Domingo, 15 de maio de 2022
V domingo do tempo de Páscoa
LITURGIA
DOMINGO
V DA PÁSCOA
Branco – Ofício próprio (Semana I do
Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. pascal.
L1: At 14, 21b-27; Sal 144 (145), 8-9. 10-11. 12-13ab
L2: Ap 21, 1-5a
Ev: Jo 13, 31-33a. 34-35
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Em todas as Dioceses de Portugal – Começa hoje a Semana da Vida.
* Nas Oblatas do Divino Coração – Aniversário da fundação (1926).
* Na Diocese de Mindelo (Cabo Verde) – Ofertório para o Seminário Diocesano.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
Missa
Antífona de
entrada Cf. Sl 97, 1-2
Cantai ao Senhor um cântico novo, porque o Senhor fez maravilhas:
aos olhos das nações revelou a sua justiça. Aleluia.
Diz-se
o Glória.
Oração
coleta
Deus todo-poderoso e eterno,
realizai sempre em nós o mistério pascal,
para que, tendo sido renovados pelo santo Batismo,
com o auxílio da vossa proteção, dêmos fruto abundante
e alcancemos as alegrias da vida eterna.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Atos 14, 21b-27
«Contaram à Igreja tudo o que Deus tinha feito com eles»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
Naqueles dias, Paulo e Barnabé
voltaram a Listra, a Icónio e a Antioquia. Iam fortalecendo as almas dos
discípulos e exortavam-nos a permanecerem firmes na fé, «porque – diziam eles –
temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no reino de Deus». Estabeleceram
anciãos em cada Igreja, depois de terem feito orações acompanhadas de jejum, e
encomendaram-nos ao Senhor, em quem tinham acreditado. Atravessaram então a
Pisídia e chegaram à Panfília; depois, anunciaram a palavra em Perga e desceram
até Atalia. De lá embarcaram para Antioquia, de onde tinham partido, confiados
na graça de Deus, para a obra que acabavam de realizar. À chegada, convocaram a
Igreja, contaram tudo o que Deus fizera com eles e como abrira aos gentios a
porta da fé.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 144, 8-13ab (R. 1)
Refrão: Louvarei para sempre o vosso
nome,
Senhor, meu Deus e meu Rei. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas. Refrão
Graças Vos dêem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos. Refrão
Para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações. Refrão
LEITURA II Ap 21, 1-5a
«Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos»
Leitura do Livro
do Apocalipse
Eu, João, vi um novo céu e uma nova
terra, porque o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já
não existia. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do Céu, da
presença de Deus, bela como noiva adornada para o seu esposo. Do trono ouvi uma
voz forte que dizia: «Eis a morada de Deus com os homens. Deus habitará com os
homens: eles serão o seu povo e o próprio Deus, no meio deles, será o seu Deus.
Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; nunca mais haverá morte nem
luto, nem gemidos nem dor, porque o mundo antigo desapareceu». Disse então
Aquele que estava sentado no trono: «Vou renovar todas as coisas».
Palavra
do Senhor.
ALELUIA Jo 13, 34
Refrão: Aleluia. Repete-se
Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor:
amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei. Refrão
EVANGELHO Jo 13, 31-33a.34-35
«Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Quando Judas saiu do Cenáculo, disse
Jesus aos seus discípulos: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi
glorificado n’Ele. Se Deus foi glorificado n’Ele, Deus também O glorificará em
Si mesmo e glorificá-l’O-á sem demora. Meus filhos, é por pouco tempo que ainda
estou convosco. Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como
Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois
meus discípulos: se vos amardes uns aos outros».
Palavra da salvação.
Diz-se
o Credo.
Oração
sobre as oblatas
Senhor nosso Deus,
que, pela admirável permuta de dons neste sacrifício,
nos fazeis participar na comunhão convosco, único e sumo bem,
concedei-nos que, conhecendo a vossa verdade,
dêmos testemunho dela na prática das boas obras.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio Pascal I-V.
Antífona da
comunhão Cf. Jo 15, 5
Eu sou a videira e vós sois os ramos, diz o Senhor.
Se alguém permanece em Mim e Eu nele, dá fruto abundante. Aleluia.
Oração
depois da comunhão
Protegei, Senhor, o vosso povo,
que saciastes nestes divinos mistérios,
e fazei-nos passar da antiga condição do pecado à vida nova da graça.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Atos
14, 21b-27 :Terminada a primeira
viagem missionária, através do sudoeste da Ásia menor, Paulo regressa a
Antioquia, visitando, pelo caminho, as comunidades nascidas do seu trabalho,
sob a acção do Espírito Santo. Como o anúncio da salvação lhes havia sido já
dirigido, o Apóstolo, sem deixar de pregar a palavra, preocupa-se, sobretudo,
em consolidar as jovens comunidades, preparando-as para suportarem as
tribulações. Ao mesmo tempo, S. Paulo organiza hierarquicamente a Igreja, pondo
à sua frente os anciãos (presbíteros) escolhidos, não pela comunidade, como se
fazia entre os judeus dispersos no mundo pagão, mas diretamente por ele. Assim
se manifestava a colegialidade. Assim se asseguravam as relações entre a Igreja
local e a universal.
Ap
21, 1-5a: A Ressurreição de Jesus não
eliminou, totalmente, o mal, que continua a estar presente na nossa vida.
Contudo (e é esta a grande mensagem que o Apocalipse nos transmite), a
humanidade conhecerá, um dia, em Cristo, a vitória plena e definitiva sobre o
mal. O fim dos tempos, com efeito, não será uma destruição, mas uma
transformação. Nesse dia das núpcias definitivas com o Seu Criador, a
humanidade resplandecerá com a mesma juventude de Deus. O próprio mundo
material, enobrecido pelo trabalho do homem, será transformado. Será então que
a obra da nova criação, iniciada na manhã de Páscoa, atingirá a sua plenitude e
Jesus entregará ao Pai os homens, chamados para a glória eterna, em Cristo (I
Ped. 5, 10).
Jo
13, 31-33a.34-35: Aos discípulos, que
não podem ainda segui-l’O na Sua glória, Jesus entrega-lhes, como Seu
testamento espiritual, o mandamento novo: amar os homens, nossos irmãos, como
Ele os amou, até ao amor do inimigo, até ao dom da vida, até às últimas
consequências. Este amor não é uma simples norma legal. É uma espécie de
instituição «sacramental», pela qual se assegura, continuamente a presença de
Jesus no meio de nós. Vivido em realidade, é o mesmo amor do Pai, encarnado em
Jesus, que através de nós se comunica aos homens. É este amor que torna a
Igreja, esta «nova» comunidade de Deus com os homens, uma comunidade distinta
de todas as comunidades humanas e um sinal do «mundo novo», onde só se fala uma
linguagem – a do amor.
AGENDA DO DIA:
09.30 horas: Missa em
Amieira do Tejo
10.00 horas: Missa em
Arês
10.45 horas: Missa em
Tolosa
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Alpalhão
12.00 horas: Missa em
Gáfete
15.00 horas: Missa em
Montalvão
15.30 horas: Missa em
Arneiro
17.00 horas: Missa no
Monte Claro.
Terço na parte da tarde em:
Montalvão
Alpalhão
Gáfete
Tolosa
Amieira
do Tejo.
21.000
horas: Terço em Nisa, Espírito Santo
MAIO, MÊS DE MARIA
A VOZ DO PASTOR
SEMANA DA VIDA – ONDE ESTÁ A VERDADE?...
Quem se julga dono da verdade ensoberbece-se. Não
raro, até parece que tem medo da verdade. É muito difícil lidar com gente que
se tem como dona da verdade. Tem sempre razão, tem pouca ou nenhuma capacidade
para parar, escutar, refletir e permitir ao menos o benefício da dúvida!
Dogmatiza a sua verdade e afasta-se do caminho que a ela conduz. A verdade não
é monopólio de ninguém, ninguém tem a verdade! Nós somos ou não verdadeiros na
medida em que desejamos a verdade, a procuramos, humilde e diligentemente, e a
vamos traduzindo em atitudes de vida, em gestos de amor para com Deus, para com
os outros, para com a natureza e para connosco próprios. É uma fatura que, por
mais que se pague, nunca está liquidada, está sempre em aberto, sempre nos
apresenta a possibilidade de mais e melhor em todos os campos do ser do saber e
do fazer.
O nosso maior compromisso deve ser sempre com a
verdade. Por mais diversos que sejam os caminhos humanos - uns mais
sofisticados e sabidos, outros mais simples e humildes -, todos haveremos de
nos encontrar na Verdade. Judeu ou grego, escravo ou livre, de perto ou de
longe, desta ou daquela raça, cultura ou cor de pele, lá nos encontraremos. Só
a verdade nos libertará, só a verdade nos fará viver em comunhão plena. Só a
verdade é a verdade, e não depende de maiorias parlamentares ou de outras. Dela
vimos, para ela caminhamos apetrechados de instrumentos vários: de Inteligência
para aprender e saber caminhar na sua direção; de Sentimento para sentir as
diferentes emoções que a vida nos vai oferecendo; de Coração para amar e servir
com amor; de Vontade para agirmos o melhor possível. Mas não só, a pessoa
também é dotada de Consciência, uma faculdade que, não sujeita à vontade e aos
sentimentos, aprova ou desaprova as nossas ações. Mais: temos a fé, uma
faculdade inata ao homem, anterior à fé adquirida ou ensinada, mas que não
deixa de estimular a busca de Deus e de querer sintonizar com Ele. É
interessante perceber como se manifesta a fé dos que se dizem não crentes...
Todas estas e outras ferramentas estão entregues à liberdade humana que as deve
usar responsavelmente embora nem sempre aconteça.
Em Portugal, está a decorrer a Semana da Vida, de 8 a
15 de maio, Dia Internacional da Família. ‘A Vida que acolhemos’ é o tema desta
semana inspirado na parábola do Bom Samaritano. Durante a semana acentuam-se
três subtemas: o aborto, uma realidade que brada aos céus; a eutanásia, tema
central na realidade política nacional; e a guerra na Europa, com todas as
mortes e refugiados que provoca. Cada dia da semana tem o seu item específico:
“Os que ainda não nasceram”, “Adoção”, “Os refugiados”, “O que é diferente”, “O
que sofre”, “O que cuida”, a “Família, lugar de acolhimento".
Jesus é a Verdade que nos faz caminhar certo. Veio
trazer-nos a vida e vida em abundância, pediu que nos amássemos uns aos outros
como Ele nos amou. Fomentar a cultura da vida é, pois, um desafio constante, um
gesto de amor.
Quem se mata, quem mata, quem pede a morte, no fundo
no fundo não é porque não ame a vida ou não queira mais viver ou deseje tirar a
vida a outros, sem mais. Esse ato é mais um sinal de revolta contra uma
sociedade envolvente que o despreza, o não cuida nem ama. Contra uma sociedade
que não é capaz de considerar um seu pedido de socorro em hora dura da sua
vida, quer de sofrimento, quer por ser vítima de injustiças sociais ou de
outras. Toda a gente ama a vida e gosta de viver. Se alguma exceção existe,
confirma a regra. A vida humana é preciosa e inviolável, é o primeiro de todos
os direitos, fundamenta a nossa cultura, é fonte de confiança. “O seu valor não
depende da utilidade, beleza ou papel social que desempenha, mas da sua
dignidade intrínseca, única e anterior a todo e qualquer outro critério seja
ele a autonomia, a liberdade ou a qualidade de vida”. No entanto, não falta
quem, por razões que só eles entendem, invocando a dignidade da vida e a
liberdade individual, se arvorem em donos da verdade e queiram subverter o
princípio que tanto tem custado a fazer caminho ao longos dos séculos, o qual,
aliás, ainda não plenamente assumido: “Não matarás”.
A pessoa só é ética e moralmente livre quando, entre o
bem e o mal, tem a capacidade interior de escolher o bem. Se opta pelo mal está
a ser escrava da sua fragilidade e de tudo quanto a envolve. Quem mata ou
aconselha a matar não opta pelo bem, destrói a liberdade, não há retorno. Somos
seres de relação, somos uns com os outros, devemo-nos respeito e amor mútuo. E
se, em teoria, todos somos iguais em liberdades, direitos e garantias, na
prática, sobretudo as crianças - as pessoas mais frágeis e o melhor do mundo -,
são discriminadas. Só em Portugal, por ano, são destruídas cerca de 15.000
crianças antes de nascerem, mas ninguém se alarma ou escandaliza, não são
notícia!
Todos precisamos de bons samaritanos em situações de
vulnerabilidade e fragilidade. Não de quem olhe para o lado e passe à frente ou
acabe connosco. Não de leis que abram a porta para que outros o façam.
Precisamos, isso sim, é de quem nos ame e ajude a viver e a morrer com
dignidade, naturalmente, até ao fim. É certo que o sofrimento pode despertar
“sentimentos e vivência de tristeza, solidão, ser peso para os outros,
angústia, interrogações sobre o sentido da vida. Nesses estados de inquietação
e sofrimento espiritual, muitos doentes encontram sentido no mistério da morte
e ressurreição de Jesus. Outros, porém, sentem-no fútil e absurdo e manifestam
o desejo de morrer ou até o pedido para morrer. Em tais pedidos está subjacente
o valor da vida e o desejo de viver de outro modo. São sobretudo um pedido
angustiado de ajuda face ao sofrimento intolerável e a manifestação da
necessidade de proximidade afetiva face à solidão no morrer. Uns e outros pedem
terapêuticas adequadas que aliviem ou suprimam a dor; cuidados imbuídos de
compreensão empática e calor humano; acompanhamento espiritual; a presença
humana, compreensiva e compassiva de familiares, amigos e outros membros da
comunidade”.
Agradecemos e aplaudimos a ciência no seu enorme
contributo ao bem estar da humanidade. Entendemos que ela deve estar ao serviço
do conhecimento, do progresso sustentável, da vida e da qualidade de vida, isto
é, da Verdade. Aplaudimos os médicos e todos quantos se manifestam a favor da
vida. Um estudante de medicina, porém, numa intervenção que fez algures sobre
os desafios da formação nessa área, afirmava que “já nem as faculdades são
depositárias da conduta e do olhar devido sobre a ciência: tentam ensinar-nos
que a vida nasce da ciência, quando ao invés, tal como tudo, é a ciência que
nasce da vida”. E denunciava a subtileza com que até o código deontológico dos
médicos está cada vez mais descomprometido com a vida humana, lembrando que “na
mais recente atualização do Juramento de Hipócrates, já depois de incontáveis
atualizações prévias, foi alterada uma simples frase: passou de “guardarei
respeito absoluto pela vida humana”, para “guardarei respeito máximo pela
vida”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 13-05-2022.
Sem comentários:
Enviar um comentário