Sexta, 20 de maio de 2022
Sexta-feira da V semana do tempo de Páscoa
LITURGIA
Sexta-feira
da semana V
S. Bernardino de Sena, presbítero – MF
Branco – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória, pf. pascal.
L1: At 15, 22-31; Sal 56 (57), 8-9. 10-11
Ev: Jo 15, 12-17
* Na Ordem Franciscana – S. Bernardino de Sena, presbítero – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Bernardino de Sena, presbítero –
MO
* Na Congregação das Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo e na
Congregação dos Missionários do Verbo Divino – B. Josefa Stenmanns, Cofundadora
da Congregação – FESTA
* Na Congregação Salesiana (Évora) – Aniversário da Dedicação da igreja de
Nossa Senhora Auxiliadora – SOLENIDADE
Missa
Antífona de
entrada Ap 5, 12
O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder e a riqueza,
a sabedoria, a honra e o louvor. Aleluia.
Oração
coleta
Concedei-nos, Senhor, que a nossa vida
se conforme plenamente ao mistério que celebramos,
de modo que a alegria deste tempo pascal
nos fortaleça e defenda no caminho da salvação.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Atos 15, 22-31
«O Espírito Santo e nós resolvemos não
vos impor outras obrigações além destas que são indispensáveis»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
Naqueles dias, os Apóstolos e os
anciãos, de acordo com toda a Igreja de Jerusalém, resolveram escolher alguns
irmãos, para os mandarem a Antioquia com Barnabé e Paulo: eram Judas, chamado
Barsabás, e Silas, homens de autoridade entre os irmãos. Mandaram por eles esta
carta: «Os Apóstolos e os anciãos, irmãos vossos, saúdam os irmãos de origem
pagã, residentes em Antioquia, na Síria e na Cilícia. Tendo sabido que, sem
nossa autorização, alguns dos nossos vos foram inquietar, perturbando as vossas
almas com as suas palavras, resolvemos de comum acordo escolher delegados para
vo-los enviarmos, juntamente com os nossos queridos Barnabé e Paulo, homens que
expuseram a vida pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso vos mandamos
Judas e Silas, que vos transmitirão de viva voz as nossas decisões. O Espírito
Santo e nós decidimos não vos impor outras obrigações, além destas que são
indispensáveis: abster-vos das carnes imoladas aos ídolos, do sangue, das
carnes sufocadas e das relações imorais. Procedereis bem, evitando tudo isto.
Adeus». Feitas as despedidas, os delegados desceram a Antioquia, onde reuniram
a assembleia e entregaram a carta. Quando a leram, todos ficaram contentes com
aquelas palavras de estímulo.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 56 (57), 8-9.10-11 (R. cf. 10a)
Refrão: Eu Vos louvarei, Senhor, no meio
dos povos. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Firme está meu coração, ó Deus;
meu coração está firme:
quero cantar e salmodiar.
Desperta, minha alma; despertai, lira e cítara:
quero acordar a aurora. Refrão
Louvar-Vos-ei, Senhor, entre os povos,
cantar-Vos-ei entre as nações;
porque aos céus se eleva a vossa bondade
e até às nuvens a vossa fidelidade. Refrão
ALELUIA Jo 15, 15b
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu chamo-vos amigos, diz o Senhor,
porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Refrão
EVANGELHO Jo 15, 12-17
«É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos
amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois
meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o
servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a
conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu
que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto
permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo
concederá. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».
Palavra da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Santificai, Senhor, estes dons,
que Vos oferecemos como sacrifício espiritual,
e fazei de nós mesmos
uma oblação eterna para vossa glória.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio
Pascal I-V.
Antífona
da comunhão
Cristo crucificado ressuscitou dos mortos para nos salvar. Aleluia.
Oração
depois da comunhão
Depois de recebermos estes dons sagrados,
humildemente Vos pedimos, Senhor:
o sacramento que o vosso Filho
nos mandou celebrar em sua memória
aumente sempre a nossa caridade.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: I
Atos 15, 22-31: As conclusões do
“concílio” de Jerusalém são apresentadas como resoluções do Espírito Santo e
dos Apóstolos. É esta uma das afirmações mais significativas da consciência que
a Igreja primitiva tem de ser o lugar onde o Espírito de Deus está presente e atua,
prolongando a presença e a atuação do Senhor. Aquelas conclusões foram depois
comunicadas às diversas comunidades numa carta, que será uma verdadeira
“encíclica”, isto é, uma carta destinada a circular entre todas.
Jo
15, 12-17: A insistência de Jesus para
que os seus discípulos vivam no amor mútuo está na continuação lógica do amor
que Ele próprio lhes tem, o qual, por sua vez, manifesta o amor que o Pai tem
por eles, e que, deste modo, lhes manifesta que a força que comanda toda a
história da salvação é o amor de Deus. De facto, essa história revela
claramente que Deus é amor. E o amor que os homens possam manifestar, tanto
para com Deus como de uns para com os outros, não é mais do que sinal de que
reconhecem e compreendem aquele amor de Deus.
AGENDA DO DIA:
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00
horas: Missa em Tolosa
Terço na parte da tarde em:
Montalvão
Alpalhão
Gáfete
Tolosa
Amieira
do Tejo
21.000
horas: Terço em Nisa, Espírito Santo.
MAIO, MÊS DE MARIA
A VOZ DO PASTOR
SEMANA DA VIDA – ONDE ESTÁ A VERDADE?...
Quem se julga dono da verdade ensoberbece-se. Não
raro, até parece que tem medo da verdade. É muito difícil lidar com gente que
se tem como dona da verdade. Tem sempre razão, tem pouca ou nenhuma capacidade
para parar, escutar, refletir e permitir ao menos o benefício da dúvida!
Dogmatiza a sua verdade e afasta-se do caminho que a ela conduz. A verdade não
é monopólio de ninguém, ninguém tem a verdade! Nós somos ou não verdadeiros na
medida em que desejamos a verdade, a procuramos, humilde e diligentemente, e a
vamos traduzindo em atitudes de vida, em gestos de amor para com Deus, para com
os outros, para com a natureza e para connosco próprios. É uma fatura que, por
mais que se pague, nunca está liquidada, está sempre em aberto, sempre nos
apresenta a possibilidade de mais e melhor em todos os campos do ser do saber e
do fazer.
O nosso maior compromisso deve ser sempre com a
verdade. Por mais diversos que sejam os caminhos humanos - uns mais
sofisticados e sabidos, outros mais simples e humildes -, todos haveremos de
nos encontrar na Verdade. Judeu ou grego, escravo ou livre, de perto ou de
longe, desta ou daquela raça, cultura ou cor de pele, lá nos encontraremos. Só
a verdade nos libertará, só a verdade nos fará viver em comunhão plena. Só a
verdade é a verdade, e não depende de maiorias parlamentares ou de outras. Dela
vimos, para ela caminhamos apetrechados de instrumentos vários: de Inteligência
para aprender e saber caminhar na sua direção; de Sentimento para sentir as
diferentes emoções que a vida nos vai oferecendo; de Coração para amar e servir
com amor; de Vontade para agirmos o melhor possível. Mas não só, a pessoa
também é dotada de Consciência, uma faculdade que, não sujeita à vontade e aos
sentimentos, aprova ou desaprova as nossas ações. Mais: temos a fé, uma
faculdade inata ao homem, anterior à fé adquirida ou ensinada, mas que não
deixa de estimular a busca de Deus e de querer sintonizar com Ele. É
interessante perceber como se manifesta a fé dos que se dizem não crentes...
Todas estas e outras ferramentas estão entregues à liberdade humana que as deve
usar responsavelmente embora nem sempre aconteça.
Em Portugal, está a decorrer a Semana da Vida, de 8 a
15 de maio, Dia Internacional da Família. ‘A Vida que acolhemos’ é o tema desta
semana inspirado na parábola do Bom Samaritano. Durante a semana acentuam-se
três subtemas: o aborto, uma realidade que brada aos céus; a eutanásia, tema
central na realidade política nacional; e a guerra na Europa, com todas as
mortes e refugiados que provoca. Cada dia da semana tem o seu item específico:
“Os que ainda não nasceram”, “Adoção”, “Os refugiados”, “O que é diferente”, “O
que sofre”, “O que cuida”, a “Família, lugar de acolhimento".
Jesus é a Verdade que nos faz caminhar certo. Veio
trazer-nos a vida e vida em abundância, pediu que nos amássemos uns aos outros
como Ele nos amou. Fomentar a cultura da vida é, pois, um desafio constante, um
gesto de amor.
Quem se mata, quem mata, quem pede a morte, no fundo
no fundo não é porque não ame a vida ou não queira mais viver ou deseje tirar a
vida a outros, sem mais. Esse ato é mais um sinal de revolta contra uma
sociedade envolvente que o despreza, o não cuida nem ama. Contra uma sociedade
que não é capaz de considerar um seu pedido de socorro em hora dura da sua
vida, quer de sofrimento, quer por ser vítima de injustiças sociais ou de
outras. Toda a gente ama a vida e gosta de viver. Se alguma exceção existe,
confirma a regra. A vida humana é preciosa e inviolável, é o primeiro de todos
os direitos, fundamenta a nossa cultura, é fonte de confiança. “O seu valor não
depende da utilidade, beleza ou papel social que desempenha, mas da sua
dignidade intrínseca, única e anterior a todo e qualquer outro critério seja
ele a autonomia, a liberdade ou a qualidade de vida”. No entanto, não falta
quem, por razões que só eles entendem, invocando a dignidade da vida e a
liberdade individual, se arvorem em donos da verdade e queiram subverter o
princípio que tanto tem custado a fazer caminho ao longos dos séculos, o qual,
aliás, ainda não plenamente assumido: “Não matarás”.
A pessoa só é ética e moralmente livre quando, entre o
bem e o mal, tem a capacidade interior de escolher o bem. Se opta pelo mal está
a ser escrava da sua fragilidade e de tudo quanto a envolve. Quem mata ou
aconselha a matar não opta pelo bem, destrói a liberdade, não há retorno. Somos
seres de relação, somos uns com os outros, devemo-nos respeito e amor mútuo. E
se, em teoria, todos somos iguais em liberdades, direitos e garantias, na
prática, sobretudo as crianças - as pessoas mais frágeis e o melhor do mundo -,
são discriminadas. Só em Portugal, por ano, são destruídas cerca de 15.000
crianças antes de nascerem, mas ninguém se alarma ou escandaliza, não são
notícia!
Todos precisamos de bons samaritanos em situações de
vulnerabilidade e fragilidade. Não de quem olhe para o lado e passe à frente ou
acabe connosco. Não de leis que abram a porta para que outros o façam.
Precisamos, isso sim, é de quem nos ame e ajude a viver e a morrer com
dignidade, naturalmente, até ao fim. É certo que o sofrimento pode despertar
“sentimentos e vivência de tristeza, solidão, ser peso para os outros,
angústia, interrogações sobre o sentido da vida. Nesses estados de inquietação
e sofrimento espiritual, muitos doentes encontram sentido no mistério da morte
e ressurreição de Jesus. Outros, porém, sentem-no fútil e absurdo e manifestam
o desejo de morrer ou até o pedido para morrer. Em tais pedidos está subjacente
o valor da vida e o desejo de viver de outro modo. São sobretudo um pedido
angustiado de ajuda face ao sofrimento intolerável e a manifestação da
necessidade de proximidade afetiva face à solidão no morrer. Uns e outros pedem
terapêuticas adequadas que aliviem ou suprimam a dor; cuidados imbuídos de
compreensão empática e calor humano; acompanhamento espiritual; a presença
humana, compreensiva e compassiva de familiares, amigos e outros membros da
comunidade”.
Agradecemos e aplaudimos a ciência no seu enorme
contributo ao bem estar da humanidade. Entendemos que ela deve estar ao serviço
do conhecimento, do progresso sustentável, da vida e da qualidade de vida, isto
é, da Verdade. Aplaudimos os médicos e todos quantos se manifestam a favor da
vida. Um estudante de medicina, porém, numa intervenção que fez algures sobre
os desafios da formação nessa área, afirmava que “já nem as faculdades são
depositárias da conduta e do olhar devido sobre a ciência: tentam ensinar-nos
que a vida nasce da ciência, quando ao invés, tal como tudo, é a ciência que
nasce da vida”. E denunciava a subtileza com que até o código deontológico dos
médicos está cada vez mais descomprometido com a vida humana, lembrando que “na
mais recente atualização do Juramento de Hipócrates, já depois de incontáveis
atualizações prévias, foi alterada uma simples frase: passou de “guardarei
respeito absoluto pela vida humana”, para “guardarei respeito máximo pela
vida”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 13-05-2022.
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