Quinta, 19 de maio de 2022
Quinta-feira da V semana do tempo de Páscoa
LITURGIA
Quinta-feira
da semana V
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.
L1: At 15, 7-21; Sal 95 (96), 1-2a. 2b-3. 10
Ev: Jo 15, 9-11
* Na Ordem Agostiniana – Bb. Clemente de Osimo e Agostinho de Tarano,
presbíteros – MO
* Na Ordem Beneditina – S. Celestino, papa e eremita – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Crispim de Viterbo, religioso, da
I Ordem – MO
* Na Congregação das Irmãs Dominicanas da Anunciata – B. Francisco Coll e
Guitar, presbítero, Fundador da Congregação – FESTA
* Na Ordem de São Domingos – Francisco Coll Guitart, presbítero – MF
* Na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs (Lassalistas/La Salle) – B.
Rafael Luís Rafiringa, religioso – MF
* Na Congregação Salesiana – (Évora) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da
igreja de Nossa Senhora Auxiliadora.
Missa
Antífona de entrada Cf. Ex 15, 1-2
Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória.
O Senhor é a minha força e a minha alegria.
Ele é o meu Salvador. Aleluia.
Oração
coleta
Senhor nosso Deus,
que santificais os pecadores e alegrais os infelizes,
confirmai em nós a obra da vossa graça,
para que perseverem firmemente no vosso amor
os que foram justificados pela fé.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Atos 15, 7-21
«Sou de opinião de que não se devem importunar os pagãos
que se convertem a Deus»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
Naqueles dias, depois de longa discussão, Pedro levantou-se e disse aos
Apóstolos e aos anciãos: «Irmãos, vós sabeis que, desde os primeiros dias, Deus
me escolheu do meio de vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a
palavra do Evangelho e abraçassem a fé. Deus, que conhece os corações, deu
testemunho a favor deles, ao conceder-lhes o Espírito Santo como a nós; não fez
qualquer distinção entre nós e eles, porque purificou os seus corações pela fé.
Porque tentais agora a Deus, impondo aos ombros dos discípulos um jugo, que nem
os nossos pais nem nós mesmos fomos capazes de suportar? Aliás, é pela graça do
Senhor Jesus que nós acreditamos que seremos salvos, do mesmo modo que eles».
Então, toda a assembleia ficou em silêncio e começou a ouvir Barnabé e Paulo
descrever os milagres e prodígios que Deus realizara por seu intermédio entre
os gentios. Quando eles acabaram de falar, Tiago tomou a palavra e disse:
«Irmãos, escutai-me. Simão contou como Deus, ao princípio, Se dignou intervir,
para formar de entre os gentios um povo consagrado ao seu nome. Isto concorda
com as palavras dos Profetas, como está escrito: ‘Depois disto, virei para
reconstruir a tenda de David, que estava caída; reconstruirei as suas ruínas e
erguê-las-ei de novo, para que o resto dos homens procurem o Senhor, com todas
as nações consagradas ao meu nome. Assim fala o Senhor, que desde sempre dá a
conhecer estas coisas’. Por isso, sou de opinião de que não se devem importunar
os gentios convertidos a Deus. Digam-lhes apenas que se abstenham de tudo o que
foi contaminado pela idolatria, das relações imorais, das carnes sufocadas e do
sangue. Desde os tempos antigos, Moisés tem em cada cidade os seus pregadores e
é lido todos os sábados nas sinagogas».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 95 (96), 1-2a.2b-3.10 (R. cf. 3)
Refrão: Anunciai a todos os povos as
maravilhas do Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira,
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome. Refrão
Anunciai dia a dia a sua salvação,
publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas. Refrão
Dizei entre as nações: «O Senhor é Rei»,
Sustenta o mundo e ele não vacila,
governa os povos com equidade. Repete-se
ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia Repete-se
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão
EVANGELHO Jo 15, 9-11
«Permanecei no meu amor, para que a vossa alegria seja completa»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos: «Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu
amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como
Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos
estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja
completa».
Palavra da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Senhor nosso Deus,
que, pela admirável permuta de dons neste sacrifício,
nos fazeis participar na comunhão convosco, único e sumo bem,
concedei-nos que, conhecendo a vossa verdade,
dêmos testemunho dela na prática das boas obras.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio Pascal I-V.
Antífona
da comunhão 2Cor 5, 15
Cristo morreu por todos os homens,
para que já não vivam para si mesmos,
mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou. Aleluia.
Oração
depois da comunhão
Protegei, Senhor, o vosso povo,
que saciastes nestes divinos mistérios,
e fazei-nos passar da antiga condição do pecado
à vida nova da graça.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Atos
15, 7-21: No “concílio” de Jerusalém,
foi decisiva a voz de Pedro, ele próprio marcado pelo que acontecera aquando da
conversão do pagão Cornélio, confirmada pela narração de Paulo, acabado de
regressar da sua primeira missão entre os pagãos. Mas foi a palavra de Tiago
que formulou a conclusão: a novidade do Evangelho ao lado da tradição vinda de
longe! Verdade na caridade!
Jo
15, 9-11: A alegria de Jesus, e que há
de ser também a dos seus discípulos, é a alegria de que Ele seja reconhecido
como o Messias, Filho e Enviado de Deus, Salvador dos homens, seu Pastor e Guia
para a casa do Pai. É a alegria de que a Igreja faz agora a experiência ao
longo do Tempo Pascal.
AGENDA DO DIA:
10.00
horas: Funeral em S. Simão do Pé da Serra
17.00
horas: Missa em Gáfete
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00
horas: Missa em Tolosa
Terço na parte da tarde em:
Montalvão
Alpalhão
Gáfete
Tolosa
Amieira
do Tejo
21.000
horas: Terço em Nisa, Espírito Santo.
MAIO, MÊS DE MARIA
A VOZ DO PASTOR
SEMANA DA VIDA – ONDE ESTÁ A VERDADE?...
Quem se julga dono da verdade ensoberbece-se. Não
raro, até parece que tem medo da verdade. É muito difícil lidar com gente que
se tem como dona da verdade. Tem sempre razão, tem pouca ou nenhuma capacidade
para parar, escutar, refletir e permitir ao menos o benefício da dúvida!
Dogmatiza a sua verdade e afasta-se do caminho que a ela conduz. A verdade não
é monopólio de ninguém, ninguém tem a verdade! Nós somos ou não verdadeiros na
medida em que desejamos a verdade, a procuramos, humilde e diligentemente, e a
vamos traduzindo em atitudes de vida, em gestos de amor para com Deus, para com
os outros, para com a natureza e para connosco próprios. É uma fatura que, por
mais que se pague, nunca está liquidada, está sempre em aberto, sempre nos
apresenta a possibilidade de mais e melhor em todos os campos do ser do saber e
do fazer.
O nosso maior compromisso deve ser sempre com a
verdade. Por mais diversos que sejam os caminhos humanos - uns mais
sofisticados e sabidos, outros mais simples e humildes -, todos haveremos de
nos encontrar na Verdade. Judeu ou grego, escravo ou livre, de perto ou de
longe, desta ou daquela raça, cultura ou cor de pele, lá nos encontraremos. Só
a verdade nos libertará, só a verdade nos fará viver em comunhão plena. Só a
verdade é a verdade, e não depende de maiorias parlamentares ou de outras. Dela
vimos, para ela caminhamos apetrechados de instrumentos vários: de Inteligência
para aprender e saber caminhar na sua direção; de Sentimento para sentir as
diferentes emoções que a vida nos vai oferecendo; de Coração para amar e servir
com amor; de Vontade para agirmos o melhor possível. Mas não só, a pessoa
também é dotada de Consciência, uma faculdade que, não sujeita à vontade e aos
sentimentos, aprova ou desaprova as nossas ações. Mais: temos a fé, uma
faculdade inata ao homem, anterior à fé adquirida ou ensinada, mas que não
deixa de estimular a busca de Deus e de querer sintonizar com Ele. É
interessante perceber como se manifesta a fé dos que se dizem não crentes...
Todas estas e outras ferramentas estão entregues à liberdade humana que as deve
usar responsavelmente embora nem sempre aconteça.
Em Portugal, está a decorrer a Semana da Vida, de 8 a
15 de maio, Dia Internacional da Família. ‘A Vida que acolhemos’ é o tema desta
semana inspirado na parábola do Bom Samaritano. Durante a semana acentuam-se
três subtemas: o aborto, uma realidade que brada aos céus; a eutanásia, tema
central na realidade política nacional; e a guerra na Europa, com todas as
mortes e refugiados que provoca. Cada dia da semana tem o seu item específico:
“Os que ainda não nasceram”, “Adoção”, “Os refugiados”, “O que é diferente”, “O
que sofre”, “O que cuida”, a “Família, lugar de acolhimento".
Jesus é a Verdade que nos faz caminhar certo. Veio
trazer-nos a vida e vida em abundância, pediu que nos amássemos uns aos outros
como Ele nos amou. Fomentar a cultura da vida é, pois, um desafio constante, um
gesto de amor.
Quem se mata, quem mata, quem pede a morte, no fundo
no fundo não é porque não ame a vida ou não queira mais viver ou deseje tirar a
vida a outros, sem mais. Esse ato é mais um sinal de revolta contra uma
sociedade envolvente que o despreza, o não cuida nem ama. Contra uma sociedade
que não é capaz de considerar um seu pedido de socorro em hora dura da sua
vida, quer de sofrimento, quer por ser vítima de injustiças sociais ou de
outras. Toda a gente ama a vida e gosta de viver. Se alguma exceção existe,
confirma a regra. A vida humana é preciosa e inviolável, é o primeiro de todos
os direitos, fundamenta a nossa cultura, é fonte de confiança. “O seu valor não
depende da utilidade, beleza ou papel social que desempenha, mas da sua
dignidade intrínseca, única e anterior a todo e qualquer outro critério seja
ele a autonomia, a liberdade ou a qualidade de vida”. No entanto, não falta
quem, por razões que só eles entendem, invocando a dignidade da vida e a
liberdade individual, se arvorem em donos da verdade e queiram subverter o
princípio que tanto tem custado a fazer caminho ao longos dos séculos, o qual,
aliás, ainda não plenamente assumido: “Não matarás”.
A pessoa só é ética e moralmente livre quando, entre o
bem e o mal, tem a capacidade interior de escolher o bem. Se opta pelo mal está
a ser escrava da sua fragilidade e de tudo quanto a envolve. Quem mata ou
aconselha a matar não opta pelo bem, destrói a liberdade, não há retorno. Somos
seres de relação, somos uns com os outros, devemo-nos respeito e amor mútuo. E
se, em teoria, todos somos iguais em liberdades, direitos e garantias, na
prática, sobretudo as crianças - as pessoas mais frágeis e o melhor do mundo -,
são discriminadas. Só em Portugal, por ano, são destruídas cerca de 15.000
crianças antes de nascerem, mas ninguém se alarma ou escandaliza, não são notícia!
Todos precisamos de bons samaritanos em situações de
vulnerabilidade e fragilidade. Não de quem olhe para o lado e passe à frente ou
acabe connosco. Não de leis que abram a porta para que outros o façam.
Precisamos, isso sim, é de quem nos ame e ajude a viver e a morrer com
dignidade, naturalmente, até ao fim. É certo que o sofrimento pode despertar
“sentimentos e vivência de tristeza, solidão, ser peso para os outros,
angústia, interrogações sobre o sentido da vida. Nesses estados de inquietação
e sofrimento espiritual, muitos doentes encontram sentido no mistério da morte
e ressurreição de Jesus. Outros, porém, sentem-no fútil e absurdo e manifestam
o desejo de morrer ou até o pedido para morrer. Em tais pedidos está subjacente
o valor da vida e o desejo de viver de outro modo. São sobretudo um pedido
angustiado de ajuda face ao sofrimento intolerável e a manifestação da
necessidade de proximidade afetiva face à solidão no morrer. Uns e outros pedem
terapêuticas adequadas que aliviem ou suprimam a dor; cuidados imbuídos de
compreensão empática e calor humano; acompanhamento espiritual; a presença
humana, compreensiva e compassiva de familiares, amigos e outros membros da
comunidade”.
Agradecemos e aplaudimos a ciência no seu enorme contributo
ao bem estar da humanidade. Entendemos que ela deve estar ao serviço do
conhecimento, do progresso sustentável, da vida e da qualidade de vida, isto é,
da Verdade. Aplaudimos os médicos e todos quantos se manifestam a favor da
vida. Um estudante de medicina, porém, numa intervenção que fez algures sobre
os desafios da formação nessa área, afirmava que “já nem as faculdades são
depositárias da conduta e do olhar devido sobre a ciência: tentam ensinar-nos
que a vida nasce da ciência, quando ao invés, tal como tudo, é a ciência que
nasce da vida”. E denunciava a subtileza com que até o código deontológico dos
médicos está cada vez mais descomprometido com a vida humana, lembrando que “na
mais recente atualização do Juramento de Hipócrates, já depois de incontáveis
atualizações prévias, foi alterada uma simples frase: passou de “guardarei
respeito absoluto pela vida humana”, para “guardarei respeito máximo pela
vida”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 13-05-2022.
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