Quarta, 27 de abril de 2022
Quarta-feira da II semana de Páscoa
LITURGIA
Quarta-feira
da semana II
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.
L1: At 5, 17-26; Sal 33 (34), 2-3. 4-5. 6-7. 8-9
Ev: Jo 3, 16-21
* Na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – B. Rafael Arnaiz Barón, oblato
OCEO – MF
* Na Companhia de Jesus – S. Pedro Canísio, presbítero e doutor da Igreja MO
* Na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs (Lassalistas/La Salle) – B.
Nicolau Roland, presbítero, fundador da Congregação Docente das Irmãs do Menino
Jesus – MF
* Na Congregação dos Missionários Monfortinos – I Vésp. de S. Luís Maria
Grignion de Montfort.
Missa
Antífona de
entrada Cf. Sl
17, 50; 21, 23
Eu Vos louvarei, Senhor, entre os povos
e anunciarei o vosso nome aos meus irmãos. Aleluia.
Oração
coleta
Senhor, que, pelo mistério pascal de Cristo,
restaurastes a dignidade da natureza humana
e lhe destes a nova esperança da ressurreição,
fazei-nos viver em amor constante
o mistério que anualmente celebramos na fé.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Atos 5, 17-26
«Os homens que metestes na prisão estão no templo a ensinar o povo»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
Naqueles dias, o sumo sacerdote e todo o seu grupo, isto é, o partido dos
saduceus, enfurecidos contra os Apóstolos, mandaram-nos prender e meteram-nos
na cadeia pública. Mas, durante a noite, o Anjo do Senhor abriu as portas da
prisão, levou-os para fora e disse-lhes: «Ide apresentar-vos no templo, a
anunciar ao povo todas estas palavras de vida». Tendo ouvido isto, eles
entraram no templo de madrugada e começaram a ensinar. Entretanto, chegou o
sumo sacerdote com o seu grupo. Convocaram o Sinédrio e todo o Senado dos
israelitas e mandaram buscar os Apóstolos à cadeia. Os guardas foram lá, mas
não os encontraram na prisão; e voltaram para avisar: «Encontrámos a cadeia
fechada com toda a segurança e os guardas de sentinela à porta. Abrimo-la, mas
não encontrámos ninguém lá dentro». Ao ouvirem estas palavras, o comandante do
templo e os príncipes dos sacerdotes ficaram muito perplexos, perguntando entre
si o que se tinha passado com os presos. Entretanto, veio alguém
comunicar-lhes: «Os homens que metestes na cadeia estão no templo a ensinar o
povo». Então o comandante do templo foi lá com os guardas e trouxe os
Apóstolos, mas sem violência, porque tinham receio de serem apedrejados pelo
povo.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Sal. 33 (34), 2-3.4-5.6-7.8-9
(R. cf. 7a ou Aleluia)
Refrão: O pobre clamou e o Senhor ouviu a sua voz. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes. Refrão
Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade. Refrão
Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias. Refrão
O Anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia. Refrão
ALELUIA Jo 3, 16
Refrão: Aleluia Repete-se
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho
Unigénito;
quem acredita n’Ele tem a vida eterna. Refrão
EVANGELHO Jo 3, 16-21
«Deus enviou o seu Filho, para que o mundo seja salvo por Ele»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Palavra da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Senhor nosso Deus,
que, pela admirável permuta de dons neste sacrifício,
nos fazeis participar na comunhão convosco, único e sumo bem,
concedei-nos que, conhecendo a vossa verdade,
dêmos testemunho dela na prática das boas obras.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio Pascal I-V.
Antífona
da comunhão Cf. Jo 15, 16.19
Eu vos escolhi e vos destinei, diz o Senhor,
para que deis fruto e o vosso fruto permaneça. Aleluia.
Oração
depois da comunhão
Protegei, Senhor, o vosso povo
que saciastes nestes divinos mistérios
e fazei-nos passar da antiga condição do pecado
à vida nova da graça.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Atos
5, 17-26: A palavra de Deus ilumina e salva os que a acolhem com fé e lhe
correspondem, como endurece e cega os que se obstinam em se lhe fecharem.
Enquanto, aos primeiros, os encanta, aos segundos, irrita-os, e eles acabam por
serem por ela preteridos. Mas a palavra de Deus não pode ser julgada; é ela que
julga. Foi assim que os Apóstolos, depois de terem sido presos, acabaram por
ser libertados e vieram a ser encontrados a anunciar, de novo, essa mesma
palavra, pela qual tinham estado prisioneiros.
Jo
3, 16-21: Cristo é o grande dom de Deus aos homens, é a fonte da salvação. É a
luz que ilumina mais fortemente que todas as demais luzes. Ao lado d’Ele, todas
as outras luzes não passam de trevas. Quem d’Ele se aproximar praticará obras
de bem e não terá nenhum receio de ser visto pelos homens; ao contrário, o que
d’Ele se afastar tem receio de que os homens o vejam, porque as suas obras o
hão de envergonhar.
AGENDA DO DIA:
17.00 horas: Missa em Gáfete
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Tolosa.
IGREJAS NO CONCELHO DE
NISA
Capela da Falagueira - Cacheiro
A VOZ DO PASTOR
MAIS COMPROMISSO QUE TEORIA DA MISERICÓRDIA
Celebramos o Domingo da Misericórdia. Há
festas litúrgicas na Igreja que devem a sua origem e implementação mais rápida
a revelações particulares. Mas sempre sem grande pressa da Igreja em assumir
tais revelações já que, para ela, o tempo tem sentido de eternidade. Assim como
vai distinguindo os carismas das manias, mesmo no meio da impaciência dos mais
devotos e voluntariosos, também põe à prova por longo tempo estas novidades que
lhe chegam bem como as formas como elas se apresentam e os conteúdos que propõem.
Mas procura agir sempre respeitosamente com todos, pois sabe que não tem o
monopólio do Espírito Santo e que Este sopra onde quer, quando quer, como quer,
em quem quer e ninguém tem nada com isso. Costuma dizer-se que o seguro morreu
de velho e a prudência foi-lhe ao enterro!...
É o caso, por exemplo, das Solenidades do
Corpo de Deus e do Sagrado Coração de Jesus. Aliás, no seu comentário teológico
sobre a mensagem de Fátima, o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI,
escreveu que “frequentemente as revelações privadas provêm da piedade popular e
nela se refletem, dando-lhe novo impulso e suscitando formas novas. Isto não
exclui que aquelas tenham influência também na própria liturgia, como o
demonstram por exemplo a festa do Corpo de Deus e a do Sagrado Coração de
Jesus”.
Foi pelo ano de 1263 que um Padre de Praga,
perante as dúvidas que o assaltavam sobre a presença real de Cristo na
Eucaristia, se sentiu agraciado com a evidência do facto quando a hóstia
começou a gotejar sangue na presença de todos os fiéis presentes. Este fenómeno
que teve lugar em Bolsena, na região de Lácio, por onde o sacerdote passeava,
foi devidamente estudado. Diz a tradição que, além do Papa Urbano IV, faziam
parte dessa comissão de avaliação São Tomás de Aquino e São Boaventura, e que
dois!... Também, neste tempo, já era sobejamente conhecido o famoso milagre
eucarístico de Lanciano do século VIII, um dos mais célebres do mundo,
cientificamente estudado. O Papa Urbano IV, que antes de ser Papa era arcediago
de Liége, foi a pessoa a quem, Juliana de Liège, mais conhecida por Santa
Juliana de Mont Cornillon, em 1230 confidenciou as visões que tinha, recebendo
dos Céus a incumbência de transmitir à Igreja o desejo divino de se incluir no
Calendário Litúrgico uma festa em honra da Santíssima Eucaristia. A festa logo
começou a ser celebrada em Liège. Só em 11 de agosto de 1264, Urbano IV
instituiu a Festa de Corpus Christi, estendendo a toda a Igreja o culto público
à Sagrada Eucaristia que apenas era celebrado em algumas dioceses por
influência de Santa Juliana. Clemente V, cinquenta anos mais tarde, tornou
obrigatória a celebração dessa Festa da Eucaristia. E o Concílio de Trento, em
meados do século XVI, oficializou as procissões eucarísticas, como ação de
graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública de fé na
presença real de Cristo na Hóstia Sagrada. Como afirmava São João Paulo II, a
Eucaristia é o “tesouro mais precioso herdado de Cristo, o Sacramento de sua
própria Presença” em que o povo de Deus “O louva, canta e leva em procissão
pelas ruas da cidade” (14/6/2001).
Igualmente a Festa ao Sagrado Coração de
Jesus. A sua devoção já existe desde tempos imemoriais, mas a sua maior difusão
e implementação deve-se sobretudo a Santa Maria de Alacoque (1601-1680), uma
monja do mosteiro de Paray-le-Monial, em França. Durante anos teve aparições de
Jesus que lhe pedia uma particular devoção ao seu coração. Pedia-lhe que
comungasse em cada primeira sexta-feira do mês – foi em sexta-feira que Jesus
foi crucificado - e que a sexta-feira a seguir à oitava da Festa do Corpo de
Deus fosse dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Foi o papa Pio IX, em 1856,
quem estendeu a festa do Sagrado Coração de Jesus a toda a Igreja,
celebrando-se o coração como órgão humano unido à divindade de Cristo e o amor
de Deus pelos homens.
Vamos celebrar o Domingo da Divina
Misericórdia, o segundo Domingo da Páscoa. Também se fundamenta em revelações
feitas por Jesus a Santa Faustina Kowalska, em Plock, Polónia. Desde o ano
2000, por vontade do Papa São João Paulo II, faz parte do calendário litúrgico
da Igreja. Nesse ano, em 30 de abril, o Papa, na homilia da celebração de
canonização de Santa Faustina, afirmava ser importante “que acolhamos
inteiramente a mensagem que nos vem da palavra de Deus neste segundo Domingo de
Páscoa que de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de ‘Domingo da
Divina Misericórdia”.
A imagem divulgada do Senhor da Divina
Misericórdia representa Jesus no momento em que aparece aos discípulos no
Cenáculo, após a ressurreição (Jo 20,19-31), quando lhes dá o poder de perdoar
os pecados. O perdão é o sinal mais visível do amor do Pai que Jesus quis
revelar em toda a sua vida até ao alto do Calvário. Nestas revelações privadas,
Jesus dá muita importância à sua Segunda Vinda, como referem os capítulos 13 e
25 de São Mateus. E os apelos de Jesus são que se fale ao mundo da sua
misericórdia, que toda a humanidade conheça a sua misericórdia (cf. Diário
848), pois “Quem não queira passar pela porta de Minha misericórdia, tem que
passar pela porta de Minha justiça” (Diário, 1146). O Senhor deixou-nos o
sacramento da sua misericórdia, o sacramento da reconciliação com Deus e com os
irmãos, o sacramento que faz experimentar a força libertadora do perdão. É a
ação da Divina Misericórdia até o fim dos tempos, não podendo deixar de ter o
seu lugar central na vida cristã. E a Igreja convida a celebrar a Divina
Misericórdia de várias formas, enriquecendo o Domingo da Misericórdia com a
Indulgência Plenária “para que os fiéis possam receber mais amplamente o dom do
conforto do Espírito Santo e desta forma alimentar uma caridade crescente para
com Deus e o próximo e, obtendo eles mesmos o perdão de Deus, sejam por sua vez
induzidos a perdoar imediatamente aos irmãos” (Decreto da P. Apostólica, 2002).
A interpretação da própria imagem do Senhor da Divina Misericórdia sugerida a
Santa Faustina e explicada por Jesus, é um símbolo da caridade, do perdão e do
amor de Deus, fonte da Misericórdia. Fazem ainda parte desta devoção o terço próprio
da Divina Misericórdia, sendo rezado, se possível, pelas 15 horas, o momento da
morte de Jesus. Inicia-se rezando o Pai Nosso, a Ave Maria e o Credo. Nas
contas do ‘Pai Nosso’, diz-se: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue,
Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro”. Nas contas das ‘Ave Maria’,
reza-se: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo
inteiro”. No final das dezenas, reza-se três vezes: “Deus Santo, Deus Forte,
Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.
“A cultura da misericórdia forma-se na oração
assídua, na abertura dócil à ação do Espírito, na familiaridade com a vida dos
Santos e na solidariedade concreta para com os pobres. É um convite premente
para não se equivocar onde é determinante comprometer-se” (MeM20).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 22-04-2022.
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