terça-feira, 12 de abril de 2022

 




PARÓQUIAS DE NISA

Quarta, 13, de abril de 2022

 

Quarta-feira da semana Santa

   

 

LITURGIA

 

 

Quarta-feira da Semana Santa

Roxo – Ofício próprio.
Missa própria, pf. II da Paixão.

L1: Is 50, 4-9a; Sal 68 (69), 8-10. 21bcd-22. 31. 33-34
Ev: Mt 26, 14-25

* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Na Diocese de Angra – Dia do Sacerdócio. Na Sé – Missa Crismal.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Cf. Flp 2, 10.8.11
Ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu,
na terra e nos abismos,
porque o Senhor obedeceu até à morte e morte de cruz:
Jesus Cristo é o Senhor para glória de Deus Pai.

ORAÇÃO COLETA
Senhor nosso Deus, que, para nos libertar do poder do inimigo,
quisestes que o vosso Filho suportasse a cruz,
concedei aos vossos servos a graça da ressurreição.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.

LEITURA I Is 50, 4-9a
«Não desviei o meu rosto dos que Me insultavam»
(Terceiro cântico do Servo do Senhor)


Leitura do Livro de Isaías

O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo,
para que eu saiba dizer uma palavra de alento
aos que andam abatidos.
Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos,
para eu escutar, como escutam os discípulos.
O Senhor Deus abriu-me os ouvidos
e eu não resisti nem recuei um passo.
Apresentei as costas àqueles que me batiam
e a face aos que me arrancavam a barba;
não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam.
Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio,
e por isso não fiquei envergonhado;
tornei o meu rosto duro como pedra,
e sei que não ficarei desiludido.
O meu advogado está perto de mim.
Pretende alguém instaurar-me um processo?
Compareçamos juntos.
Quem é o meu adversário? Que se apresente!
O Senhor Deus vem em meu auxílio.
Quem ousará condenar-me?

Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL
Salmo 68 (69), 8-10.21bcd-22.31.33-34 (R. 14 c b)
Refrão: Pela vossa grande misericórdia,
no tempo da graça, atendei-me, Senhor.

Por Vós tenho suportado afrontas,
cobrindo-se meu rosto de confusão.
Tornei-me um estranho para os meus irmãos,
um desconhecido para a minha família.

Devorou-me o zelo da vossa casa
e recaíram sobre mim os insultos contra Vós.
O insulto despedaçou-me o coração
e eu desfaleço.

Esperei por compaixão e não apareceu,
nem encontrei quem me consolasse.
Misturaram-me fel na comida
e deram-me vinagre a beber.

Louvarei com cânticos o nome de Deus
e em ação de graças O glorificarei.
Vós, humildes, olhai e alegrai-vos,
buscai o Senhor e o vosso coração se reanimará.
O Senhor ouve os pobres
e não despreza os cativos.

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO


Refrão: Glória a Vós, Senhor, Filho do Deus vivo.
Salve, Senhor, nosso Rei;
só Vós tivestes piedade dos nossos erros. Refrão

Ou: Salve, Senhor, nosso Rei, obediente ao Pai,
que fostes levado como manso cordeiro
à morte na cruz. Refrão


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo,
um dos Doze, chamado Iscariotes,
foi ter com os príncipes dos sacerdotes e disse-lhes:
«Que estais dispostos a dar-me para vos entregar Jesus?»
Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata.
A partir de então,
Judas procurava uma oportunidade para O entregar.
No primeiro dia dos Ázimos,
os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe:
«Onde queres que façamos os preparativos
para comer a Páscoa?»
Ele respondeu:
«Ide à cidade, a casa de tal pessoa, e dizei-lhe:
‘O Mestre manda dizer:
O meu tempo está próximo.
É em tua casa que Eu quero celebrar a Páscoa
com os meus discípulos’».
Os discípulos fizeram como Jesus lhes tinha mandado
e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, sentou-Se à mesa com os Doze.
Enquanto comiam, declarou:
«Em verdade, em verdade vos digo:
Um de vós Me entregará».
Profundamente entristecidos,
começou cada um a perguntar-Lhe:
«Serei eu, Senhor?»
Jesus respondeu:
«Aquele que meteu comigo a mão no prato
é que vai entregar-Me.
O Filho do homem vai partir,
como está escrito acerca d’Ele.
Mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser entregue!
Melhor seria para esse homem não ter nascido».
Judas, que O ia entregar, tomou a palavra e perguntou:
«Serei eu, Mestre?»
Respondeu Jesus:
«Tu o disseste».

Palavra da salvação.

Oração Universal
Irmãos:
Os sofrimentos do Servo de Deus e a traição de Judas
dão à Liturgia de hoje uma grande tristeza.
Invoquemos o nosso Salvador, dizendo:
R. Jesus, servo fiel, ouvi-nos.

1. Para que as Igrejas do Oriente e do Ocidente,
que celebram todos os anos a santa Páscoa,
não tardem a fazê-lo no mesmo dia,
oremos.

2. Para que ninguém venha a ceder à tentação
de vender, por preço algum, aqueles que ama
ou de os entregar nas mãos dos poderosos,
oremos.

3. Para que todos os discípulos do Senhor
recebam a graça de O contemplar e adorar
nos traços vivos da descrição de Isaías,
oremos.

4. Para que os responsáveis pela Eucaristia
se preocupem com os sinais,
palavras e lugares da celebração,
como Jesus fez antes e ao longo da última Ceia,
oremos.

5. Para que, cada um de nós, ao abeirar-se da Comunhão,
consciente de que vai receber o Corpo de Cristo,
se deixe renovar pelo Espírito Santo,
oremos.

Senhor Jesus, Cordeiro imolado,
acolhei as nossas súplicas
e dai-nos os bens que Vos pedimos.
Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, os dons que Vos oferecemos
e fazei que, ao celebrarmos os mistérios da paixão de Cristo,
alcancemos a plenitude dos seus frutos.
Por Cristo nosso Senhor.

Prefácio: II da Paixão do Senho: A vitória da Paixão
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.


Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por nosso Senhor Jesus Cristo.
Aproximam-se os dias solenes
da paixão salvadora e da ressurreição gloriosa,
em que é vencida a iniquidade da antiga serpente
e se renova o mistério da nossa redenção.
Por isso, a multidão dos anjos
adora a vossa majestade
e exulta eternamente na vossa presença.
Permiti que nos associemos às suas vozes,
dizendo (cantando) com alegria:
Santo, Santo, Santo…

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 20, 28
O Filho do homem não veio para ser servido,
mas para servir e dar a vida pela redenção dos homens.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus todo-poderoso, dai-nos a graça de acreditar firmemente
que, pela morte temporal do vosso Filho,
proclamada nestes santos mistérios,
recebemos das vossas mãos o penhor da vida eterna.
Por Cristo nosso Senhor.

Oração sobre o povo (facultativa)
Concedei, Senhor, aos vossos fiéis
a graça de receberem sem cessar os frutos do sacramento pascal
e de aspirarem sempre aos bens futuros, para que,
permanecendo fiéis ao mistério do seu renascimento espiritual,
progridam continuamente na vida nova da santidade.
Por Cristo nosso Senhor.

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS Is 50, 4-9a: É o terceiro Cântico do Servo do Senhor. Jesus é esse Servo, humilhado, desprezado, insultado pelos homens; mas, no meio de toda essa fraqueza, Ele é o triunfador, porque o Pai está com Ele. O Pai O exaltará.

Jo 13, 21-33.36-38: Vão-se acumulando os antecedentes imediatos da Paixão. Jesus anuncia a traição de Judas e a negação de Pedro. Depois da rejeição dos meios oficiais, vem agora a traição e a negação dos seus. Estamos já na última Ceia. S. João vai interpretando os acontecimentos de maneira simbólica: atrás do pão, Satanás entra em Judas; já era noite; a morte de Jesus é a sua glorificação; Pedro segui-l’O-à depois; Jesus está cada vez mais abandonado dos homens, ao mesmo tempo que é o seu Salvador.

Mt 26, 14-25: Esta traição é denunciada por Jesus durante a refeição em que celebra a Páscoa e institui a Eucaristia. Deste modo, a libertação é trazida por Jesus aos homens, ao mesmo tempo em que o homem O atraiçoa e lhe dá a morte. Esta leitura está dominada pela ideia das ‘entregas’: a ‘entrega’ ou “traição” que Judas faz de Jesus, e a ‘entrega’ que Jesus faz de Si mesmo na sua Páscoa, da qual já amanhã fará entrega aos seus discípulos na Eucaristia.

 

 

 

AGENDA DO DIA:

 

 

15.00 horas: Missa na Santa Casa de Arez

18.00 horas: Missa em Alpalhão

18.00 horas: Missa em Nisa

 

Cruzes exteriores NA  ZONA PASTORAL DE NISA

 

 


Santuário de Nossa Senhora da Graça - Nisa

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

 

MEU POVO, QUE TE FIZ EU? EM QUE TE CONTRISTEI?

 

Aproxima-se a celebração do momento central da plenitude dos tempos. É a ‘Hora’ para a qual vinha a convergir tudo quanto estava predito e dito e os próprios gestos salvíficos de Cristo preconizavam e até provocaram. É a hora da cruz, a hora do despojamento total do Filho muito amado do Pai, a hora da vitória da vida sobre a morte, a hora da ressurreição do Senhor. “Não está aqui, ressuscitou!” (Lc 24, 5-6). E Jesus faz-se encontrado, deixa-se ver e tocar pelos seus discípulos que o reconhecem e correm de alegria levando por toda a parte a notícia da maior história de amor que o mundo jamais conheceu. É o mistério da Páscoa, a fonte da vida, a Festa das festas, a Festa da Igreja no coração do mundo a renovar o coração dos homens. É o auge do projeto de Deus em favor da humanidade. A paixão e a ressurreição de Jesus manifestam a coerência da vida de Jesus com a sua mensagem, confirmam Jesus como Filho de Deus, são a expressão máxima do seu amor para com a humanidade, constituem o sacrifício único pelo qual todos os pecados são perdoados, encorajam a fé dos seus discípulos enviados a anunciar o que tinham tocado, visto e ouvido.

Tudo quanto ao longo da História da Salvação, na sua condescendência e pedagogia infinitas, Deus fez acontecer, tudo quanto prometeu que haveria de advir eram apenas sombra das surpresas com que Deus nos haveria, de facto, de presentear na plenitude dos tempos em seu Filho. Uma nova primavera de esperança desponta a fazer florir uma humanidade nova baseada na fraternidade universal, no amor e na paz. Infelizmente, por se querer ignorar esta história de amor incomparável, ainda há quem, dois mil anos depois!, pela dureza do seu coração soberbo e arrogante, teime em se endeusar e prefira viver num inverno existencial triste, tenebroso e destruidor, alimentando ódios impensáveis e interesses mesquinhos a destruir vidas, a promover o terror.

Se desde sempre o homem procurou e procura sentido para a vida e para as perguntas da vida, se nunca faltaram nem faltam na história humana heróis da justiça e do amor aos outros, há uma questão fundamental que sempre permanece e atormenta o homem. O homem não tem solução para a morte, quando muito tenta esquecê-la ou dizer que ela é o fim de tudo! No entanto, Deus fez-se homem, Deus entrou no seio da morte. Não porque fosse mortal, não porque tivesse caído nas ciladas do pecado. Entrou nela por amor, fez-se mortal por graça e por verdade. Bebeu o cálice da nossa morte e convidou-nos a tomar parte, desde já, na sua vida imortal, incorruptível. Se aceitarmos entrar na sua morte por amor, ela é a única que destrói a nossa morte. Jesus venceu a morte com a sua própria morte para nos dar a sua vida e vida em abundância (cf. Jean Corbon, a fonte da liturgia, cap. III). Pela sua cruz e ressurreição tornou-se o único acontecimento da história com repercussões salvadoras para toda humanidade, mesmo que a cruz continue a ser escândalo para uns e loucura para outros. Jesus, livre e soberanamente, entra na morte e enfrenta-a sozinho num combate invulgar em favor de todos. “Ninguém Me tira a vida, sou Eu que a dou espontaneamente (Jo 10,18).

Vamos entrar num tempo sagrado para viver e celebrar estes mistérios da salvação, é a Semana Santa, a Semana Maior. Vai do Domingo de Ramos, dia da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, ao Domingo da Ressurreição do Senhor. Dentro da Semana Santa temos o Tríduo Pascal em que Cristo sofreu, descansou e ressuscitou segundo a palavra que Ele disse: destruí este templo e Eu em três dias o levantarei. Começa na Quinta-Feira Santa, com a celebração da Ceia do Senhor, o dia da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Jesus e os seus apóstolos celebraram a Páscoa judaica, na qual Jesus lavou os pés aos seus discípulos, um gesto simbólico que os seus discípulos deveriam traduzir em atitudes de vida quotidiana, amando como Ele amou. Naquela noite, Jesus saiu para o monte das oliveiras, é traído, entregue e preso para ser julgado, flagelado e morto. É a Sexta-Feira da Paixão em que se recordam os momentos mais difíceis dos últimos dias de Cristo dos quais fazem parte o caminho para o Calvário, a Crucificação e Morte, o maior gesto do amor incondicional de Jesus por cada um de nós. É dia de oração, jejum e abstinência, de adoração da Santa Cruz. Desde o pôr-do-sol da sexta-feira ao pôr-do-sol do sábado, não há celebrações. O Sábado Santo é um dia dedicado ao silêncio, à oração e à reflexão, na esperança da Ressurreição do Senhor. É o Sábado de Aleluia, o dia em que Jesus Cristo permanece no túmulo. A Vigília Pascal é a Vigília cristã por excelência. A bênção do lume novo, a procissão da luz, o Precónio Pascal, a Liturgia da Palavra, a celebração do Batismo e a Eucaristia Pascal preenchem o tempo da Vigília. Embora aconteça na noite de sábado, a Vigília pertence ao dia seguinte, é já uma celebração do Domingo de Páscoa, do Domingo da Ressurreição do Senhor, um dia inesquecível e de grande alegria para toda a humanidade. Foi no Domingo, o primeiro dia da semana, que Jesus ressuscitou, se fez encontrado por várias pessoas e grupos de pessoas. A alegria da ressurreição de Cristo é de tal grandeza que tem um oitavário de celebração festiva como se de um só dia se tratasse. Segue-se depois o tempo pascal, um oitavário de Domingos, uma semana de semanas, cinquenta dias, um tempo para anunciar que Cristo ressuscitou e para vivermos como ressuscitados, agora e sempre, anunciando que Ele está vivo em nós, entre nós, caminha connosco.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 08-04-2022.

 

 

 

 

 

 

 

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