sábado, 9 de abril de 2022

 




PARÓQUIAS DE NISA

Domingo, 10 de abril de 2022

 

Domingo de Ramos

   

 

LITURGIA

 

 

DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR

Vermelho – Ofício próprio (Semana II do Saltério).
+ Missa própria, Credo, pf. próprio.

L1: Is 50, 4-7; Sal 21 (22), 8-9. 17-18a. 19-20. 23-24
L2: Filip 2, 6-11
Ev: Lc 22, 14 – 23, 56 ou Lc 23, 1-49

* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Proibidas as Missas em oratórios privados.
* Na Diocese de Angra – Coleta da Renúncia Quaresmal.
* Na Diocese de Bragança-Miranda – Entrega da Renúncia Quaresmal.
* Na Diocese de Portalegre-Castelo Branco – Entrega da Renúncia Quaresmal.
* Na Diocese do Porto – Aniversário da Ordenação episcopal de D. Pio Gonçalo Alves de Sousa, Bispo auxiliar (2011).
* Na Diocese de Mindelo (Cabo Verde) – Aniversário da entrada solene de D. Ildo Augusto dos Santos Lopes Fortes.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.

  

Missa

 

DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR

1. Neste dia, a Igreja recorda a entrada de Cristo, o Senhor, em Jerusalém, para consumar o seu mistério pascal. Por isso, em todas as Missas se come­mora esta entrada do Senhor na cidade santa: ou com a procissão, ou com a entrada solene antes da Missa principal, ou com a entrada simples antes das outras Missas. A entrada solene (mas sem procissão) pode repetir-se antes de outras Missas que se celebram com grande assistência de fiéis.

Onde não é possível fazer a procissão nem a entrada solene, convém que, no sábado à tarde ou no domingo, à hora mais oportuna, se faça uma Celebração da palavra de Deus, que tenha por tema a entrada messiânica e a Paixão do Senhor.

Comemoração da entrada do Senhor em Jerusalém
Primeira forma: Procissão

2. À hora marcada, reúnem-se todos numa igreja secundária ou noutro lugar apropriado fora da igreja para a qual se dirige a procissão. Os fiéis levam ramos na mão.

3. O sacerdote e o diácono, revestidos de paramentos vermelhos próprios da Missa, acompanhados dos outros ministros, dirigem-se para o lugar onde o povo está reunido. O sacerdote, em vez da casula, pode levar o pluvial, que deporá terminada a procissão, para vestir a casula.

4. Entretanto, canta-se a antífona seguinte ou outro cântico apropriado.

ANTÍFONA Mt 21, 9
Hossana ao Filho de David.
Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel.
Hossana nas alturas.

5. O sacerdote e os fiéis benzem-se, enquanto o sacerdote diz: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Depois, saúda o povo na forma habitual e faz uma breve admonição aos fiéis, exortando-os a participar ativa e conscientemente na celebração deste dia, dizendo estas palavras ou outras semelhantes:

Irmãos caríssimos:
Desde o princípio da Quaresma vimos a preparar-nos com obras de penitência e de caridade. Hoje, estamos aqui reunidos para darmos início, em união com toda a Igreja, à celebração do mistério pascal do Senhor, isto é, da sua paixão e ressurreição.
Foi para realizar este mistério da sua morte e ressurreição que Jesus Cristo entrou na sua cidade de Jerusalém. Por isso, recordando com fé e devoção esta entrada triunfal na cidade santa, acompanhare­mos o Senhor, de modo que, participando agora na sua cruz, mereçamos um dia tomar parte na sua ressurreição.

6. Seguidamente, o sacerdote, de braços abertos, diz uma das seguintes orações:

Oremos.
Deus todo-poderoso e eterno,
santificai com a vossa + bênção estes ramos,
para que, acompanhando a Cristo nosso Rei
nesta celebração festiva,
mereçamos entrar com Ele na Jerusalém celeste.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.
R. Amen.

Ou:
Senhor nosso Deus,
aumentai a fé dos que esperam em Vós
e ouvi com bondade as nossas humildes súplicas,
para que, aclamando com estes ramos a Cristo vitorioso,
permaneçamos unidos a Ele
e dêmos fruto abundante de boas obras.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.
R. Amen.

Terminada a oração, asperge os ramos com água benta, sem dizer nada.
7. A seguir, o diácono ou, na falta dele, o sacerdote faz a proclamação do Evangelho da entrada do Senhor, segundo o texto evangélico correspondente a cada um dos ciclos. Se for oportuno, pode usar-se o incenso.

Ano C
EVANGELHO Lc 19, 28-40
«Bendito o que vem em nome do Senhor»

A entrada de Jesus em Jerusalém, como Messias, é o anúncio e a figura da Ressurreição e, ao mesmo tempo, o anúncio da Vinda gloriosa do Senhor no fim dos tempos, para introduzir na Jerusalém do alto todos os que O seguiram na caminhada da vida.

Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo segundo são Lucas
Naquele tempo,
28 Jesus caminhava à frente dos seus discípulos,
subindo para Jerusalém.
29 Quando Se aproximou de Betfagé e Betânia,
perto do monte chamado «das Oliveiras»,
enviou dois discípulos, 30 dizendo:
«Ide à povoação aí em frente
e, ao entrardes nela, encontrareis um jumentinho preso,
que ninguém montou ainda.
Soltai-o e trazei­-o.
31 Se alguém perguntar porque o soltais,
respondereis: “O Senhor precisa dele”».
32 Os enviados partiram e acharam tudo como Jesus lhes tinha dito.
33 Quando estavam a soltar o jumentinho, disseram-lhes os donos:
«Porque soltais o jumentinho?»
34 Eles responderam: «O Senhor precisa dele».
35 Trouxeram-no então a Jesus
e, estendendo as suas capas sobre o jumentinho,
fizeram com que Jesus montasse sobre ele.
36 Enquanto Jesus avançava,
o povo estendia as suas capas no cami­nho.
37 E quando Ele Se aproximava da descida do Monte das Oliveiras,
toda a multidão dos discípulos
começou a louvar alegremente a Deus, em alta voz,
por todos os milagres que tinham visto.
38 E diziam: «Ben­dito o que vem como Rei, em nome do Senhor!
Paz no céu e glória nas alturas!»
39 Alguns fariseus, do meio da multidão disseram a Jesus:
«Mestre, repreende os teus discípulos».
40 Mas Jesus respondeu:
«Eu vos digo: se eles se calarem, gritarão as pedras».
Palavra da salvação.

8. Depois do Evangelho, pode fazer-se uma breve homilia. Para anunciar o começo da procissão, o sacerdote ou o diácono ou outro ministro leigo idóneo pode fazer uma admonição, dizendo estas palavras ou outras semelhantes:
Imitemos, irmãos caríssimos,
a multidão que aclamava Jesus na cidade santa de Jerusalém
e caminhemos em paz.

Ou:
Caminhemos em paz.
Neste caso, respondem todos:
Em nome de Cristo. Amen.

9. Inicia-se a procissão na forma habitual em direção à igreja onde é celebrada a Missa.
À frente vai o turiferário com o turíbulo aceso (caso se use o incenso); depois, no meio de dois ministros com velas acesas, o acólito ou outro ministro leva a cruz ornamentada com ramos de palmeira, conforme os costumes locais. Segue-se o diácono, que leva o livro dos Evangelhos, e o sacerdote com os outros ministros; final­mente, os fiéis com os ramos na mão.
Durante a procissão, os cantores e o povo cantam os seguintes cânticos ou outros apropriados em honra de Cristo Rei.

ANTÍFONA I
As crianças de Jerusalém foram ao encontro do Senhor
com ramos de oliveira, clamando com alegria:
Hossana nas alturas.
Esta antífona pode repetir-se entre as estrofes do salmo seguinte.

Salmo 23
Do Senhor é a terra e o que nela existe, *
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares *
e a consolidou sobre as águas. Ant.

Quem poderá subir à montanha do Senhor? *
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro, *
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso. Ant.

Este será abençoado pelo Senhor *
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram, *
que procuram a face do Deus de Jacob. Ant.

Levantai, ó portas, os vossos umbrais, *
alteai-vos, pórticos antigos, †
e entrará o Rei da glória.
Quem é esse Rei da glória? *
O Senhor forte e poderoso, †
o Senhor poderoso nas batalhas. Ant.

Levantai, ó portas, os vossos umbrais, *
alteai-vos, pórticos antigos, †
e entrará o Rei da glória.
Quem é esse Rei da glória? *
O Senhor dos Exércitos, †
é Ele o Rei da glória. Ant.

ANTÍFONA II
As crianças de Jerusalém estendiam os seus mantos no caminho,
clamando com alegria: Hossana ao Filho de David.
Bendito o que vem em nome do Senhor.
Esta antífona pode repetir-se entre as estrofes do salmo seguinte.

Salmo 46
Povos todos, batei palmas, *
aclamai a Deus com brados de alegria,
porque o Senhor, o Altíssimo, é terrível, *
o Rei soberano de toda a terra. Ant.

Submeteu os povos à nossa obediência *
e pôs as nações a nossos pés.
Para nós escolheu a nossa herança, *
glória de Jacob, por Ele amado. Ant.

Deus subiu entre aclamações, *
o Senhor subiu ao som da trombeta.
Cantai hinos a Deus, cantai, *
cantai hinos ao nosso Rei, cantai. Ant.

Deus é Rei do universo: *
cantai os hinos mais belos.
Deus reina sobre os povos, *
Deus está sentado no trono sagrado. Ant.

Reuniram-se os príncipes dos povos *
ao povo do Deus de Abraão.
Porque a Deus pertencem os poderes da terra, *
Ele está acima de todas as coisas. Ant.

Hino a Cristo Rei

Todos:
Glória, honra e louvor a Jesus Cristo,
Que é nosso Rei e nosso Redentor.
Como as crianças de Jerusalém,
Cantemos ao que vem
Em nome do Senhor.

Coro:
Louvam os anjos no alto dos céus,
Os homens cantam com ramos e palmas:
Bendito seja o Filho de David,
Senhor do mundo e Rei das nossas almas.
Todos: Glória, honra e louvor ...

Coro:
Exulta o universo de alegria,
Aclamando a vitória do Deus forte:
O Cordeiro votado ao sacrifício
É o Senhor que vai vencer a morte.
Todos: Glória, honra e louvor ...

Coro:
A alegria do povo resgatado,
Que celebra o triunfo de Jesus,
Seja um dia perfeita e gloriosa
Na claridade da eterna luz.
Todos: Glória, honra e louvor ...

10. À entrada da procissão na igreja, canta-se o responsório seguinte ou outro cântico alusivo à entrada do Senhor.
V. Ao entrar o Senhor na cidade santa,
as crianças de Jerusalém, com ramos de palmeira,
anunciaram a ressurreição da vida,
cantando alegremente:
R. Hossana nas alturas.

V. Quando o povo ouviu dizer
que Jesus vinha para Jerusalém,
saiu ao seu encontro com ramos de palmeira,
cantando alegremente:
R. Hossana nas alturas.

11. Ao chegar ao altar, o sacerdote faz-lhe a devida reverência e, conforme as circunstâncias, incensa-o. Seguidamente, dirige-se para a sua cadeira, depõe o pluvial, se o usou, e veste a casula. Omitindo os outros ritos iniciais e, conforme as circunstâncias, o Senhor, tende piedade (Kýrie), diz a oração coleta da Missa. Terminada esta oração, a Missa continua na forma habitual.

Segunda forma: Entrada solene

12. Quando não é possível fazer a procissão fora da igreja, a entrada do Senhor celebra-se dentro da igreja, com a entrada solene antes da Missa principal.

13. Os fiéis, com os ramos na mão, reúnem-se ou diante da porta da igreja ou dentro dela. O sacerdote, os ministros e uma representação dos fiéis diri­gem-se para um lugar apropriado da igreja, fora do presbitério, onde, pelo menos, a maior parte dos fiéis possa ver a ação ritual.

14. Enquanto o sacerdote se encaminha para o lugar indicado, canta-se a antífona Hossana ou outro cântico apropriado. Em seguida, faz-se a bênção dos ramos e a proclamação do Evangelho da entrada do Senhor em Jerusalém, como ficou in­dicado acima (nn. 5-7). Depois do Evangelho, o sacerdote, com os ministros e a representação dos fiéis, avança solenemente em direção ao presbitério. Entretanto, canta-se o responsório Ao entrar o Senhor (n. 10) ou outro cântico apropriado.

15. Tendo chegado ao altar, o sacerdote faz-lhe a devida reverência. Depois, dirige-se para a sua cadeira e, omitindo os ritos iniciais da Missa e, conforme as circunstâncias, o Senhor, tende piedade (Kýrie), diz a oração coleta da Missa, que prossegue na forma habitual.

Terceira forma: Entrada simples

16. Em todas as outras Missas, em que não se faz a entrada solene, recorda-se a entrada do Senhor em Jerusalém de uma forma simples.

17. Enquanto o sacerdote se encaminha para o altar, canta-se a antífona de entrada com o respetivo salmo (n. 18) ou outro cântico alusivo à entrada do Senhor. Tendo chegado ao altar, o sacerdote faz-lhe a devida reverência e dirige-se para a sua cadeira. Depois de se benzer, saúda o povo; a Missa continua na forma habitual.
Nas Missas em que não é possível cantar a antífona ou cântico de entrada, o sacerdote saúda o povo, imediatamente depois de chegar ao altar e de lhe ter feito a de­vida reverência, e lê a antífona de entrada. Depois, continua a Missa na forma habitual.

12. Antífona de entrada Cf. Jo 12, 1.12-13; Sl 23, 9-10
Seis dias antes da Páscoa, o Senhor entrou em Jerusalém
e as crianças vieram ao seu encontro, com ramos de palmeira,
cantando com alegria:
Hossana nas alturas.

Bendito sejais, Senhor,
que vindes trazer ao mundo a misericórdia de Deus.
Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos, e entrará o Rei da glória.

Quem é esse Rei da glória?
O Senhor dos Exércitos, é Ele o Rei da glória.
Hossana nas alturas.
Bendito sejais, Senhor,
que vindes trazer ao mundo a misericórdia de Deus.


MISSA

19. Depois da procissão ou da entrada solene, o sacerdote começa a Missa com a oração coleta.

20. Oração coleta
Deus todo-poderoso e eterno,
que, para salvar a humanidade,
quisestes que o nosso Salvador Se fizesse homem
e suportasse a cruz,
fazei que vivamos unidos a Ele na sua paixão
para chegarmos a tomar parte na glória da sua ressurreição.
Ele que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.

Liturgia da Palavra

LEITURA I Is 50, 4-7
«Não desviei o meu rosto dos que Me ultrajavam,
mas sei que não ficarei desiludido»

Esta leitura é um dos chamados “Cânticos do Servo do Senhor”. Este Servo revela-se plenamente em Jesus, na sua Paixão: Ele escuta a palavra do Pai e responde-lhe cheio de confiança, oferecendo-Se, em obediência total, pela salvação dos homens.

Leitura do Livro de Isaías
O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo,
para que eu saiba dizer uma palavra de alento
aos que andam abatidos.
Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos,
para eu escutar, como escutam os discípulos.
O Senhor Deus abriu-me os ouvidos,
e eu não resisti nem recuei um passo.
Apresentei as costas àqueles que me batiam
e a face aos que me arrancavam a barba;
não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam.
Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio,
e, por isso, não fiquei envergonhado;
tornei o meu rosto duro como pedra,
e sei que não ficarei desiludido.
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 21 (22), 8-9.17-18a.19-20.23-24 (R. 2a)
Refrão: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?

Todos os que me veem escarnecem de mim,
estendem os lábios e meneiam a cabeça:
«Confiou no Senhor, Ele que o livre,
Ele que o salve, se é seu amigo».

Matilhas de cães me rodearam,
cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.

Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica.
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim,
sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me.

Hei de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei de louvar-Vos no meio da assembleia.
Vós que temeis o Senhor, louvai-O,
glorificai-O, vós todos os filhos de Jacob,
reverenciai-O, vós todos os filhos de Israel.

LEITURA II Flp 2, 6-11
«Humilhou-Se a Si próprio; por isso Deus O exaltou»

Esta leitura é também um cântico, mas agora do Novo Testamento, muito provavelmente em uso nas primitivas comunidades cristãs. Nele é celebrado o Mistério Pascal: Cristo fez-Se um de nós, obedeceu aos desígnios do Pai e humilhou-Se até à morte, e foi, por isso, exaltado até à glória do “Senhor”, que é a própria glória de Deus.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Cristo Jesus, que era de condição divina,
não Se valeu da sua igualdade com Deus,
mas aniquilou-Se a Si próprio.
Assumindo a condição de servo,
tornou-Se semelhante aos homens.
Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais,
obedecendo até à morte e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou
e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes,
para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem
no céu, na terra e nos abismos,
e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor,
para glória de Deus Pai.
Palavra do Senhor.

21. A leitura da história da Paixão do Senhor faz-se sem círios nem incenso, sem saudação nem signação do livro. É lida pelo diácono ou, na falta dele, pelo próprio sacerdote. Também pode ser lida por leitores, reservando, quanto possível, a parte de Cristo ao sacerdote. Só os diáconos (e não os outros), antes da leitura da Paixão, pedem a bênção ao sacerdote, como de costume antes do Evangelho.

22. Depois da leitura da história da Paixão do Senhor, faz-se, conforme as circunstâncias, uma breve homilia. Também pode observar-se algum tempo de silêncio.

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Flp 2, 8-9
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória.
Cristo obedeceu até à morte
e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou
e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes.


EVANGELHO Forma longa Lc 22, 14 __ 23, 56
Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo

São Lucas é evangelista especialmente culto, pois que, segundo a tradição, era médico, e muito atento a circunstâncias mais significativas da sensibilidade dos participantes da Paixão do Senhor, como na referência às mulheres que desde a Galileia O tinham acompanhado e Lhe saíram ao encontro no caminho do Calvário e O seguiram até à hora da sua morte; é ele o único que refere o suor de sangue na agonia de Jesus, como também a oração do bom ladrão na cruz e o perdão que em resposta o Senhor lhe oferece. Ele é, de facto, o evangelista da misericórdia de Jesus.

N Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São Lucas
Quando chegou a hora,
Jesus sentou-Se à mesa com os seus Apóstolos
e disse-lhes:
J «Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa,
antes de padecer;
pois digo-vos que não tornarei a comê-la,
até que se realize plenamente no reino de Deus».
N Então, tomando um cálice, deu graças e disse:
J «Tomai e reparti entre vós,
pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira,
até que venha o reino de Deus».
N Depois tomou o pão e, dando graças,
partiu-o e deu-lho, dizendo:
J «Isto é o meu Corpo entregue por vós.
Fazei isto em memória de Mim».
N No fim da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo:
J «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue,
derramado por vós.
Entretanto, está comigo à mesa
a mão daquele que Me vai entregar.
O Filho do homem vai partir, como está determinado.
Mas ai daquele por quem Ele vai ser entregue!».
N Começaram então a perguntar uns aos outros
qual deles iria fazer semelhante coisa.
Levantou-se também entre eles uma questão:
qual deles se devia considerar o maior?
Disse-lhes Jesus:
J «Os reis das nações exercem domínio sobre elas,
e os que têm sobre elas autoridade são chamados benfeitores.
Vós não deveis proceder desse modo.
O maior entre vós seja como o menor,
e aquele que manda seja como quem serve.
Pois quem é o maior: o que está à mesa ou o que serve?
Não é o que está à mesa?
Ora Eu estou no meio de vós como aquele que serve.
Vós estivestes sempre comigo nas minhas provações.
E Eu preparo para vós um reino,
como meu Pai o preparou para Mim:
comereis e bebereis à minha mesa, no meu reino,
e sentar-vos-eis em tronos,
a julgar as doze tribos de Israel.
Simão, Simão, Satanás vos reclamou
para vos agitar na joeira como trigo.
Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça.
E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos».
N Pedro respondeu-Lhe:
R «Senhor, eu estou pronto a ir contigo,
até para a prisão e para a morte».
N Disse-lhe Jesus:
J «Eu te digo, Pedro: Não cantará hoje o galo,
sem que tu, por três vezes, negues conhecer-Me».
N Depois acrescentou:
J «Quando vos enviei sem bolsa nem alforge nem sandálias,
faltou-vos alguma coisa?».
N Eles responderam que não lhes faltara nada.
Disse-lhes Jesus:
J «Mas agora, quem tiver uma bolsa pegue nela,
bem como no alforge;
e quem não tiver espada venda a capa e compre uma.
Porque Eu vos digo
que se deve cumprir em Mim o que está escrito:
‘Foi contado entre os malfeitores’.
Na verdade, o que Me diz respeito está a chegar ao fim».
N Eles disseram:
R «Senhor, estão aqui duas espadas».
N Mas Jesus respondeu:
J «Basta».
N Então saiu
e foi, como de costume, para o monte das Oliveiras,
e os discípulos acompanharam-n’O.
Quando chegou ao local, disse-lhes:
J «Orai, para não entrardes em tentação».
N Depois afastou-Se deles cerca de um tiro de pedra
e, pondo-Se de joelhos, começou a orar, dizendo:
J «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice.
Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua».
N Então apareceu-Lhe um Anjo, vindo do Céu, para O confortar.
Entrando em angústia, orava mais instantemente,
e o suor tornou-se-Lhe como grossas gotas de sangue,
que caíam na terra.
Depois de ter orado,
levantou-Se e foi ter com os discípulos,
que encontrou a dormir, por causa da tristeza.
Disse-lhes Jesus:
J «Porque estais a dormir?
Levantai-vos e orai, para não entrardes em tentação».
N Ainda Ele estava a falar,
quando apareceu uma multidão de gente.
O chamado Judas, um dos Doze, vinha à sua frente
e aproximou-se de Jesus, para O beijar.
Disse-lhe Jesus:
J «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do homem?».
N Ao verem o que ia suceder,
os que estavam com Jesus perguntaram-Lhe:
R «Senhor, vamos feri-los à espada?».
N E um deles feriu o servo do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha direita.
Mas Jesus interveio, dizendo:
J «Basta! Deixai-os».
N E, tocando na orelha do homem, curou-o.
Disse então Jesus aos que tinham vindo ao seu encontro,
príncipes dos sacerdotes, oficiais do templo e anciãos:
J «Vós saístes com espadas e varapaus,
como se viésseis ao encontro dum salteador.
Eu estava todos os dias convosco no templo
e não Me deitastes as mãos.
Mas esta é a vossa hora e o poder das trevas.
N Apoderaram-se então de Jesus,
levaram-n’O e introduziram-n’O em casa do sumo sacerdote.
Pedro seguia-os de longe.
Acenderam uma fogueira no meio do pátio,
sentaram-se em volta dela,
e Pedro foi sentar-se no meio deles.
Ao vê-lo sentado ao lume,
uma criada, fitando os olhos nele, disse:
R «Este homem também andava com Jesus».
N Mas Pedro negou:
R «Não O conheço, mulher».
N Pouco depois, disse outro, ao vê-lo:
R «Tu também és um deles».
N Mas Pedro disse:
R «Homem, não sou».
N Passada mais ou menos uma hora,
afirmava outro com insistência:
R «Esse homem, com certeza, também andava com Jesus,
pois até é galileu».
N Pedro respondeu:
R «Homem, não sei o que dizes».
N Nesse instante __ ainda ele falava __ um galo cantou.
O Senhor voltou-Se e fitou os olhos em Pedro.
Então Pedro lembrou-se da palavra do Senhor,
quando lhe disse:
‘Antes de o galo cantar, Me negarás três vezes’.
E, saindo para fora, chorou amargamente.
Entretanto, os homens que guardavam Jesus
troçavam d’Ele e maltratavam-n’O.
Cobrindo-Lhe o rosto, perguntavam-Lhe:
R «Adivinha, profeta: Quem Te bateu?».
N E dirigiam-Lhe muitos outros insultos.
Ao romper do dia,
reuniu-se o conselho dos anciãos do povo,
os príncipes dos sacerdotes e os escribas.
Levaram-n’O ao seu tribunal e disseram-Lhe:
R «Diz-nos se Tu és o Messias».
N Jesus respondeu-lhes:
J «Se Eu vos disser, não acreditareis
e, se fizer alguma pergunta, não respondereis.
Mas o Filho do homem sentar-Se-á doravante
à direita do poder de Deus».
N Disseram todos:
R «Tu és então o Filho de Deus?».
N Jesus respondeu-lhes:
J «Vós mesmos dizeis que Eu sou».
N Então exclamaram:
R «Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Nós próprios o ouvimos da sua boca».
N Levantaram-se todos e levaram Jesus a Pilatos.
Começaram a acusá-l’O, dizendo:
R «Encontrámos este homem a sublevar o nosso povo,
a impedir que se pagasse o tributo a César
e dizendo ser o Messias-Rei».
N Pilatos perguntou-Lhe:
R «Tu és o Rei dos Judeus?».
N Jesus respondeu-lhe:
J «Tu o dizes».
N Pilatos disse aos príncipes dos sacerdotes e à multidão:
R «Não encontro nada de culpável neste homem».
N Mas eles insistiam:
R «Amotina o povo, ensinando por toda a Judeia,
desde a Galileia, onde começou, até aqui».
N Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu;
e, ao saber que era da jurisdição de Herodes,
enviou-O a Herodes,
que também estava nesses dias em Jerusalém.
Ao ver Jesus, Herodes ficou muito satisfeito.
Havia bastante tempo que O queria ver,
pelo que ouvia dizer d’Ele,
e esperava que fizesse algum milagre na sua presença.
Fez-Lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu.
Os príncipes dos sacerdotes e os escribas que lá estavam
acusavam-n’O com insistência.
Herodes, com os seus oficiais, tratou-O com desprezo
e, por troça, mandou-O cobrir com um manto magnífico
e remeteu-O a Pilatos.
Herodes e Pilatos, que eram inimigos, ficaram amigos nesse dia.
Pilatos convocou os príncipes dos sacerdotes,
os chefes e o povo, e disse-lhes:
R «Trouxestes este homem à minha presença
como agitador do povo.
Interroguei-O diante de vós
e não encontrei n’Ele nenhum dos crimes de que O acusais.
Herodes também não, uma vez que no-l’O mandou de novo.
Como vedes, não praticou nada que mereça a morte.
Vou, portanto, soltá-l’O, depois de O mandar castigar».
N Pilatos tinha obrigação de lhes soltar um preso
por ocasião da festa.
E todos se puseram a gritar:
R «Mata Esse e solta-nos Barrabás».
N Barrabás tinha sido metido na cadeia
por causa de uma insurreição desencadeada na cidade
e por assassínio.
De novo Pilatos lhes dirigiu a palavra, querendo libertar Jesus.
Mas eles gritavam:
R «Crucifica-O! Crucifica-O!».
N Pilatos falou-lhes pela terceira vez:
R «Mas que mal fez este homem?
Não encontrei n’Ele nenhum motivo de morte.
Por isso vou soltá-l’O, depois de O mandar castigar».
N Mas eles continuavam a gritar,
pedindo que fosse crucificado,
e os seus clamores aumentavam de violência.
Então Pilatos decidiu fazer o que eles pediam:
soltou aquele que fora metido na cadeia
por insurreição e assassínio,
como eles reclamavam,
e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam.
Quando O conduziam,
lançaram mão de um certo Simão de Cirene,
que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas,
para a levar atrás de Jesus.
Seguia-O grande multidão de povo
e mulheres que batiam no peito
e se lamentavam, chorando por Ele.
Mas Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes:
J «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim;
chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos;
pois dias virão em que se dirá:
‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram
e os peitos que não amamentaram’.
Começarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós’;
e às colinas: ‘Cobri-nos’.
Porque, se tratam assim a madeira verde,
que acontecerá à seca?».
N Levavam ainda dois malfeitores
para serem executados com Jesus.
Quando chegaram ao lugar chamado Calvário,
crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores,
um à direita e outro à esquerda.
Jesus dizia:
J «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem».
N Depois deitaram sortes,
para repartirem entre si as vestes de Jesus.
O povo permanecia ali a observar.
Por sua vez, os chefes zombavam e diziam:
R «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo,
se é o Messias de Deus, o Eleito».
N Também os soldados troçavam d’Ele;
aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam:
R «Se és o Rei dos Judeus, salva-Te a Ti mesmo».
N Por cima d’Ele havia um letreiro:
«Este é o Rei dos Judeus».
Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados
insultava-O, dizendo:
R «Não és Tu o Messias?
Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».
N Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o:
R «Não temes a Deus,
tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça,
pois recebemos o castigo das nossas más ações.
Mas Ele nada praticou de condenável».
N E acrescentou:
R «Jesus, lembra-Te de mim,
quando vieres com a tua realeza».
N Jesus respondeu-lhe:
J «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».
N Era já quase meio-dia,
quando as trevas cobriram toda a terra,
até às três horas da tarde,
porque o sol se tinha eclipsado.
O véu do templo rasgou-se ao meio.
E Jesus exclamou com voz forte:
J «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito».
N Dito isto, expirou.
Vendo o que sucedera,
o centurião deu glória a Deus, dizendo:
R «Realmente este homem era justo».
N E toda a multidão que tinha assistido àquele espetáculo,
ao ver o que se passava, regressava batendo no peito.
Todos os conhecidos de Jesus,
bem como as mulheres que O acompanhavam
desde a Galileia,
mantinham-se à distância, observando estas coisas.
Havia um homem chamado José, da cidade de Arimateia,
que era pessoa reta e justa e esperava o reino de Deus.
Era membro do Sinédrio, mas não tinha concordado
com a decisão e o proceder dos outros.
Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.
E, depois de o ter descido da cruz,
envolveu-o num lençol
e depositou-o num sepulcro escavado na rocha,
onde ninguém ainda tinha sido sepultado.
Era o dia da Preparação
e começavam a aparecer as luzes do sábado.
Entretanto,
as mulheres que tinham vindo com Jesus da Galileia
acompanharam José e observaram o sepulcro
e a maneira como fora depositado o corpo de Jesus.
No regresso, prepararam aromas e perfumes.
E no sábado guardaram o descanso, conforme o preceito.

Palavra da salvação.


EVANGELHO Forma breve Lc 23, 1-49
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo
N Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
levantaram-se os anciãos do povo,
os príncipes dos sacerdotes e os escribas,
levaram Jesus a Pilatos
e começaram a acusá-l’O, dizendo:
R «Encontrámos este homem a sublevar o nosso povo,
a impedir que se pagasse o tributo a César
e dizendo ser o Messias-Rei».
N Pilatos perguntou a Jesus:
R «Tu és o Rei dos Judeus?».
N Jesus respondeu:
J «Tu o dizes».
N Pilatos disse aos príncipes dos sacerdotes e à multidão:
R «Não encontro nada de culpável neste homem».
N Mas eles insistiam:
R «Amotina o povo, ensinando por toda a Judeia,
desde a Galileia, onde começou, até aqui».
N Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu;
e, ao saber que era da jurisdição de Herodes,
enviou-O a Herodes,
que também estava nesses dias em Jerusalém.
Ao ver Jesus, Herodes ficou muito satisfeito.
Havia bastante tempo que O queria ver,
pelo que ouvia dizer d’Ele,
e esperava que fizesse algum milagre na sua presença.
Fez-Lhe muitas perguntas; mas Ele nada respondeu.
Os príncipes dos sacerdotes e os escribas que lá estavam
acusavam-n’O com insistência.
Herodes, com os seus oficiais, tratou-O com desprezo
e, por troça, mandou-O cobrir com um manto magnífico
e remeteu-O a Pilatos.
Herodes e Pilatos, que eram inimigos, ficaram amigos nesse dia.
Pilatos convocou os príncipes dos sacerdotes,
os chefes e o povo, e disse-lhes:
R «Trouxestes este homem à minha presença
como agitador do povo.
Interroguei-O diante de vós
e não encontrei n’Ele nenhum dos crimes de que O acusais.
Herodes também não, uma vez que no-l’O mandou de novo.
Como vedes, não praticou nada que mereça a morte.
Vou, portanto, soltá-l’O, depois de O mandar castigar».
N Pilatos tinha obrigação de lhes soltar um preso
por ocasião da festa.
E todos se puseram a gritar:
R «Mata Esse e solta-nos Barrabás».
N Barrabás tinha sido metido na cadeia
por causa de uma insurreição desencadeada na cidade
e por assassínio.
De novo Pilatos lhes dirigiu a palavra, querendo libertar Jesus.
Mas eles gritavam:
R «Crucifica-O! Crucifica-O!».
N Pilatos falou-lhes pela terceira vez:
R «Mas que mal fez este homem?
Não encontrei n’Ele nenhum motivo de morte.
Por isso vou soltá-l’O, depois de O mandar castigar».
N Mas eles continuavam a gritar,
pedindo que fosse crucificado,
e os seus clamores aumentavam de violência.
Então Pilatos decidiu fazer o que eles pediam:
soltou aquele que tinha sido metido na cadeia
por insurreição e assassínio,
como eles reclamavam,
e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam.
Quando O conduziam,
lançaram mão de um certo Simão de Cirene,
que vinha do campo,
e puseram-lhe a cruz às costas,
para a levar atrás de Jesus.
Seguia-O grande multidão de povo
e mulheres que batiam no peito
e se lamentavam, chorando por Ele.
Mas Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes:
J «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim;
chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos.
Pois dias virão em que se dirá:
‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram
e os peitos que não amamentaram’.
Começarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós’;
e às colinas: ‘Cobri-nos’.
Porque se tratam assim a madeira verde,
que acontecerá à seca?».
N Levavam ainda dois malfeitores
para serem executados com Jesus.
Quando chegaram ao lugar chamado Calvário,
crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores,
um à direita e outro à esquerda.
Jesus dizia:
J «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem».
N Depois deitaram sortes,
para repartirem entre si as vestes de Jesus.
O povo permanecia ali a observar.
Por sua vez, os chefes zombavam e diziam:
R «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo,
se é o Messias de Deus, o Eleito».
N Também os soldados troçavam d’Ele;
aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam:
R «Se és o Rei dos Judeus, salva-Te a Ti mesmo».
N Por cima d’Ele havia um letreiro:
«Este é o Rei dos Judeus».
Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados
insultava-O, dizendo:
R «Não és Tu o Messias?
Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».
N Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o:
R «Não temes a Deus,
tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça,
pois recebemos o castigo das nossas más ações.
Mas Ele nada praticou de condenável».
N E acrescentou:
R «Jesus, lembra-Te de mim,
quando vieres com a tua realeza».
N Jesus respondeu-lhe:
J «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».
N Era já quase meio-dia,
quando as trevas cobriram toda a terra,
até às três horas da tarde,
porque o sol se tinha eclipsado.
O véu do templo rasgou-se ao meio.
E Jesus exclamou com voz forte:
J «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito».
N Dito isto, expirou.
Vendo o que sucedera,
o centurião deu glória a Deus, dizendo:
R «Realmente este homem era justo».
N E toda a multidão que tinha assistido àquele espetáculo,
ao ver o que se passava, regressava batendo no peito.
Todos os conhecidos de Jesus,
bem como as mulheres que O acompanhavam
desde a Galileia,
mantinham-se à distância, observando estas coisas.
N Palavra da salvação.

Diz-se o Credo e faz-se a oração universal.

Oração Universal
Irmãs e irmãos:
Contemplando a Cristo, nosso Salvador,
oremos pela salvação de todos os homens,
vítimas do ódio, da violência e da injustiça,
dizendo (ou: cantando), confiadamente:

R. Ouvi-nos, Senhor.
Ou: Abençoai, Senhor, o vosso povo.
Ou: Senhor, nosso refúgio, ouvi-nos.

1. Para que os ministros e os fiéis da santa Igreja
anunciem com a palavra e com a vida
que Jesus é o Salvador do mundo,
oremos.
2. Para que os responsáveis das nações, em toda a terra,
trabalhem pela justiça e pela paz
e promovam os valores fundamentais da vida,
oremos.
3. Para que os homens e as mulheres que estão doentes
encontrem na paixão do Redentor
um sentido para o seu sofrimento,
oremos.
4. Para que aqueles que não sabem perdoar
escutem Jesus, que, na hora da agonia,
pediu ao Pai o perdão para os seus algozes,
oremos.
5. Para que os fiéis da nossa comunidade (paroquial),
unidos em esperança àqueles que já partiram,
entrem na oferenda pascal de Jesus Cristo,
oremos.

Senhor, nosso Deus,
que Vos dignastes contar-nos entre o número daqueles
para quem o vosso Filho implorou o perdão ao expirar,
dai-nos a graça de descobrir, à luz da fé,
o amor infinito com que nos amais.
Por Cristo, nosso Senhor.

Ou

Caríssimos fiéis:
Com os olhos voltados
para Aquele que por nós foi crucificado,
oremos pelos nossos irmãos que sofrem,
dizendo (ou: cantando), cheios de confiança:

R. Cristo, ouvi-nos. Cristo, atendei-nos.
Ou: Christe, eléison.
Ou: Senhor, tende piedade de nós.

1. Para que Jesus, em agonia no jardim,
tenha piedade dos que vivem aflitos,
oremos.

2. Para que Jesus, flagelado e torturado,
tenha piedade dos que mais sofrem,
oremos.
3. Para que Jesus, coroado de espinhos,
tenha piedade dos que não são respeitados,
oremos.

4. Para que Jesus, a caminho do Calvário,
tenha piedade dos que arrastam a cruz da vida,
oremos.

5. Para que Jesus, expirando no madeiro,
tenha piedade dos que estão em agonia,
oremos.

6. Para que Jesus, ressuscitado e glorioso,
tenha piedade de todos nós,
oremos.

Senhor Jesus Cristo,
concedei a todos os homens que sofrem
a graça de se unirem à vossa Paixão
e de porem a sua esperança na vossa Ressurreição.
Vós que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos.

23. ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Pela paixão do vosso Filho unigénito,
apressai, Senhor, a hora da nossa reconciliação:
concedei-nos, por este único e admirável sacrifício,
a misericórdia que nossos pecados não merecem.
Por Cristo nosso Senhor.

24. Prefácio A Paixão do Senhor
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por nosso Senhor Jesus Cristo.
Sendo inocente, entregou-Se à morte pelos pecadores;
não tendo culpas, deixou-Se condenar pelos culpados.
A sua morte redimiu os nossos pecados
e a sua ressurreição abriu-nos as portas da salvação.
Por isso, com todos os anjos,
proclamamos a vossa glória,
dizendo (cantando) com alegria:
Santo, Santo, Santo,
Senhor Deus do universo.
O céu e a terra proclamam a vossa glória.
Hossana nas alturas.
Bendito O que vem em nome do Senhor.
Hossana nas alturas.

25. ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 26, 42
Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba,
faça-se a tua vontade.

26. ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Saciados com estes dons sagrados,
nós Vos pedimos, Senhor:
assim como, pela morte do vosso Filho,
nos fizestes esperar o que a nossa fé nos promete,
fazei-nos também chegar, pela sua ressurreição,
às alegrias do reino que esperamos.
Por Cristo nosso Senhor.

27. Oração sobre o povo
Olhai benignamente, Senhor, para a vossa família,
pela qual nosso Senhor Jesus Cristo
Se entregou às mãos dos seus inimigos
e suportou a cruz.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.

 

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS

 

 

 

AGENDA DO DIA:

 

 

09.30 horas: Missa em Amieira do Tejo

10.00 horas: Missa em Arês

10.45 horas: Tolosa - Celebração da Palavra

11.00 horas: Missa em Nisa

12.00 horas: Missa em Alpalhão

12.00 horas: Missa em Gáfete

15.30 horas: Missa em Montalvão – Missa

15.30 horas: Missa em Arneiro.

 

 

 

Cruzes exteriores NA  ZONA PASTORAL DE NISA

 

 

 


Igreja não paroquial de Monte Claro

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

 

VERDADES PARA O DIA DAS MENTIRAS

 

Já que ninguém enxerga qualquer razão para o fazer, o Outro, à míngua de quem se chegue à frente e lhe faça esse jeito, passa ele mesmo o tempo a elogiar-se a si próprio. E o Outro é sempre alguém, masculino ou feminino. O que esse outro fez ou está a fazer é por si elevado à mais alta potência, com entusiasmo e resiliência. Desculpem por usar resiliência, mas é que esta palavra resiliência, hoje, está na moda, é ‘in’, salva o discurso do aprendiz e do menos aprendiz, é muitíssimo mais importante do que a descoberta do caminho marítimo para a Índia!

A experiência estudantil diz-nos que as potenciações matemáticas não são coisa fácil. Mas é interessante perceber também os meandros destas outras operações potenciais em busca de aplausos. Faz-se crer que nunca ninguém fez ou está a fazer o que eles fizeram ou fazem, nem jamais alguém será capaz de o vir a fazer. Acho que deve ser por isso mesmo que os cemitérios estão cheios de gente que se julgava insubstituível. Morreram, e nós cá vamos, a vida e o mundo continuam sem as hecatombes pelos mesmos imaginadas. Se é verdade que ninguém está a mais e todos temos o nosso lugar e somos necessários, ninguém é insubstituível. A sabedoria do povo tem um ditado inteligente que traduz este zelo humano: ‘Gaba-te cesta que vais à vindima’.

De facto, como diz o senso comum e mais não sei quem, é muito mais salutar que sejam os outros a reconhecer e a realçar o trabalho de alguém, se trabalho excecional houver, do que esse alguém se colocar em bicos de pés numa azáfama de se querer promover. Aliás, sob o sorriso irónico de uns e a adulação sarcástica de outros, pois todos os zombeteiros sabem tirar partido destas evidências.

O que se faz no cumprimento do próprio dever, dentro da atividade ou da responsabilidade humana para a qual se foi nomeado, eleito ou mandatado, é uma obrigação fazê-lo. Regra geral, quem serve com reta intenção e verdadeiro espírito de serviço em fidelidade à sua missão ou à responsabilidade do cargo, mesmo quando os outros reconhecem o seu trabalho e até lhe estão muito gratos, nunca julga que fez o suficiente. Pensa sempre que poderia ter feito mais e melhor e sente-se penalizado por, de facto, não ter ido mais além. E não é por fingimento ou falsa humildade. Na sua maneira de ser e estar, assentam-lhe bem as palavras de Jesus: “quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram fazer, dizei: Somos servos inúteis, só fizemos o que devíamos ter feito” (Lc 17, 7-10).

Não raro, àqueles que se exaltam o tiro sai-lhes pela culatra. A título de exemplo, e para libertar o leitor de qualquer tentação de querer enfiar a carapuça em alguém com essa habilidade, o que, aliás, seria mera coincidência, torno presente o que aconteceu a um outro em busca de elogios fáceis. Nas lonjuras dum tempo há muito ido, lá pelas montanhas daqueles sítios em guerra, uns arqueiros filisteus atingiram o rei Saúl e mataram os seus filhos.

Saúl, ferido e naquelas circunstâncias, receando que os inimigos o viessem a encontrar, ultrajar e humilhar ainda mais, pediu ao seu escudeiro que desembainhasse a sua espada e o matasse de vez. O escudeiro, porém, cheio de medo ou de lá o que fosse, negou fazer tal serviço ao seu rei, o rei de Israel, o ungido. Então, Saúl, pega ele próprio na sua espada, atira-se sobre ela e põe fim à vida. O escudeiro não resiste ao macabro espetáculo. Vendo-o morto, faz o mesmo. Atira-se sobre a sua espada e morre junto do rei. No dia seguinte, os filisteus vieram saquear os mortos e encontraram o rei Saúl naquele estado. Levaram-lhe a cabeça e as armas, espalharam a notícia da sua morte, espetaram o seu crânio para lá numa parede (cf. 1Cr 10, 1-14). Quando alguns israelitas souberam o que tinha acontecido ao seu rei e o que lhe tinham feito, puseram-se a caminho e foram buscar o seu cadáver e o cadáver dos seus filhos. Queimaram-nos e enterraram-nos debaixo duma tamareira (2 Sm 1, 1-16). Se a Bíblia, mais do que mostrar como o rei morreu, nos pretende dizer que tudo o que lhe aconteceu foi uma consequência da sua rebelião e afastamento de Deus (1Cr 10, 13-14), tudo isto não deixou de ser uma desgraça para uns, uma alegria para outros e uma possível oportunidade para o outro de que falamos.

David regressara duma peleja vitoriosa contra o povo amalecita, e estava nuns dias de descanso. Eis senão quando, aparece-lhe um homem andrajoso que afirmou vir do acampamento de Saúl. Prostrou-se por terra diante de David e desfez-se em salamaleques, com profunda reverência. David perguntou-lhe de onde é que ele vinha e ele, com certeza de resposta estudada, não se fez esperar: “Escapei do acampamento de Israel”. David, muito curioso, pergunta-lhe o que é que tinha acontecido por lá. E disse ele: “As tropas fugiram do campo de batalha, muitos tombaram, Saúl, assim como seu filho Jónatas, pereceram”. David insiste: “Como sabes que Saúl e o seu filho Jónatas morreram?”. Logo respondeu que, por mero acaso, estava por perto e viu Saúl atirar-se sobre a própria lança, enquanto os carros e os cavaleiros o perseguiam. Como Saúl o tivesse visto, afirmou que Saúl o chamou e lhe pediu que acabasse com ele porque estava em agonia e não podia sobreviver à derrota. Tendo aceitado o pedido e pensando que David iria ficar contente, apresentou-lhe o diadema que Saúl tinha na cabeça e o bracelete do seu braço (cf. 2 Sm 31, 1-13).

David, e todos os que estavam com ele, rasgaram as vestes, prantearam, choraram e jejuaram até à tarde, por amor a Saúl, a seu filho Jónatas, ao povo do Senhor e ao povo de Israel, porque tinham sido passados ao fio da espada. Mas David acabou por explodir: “Como é que tu não receaste levantar a mão para matar o ungido do Senhor?”. E acrescentou: “Só tu és o culpado da tua morte. A tua própria boca deu testemunho contra ti ao dizeres: 'Matei o ungido do Senhor'”. Sem meias medidas, David chamou um dos seus homens e deu-lhe ordem para acabar com ele. Mentindo, fabulando, pensando que seria uma boa notícia para David, quis passar por ter sido ele o herói, concretizado o que, de facto, não fez, isto é, quis fazer crer ter sido ele quem matou o rei. Com muita pena nossa, nem sequer conseguiu uma placazita lá no princípio da calçada, no coreto, no largo da terra ou no beco da esquina. Paciência, são sortes!

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 01-04-2022.

 

 

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