tempestades e as adversidades neste mar-mundo, partiram, sem medo,
com muita esperança e entusiasmo, mesmo quando no horizonte da missão faiscava
a perseguição e a morte. Ao longo dos tempos, Jesus jamais deixou de
estabelecer conversa com os jovens, rapazes e raparigas, convidando-os a
segui-lo com alegria e esperança. E para quê? Para os enviar em seu nome à
faina neste mar-mundo, sempre em rebuliço e tumultuoso, a sacudir o barco que é
a sua própria Igreja.
À proposta de Jesus, é possível que as redes, o barco
e os projetos pessoais de alguns a quem Jesus convida, sejam empecilho, os impeçam
dessa decisão, de correr riscos, de se lançarem ao largo e irem mais além,
preferindo continuar presos ao seu tudo, passando a vida acomodados e a
remendar as redes nas areias movediças da sua praia.
Sabemos que pelo batismo todos somos consagrados e
chamados à santidade (cf. LG39-42). Mas há pessoas cristãs que, mais atentas à
ação do Espírito e cada uma com a sua história, se sentem chamadas a uma
consagração especial, tendo como modelo e inspiração o próprio Jesus, pobre,
casto e obediente (cf. LG 43-47). São jovens, rapazes e raparigas, adultos e
casais que deixam as suas redes, os seus barcos, os seus projetos pessoais,
para se consagrarem à causa evangélica, ao serviço missionário e apostólico,
quer no ministério ordenado, quer na vida consagrada religiosa ou laical, quer
na oração em mosteiros, abadias e conventos, quer confundidas com a sociedade.
São uma força viva e atuante no tecido social e eclesial, agindo como fermento
e sal, como luz. São homens e mulheres que, com a sua vida e ação, testemunham
o amor misericordioso de Deus no mundo, em parlamentos e auditórios, em
escolas, colégios e universidades, em aldeias, vilas e cidades, no trabalho, no
desporto e no convívio, junto de crianças, jovens e adultos, de refugiados,
migrantes e deserdados de sorte, em ambientes de pobreza, de guerra e de paz...
Em qualquer vocação cristã, o Senhor chama a si
aquelas pessoas que entende para estarem com Ele e as enviar em seu nome. É um
inefável diálogo entre o amor de Deus que chama e a liberdade da pessoa que no
amor responde a Deus (cf. PdV36). Depois de uma semana vivida nesse contexto,
vamos viver o Dia Mundial de Oração pelas Vocações de especial consagração, em
Dia do Bom Pastor. Como nos pede a Igreja, cada comunidade cristã, cada
família, através da oração pessoal e comunitária, através da escuta, do
silêncio e da ação pastoral que sabe animar e propor, é desafiada a criar o
espaço ideal para que cada um dos seus membros possa discernir o projeto de
vida, pessoal e irrepetível, que o Pai lhe confia.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 06-05-2022.
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