Sexta, 06 de maio de 2022
Sexta-feira da III semana do tempo de Páscoa
LITURGIA
Sexta-feira
da semana III
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.
L1: At 9, 1-20; Sal 116 (117), 1. 2
Ev: Jo 6, 52-59
* Na Diocese de Portalegre-Castelo Branco – Aniversário da Dedicação da Igreja
Catedral. Na Sé – SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese – FESTA
* Na Congregação Salesiana e no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – S.
Domingos Sávio – FESTA
* Na Congregação das Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor – I
Vésp. de Nossa Senhora, Mãe do Divino Pastor.
* Nas Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados – I Vésp. de Nossa Senhora dos
Desamparados.
MISSA
Antífona de entrada Ap 5, 12
O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder e a riqueza,
a sabedoria, a honra e o louvor. Aleluia.
Oração
coleta
Deus todo-poderoso,
que nos destes a conhecer o alegre anúncio
da ressurreição do Senhor,
fazei-nos ressuscitar para uma vida nova
pelo poder do Espírito Santo.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Atos 9, 1-20
«É o instrumento escolhido por Mim,
para levar o meu nome ao conhecimento dos povos»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
Naqueles dias, Saulo, respirando
ainda ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, foi ter com o sumo
sacerdote e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de trazer
algemados para Jerusalém quantos seguissem a nova religião, tanto homens como
mulheres. Na viagem, quando estava já próximo de Damasco, viu-se de repente
envolvido numa luz intensa vinda do Céu. Caiu por terra e ouviu uma voz que lhe
dizia: «Saulo, Saulo, porque Me persegues?». Ele perguntou: «Quem és Tu,
Senhor?». O Senhor respondeu: «Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Mas
levanta-te, entra na cidade e aí te dirão o que deves fazer». Os companheiros
de viagem de Saulo tinham parado emudecidos; ouviam a voz, mas não viam
ninguém. Saulo levantou-se do chão, mas, embora tivesse os olhos abertos, nada
via. Levaram-no pela mão e introduziram-no em Damasco. Ficou três dias sem
vista e sem comer nem beber. Vivia em Damasco um discípulo chamado Ananias e o
Senhor chamou-o numa visão: «Ananias». Ele respondeu: «Eis-me aqui, Senhor». O
Senhor continuou: «Levanta-te e vai à rua chamada Direita procurar, em casa de
Judas, um homem de Tarso, chamado Saulo, que está a orar». – Entretanto, Saulo
teve uma visão, em que um homem chamado Ananias entrava e impunha-lhe as mãos,
para que recuperasse a vista. Ananias respondeu: «Senhor, tenho ouvido contar a
muitas pessoas todo o mal que esse homem fez aos teus fiéis em Jerusalém; e
agora está aqui com plenos poderes dos príncipes dos sacerdotes para prender
todos os que invocam o teu nome». O Senhor disse-lhe: «Vai, porque esse homem é
o instrumento escolhido por Mim, para levar o meu nome ao conhecimento dos
gentios, dos reis e dos filhos de Israel. Eu mesmo lhe mostrarei quanto ele tem
de sofrer pelo meu nome». Então Ananias partiu, entrou na casa, impôs as mãos a
Saulo e disse-lhe: «Saulo, meu irmão, quem me envia é o Senhor, – esse Jesus
que te apareceu no caminho por onde vinhas – a fim de recuperares a vista e
ficares cheio do Espírito Santo». Imediatamente lhe caíram dos olhos uma
espécie de escamas e recuperou a vista. Depois levantou-se, recebeu o batismo
e, tendo tomado alimento, readquiriu as forças. Saulo passou alguns dias com os
discípulos de Damasco e começou logo a proclamar nas sinagogas que Jesus era o
Filho de Deus.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 116 (117), 1.2
(R. Mc 16, 15 ou Aleluia)
Refrão: Ide por todo o mundo
e anunciai a boa nova. Repete-se
Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos. Refrão
É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre. Refrão
ALELUIA Jo 6, 56
Refrão: Aleluia. Repete-se
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim e Eu nele, diz o Senhor. Refrão
EVANGELHO Jo 6, 52-59
«A minha carne é verdadeira comida
e o meu sangue é verdadeira bebida»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, os judeus discutiam
entre si: «Como pode Jesus dar-nos a sua carne a comer?». Então Jesus
disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho
do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a
minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no
último dia. A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira
bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele.
Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, também aquele que Me
come viverá por Mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como o dos vossos
pais, que o comeram e morreram: quem comer deste pão viverá eternamente». Assim
falou Jesus, ao ensinar numa sinagoga, em Cafarnaum.
Palavra da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Santificai, Senhor, estes dons,
que Vos oferecemos como sacrifício espiritual,
e fazei de nós mesmos
uma oblação eterna para vossa glória.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio Pascal I-V.
Antífona
da comunhão
Cristo crucificado ressuscitou dos mortos para nos salvar. Aleluia.
Oração
depois da comunhão
Depois de recebermos estes dons sagrados,
humildemente Vos pedimos, Senhor:
o sacramento que o vosso Filho
nos mandou celebrar em sua memória
aumente sempre a nossa caridade.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Atos
9, 1-20: A conversão de S. Paulo é
acontecimento muito grande na história da Igreja. Paulo, depois de convertido,
vai ser o portador do Evangelho ao meio dos pagãos. A aparição de Jesus
ressuscitado a Paulo vem bastante tempo depois das aparições aos outros
Apóstolos, as quais se deram nos primeiros 40 dias depois da morte do Senhor,
mas nem por isso foi menos autêntica e menos empenhativa para aquele que a
mereceu ter.
Jo
6, 52-59: Jesus é a Palavra de Deus, a
Palavra que o Pai envia aos homens, para Se lhes revelar. Mas, feito homem, Ele
é ainda, pela sua natureza humana, na sua Carne e Sangue, a vítima oferecida em
Sacrifício ao Pai em vez e em favor dos homens. Por isso, a sua Palavra
escuta-se para n’Ele se crer, e a sua Carne e Sangue são alimento da refeição
sacrificial da Eucaristia, para se participar no seu sacrifício pascal.
AGENDA DO DIA:
Terço na parte
da tarde em:
Montalvão
Alpalhão
Gáfete
Tolosa
Amieira
do Tejo.
Terço à noite em:
Nisa,
Espírito Santo
Missas:
18.00
horas: Missa em Nisa - Espírito Santo
18.00
horas: Missa em Alpalhão
21.00
horas: Oração comunitária do Terço na Igreja do Espírito Santo
MAIO, MÊS DE MARIA
A VOZ DO PASTOR
MAIS COMPROMISSO QUE TEORIA DA MISERICÓRDIA
Celebramos o Domingo da Misericórdia. Há
festas litúrgicas na Igreja que devem a sua origem e implementação mais rápida
a revelações particulares. Mas sempre sem grande pressa da Igreja em assumir
tais revelações já que, para ela, o tempo tem sentido de eternidade. Assim como
vai distinguindo os carismas das manias, mesmo no meio da impaciência dos mais
devotos e voluntariosos, também põe à prova por longo tempo estas novidades que
lhe chegam bem como as formas como elas se apresentam e os conteúdos que propõem.
Mas procura agir sempre respeitosamente com todos, pois sabe que não tem o
monopólio do Espírito Santo e que Este sopra onde quer, quando quer, como quer,
em quem quer e ninguém tem nada com isso. Costuma dizer-se que o seguro morreu
de velho e a prudência foi-lhe ao enterro!...
É o caso, por exemplo, das Solenidades do
Corpo de Deus e do Sagrado Coração de Jesus. Aliás, no seu comentário teológico
sobre a mensagem de Fátima, o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI,
escreveu que “frequentemente as revelações privadas provêm da piedade popular e
nela se refletem, dando-lhe novo impulso e suscitando formas novas. Isto não
exclui que aquelas tenham influência também na própria liturgia, como o
demonstram por exemplo a festa do Corpo de Deus e a do Sagrado Coração de
Jesus”.
Foi pelo ano de 1263 que um Padre de Praga,
perante as dúvidas que o assaltavam sobre a presença real de Cristo na
Eucaristia, se sentiu agraciado com a evidência do facto quando a hóstia
começou a gotejar sangue na presença de todos os fiéis presentes. Este fenómeno
que teve lugar em Bolsena, na região de Lácio, por onde o sacerdote passeava,
foi devidamente estudado. Diz a tradição que, além do Papa Urbano IV, faziam
parte dessa comissão de avaliação São Tomás de Aquino e São Boaventura, e que
dois!... Também, neste tempo, já era sobejamente conhecido o famoso milagre
eucarístico de Lanciano do século VIII, um dos mais célebres do mundo,
cientificamente estudado. O Papa Urbano IV, que antes de ser Papa era arcediago
de Liége, foi a pessoa a quem, Juliana de Liège, mais conhecida por Santa
Juliana de Mont Cornillon, em 1230 confidenciou as visões que tinha, recebendo
dos Céus a incumbência de transmitir à Igreja o desejo divino de se incluir no
Calendário Litúrgico uma festa em honra da Santíssima Eucaristia. A festa logo
começou a ser celebrada em Liège. Só em 11 de agosto de 1264, Urbano IV
instituiu a Festa de Corpus Christi, estendendo a toda a Igreja o culto público
à Sagrada Eucaristia que apenas era celebrado em algumas dioceses por
influência de Santa Juliana. Clemente V, cinquenta anos mais tarde, tornou
obrigatória a celebração dessa Festa da Eucaristia. E o Concílio de Trento, em
meados do século XVI, oficializou as procissões eucarísticas, como ação de
graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública de fé na
presença real de Cristo na Hóstia Sagrada. Como afirmava São João Paulo II, a
Eucaristia é o “tesouro mais precioso herdado de Cristo, o Sacramento de sua
própria Presença” em que o povo de Deus “O louva, canta e leva em procissão
pelas ruas da cidade” (14/6/2001).
Igualmente a Festa ao Sagrado Coração de
Jesus. A sua devoção já existe desde tempos imemoriais, mas a sua maior difusão
e implementação deve-se sobretudo a Santa Maria de Alacoque (1601-1680), uma
monja do mosteiro de Paray-le-Monial, em França. Durante anos teve aparições de
Jesus que lhe pedia uma particular devoção ao seu coração. Pedia-lhe que
comungasse em cada primeira sexta-feira do mês – foi em sexta-feira que Jesus
foi crucificado - e que a sexta-feira a seguir à oitava da Festa do Corpo de
Deus fosse dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Foi o papa Pio IX, em 1856,
quem estendeu a festa do Sagrado Coração de Jesus a toda a Igreja,
celebrando-se o coração como órgão humano unido à divindade de Cristo e o amor
de Deus pelos homens.
Vamos celebrar o Domingo da Divina
Misericórdia, o segundo Domingo da Páscoa. Também se fundamenta em revelações
feitas por Jesus a Santa Faustina Kowalska, em Plock, Polónia. Desde o ano
2000, por vontade do Papa São João Paulo II, faz parte do calendário litúrgico
da Igreja. Nesse ano, em 30 de abril, o Papa, na homilia da celebração de
canonização de Santa Faustina, afirmava ser importante “que acolhamos inteiramente
a mensagem que nos vem da palavra de Deus neste segundo Domingo de Páscoa que
de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de ‘Domingo da Divina
Misericórdia”.
A imagem divulgada do Senhor da Divina
Misericórdia representa Jesus no momento em que aparece aos discípulos no
Cenáculo, após a ressurreição (Jo 20,19-31), quando lhes dá o poder de perdoar
os pecados. O perdão é o sinal mais visível do amor do Pai que Jesus quis
revelar em toda a sua vida até ao alto do Calvário. Nestas revelações privadas,
Jesus dá muita importância à sua Segunda Vinda, como referem os capítulos 13 e
25 de São Mateus. E os apelos de Jesus são que se fale ao mundo da sua
misericórdia, que toda a humanidade conheça a sua misericórdia (cf. Diário
848), pois “Quem não queira passar pela porta de Minha misericórdia, tem que
passar pela porta de Minha justiça” (Diário, 1146). O Senhor deixou-nos o
sacramento da sua misericórdia, o sacramento da reconciliação com Deus e com os
irmãos, o sacramento que faz experimentar a força libertadora do perdão. É a
ação da Divina Misericórdia até o fim dos tempos, não podendo deixar de ter o
seu lugar central na vida cristã. E a Igreja convida a celebrar a Divina
Misericórdia de várias formas, enriquecendo o Domingo da Misericórdia com a Indulgência
Plenária “para que os fiéis possam receber mais amplamente o dom do conforto do
Espírito Santo e desta forma alimentar uma caridade crescente para com Deus e o
próximo e, obtendo eles mesmos o perdão de Deus, sejam por sua vez induzidos a
perdoar imediatamente aos irmãos” (Decreto da P. Apostólica, 2002). A
interpretação da própria imagem do Senhor da Divina Misericórdia sugerida a
Santa Faustina e explicada por Jesus, é um símbolo da caridade, do perdão e do
amor de Deus, fonte da Misericórdia. Fazem ainda parte desta devoção o terço
próprio da Divina Misericórdia, sendo rezado, se possível, pelas 15 horas, o
momento da morte de Jesus. Inicia-se rezando o Pai Nosso, a Ave Maria e o
Credo. Nas contas do ‘Pai Nosso’, diz-se: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e
Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo,
em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro”. Nas contas das ‘Ave Maria’,
reza-se: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo
inteiro”. No final das dezenas, reza-se três vezes: “Deus Santo, Deus Forte,
Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.
“A cultura da misericórdia forma-se na oração
assídua, na abertura dócil à ação do Espírito, na familiaridade com a vida dos
Santos e na solidariedade concreta para com os pobres. É um convite premente
para não se equivocar onde é determinante comprometer-se” (MeM20).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 22-04-2022.
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