Terça, 26 de abril de 2022
Terça-feira da II semana de Páscoa
LITURGIA
Terça-feira
da semana II
Branco – Ofício da féria (Semana II
do Saltério).
Missa da féria, pf. pascal.
L1: At 4, 32-37; Sal 92 (93), 1ab. 1c-2. 5
Ev: Jo 3, 7b-15
* Na Ordem Agostiniana (FESTA), na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus (MF),
na Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Bom Conselho (FESTA),
na Congregação das Irmãs Missionárias de S. Pedro Claver (Padroeira principal –
FESTA) e nas Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor (Padroeira secundária –
FESTA) – Nossa Senhora, Mãe do Bom Conselho.
* Na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs (Lassalistas/La Salle) – Nossa
Senhora do Bom Conselho – MO
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – Transladação
das relíquias de S. Vicente de Paulo – MF
Missa
Antífona de entrada Ap 19, 7.6
Exultemos de alegria e dêmos glória a Deus,
porque o Senhor reina eternamente. Aleluia.
Oração
coleta
Deus todo-poderoso,
concedei ao vosso povo a graça de manifestar na sua vida
o poder de Cristo ressuscitado,
para que o penhor da redenção que d’Ele recebemos
nos alcance a plenitude dos seus dons.
Ele que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Atos 4, 32-37
«Um só coração e uma só alma»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
A multidão
dos haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma; ninguém considerava
seu o que lhe pertencia, mas tudo entre eles era comum. Os Apóstolos davam
testemunho da ressurreição do Senhor Jesus com grande poder e gozavam todos de
muita simpatia. Não havia entre eles qualquer necessitado, porque todos os que
possuíam terras ou casas vendiam-nas e traziam o produto das vendas, que
depunham aos pés dos Apóstolos, e distribuía-se então a cada um conforme a sua
necessidade. José, um levita natural de Chipre, a quem os Apóstolos chamaram
Barnabé – que quer dizer «Filho da Consolação» – possuía um campo. Vendeu-o e
trouxe o dinheiro, que depositou aos pés dos Apóstolos.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Sal. 92 (93), 1ab.1c-2.5 (R. 1a ou Aleluia)
Refrão: O Senhor é rei num trono de luz. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
O Senhor é rei,
revestiu-Se de majestade,
revestiu-Se e cingiu-Se de poder. Refrão
Firmou o universo, que não vacilará.
É firme o vosso trono desde sempre,
Vós existis desde toda a eternidade. Refrão
Os vossos testemunhos são dignos de toda a fé,
a santidade habita na vossa casa
por todo o sempre. Refrão
ALELUIA Jo 3, 15
Refrão: Aleluia Repete-se
O Filho do homem será elevado,
para que todo aquele que acredita
tenha n’Ele a vida eterna. Refrão
EVANGELHO Jo 3, 7b-15
«Ninguém subiu ao Céu, senão Aquele que desceu do Céu:
o Filho do homem»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Não te admires por Eu te haver dito
que todos devem nascer de novo. O vento sopra onde quer: ouves a sua voz, mas
não sabes donde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que
nasceu do Espírito». Nicodemos perguntou: «Como pode ser isso?» Jesus
respondeu-lhe: «Tu és mestre em Israel e não sabes estas coisas? Em verdade, em
verdade te digo: Nós falamos do que sabemos e damos testemunho do que vimos,
mas vós não aceitais o nosso testemunho. Se vos disse coisas da terra e não
acreditais, como haveis de acreditar, se vos disser coisas do Céu? Ninguém
subiu ao Céu, senão Aquele que desceu do Céu: o Filho do homem. Assim como
Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para
que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna».
Palavra da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Concedei, Senhor,
que, em todo o tempo, possamos alegrar-nos
com estes mistérios pascais,
de modo que o ato sempre renovado da nossa redenção
seja para nós causa de alegria eterna.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio Pascal I-V.
Antífona
da comunhão Cf. Lc 24, 46.26
Jesus Cristo tinha de padecer e ressuscitar dos mortos
para entrar na sua glória. Aleluia.
Oração
depois da comunhão
Ouvi, Senhor, as nossas preces
e fazei que estes santos mistérios da nossa redenção
nos auxiliem na vida presente
e nos alcancem as alegrias eternas.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Atos 4, 32-37: A fé da primeira comunidade
cristã de Jerusalém mostra-se na comunhão entre os seus membros, comunhão de
sentimentos e comunhão até de bens materiais. Esta maneira de viver é
apresentada como testemunho da Ressurreição; de facto, quem assim vive
testemunha que uma vida nova começou sobre a terra, a vida dos que passaram com
Cristo deste mundo para o Pai. E apresenta-se o exemplo particular de Barnabé.
Jo 3, 7b-15: A subida de Jesus para junto do Pai manifesta a sua origem divina e
garante a verdade da palavra que Ele nos anunciou. A sua Ressurreição é
testemunho a favor de tudo o que Ele nos ensinou. É, por isso, necessário
aceitar esse testemunho e ser-lhe fiel, para que o novo nascimento, que é o Batismo,
nos introduza na vida eterna.
AGENDA DO DIA:
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Alpalhão.
IGREJAS NO CONCELHO DE
NISA
Cruz entrada da capela de Nossa Senhora da Redonda - Alpalhão
A VOZ DO PASTOR
MAIS COMPROMISSO QUE TEORIA DA MISERICÓRDIA
Celebramos o Domingo da Misericórdia. Há
festas litúrgicas na Igreja que devem a sua origem e implementação mais rápida a
revelações particulares. Mas sempre sem grande pressa da Igreja em assumir tais
revelações já que, para ela, o tempo tem sentido de eternidade. Assim como vai
distinguindo os carismas das manias, mesmo no meio da impaciência dos mais
devotos e voluntariosos, também põe à prova por longo tempo estas novidades que
lhe chegam bem como as formas como elas se apresentam e os conteúdos que
propõem. Mas procura agir sempre respeitosamente com todos, pois sabe que não
tem o monopólio do Espírito Santo e que Este sopra onde quer, quando quer, como
quer, em quem quer e ninguém tem nada com isso. Costuma dizer-se que o seguro
morreu de velho e a prudência foi-lhe ao enterro!...
É o caso, por exemplo, das Solenidades do
Corpo de Deus e do Sagrado Coração de Jesus. Aliás, no seu comentário teológico
sobre a mensagem de Fátima, o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI,
escreveu que “frequentemente as revelações privadas provêm da piedade popular e
nela se refletem, dando-lhe novo impulso e suscitando formas novas. Isto não
exclui que aquelas tenham influência também na própria liturgia, como o
demonstram por exemplo a festa do Corpo de Deus e a do Sagrado Coração de
Jesus”.
Foi pelo ano de 1263 que um Padre de Praga,
perante as dúvidas que o assaltavam sobre a presença real de Cristo na
Eucaristia, se sentiu agraciado com a evidência do facto quando a hóstia
começou a gotejar sangue na presença de todos os fiéis presentes. Este fenómeno
que teve lugar em Bolsena, na região de Lácio, por onde o sacerdote passeava,
foi devidamente estudado. Diz a tradição que, além do Papa Urbano IV, faziam parte
dessa comissão de avaliação São Tomás de Aquino e São Boaventura, e que
dois!... Também, neste tempo, já era sobejamente conhecido o famoso milagre
eucarístico de Lanciano do século VIII, um dos mais célebres do mundo,
cientificamente estudado. O Papa Urbano IV, que antes de ser Papa era arcediago
de Liége, foi a pessoa a quem, Juliana de Liège, mais conhecida por Santa
Juliana de Mont Cornillon, em 1230 confidenciou as visões que tinha, recebendo
dos Céus a incumbência de transmitir à Igreja o desejo divino de se incluir no
Calendário Litúrgico uma festa em honra da Santíssima Eucaristia. A festa logo
começou a ser celebrada em Liège. Só em 11 de agosto de 1264, Urbano IV
instituiu a Festa de Corpus Christi, estendendo a toda a Igreja o culto público
à Sagrada Eucaristia que apenas era celebrado em algumas dioceses por
influência de Santa Juliana. Clemente V, cinquenta anos mais tarde, tornou
obrigatória a celebração dessa Festa da Eucaristia. E o Concílio de Trento, em
meados do século XVI, oficializou as procissões eucarísticas, como ação de
graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública de fé na
presença real de Cristo na Hóstia Sagrada. Como afirmava São João Paulo II, a
Eucaristia é o “tesouro mais precioso herdado de Cristo, o Sacramento de sua
própria Presença” em que o povo de Deus “O louva, canta e leva em procissão
pelas ruas da cidade” (14/6/2001).
Igualmente a Festa ao Sagrado Coração de
Jesus. A sua devoção já existe desde tempos imemoriais, mas a sua maior difusão
e implementação deve-se sobretudo a Santa Maria de Alacoque (1601-1680), uma
monja do mosteiro de Paray-le-Monial, em França. Durante anos teve aparições de
Jesus que lhe pedia uma particular devoção ao seu coração. Pedia-lhe que
comungasse em cada primeira sexta-feira do mês – foi em sexta-feira que Jesus
foi crucificado - e que a sexta-feira a seguir à oitava da Festa do Corpo de
Deus fosse dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Foi o papa Pio IX, em 1856,
quem estendeu a festa do Sagrado Coração de Jesus a toda a Igreja,
celebrando-se o coração como órgão humano unido à divindade de Cristo e o amor
de Deus pelos homens.
Vamos celebrar o Domingo da Divina
Misericórdia, o segundo Domingo da Páscoa. Também se fundamenta em revelações
feitas por Jesus a Santa Faustina Kowalska, em Plock, Polónia. Desde o ano
2000, por vontade do Papa São João Paulo II, faz parte do calendário litúrgico
da Igreja. Nesse ano, em 30 de abril, o Papa, na homilia da celebração de
canonização de Santa Faustina, afirmava ser importante “que acolhamos
inteiramente a mensagem que nos vem da palavra de Deus neste segundo Domingo de
Páscoa que de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de ‘Domingo da
Divina Misericórdia”.
A imagem divulgada do Senhor da Divina
Misericórdia representa Jesus no momento em que aparece aos discípulos no
Cenáculo, após a ressurreição (Jo 20,19-31), quando lhes dá o poder de perdoar
os pecados. O perdão é o sinal mais visível do amor do Pai que Jesus quis
revelar em toda a sua vida até ao alto do Calvário. Nestas revelações privadas,
Jesus dá muita importância à sua Segunda Vinda, como referem os capítulos 13 e
25 de São Mateus. E os apelos de Jesus são que se fale ao mundo da sua
misericórdia, que toda a humanidade conheça a sua misericórdia (cf. Diário
848), pois “Quem não queira passar pela porta de Minha misericórdia, tem que
passar pela porta de Minha justiça” (Diário, 1146). O Senhor deixou-nos o
sacramento da sua misericórdia, o sacramento da reconciliação com Deus e com os
irmãos, o sacramento que faz experimentar a força libertadora do perdão. É a
ação da Divina Misericórdia até o fim dos tempos, não podendo deixar de ter o
seu lugar central na vida cristã. E a Igreja convida a celebrar a Divina
Misericórdia de várias formas, enriquecendo o Domingo da Misericórdia com a
Indulgência Plenária “para que os fiéis possam receber mais amplamente o dom do
conforto do Espírito Santo e desta forma alimentar uma caridade crescente para
com Deus e o próximo e, obtendo eles mesmos o perdão de Deus, sejam por sua vez
induzidos a perdoar imediatamente aos irmãos” (Decreto da P. Apostólica, 2002).
A interpretação da própria imagem do Senhor da Divina Misericórdia sugerida a
Santa Faustina e explicada por Jesus, é um símbolo da caridade, do perdão e do
amor de Deus, fonte da Misericórdia. Fazem ainda parte desta devoção o terço
próprio da Divina Misericórdia, sendo rezado, se possível, pelas 15 horas, o
momento da morte de Jesus. Inicia-se rezando o Pai Nosso, a Ave Maria e o
Credo. Nas contas do ‘Pai Nosso’, diz-se: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e
Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo,
em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro”. Nas contas das ‘Ave Maria’,
reza-se: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo
inteiro”. No final das dezenas, reza-se três vezes: “Deus Santo, Deus Forte,
Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.
“A cultura da misericórdia forma-se na oração
assídua, na abertura dócil à ação do Espírito, na familiaridade com a vida dos
Santos e na solidariedade concreta para com os pobres. É um convite premente
para não se equivocar onde é determinante comprometer-se” (MeM20).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 22-04-2022.
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