terça-feira, 10 de maio de 2022

 

Terça, 10 de maio de 2022

 

Terça-feira da IV semana do tempo de Páscoa

 

 

LITURGIA

 

 

Terça-feira da semana IV

S. João de Ávila, presbítero e doutor da Igreja – MF
Branco – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória, pf. pascal.

L1: At 11, 19-26; Sal 86 (87), 1-3. 4-5. 6-7
Ev: Jo 10, 22-30

* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus – S. João de Ávila, presbítero e doutor da Igreja, Diretor Espiritual de S. João de Deus – MO
* Na Ordem de São Domingos – S. Antonino de Florença, bispo – MF
* Na Congregação dos Sagrados Corações – S. Damião de Veuster, apóstolo dos leprosos – MO

 

Missa

Antífona de entrada Ap 19, 7.6
Exultemos de alegria e dêmos glória a Deus,
porque o Senhor reina eternamente. Aleluia.

Oração coleta
Concedei, Deus todo-poderoso,
que a celebração dos mistérios de Cristo ressuscitado
aumente em nós a alegria da redenção.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.

LEITURA I Atos 11, 19-26
«Começaram a falar também aos gregos,
anunciando-lhes o Senhor Jesus»


Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, os irmãos que se tinham dispersado, devido à perseguição desencadeada pelo caso de Estêvão, caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia. Mas anunciavam a palavra apenas aos judeus. Houve, contudo, entre eles alguns homens de Chipre e de Cirene, que, ao chegarem a Antioquia, começaram a falar também aos gregos, anunciando-lhes o Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles e foi grande o número dos que abraçaram a fé e se converteram ao Senhor. A notícia chegou aos ouvidos da Igreja de Jerusalém e mandaram Barnabé a Antioquia. Quando este chegou e viu a ação da graça de Deus, encheu-se de alegria e exortou a todos a que se conservassem fiéis ao Senhor, de coração sincero; era realmente um homem bom e cheio do Espírito Santo e de fé. Assim uma grande multidão aderiu ao Senhor. Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo e, tendo-o encontrado, trouxe-o para Antioquia. Passaram juntos nesta Igreja um ano inteiro e ensinaram muita gente. Foi em Antioquia que, pela primeira vez, se deu aos discípulos o nome de «cristãos».

 Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Sal. 86 (87), 1-3.4-5.6-7
(R. cf. Salmo 116, 1a)
Refrão: Povos da terra, louvai o Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

O Senhor ama a cidade,
por Ele fundada sobre os montes santos;
ama as portas de Sião
mais que todas as moradas de Jacob.
Grandes coisas se dizem de ti, ó cidade de Deus. Refrão

Contarei o Egipto e a Babilónia
entre os meus adoradores;
a Filisteia, Tiro e a Etiópia, uns e outros ali nasceram.
E dir-se-á em Sião: «Todos lá nasceram,
o próprio Altíssimo a consolidou». Refrão

O Senhor escreverá no registo dos povos:
«Este nasceu em Sião».
E irão dançando e cantando:
«Todas as minhas fontes estão em ti». Refrão

ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia Repete-se
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão

EVANGELHO Jo 10, 22-30
«Eu e o Pai somos um só»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação do templo. Era inverno e Jesus passeava no templo, sob o Pórtico de Salomão. Então os judeus rodearam-n’O e disseram: «Até quando nos vais trazer em suspenso? Se és o Messias, diz- nos claramente». Jesus respondeu-lhes: «Já vo-lo disse, mas não acreditais. As obras que Eu faço em nome de meu Pai dão testemunho de Mim. Mas vós não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão de perecer, ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».

Palavra da salvação.

Oração sobre as oblatas
Concedei, Senhor,
que, em todo o tempo, possamos alegrar-nos
com estes mistérios pascais,
de modo que o ato sempre renovado da nossa redenção
seja para nós causa de alegria eterna.
Por Cristo nosso Senhor.

Prefácio Pascal I-V.

Antífona da comunhão Cf. Lc 24, 46.26
Jesus Cristo tinha de padecer e ressuscitar dos mortos,
para entrar na sua glória. Aleluia.

Oração depois da comunhão
Ouvi, Senhor, as nossas preces
e fazei que estes santos mistérios da nossa redenção
nos auxiliem na vida presente
e nos alcancem as alegrias eternas.
Por Cristo nosso Senhor.

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 LEITURAS: Atos 11, 19-26: Assistimos hoje ao nascimento da Igreja de Antioquia, cidade capital da Síria, que a partir de agora se torna centro de irradiação missionária da maior importância. O Evangelho, que até aqui tem sido anunciado particularmente a Judeus, passa agora a ser anunciado também aos pagãos. O seu grande missionário é Paulo, que Barnabé vai buscar à terra dele, Tarso, por onde ele se tem conservado desde longa data.

Jo 10, 22-30: Embora não seja a continuação da leitura de ontem, esta leitura esclarece, de novo, a relação de Jesus com o Pai: Ele e o Pai são um só. Por isso, as palavras e os actos de Jesus revelam a atitude de Deus para com os homens. Aceitar Jesus e crer n’Ele é tornar-se um com Ele, é ser d’Ele, é, por isso, ser de Deus; é estar unido ao Pai.

 

 

 

AGENDA DO DIA:

 

18.00 horas: Missa em Alpalhão

18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo.

Terço na parte da tarde em:

Montalvão

Alpalhão

Gáfete

Tolosa

Amieira do Tejo.

Terço às 21.00 em:

Nisa, Espírito Santo

 

 

MAIO, MÊS DE MARIA

 

 

 

 

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

 

SEM REDES, ANZÓIS, FISGAS, SETAS OU ARPÕES

 

Só com as armas do bem, da palavra, do testemunho e da ação. A palavra é o meio por excelência de comunicação humana. Não para esfarrapar os outros com críticas viperinas, mas para nos dizermos e nos fazermos entender como irmãos, mesmo sabendo que é pela boca que morre o peixe. Quando, porém, a palavra mexe connosco, tende-se a fechar os ouvidos. Escutá-la, prestar-lhe atenção, implica consequências nem sempre fáceis, muito menos cómodas. O mesmo se passa em relação à Palavra de Deus que tantas vezes corta a desmanchar prazeres, projetos e rotinas tranquilizadoras, mesmo que lícitas.

Há mais de dois mil anos, Jesus, nas margens do mar da Galileia, entabulou conversa com uns pescadores, que, ao longo dos tempos, artistas há que os têm pintado como se de pessoas idosas se tratasse, barbudas e carecas. E nada há que nos leve a crer que de facto o fossem. Não prova nada, mas Jesus até se dirige a eles chamando-os de rapazes: “Rapazes, tendes aí alguma coisa de comer?” E os rapazes não tinham mesmo nada para comer! Sentiam-se pescadores de mãos a abanar após uma noite de pesca sem qualquer resultado. Os peixes tinham ido ao futebol ou saído para experimentar algum passadiço lá por aquelas bandas. E se tais pescadores, ao romper da manhã, ficaram muito surpreendidos por Jesus lhes ter aparecido nas margens do mar, não ficaram menos estranhos quando Jesus lhes ordenou que arremessassem as redes para o outro lado do barco (Jo 21, 1-19). Algo incrédulos, talvez a esboçar um sorriso irónico à espera do fracasso desta ordem do Mestre, aceitaram o repto. Pelo sim, pelo não, lá obedeceram a Jesus, lançaram as redes para o outro lado do barco. E contra toda a lógica e sabedoria deles (o seu know-how, como gente fina costuma dizer), deu-se o impensável, a pescaria encheu o barco, fez arregalar os olhos aos pescadores que tiveram de meter a viola ao saco e corrigir a sua incredulidade. Entretanto, ainda boquiabertos perante este acontecimento tão extraordinário, Jesus vai mais longe, desafia-os a serem antes ‘pescadores de homens’, mas sem redes, anzóis, fisgas, setas ou arpões. Se pescar no mar, apesar de ser a sua profissão, e terem muita experiência nessa arte, era difícil, esta pesca para a qual Jesus agora os convida não iria ser mais fácil. Apesar disso, e exigindo outro saber, outras técnicas e apetrechos, eles não hesitaram, deixaram as redes e o barco, deixaram o seu trabalho e seguranças e lançaram-se nessa feliz aventura de seguir Jesus, dispostos a enfrentar as mais felizes e as mais duras consequências desse seguimento. Preparados na escola e na convivência de Jesus, sentiram-se atraídos com o seu jeito, a sua palavra, a sua ação, a sua liberdade e o seu amor, e acabaram por dar a vida pela sua pessoa, por tudo quanto dele tinham ouvido e por tudo quanto tinham visto acontecer, nunca tinham visto coisa assim. Colocaram-se, tal como Jesus, com toda a sua energia e entusiasmo ao serviço da implantação do Reino de Deus na história, esperando a vitória do bem, da justiça, da igualdade e do respeito por todos, sem distinção. Confiantes na promessa de Jesus de que estaria com eles para os ajudar a enfrentar as tempestades e as adversidades neste mar-mundo, partiram, sem medo, com muita esperança e entusiasmo, mesmo quando no horizonte da missão faiscava a perseguição e a morte. Ao longo dos tempos, Jesus jamais deixou de estabelecer conversa com os jovens, rapazes e raparigas, convidando-os a segui-lo com alegria e esperança. E para quê? Para os enviar em seu nome à faina neste mar-mundo, sempre em rebuliço e tumultuoso, a sacudir o barco que é a sua própria Igreja.

À proposta de Jesus, é possível que as redes, o barco e os projetos pessoais de alguns a quem Jesus convida, sejam empecilho, os impeçam dessa decisão, de correr riscos, de se lançarem ao largo e irem mais além, preferindo continuar presos ao seu tudo, passando a vida acomodados e a remendar as redes nas areias movediças da sua praia.

Sabemos que pelo batismo todos somos consagrados e chamados à santidade (cf. LG39-42). Mas há pessoas cristãs que, mais atentas à ação do Espírito e cada uma com a sua história, se sentem chamadas a uma consagração especial, tendo como modelo e inspiração o próprio Jesus, pobre, casto e obediente (cf. LG 43-47). São jovens, rapazes e raparigas, adultos e casais que deixam as suas redes, os seus barcos, os seus projetos pessoais, para se consagrarem à causa evangélica, ao serviço missionário e apostólico, quer no ministério ordenado, quer na vida consagrada religiosa ou laical, quer na oração em mosteiros, abadias e conventos, quer confundidas com a sociedade. São uma força viva e atuante no tecido social e eclesial, agindo como fermento e sal, como luz. São homens e mulheres que, com a sua vida e ação, testemunham o amor misericordioso de Deus no mundo, em parlamentos e auditórios, em escolas, colégios e universidades, em aldeias, vilas e cidades, no trabalho, no desporto e no convívio, junto de crianças, jovens e adultos, de refugiados, migrantes e deserdados de sorte, em ambientes de pobreza, de guerra e de paz...

Em qualquer vocação cristã, o Senhor chama a si aquelas pessoas que entende para estarem com Ele e as enviar em seu nome. É um inefável diálogo entre o amor de Deus que chama e a liberdade da pessoa que no amor responde a Deus (cf. PdV36). Depois de uma semana vivida nesse contexto, vamos viver o Dia Mundial de Oração pelas Vocações de especial consagração, em Dia do Bom Pastor. Como nos pede a Igreja, cada comunidade cristã, cada família, através da oração pessoal e comunitária, através da escuta, do silêncio e da ação pastoral que sabe animar e propor, é desafiada a criar o espaço ideal para que cada um dos seus membros possa discernir o projeto de vida, pessoal e irrepetível, que o Pai lhe confia.

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 06-05-2022.

 

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