Segunda, 02 de maio de 2022
Segunda-feira da III semana de Páscoa
LITURGIA
Segunda-feira
da semana III
S. Atanásio, bispo e doutor da Igreja – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória, pf. pascal.
L1: At 6, 8-15; Sal 118 (119), 23-24. 26-27. 29-30
Ev: Jo 6, 22-29
* Na Diocese de Beja – S. José Operário, Padroeiro principal – SOLENIDADE
(transferida).
* Na Diocese do Funchal – S. Tiago Menor, Padroeiro principal – SOLENIDADE
(transferida).
* Na Diocese do Porto – B. Mafalda, virgem – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos (Convento da Baixa da Banheira) – S.
José Operário, Padroeiro da Casa e da Igreja – SOLENIDADE (transferida).
* Na Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei – Aniversário da Dedicação da igreja
prelatícia – FESTA
* Na Diocese de Santiago (Cabo Verde) – I Vésp. de S. Tiago Menor.
S.
ATANÁSIO, bispo e doutor da Igreja
Nota
Histórica
Nasceu em Alexandria no ano 295; no Concílio de Niceia, acompanhou o
bispo Alexandre e foi seu sucessor no episcopado. Lutou incansavelmente contra
a heresia dos arianos; por isso teve de suportar muitos sofrimentos e foi exilado
várias vezes. Escreveu importantes obras doutrinais e apologéticas. Morreu no
ano 373.
Missa
ANTÍFONA DE ENTRADA
O Senhor deu-lhe a palavra no meio da assembleia,
encheu-o com o espírito de sabedoria e inteligência
e revestiu-o com um manto de glória. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que suscitastes na Igreja o bispo Santo Atanásio
para defender a fé na divindade do vosso Filho, concedei-nos que, auxiliados
pela sua doutrina e protecção, possamos conhecer-Vos sempre melhor para Vos
amar cada vez mais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Jo 5, 1-5
«Esta é a vitória que vence o mundo: a
nossa fé»
Leitura da
Primeira Epístola de São João
Caríssimos: Quem acredita que Jesus é o Messias nasceu de Deus e quem ama
Aquele que gerou ama também Aquele que nasceu d’Ele. Nós sabemos que amamos os
filhos de Deus quando amamos a Deus e cumprimos os seus mandamentos, porque o
amor de Deus consiste em guardar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não
são pesados, porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. Esta é a vitória
que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o vencedor do mundo senão aquele que
acredita que Jesus é o Filho de Deus?
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 36 (37), 3-4.5-6.30-31 (R. 30a)
Refrão: A boca do justo proclama a
sabedoria.
Confia no Senhor e pratica o bem,
possuirás a terra e viverás tranquilo.
Põe no Senhor as tuas delícias,
e Ele satisfará os anseios do teu coração.
Confia ao Senhor o teu destino
e tem confiança, que Ele atuará.
Fará brilhar a tua luz como a justiça
e como o sol do meio-dia os teus direitos.
A boca do justo profere a sabedoria
e a sua língua proclama a justiça.
A lei de Deus está no seu coração
e não vacila nos seus passos.
ALELUIA Mt 5, 10
Refrão: Bem-aventurados os que sofrem perseguição
por amor da justiça,
porque deles é o reino dos Céus. Refrão
EVANGELHO Mt 10, 22-25a
«Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Sereis odiados por todos por causa do
meu nome; mas quem perseverar até ao fim esse será salvo. Quando vos
perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo: não acabareis de
percorrer as cidades de Israel, antes de vir o Filho do homem. O discípulo não
é superior ao mestre, nem o servo é superior ao seu senhor. Ao discípulo basta
ser como o seu mestre e ao servo ser como o seu senhor».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, para as ofertas que Vos apresentamos na festa de Santo Atanásio
e fazei que, professando como ele a verdadeira fé, encontremos na proclamação
da verdade o caminho da salvação. Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 15, 15
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor.
Chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai.
Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus todo-poderoso, pela participação neste sacramento, fazei que a divindade
do vosso Filho que firmemente proclamamos com Santo Atanásio, seja sempre para
nós fonte de vida e salvação. Por Nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
AGENDA DO DIA:
MAIO, MÊS DE MARIA
A VOZ DO PASTOR
MAIS COMPROMISSO QUE TEORIA DA MISERICÓRDIA
Celebramos o Domingo da Misericórdia. Há
festas litúrgicas na Igreja que devem a sua origem e implementação mais rápida
a revelações particulares. Mas sempre sem grande pressa da Igreja em assumir
tais revelações já que, para ela, o tempo tem sentido de eternidade. Assim como
vai distinguindo os carismas das manias, mesmo no meio da impaciência dos mais
devotos e voluntariosos, também põe à prova por longo tempo estas novidades que
lhe chegam bem como as formas como elas se apresentam e os conteúdos que
propõem. Mas procura agir sempre respeitosamente com todos, pois sabe que não
tem o monopólio do Espírito Santo e que Este sopra onde quer, quando quer, como
quer, em quem quer e ninguém tem nada com isso. Costuma dizer-se que o seguro
morreu de velho e a prudência foi-lhe ao enterro!...
É o caso, por exemplo, das Solenidades do
Corpo de Deus e do Sagrado Coração de Jesus. Aliás, no seu comentário teológico
sobre a mensagem de Fátima, o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI,
escreveu que “frequentemente as revelações privadas provêm da piedade popular e
nela se refletem, dando-lhe novo impulso e suscitando formas novas. Isto não
exclui que aquelas tenham influência também na própria liturgia, como o
demonstram por exemplo a festa do Corpo de Deus e a do Sagrado Coração de
Jesus”.
Foi pelo ano de 1263 que um Padre de Praga,
perante as dúvidas que o assaltavam sobre a presença real de Cristo na Eucaristia,
se sentiu agraciado com a evidência do facto quando a hóstia começou a gotejar
sangue na presença de todos os fiéis presentes. Este fenómeno que teve lugar em
Bolsena, na região de Lácio, por onde o sacerdote passeava, foi devidamente
estudado. Diz a tradição que, além do Papa Urbano IV, faziam parte dessa
comissão de avaliação São Tomás de Aquino e São Boaventura, e que dois!...
Também, neste tempo, já era sobejamente conhecido o famoso milagre eucarístico
de Lanciano do século VIII, um dos mais célebres do mundo, cientificamente
estudado. O Papa Urbano IV, que antes de ser Papa era arcediago de Liége, foi a
pessoa a quem, Juliana de Liège, mais conhecida por Santa Juliana de Mont
Cornillon, em 1230 confidenciou as visões que tinha, recebendo dos Céus a
incumbência de transmitir à Igreja o desejo divino de se incluir no Calendário
Litúrgico uma festa em honra da Santíssima Eucaristia. A festa logo começou a
ser celebrada em Liège. Só em 11 de agosto de 1264, Urbano IV instituiu a Festa
de Corpus Christi, estendendo a toda a Igreja o culto público à Sagrada
Eucaristia que apenas era celebrado em algumas dioceses por influência de Santa
Juliana. Clemente V, cinquenta anos mais tarde, tornou obrigatória a celebração
dessa Festa da Eucaristia. E o Concílio de Trento, em meados do século XVI,
oficializou as procissões eucarísticas, como ação de graças pelo dom supremo da
Eucaristia e como manifestação pública de fé na presença real de Cristo na
Hóstia Sagrada. Como afirmava São João Paulo II, a Eucaristia é o “tesouro mais
precioso herdado de Cristo, o Sacramento de sua própria Presença” em que o povo
de Deus “O louva, canta e leva em procissão pelas ruas da cidade” (14/6/2001).
Igualmente a Festa ao Sagrado Coração de
Jesus. A sua devoção já existe desde tempos imemoriais, mas a sua maior difusão
e implementação deve-se sobretudo a Santa Maria de Alacoque (1601-1680), uma
monja do mosteiro de Paray-le-Monial, em França. Durante anos teve aparições de
Jesus que lhe pedia uma particular devoção ao seu coração. Pedia-lhe que
comungasse em cada primeira sexta-feira do mês – foi em sexta-feira que Jesus
foi crucificado - e que a sexta-feira a seguir à oitava da Festa do Corpo de
Deus fosse dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Foi o papa Pio IX, em 1856,
quem estendeu a festa do Sagrado Coração de Jesus a toda a Igreja,
celebrando-se o coração como órgão humano unido à divindade de Cristo e o amor
de Deus pelos homens.
Vamos celebrar o Domingo da Divina
Misericórdia, o segundo Domingo da Páscoa. Também se fundamenta em revelações
feitas por Jesus a Santa Faustina Kowalska, em Plock, Polónia. Desde o ano
2000, por vontade do Papa São João Paulo II, faz parte do calendário litúrgico
da Igreja. Nesse ano, em 30 de abril, o Papa, na homilia da celebração de
canonização de Santa Faustina, afirmava ser importante “que acolhamos
inteiramente a mensagem que nos vem da palavra de Deus neste segundo Domingo de
Páscoa que de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de ‘Domingo da
Divina Misericórdia”.
A imagem divulgada do Senhor da Divina
Misericórdia representa Jesus no momento em que aparece aos discípulos no
Cenáculo, após a ressurreição (Jo 20,19-31), quando lhes dá o poder de perdoar
os pecados. O perdão é o sinal mais visível do amor do Pai que Jesus quis
revelar em toda a sua vida até ao alto do Calvário. Nestas revelações privadas,
Jesus dá muita importância à sua Segunda Vinda, como referem os capítulos 13 e
25 de São Mateus. E os apelos de Jesus são que se fale ao mundo da sua
misericórdia, que toda a humanidade conheça a sua misericórdia (cf. Diário
848), pois “Quem não queira passar pela porta de Minha misericórdia, tem que
passar pela porta de Minha justiça” (Diário, 1146). O Senhor deixou-nos o
sacramento da sua misericórdia, o sacramento da reconciliação com Deus e com os
irmãos, o sacramento que faz experimentar a força libertadora do perdão. É a
ação da Divina Misericórdia até o fim dos tempos, não podendo deixar de ter o
seu lugar central na vida cristã. E a Igreja convida a celebrar a Divina
Misericórdia de várias formas, enriquecendo o Domingo da Misericórdia com a
Indulgência Plenária “para que os fiéis possam receber mais amplamente o dom do
conforto do Espírito Santo e desta forma alimentar uma caridade crescente para
com Deus e o próximo e, obtendo eles mesmos o perdão de Deus, sejam por sua vez
induzidos a perdoar imediatamente aos irmãos” (Decreto da P. Apostólica, 2002).
A interpretação da própria imagem do Senhor da Divina Misericórdia sugerida a
Santa Faustina e explicada por Jesus, é um símbolo da caridade, do perdão e do
amor de Deus, fonte da Misericórdia. Fazem ainda parte desta devoção o terço
próprio da Divina Misericórdia, sendo rezado, se possível, pelas 15 horas, o
momento da morte de Jesus. Inicia-se rezando o Pai Nosso, a Ave Maria e o Credo.
Nas contas do ‘Pai Nosso’, diz-se: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e
Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo,
em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro”. Nas contas das ‘Ave Maria’,
reza-se: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo
inteiro”. No final das dezenas, reza-se três vezes: “Deus Santo, Deus Forte,
Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.
“A cultura da misericórdia forma-se na oração
assídua, na abertura dócil à ação do Espírito, na familiaridade com a vida dos
Santos e na solidariedade concreta para com os pobres. É um convite premente
para não se equivocar onde é determinante comprometer-se” (MeM20).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 22-04-2022.
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