terça-feira, 3 de maio de 2022

 

 

Quarta, 04 de maio de 2022

Terça-feira da III semana de Páscoa

 

 

LITURGIA

 

 

Quarta-feira da semana III

Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.

L1: At 8, 1b-8; Sal 65 (66), 1-3a. 4-5. 6-7a
Ev: Jo 6, 35-40


* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – Bb. Ângelo Maria (OCar), Lucas de S. José (OCD), presbíteros e companheiros mártires – MO e MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Tomás de Olera, religioso, da I Ordem – MF
* Na Companhia de Jesus – S. José Maria Rúbio, presbítero – MF

 

Missa

 Antífona de entrada Cf. Sl 70, 8.23
Cante a minha boca, Senhor, a vossa glória,
proclamando continuamente os vossos louvores.
Os meus lábios exultem de alegria. Aleluia.

Oração coleta
Vinde, Senhor,
em auxílio da vossa família, reunida em oração,
e concedei que participem eternamente
na ressurreição do vosso Filho unigénito
aqueles a quem destes a graça da fé.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.

LEITURA I  Atos 8, 1b-8
«Andaram de terra em terra a anunciar a palavra do Evangelho»


Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naquele dia, levantou-se uma grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém e todos, à exceção dos Apóstolos, se dispersaram pelas terras da Judeia e da Samaria. Alguns homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram grandes lamentações por ele. Saulo, por sua vez, devastava a Igreja: ia de casa em casa, arrastava homens e mulheres e metia-os na prisão. Entretanto, os irmãos dispersos andaram de terra em terra, a anunciar a palavra do Evangelho. Foi assim que Filipe, tendo descido a uma cidade da Samaria, começou a anunciar Cristo àquela gente. As multidões aderiam unanimemente às palavras de Filipe, porque ouviam falar dos milagres que fazia e também os viam. De muitos possessos saíam espíritos impuros, soltando enormes gritos, e numerosos paralíticos e coxos foram curados. E houve muita alegria naquele cidade.

Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 65 (66) l-3a.4-5.6-7a (R. l)
Refrão: A terra inteira aclame o Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Aclamai o Senhor, terra inteira,
cantai a glória do seu nome,
celebrai os seus louvores, dizei a Deus:
«Maravilhosas são as vossas obras». Refrão

«A terra inteira Vos adore e celebre,
entoe hinos ao vosso nome».
Vinde contemplar as obras de Deus,
admirável na sua ação pelos homens. Refrão

Mudou o mar em terra firme,
atravessaram o rio a pé enxuto.
Alegremo-nos n’Ele:
domina eternamente com o seu poder. Refrão

ALELUIA cf. Jo 6, 40
Refrão: Aleluia. Repete-se

Quem acredita no Filho de Deus tem a vida eterna:
Eu o ressuscitarei no último dia, diz o Senhor. Refrão

EVANGELHO Jo 6, 35-40
«A vontade d’Aquele que Me enviou é esta:
que Eu não perca nenhum dos que Ele Me deu»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João


Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Eu sou o pão da vida: Quem vem a Mim nunca mais terá fome e quem acredita em Mim nunca mais terá sede. No entanto, como vos disse, ‘embora tivésseis visto, não acreditais’. Todos aqueles que o Pai Me dá virão a Mim e àqueles que vêm a Mim não os rejeitarei, porque desci do Céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade d’Aquele que Me enviou. E a vontade d’Aquele que Me enviou é esta: que Eu não perca nenhum dos que Ele Me deu, mas os ressuscite no último dia. De facto, é esta a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e acredita n’Ele tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia».

Palavra da salvação.

Oração sobre as oblatas
Concedei, Senhor,
que, em todo o tempo, possamos alegrar-nos
com estes mistérios pascais,
de modo que o ato sempre renovado da nossa redenção
seja para nós causa de alegria eterna.
Por Cristo nosso Senhor.

Prefácio Pascal I-V.

Antífona da comunhão
Fomos resgatados pelo Sangue de Cristo
que, ressuscitando de entre os mortos,
fez brilhar sobre nós a sua luz. Aleluia.

Oração depois da comunhão
Ouvi, Senhor, as nossas preces
e fazei que estes santos mistérios da nossa redenção
nos auxiliem na vida presente
e nos alcancem as alegrias eternas.
Por Cristo nosso Senhor.

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS: Atos 8, 1b-8: Um conjunto de pequenas notícias enche esta leitura; mas em todas elas perpassa o sopro do Espírito do Ressuscitado. Até a dispersão de que sofreu a comunidade de Jerusalém foi ocasião para que o Evangelho chegasse às outras províncias mais distantes. E o próprio ardor de Saulo, aquela testemunha ocular da morte de Estêvão, irá transformar-se em zelo pela Boa Nova de Jesus ressuscitado. Está-se verdadeiramente no Tempo Pascal da Igreja, sob o signo do Espírito.

Jo 6, 35-40: Jesus afirma-Se agora, claramente, o “Pão da Vida”. Já assim fora anteriormente prefigurado no pão multiplicado e no maná evocado na fala com os Judeus; mas agora é Ele mesmo que Se apresenta claramente como o Pão, o alimento que mata a fome. E este Pão assimila-se pela fé. Por isso, Jesus, como outrora a Sabedoria (cf. Pr 9) ergue a voz e clama, convidando para o banquete. Quem d’Ele se alimentar terá a vida eterna na glória da ressurreição, que o Tempo Pascal prefigura.

 

 

 

AGENDA DO DIA:

 

 

Terço na parte da tarde em:

Montalvão

Alpalhão

Gáfete

Tolosa

Amieira do Tejo.

 

Terço à noite em:

Nisa, Espírito Santo

 

Missas:

11.30 horas: Funeral em Amieira do Tejo (cemitério)

17.00 horas: Gáfete

18.00 horas em Nisa - Espírito Santo

18,00 horas em Tolosa

18.30 horas: Funeral em Alpalhão.

 

 

MAIO, MÊS DE MARIA

 

 

 


 

 

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

MAIS COMPROMISSO QUE TEORIA DA MISERICÓRDIA

 

Celebramos o Domingo da Misericórdia. Há festas litúrgicas na Igreja que devem a sua origem e implementação mais rápida a revelações particulares. Mas sempre sem grande pressa da Igreja em assumir tais revelações já que, para ela, o tempo tem sentido de eternidade. Assim como vai distinguindo os carismas das manias, mesmo no meio da impaciência dos mais devotos e voluntariosos, também põe à prova por longo tempo estas novidades que lhe chegam bem como as formas como elas se apresentam e os conteúdos que propõem. Mas procura agir sempre respeitosamente com todos, pois sabe que não tem o monopólio do Espírito Santo e que Este sopra onde quer, quando quer, como quer, em quem quer e ninguém tem nada com isso. Costuma dizer-se que o seguro morreu de velho e a prudência foi-lhe ao enterro!...

É o caso, por exemplo, das Solenidades do Corpo de Deus e do Sagrado Coração de Jesus. Aliás, no seu comentário teológico sobre a mensagem de Fátima, o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI, escreveu que “frequentemente as revelações privadas provêm da piedade popular e nela se refletem, dando-lhe novo impulso e suscitando formas novas. Isto não exclui que aquelas tenham influência também na própria liturgia, como o demonstram por exemplo a festa do Corpo de Deus e a do Sagrado Coração de Jesus”.

Foi pelo ano de 1263 que um Padre de Praga, perante as dúvidas que o assaltavam sobre a presença real de Cristo na Eucaristia, se sentiu agraciado com a evidência do facto quando a hóstia começou a gotejar sangue na presença de todos os fiéis presentes. Este fenómeno que teve lugar em Bolsena, na região de Lácio, por onde o sacerdote passeava, foi devidamente estudado. Diz a tradição que, além do Papa Urbano IV, faziam parte dessa comissão de avaliação São Tomás de Aquino e São Boaventura, e que dois!... Também, neste tempo, já era sobejamente conhecido o famoso milagre eucarístico de Lanciano do século VIII, um dos mais célebres do mundo, cientificamente estudado. O Papa Urbano IV, que antes de ser Papa era arcediago de Liége, foi a pessoa a quem, Juliana de Liège, mais conhecida por Santa Juliana de Mont Cornillon, em 1230 confidenciou as visões que tinha, recebendo dos Céus a incumbência de transmitir à Igreja o desejo divino de se incluir no Calendário Litúrgico uma festa em honra da Santíssima Eucaristia. A festa logo começou a ser celebrada em Liège. Só em 11 de agosto de 1264, Urbano IV instituiu a Festa de Corpus Christi, estendendo a toda a Igreja o culto público à Sagrada Eucaristia que apenas era celebrado em algumas dioceses por influência de Santa Juliana. Clemente V, cinquenta anos mais tarde, tornou obrigatória a celebração dessa Festa da Eucaristia. E o Concílio de Trento, em meados do século XVI, oficializou as procissões eucarísticas, como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública de fé na presença real de Cristo na Hóstia Sagrada. Como afirmava São João Paulo II, a Eucaristia é o “tesouro mais precioso herdado de Cristo, o Sacramento de sua própria Presença” em que o povo de Deus “O louva, canta e leva em procissão pelas ruas da cidade” (14/6/2001).

Igualmente a Festa ao Sagrado Coração de Jesus. A sua devoção já existe desde tempos imemoriais, mas a sua maior difusão e implementação deve-se sobretudo a Santa Maria de Alacoque (1601-1680), uma monja do mosteiro de Paray-le-Monial, em França. Durante anos teve aparições de Jesus que lhe pedia uma particular devoção ao seu coração. Pedia-lhe que comungasse em cada primeira sexta-feira do mês – foi em sexta-feira que Jesus foi crucificado - e que a sexta-feira a seguir à oitava da Festa do Corpo de Deus fosse dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Foi o papa Pio IX, em 1856, quem estendeu a festa do Sagrado Coração de Jesus a toda a Igreja, celebrando-se o coração como órgão humano unido à divindade de Cristo e o amor de Deus pelos homens.

Vamos celebrar o Domingo da Divina Misericórdia, o segundo Domingo da Páscoa. Também se fundamenta em revelações feitas por Jesus a Santa Faustina Kowalska, em Plock, Polónia. Desde o ano 2000, por vontade do Papa São João Paulo II, faz parte do calendário litúrgico da Igreja. Nesse ano, em 30 de abril, o Papa, na homilia da celebração de canonização de Santa Faustina, afirmava ser importante “que acolhamos inteiramente a mensagem que nos vem da palavra de Deus neste segundo Domingo de Páscoa que de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de ‘Domingo da Divina Misericórdia”.

A imagem divulgada do Senhor da Divina Misericórdia representa Jesus no momento em que aparece aos discípulos no Cenáculo, após a ressurreição (Jo 20,19-31), quando lhes dá o poder de perdoar os pecados. O perdão é o sinal mais visível do amor do Pai que Jesus quis revelar em toda a sua vida até ao alto do Calvário. Nestas revelações privadas, Jesus dá muita importância à sua Segunda Vinda, como referem os capítulos 13 e 25 de São Mateus. E os apelos de Jesus são que se fale ao mundo da sua misericórdia, que toda a humanidade conheça a sua misericórdia (cf. Diário 848), pois “Quem não queira passar pela porta de Minha misericórdia, tem que passar pela porta de Minha justiça” (Diário, 1146). O Senhor deixou-nos o sacramento da sua misericórdia, o sacramento da reconciliação com Deus e com os irmãos, o sacramento que faz experimentar a força libertadora do perdão. É a ação da Divina Misericórdia até o fim dos tempos, não podendo deixar de ter o seu lugar central na vida cristã. E a Igreja convida a celebrar a Divina Misericórdia de várias formas, enriquecendo o Domingo da Misericórdia com a Indulgência Plenária “para que os fiéis possam receber mais amplamente o dom do conforto do Espírito Santo e desta forma alimentar uma caridade crescente para com Deus e o próximo e, obtendo eles mesmos o perdão de Deus, sejam por sua vez induzidos a perdoar imediatamente aos irmãos” (Decreto da P. Apostólica, 2002). A interpretação da própria imagem do Senhor da Divina Misericórdia sugerida a Santa Faustina e explicada por Jesus, é um símbolo da caridade, do perdão e do amor de Deus, fonte da Misericórdia. Fazem ainda parte desta devoção o terço próprio da Divina Misericórdia, sendo rezado, se possível, pelas 15 horas, o momento da morte de Jesus. Inicia-se rezando o Pai Nosso, a Ave Maria e o Credo. Nas contas do ‘Pai Nosso’, diz-se: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro”. Nas contas das ‘Ave Maria’, reza-se: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro”. No final das dezenas, reza-se três vezes: “Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.

“A cultura da misericórdia forma-se na oração assídua, na abertura dócil à ação do Espírito, na familiaridade com a vida dos Santos e na solidariedade concreta para com os pobres. É um convite premente para não se equivocar onde é determinante comprometer-se” (MeM20).

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 22-04-2022.

 

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