quarta-feira, 4 de maio de 2022

 

 

Quinta, 04 de maio de 2022

 

Quinta-feira da III semana de Páscoa

 

 

LITURGIA

 

 

Quinta-feira da semana III

Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.

L1: At 8, 26-40; Sal 65 (66), 8-9. 16-17. 20
Ev: Jo 6, 44-51

* Na Ordem Agostiniana – BB. Vicente Soler, presbítero, e Companheiros, mártires – MO
* Na Ordem Carmelita – S. Ângelo da Sicília, presbítero e mártir – MO
* Na Ordem de São Domingos – S. Vicente Ferrer, presbítero – MO
* Na Diocese de Portalegre-Castelo Branco (Sé) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da Igreja Catedral.

Missa

Antífona de entrada Cf. Ex 15, 1-2
Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória.
O Senhor é a minha força e a minha alegria.
Ele é o meu Salvador. Aleluia.

Oração coleta
Deus todo-poderoso e eterno, que, neste tempo pascal,
nos fizestes conhecer mais profundamente
a grandeza do vosso amor,
aumentai em nós os dons da vossa graça,
a fim de que, libertos das trevas do pecado,
possamos aderir mais firmemente à vossa palavra de vida eterna.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


LEITURA I Atos 8, 26-40
«Ali está água. Que me impede de ser batizado?»


Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, o Anjo do Senhor disse a Filipe: «Levanta-te e dirige-te para o sul, pelo caminho deserto que vai de Jerusalém para Gaza». Filipe partiu e dirigiu-se para lá. Quando ia a caminho, encontrou-se com um eunuco etíope, que era alto funcionário de Candace, rainha da Etiópia, e administrador geral do seu tesouro. Tinha ido a Jerusalém para adorar a Deus e regressava ao seu país, sentado no seu carro, a ler o livro do profeta Isaías. O Espírito de Deus disse a Filipe: «Aproxima-te e acompanha esse carro». Filipe aproximou-se do carro e, ouvindo o etíope a ler o profeta Isaías, perguntou-lhe: «Entendes, porventura, o que estás a ler?». Ele respondeu: «Como é que eu posso entender sem ninguém me explicar?» Convidou então Filipe a subir para o carro e a sentar-se junto dele. A passagem da Escritura que ele ia a ler era a seguinte: «Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam, ele não abriu a boca. Foi humilhado e não se lhe fez justiça. Quem poderá falar da sua descendência? Porque a sua vida desapareceu da terra». O eunuco perguntou a Filipe: «Diz-me, por favor: de quem é que o profeta está a falar? De si próprio ou de outro?». Então Filipe tomou a palavra e, a partir daquela passagem da Escritura, anunciou-lhe Jesus. Ao passar por um lugar onde havia água, o eunuco exclamou: «Ali está água. Que me impede de ser batizado?». Mandou parar o carro, desceram ambos à água e Filipe batizou-o. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe e o eunuco deixou de o ver. Mas continuou o seu caminho cheio de alegria. Filipe encontrou-se em Azoto e foi anunciando a boa nova a todas as cidades por onde passava, até que chegou a Cesareia.

Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 65 (66), 8-9.16-17.20 (R. 1)
Refrão: A terra inteira aclame o Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Povos da terra, bendizei o nosso Deus,
fazei ressoar os seus louvores.
Foi Ele quem conservou a nossa vida
e não deixou que nossos pés vacilassem. Refrão

Todos os que temeis a Deus, vinde e ouvi,
vou narrar-vos quanto Ele fez por mim.
Meus lábios O invocaram
e minha língua O louvou. Refrão

Bendito seja Deus que não rejeitou a minha prece,
nem me retirou a sua misericórdia. Refrão

ALELUIA Jo 6, 51
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu sou o pão vivo descido do Céu, diz o Senhor.
Quem comer deste pão viverá eternamente. Refrão

EVANGELHO Jo 6, 44-51
«Eu sou o pão vivo que desce do Céu»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Está escrito no livro dos Profetas: ‘Serão todos instruídos por Deus’. Todo aquele que ouve o Pai e recebe o seu ensino vem a Mim. Não porque alguém tenha visto o Pai; só Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram. Mas este pão é o que desce do Céu, para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei de dar é a minha carne que Eu darei pela vida do mundo».

 Palavra da salvação.

Oração sobre as oblatas
Senhor nosso Deus,
que, pela admirável permuta de dons neste sacrifício,
nos fazeis participar na comunhão convosco, único e sumo bem,
concedei-nos que, conhecendo a vossa verdade,
dêmos testemunho dela na prática das boas obras.
Por Cristo nosso Senhor.

Prefácio Pascal I-V.

Antífona da comunhão 2Cor 5, 15
Cristo morreu por todos os homens,
para que já não vivam para si mesmos,
mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou. Aleluia.

Oração depois da comunhão
Protegei, Senhor, o vosso povo,
que saciastes nestes divinos mistérios,
e fazei-nos passar da antiga condição do pecado
à vida nova da graça.
Por Cristo nosso Senhor.

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

LEITURAS: Atos 8, 26-40: O peregrino de Jerusalém, que regressa agora à sua terra, a Etiópia, e no caminho encontra Filipe e é por ele evangelizado, é uma das primeiras pessoas de origem estranha ao antigo povo de Deus a receber o batismo de Jesus. O batismo aparece aqui profundamente ligado à fé e esta tem como tema central Jesus Cristo, o Servo sofredor, que dá a vida para salvação dos homens. É esta a fé de todo o que é batizado.

Jo 6, 44-51: A compreensão dos dons de Deus é já, por si, grande dom de Deus. É o Pai quem atrai os homens para o Filho, como é pelo Filho que o Pai nos dá a vida. De novo, Jesus Se contrapõe ao maná que caiu do Céu no tempo de Moisés. O verdadeiro Pão do Céu é Ele próprio, que na Eucaristia Se torna o alimento do seu povo. Na Cruz, Ele deu a vida por nós; na Eucaristia, dá-nos o sacramento da sua passagem da morte à vida, e assim, pela Eucaristia, Ela faz chegar até nós essa mesma vida.

 

 

 

AGENDA DO DIA:

 

 

Terço na parte da tarde em:

Montalvão

Alpalhão

Gáfete

Tolosa

Amieira do Tejo.

 

Terço à noite em:

Nisa, Espírito Santo

Missas:

17.20 horas: Adoração ao Santíssimo em Nisa - Espírito Santo

18.00 horas: Missa em Nisa - Espírito Santo

21.00 horas: Oração comunitária do Terço na Igreja do Espírito Santo

 

 

MAIO, MÊS DE MARIA

 

 

 


 

 

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

MAIS COMPROMISSO QUE TEORIA DA MISERICÓRDIA

 

Celebramos o Domingo da Misericórdia. Há festas litúrgicas na Igreja que devem a sua origem e implementação mais rápida a revelações particulares. Mas sempre sem grande pressa da Igreja em assumir tais revelações já que, para ela, o tempo tem sentido de eternidade. Assim como vai distinguindo os carismas das manias, mesmo no meio da impaciência dos mais devotos e voluntariosos, também põe à prova por longo tempo estas novidades que lhe chegam bem como as formas como elas se apresentam e os conteúdos que propõem. Mas procura agir sempre respeitosamente com todos, pois sabe que não tem o monopólio do Espírito Santo e que Este sopra onde quer, quando quer, como quer, em quem quer e ninguém tem nada com isso. Costuma dizer-se que o seguro morreu de velho e a prudência foi-lhe ao enterro!...

É o caso, por exemplo, das Solenidades do Corpo de Deus e do Sagrado Coração de Jesus. Aliás, no seu comentário teológico sobre a mensagem de Fátima, o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI, escreveu que “frequentemente as revelações privadas provêm da piedade popular e nela se refletem, dando-lhe novo impulso e suscitando formas novas. Isto não exclui que aquelas tenham influência também na própria liturgia, como o demonstram por exemplo a festa do Corpo de Deus e a do Sagrado Coração de Jesus”.

Foi pelo ano de 1263 que um Padre de Praga, perante as dúvidas que o assaltavam sobre a presença real de Cristo na Eucaristia, se sentiu agraciado com a evidência do facto quando a hóstia começou a gotejar sangue na presença de todos os fiéis presentes. Este fenómeno que teve lugar em Bolsena, na região de Lácio, por onde o sacerdote passeava, foi devidamente estudado. Diz a tradição que, além do Papa Urbano IV, faziam parte dessa comissão de avaliação São Tomás de Aquino e São Boaventura, e que dois!... Também, neste tempo, já era sobejamente conhecido o famoso milagre eucarístico de Lanciano do século VIII, um dos mais célebres do mundo, cientificamente estudado. O Papa Urbano IV, que antes de ser Papa era arcediago de Liége, foi a pessoa a quem, Juliana de Liège, mais conhecida por Santa Juliana de Mont Cornillon, em 1230 confidenciou as visões que tinha, recebendo dos Céus a incumbência de transmitir à Igreja o desejo divino de se incluir no Calendário Litúrgico uma festa em honra da Santíssima Eucaristia. A festa logo começou a ser celebrada em Liège. Só em 11 de agosto de 1264, Urbano IV instituiu a Festa de Corpus Christi, estendendo a toda a Igreja o culto público à Sagrada Eucaristia que apenas era celebrado em algumas dioceses por influência de Santa Juliana. Clemente V, cinquenta anos mais tarde, tornou obrigatória a celebração dessa Festa da Eucaristia. E o Concílio de Trento, em meados do século XVI, oficializou as procissões eucarísticas, como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública de fé na presença real de Cristo na Hóstia Sagrada. Como afirmava São João Paulo II, a Eucaristia é o “tesouro mais precioso herdado de Cristo, o Sacramento de sua própria Presença” em que o povo de Deus “O louva, canta e leva em procissão pelas ruas da cidade” (14/6/2001).

Igualmente a Festa ao Sagrado Coração de Jesus. A sua devoção já existe desde tempos imemoriais, mas a sua maior difusão e implementação deve-se sobretudo a Santa Maria de Alacoque (1601-1680), uma monja do mosteiro de Paray-le-Monial, em França. Durante anos teve aparições de Jesus que lhe pedia uma particular devoção ao seu coração. Pedia-lhe que comungasse em cada primeira sexta-feira do mês – foi em sexta-feira que Jesus foi crucificado - e que a sexta-feira a seguir à oitava da Festa do Corpo de Deus fosse dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Foi o papa Pio IX, em 1856, quem estendeu a festa do Sagrado Coração de Jesus a toda a Igreja, celebrando-se o coração como órgão humano unido à divindade de Cristo e o amor de Deus pelos homens.

Vamos celebrar o Domingo da Divina Misericórdia, o segundo Domingo da Páscoa. Também se fundamenta em revelações feitas por Jesus a Santa Faustina Kowalska, em Plock, Polónia. Desde o ano 2000, por vontade do Papa São João Paulo II, faz parte do calendário litúrgico da Igreja. Nesse ano, em 30 de abril, o Papa, na homilia da celebração de canonização de Santa Faustina, afirmava ser importante “que acolhamos inteiramente a mensagem que nos vem da palavra de Deus neste segundo Domingo de Páscoa que de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de ‘Domingo da Divina Misericórdia”.

A imagem divulgada do Senhor da Divina Misericórdia representa Jesus no momento em que aparece aos discípulos no Cenáculo, após a ressurreição (Jo 20,19-31), quando lhes dá o poder de perdoar os pecados. O perdão é o sinal mais visível do amor do Pai que Jesus quis revelar em toda a sua vida até ao alto do Calvário. Nestas revelações privadas, Jesus dá muita importância à sua Segunda Vinda, como referem os capítulos 13 e 25 de São Mateus. E os apelos de Jesus são que se fale ao mundo da sua misericórdia, que toda a humanidade conheça a sua misericórdia (cf. Diário 848), pois “Quem não queira passar pela porta de Minha misericórdia, tem que passar pela porta de Minha justiça” (Diário, 1146). O Senhor deixou-nos o sacramento da sua misericórdia, o sacramento da reconciliação com Deus e com os irmãos, o sacramento que faz experimentar a força libertadora do perdão. É a ação da Divina Misericórdia até o fim dos tempos, não podendo deixar de ter o seu lugar central na vida cristã. E a Igreja convida a celebrar a Divina Misericórdia de várias formas, enriquecendo o Domingo da Misericórdia com a Indulgência Plenária “para que os fiéis possam receber mais amplamente o dom do conforto do Espírito Santo e desta forma alimentar uma caridade crescente para com Deus e o próximo e, obtendo eles mesmos o perdão de Deus, sejam por sua vez induzidos a perdoar imediatamente aos irmãos” (Decreto da P. Apostólica, 2002). A interpretação da própria imagem do Senhor da Divina Misericórdia sugerida a Santa Faustina e explicada por Jesus, é um símbolo da caridade, do perdão e do amor de Deus, fonte da Misericórdia. Fazem ainda parte desta devoção o terço próprio da Divina Misericórdia, sendo rezado, se possível, pelas 15 horas, o momento da morte de Jesus. Inicia-se rezando o Pai Nosso, a Ave Maria e o Credo. Nas contas do ‘Pai Nosso’, diz-se: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro”. Nas contas das ‘Ave Maria’, reza-se: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro”. No final das dezenas, reza-se três vezes: “Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.

“A cultura da misericórdia forma-se na oração assídua, na abertura dócil à ação do Espírito, na familiaridade com a vida dos Santos e na solidariedade concreta para com os pobres. É um convite premente para não se equivocar onde é determinante comprometer-se” (MeM20).

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 22-04-2022.

 

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