Quinta, 25 de maio de 2022
Quinta-feira da VI semana do tempo de Páscoa
LITURGIA
Quinta-feira
da semana VI
S. Filipe Néri, presbítero – MO
Rogações.
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória, pf. pascal.
L1: At 18, 1-8; Sal 97 (98), 1. 2-3ab. 3cd-4
Ev: Jo 16, 16-20
* Na Ordem Beneditina – S. Gregório VII, papa – MF; S. Maria Madalena de Pazzi,
virgem – MF; S. Filipe Néri – MF
* Na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – S. Gregório VII, papa; S.
Maria Madalena de Pazzi, virgem – MF
São Filipe Néri,
presbítero
Nota
Histórica:
Filipe Néri
nasceu em Florença, no ano 1515. Dirigiu-se para Roma e começou por se dedicar
ao apostolado da juventude. Fundou uma associação em favor dos enfermos pobres,
levando sempre uma vida de grande perfeição cristã. Foi ordenado presbítero no
ano 1551 e fundou o Oratório que tinha por objetivo dedicar-se à instrução
espiritual, ao canto e às obras de caridade. Promotor de novas expressões
culturais e artísticas, notabilizou-se sobretudo pelo seu amor ao próximo, pela
sua simplicidade evangélica e pela sua alegria no serviço de Deus. Morreu no
ano 1595.
Missa
Antífona de
entrada Rm 5, 5; cf. 8, 11
O amor de Deus foi derramado em nossos corações
pelo Espírito Santo que habita em nós (T. P. Aleluia).
Oração
coleta
Senhor nosso Deus,
que sempre glorificais a santidade
dos que Vos servem fielmente,
acendei em nós o fogo do Espírito Santo,
que tão maravilhosamente ardia
no coração de são Filipe [Néri].
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Atos 18, 1-8
«Ficou em casa deles para trabalharem juntos e falava na sinagoga»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
Naqueles dias, Paulo saiu de Atenas e
foi para Corinto. Encontrou lá um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente
chegado de Itália, com Priscila, sua mulher, porque o imperador Cláudio tinha
decretado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo juntou-se a eles e, como
era da mesma profissão, fabricante de tendas, ficou em sua casa para
trabalharem juntos. Todos os sábados, Paulo falava na sinagoga, procurando
convencer tanto judeus como gregos. Quando Silas e Timóteo chegaram da
Macedónia, Paulo consagrou-se totalmente à pregação, afirmando aos judeus que
Jesus era o Messias. Mas perante a oposição e blasfémias deles, sacudiu as
vestes e declarou-lhes: «O vosso sangue recaia sobre as vossas cabeças. Eu não
sou responsável por isso. A partir de agora, vou dirigir-me aos gentios». Saiu
dali e foi para casa de Tício Justo, homem que adorava a Deus e morava junto da
sinagoga. Entretanto, Crispo, chefe da sinagoga, acreditou no Senhor, ele e a
sua família, e muitos coríntios que ouviam a palavra de Paulo abraçavam também
a fé e recebiam o Batismo.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 97 (98), 1.2-3ab.3cd-4 (R. cf. 2b)
Refrão: O Senhor manifestou a salvação a
todos os povos. Repete-se
Ou: Diante dos povos, manifestou Deus a salvação. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória. Refrão
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel. Refrão
Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai. Refrão
ALELUIA cf. Jo 14, 18
Refrão: Aleluia Repete-se
Não vos deixarei órfãos, diz o Senhor;
voltarei para junto de vós e exultareis de alegria. Refrão
EVANGELHO Jo 16, 16-20
«Estareis tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria»
Evangelho de Nosso Senhor
Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos: «Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me».
Alguns discípulos disseram entre si: «Que significa isto que nos diz: ‘Daqui a
pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me’, e ainda: ‘Eu vou
para o Pai’?». E perguntavam: «Que é esse pouco tempo de que Ele fala? Não
sabemos o que está a dizer». Jesus percebeu que O queriam interrogar e
disse-lhes: «Procurais entre vós compreender as minhas palavras: ‘Daqui a pouco
já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me’. Em verdade, em verdade vos
digo: Chorareis e lamentar-vos-eis, enquanto o mundo se alegrará. Estareis
tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria».
Palavra
da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Ao oferecer-Vos, Senhor, este sacrifício de louvor,
humildemente Vos pedimos
que, a exemplo de são Filipe [Néri],
nos dediquemos sempre com alegria à glória do vosso nome
e ao serviço dos nossos irmãos.
Por Cristo nosso Senhor.
Antífona
da comunhão Cf. Jo 15, 9
Assim como o Pai Me amou, diz o Senhor, também Eu vos amei.
Permanecei no meu amor (T. P. Aleluia).
Oração
depois da comunhão
Senhor, que nos alimentastes com o pão do céu,
fazei que, à imitação de são Filipe [Néri],
busquemos sempre aquelas realidades
que nos dão a verdadeira vida.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Atos 18, 1-8: De
Atenas, a capital, Paulo desce a Corinto, cidade marítima, populosa, mal
reputada do ponto de vista moral. A presença de Paulo em Corinto começou de
maneira simples e modesta. A sua palavra foi primeiro dirigida aos judeus, na
sinagoga. A recusa, uma vez mais repetida, dos que estavam mais preparados para
a escutar, levou Paulo a voltar-se para os pagãos, que o escutaram e abraçaram a fé.
Jo 16, 16-20: Será
ao longo de toda a sua vida que a Igreja irá experimentando o mistério da morte
e da vida, de tristeza e de alegria, que é a sua participação na Páscoa de
Cristo. Mas, depois da Ressurreição do Senhor, mesmo as suas tristezas são
agora sofridas na alegria da esperança!
AGENDA DO DIA:
19.30
horas; Adoração ao Santíssimo em Nisa
18,00
horas: Missa em Nisa.
Terço na parte da tarde em:
Montalvão
Alpalhão
Gáfete
Tolosa
Amieira
do Tejo
17.20
horas: Terço em Nisa, Espírito Santo.
MAIO, MÊS DE MARIA
A VOZ DO PASTOR
BATER
A PORTA NÃO RESOLVE E BANALIZA
A
fé partilha-se e vive-se em comunidade, em Igreja, e anuncia-se na missão.
Bater a porta à comunidade cristã nada resolve, banaliza, empobrece. Empobrece
a comunidade e empobrece quem bate a porta. É certo que nem todas as
comunidades cristãs são mar de rosas. É possível que, numa ou noutra, muita
gente viva de suposições, de tradições, de fé herdada mas não experienciada, e,
por isso, destoe e faça destoar a comunidade. Tornam-se reivindicativas em
exceções, não raro muito consumidoras em ‘coisas do Senhor’, mas facilmente
manipuláveis e pouco ou nada proativas na construção da mesma. Constituídas por
pessoas, as comunidades são muitas vezes espaço de contradições e de tensões,
de falta de acolhimento e de escuta, de individualismos e frustrações, de incapacidade
para se questionarem sobre o que transmitem, o que celebram, o que fazem, o que
defendem e sobre qual a inclusão de quem pensa diferente e muito as poderia
ajudar a darem um salto de qualidade. É verdade, nem sempre são “casa e escola
de comunhão”.
A
Igreja, porém, ‘não é uma massa, mas uma comunidade formada por pessoas
identificáveis, que viveram a experiência da intimidade com Jesus’. Quando os
compromissos batismais são verdadeiramente assumidos e exercitados na
comunidade cristã, sem fanatismos nem superficialidade, eles são sempre novos e
sempre desafiantes. Não permitem que nos acomodemos, que nos fechemos em nós
próprios, que coloquemos trancas na porta da própria comunidade com medo que
alguém saia ou entre, como se ela fosse uma ilha ou um gueto sem sentido nem
faísca criativa. Se aquela comunidade onde estamos integrados não corresponde
ao que pensamos ou àquilo que deveria ser, importante será arregaçar as mangas
e meter mãos à obra para que venha a ser o que pretendemos que ela seja, diferente.
Amuar, virar as costas ou tornar-se indiferente é morrinha que nada resolve.
Não podemos esquecer que temos uma dívida para com a comunidade cristã, uma
dívida que não se paga desertando. Ela escancarou-nos as portas, nela fomos
acolhidos e gerados para a fé, nela nos fomos e vamos tornando mais cristãos,
de forma gradual e progressiva, num processo em que se vai conjugando a graça
de Deus, o testemunho da própria comunidade e o esforço pessoal de conversão.
Aí,
e através das pessoas que lhe deram e dão rosto – pais, avós, famílias,
pastores, catequistas e fiéis cristãos – fizemos ‘a descoberta do mistério de
Jesus Cristo e da alegria da vocação cristã’. Aí crescemos, formamos,
fortalecemos, celebramos e nos confirmamos na fé uns aos outros, sendo todos um
só em Cristo Jesus. Aí, através de um constante esforço para uma pastoral
descentrada de si própria e alicerçada na escuta da Palavra, na oração conjunta
e no amor recíproco se oferecem constantemente espaços de descoberta da fé, se
desenvolve e dinamiza a fé, se celebram os sacramentos, se faz catequese, se
promove o voluntariado e a ação social em favor da sociedade envolvente, se
convive e faz festa, se experimenta um modo de vida inspirado no Evangelho. Ao
fomentar o crescimento pessoal, familiar e social dos seus membros, ela
possibilita a complementaridade, enriquece, rasga horizontes e caminhos,
motiva, estimula, convida à comunhão, à mudança de vida, à vida com sentido.
Os
grupos, como espaço de reflecção, de partilha de vida, de sentimentos, de
ideias e de ação solidária, fortalecem, ampliam o nível de compreensão acerca
do mundo e da Igreja, geram novos recursos interiores para que cada um se mova
com mais autonomia e destreza na realidade concreta da sua própria vida. Todas
estas experiências comunitárias, com mais ou menos diversidade de culturas ou
de origem, promovem uma postura ética como convém, abrem à missão, fazem pôr a
render os carismas e os talentos ao serviço da construção de um mundo melhor no
respeito pelas realidades terrenas sobre as quais se aprende e se procura fazer
uma leitura à luz da Palavra de Deus.
Da
comunidade se parte para a missão, para a comunidade se converge da missão. E
se a comunidade é essencial para a missão, a missão também é essencial para a
comunidade. Onde está um cristão a fazer seus os sentimentos de Cristo, aí
está, de alguma forma, a presença da Igreja como fermento, luz e sal: seja na
medicina, na economia, na política, na escola, na universidade, na família, nas
artes, no desporto, na ciência, na sociedade em que se vive, onde quer que for.
Como sabemos, “Há um só corpo e um só Espírito, como existe uma só esperança,
para a qual Deus nos chamou. Há um só Senhor, uma só fé e um só batismo. Há um
só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, atua por meio de todos e está
em todos” (Ef 4, 4-6).
Que
bom seria se todas as pessoas e famílias cristãs tivessem esta consciência ou
brio de pertença à comunidade cristã e agissem como tal, sempre abertos às
surpresas do Espírito e dispostos a colaborar. E que bom seria se todas as
comunidades conseguissem fomentar a tal pastoral de proposta, de iniciação, de
gestação, com padrões de coerência evangélica e de alegria cristã. Só os
valores de referência são capazes de orientar opções e de fundamentar
compromissos.
Conforme
o dom que cada um recebeu, a Igreja exorta-nos a que nos consagremos ao serviço
uns dos outros, como bons administradores da multiforme graça de Deus (cf. 1Ped
4, 10). De facto, se cada um fizer a sua parte, tudo será bem diferente!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 20-05-2022.
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