PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 11 de abril de 2022
Segunda-feira da semana Santa
LITURGIA
Segunda-feira da Semana Santa
Roxo – Ofício próprio.
Missa própria, pf. II da Paixão.
L1: Is 42, 1-7; Sal 26 (27), 1. 2. 3. 13-14
Ev: Jo 12, 1-11
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
Missa
ANTÍFONA DE ENTRADA Cf.
Sl 34, 1-2; 139, 8
Julgai, Senhor, os meus inimigos,
combatei os que me fazem guerra.
Tomai o escudo e a armadura e vinde em meu auxílio,
Senhor, meu poderoso Salvador.
ORAÇÃO COLETA
Deus todo-poderoso,
olhai para a fragilidade da nossa natureza mortal
e fortalecei a esperança dos vossos fiéis
pelos méritos do vosso Filho unigénito.
Ele que é Deus e convosco vive e reina,
na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Is 42, 1-7
«Não gritará, nem fará ouvir a sua voz»
(Primeiro cântico do Servo do Senhor)
Esta leitura é o “Primeiro Cântico do Servo do Senhor”, o primeiro de uma
série de quatro cânticos que serão lidos durante esta semana. Celebram eles os
desígnios de Deus, realizados, primeiro, no seu povo de Israel e, finalmente, e
de maneira definitiva, no Messias, Jesus, o Servo de Deus, o Salvador. Este
primeiro cântico celebra a vocação do Servo de Deus, que é o enlevo do Pai,
sobre quem repousa o Espírito de Deus, e Aquele que o Pai envia para ser a luz
e a salvação dos homens, como logo canta o salmo.
Leitura do Livro
de Isaías
«Eis o meu servo, a quem Eu protejo,
o meu eleito, enlevo da minha alma.
Sobre ele fiz repousar o meu espírito,
para que leve a justiça às nações.
Não gritará, nem levantará a voz,
nem se fará ouvir nas praças;
não quebrará a cana fendida,
nem apagará a torcida que ainda fumega:
mas proclamará fielmente a justiça.
Não desfalecerá nem desistirá,
enquanto não estabelecer a justiça na terra,
a doutrina que as ilhas longínquas esperam».
Assim fala o Senhor Deus,
que criou e estendeu os céus,
consolidou a terra e o que ela produz,
dá vida ao povo que a habita
e respiração aos que sobre ela caminham:
«Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça;
tomei-te pela mão, formei-te
e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações,
para abrires os olhos aos cegos,
tirares do cárcere os prisioneiros
e da prisão os que habitam nas trevas».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 26 (27), 1.2.3.13-14 (R. 1a)
Refrão: O Senhor é a minha luz e a minha
salvação.
O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei de temer?
O Senhor é protetor da minha vida:
de quem hei de ter medo?
Quando os malvados me assaltaram
para devorar a minha carne,
foram eles, meus inimigos e adversários,
que vacilaram e caíram.
Se um exército me vier cercar,
o meu coração não temerá.
Se contra mim travarem batalha,
mesmo assim terei confiança.
Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no Senhor.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO
Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Sabedoria do Pai.
Salve, Senhor, nosso Rei;
só Vós tivestes piedade dos nossos erros. Refrão
EVANGELHO Jo 12, 1-11
«Deixa-a em paz:
ela tinha guardado o perfume para o dia da minha sepultura»
A leitura situa-nos exatamente no dia de hoje, falando à maneira judaica:
seis dias antes da Páscoa. O ambiente da casa dos três irmãos, amigos de Jesus,
é todo de amizade, mas também de pressentimento da morte. No entanto, tudo
respira imensa paz, a paz do Mistério Pascal. O gesto de Maria manifesta o amor
pelo Mestre, que dá a vida pelos homens. Ao contrário, a interpretação de Judas
é cheia de ódio mal disfarçado.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Seis
dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia,
onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Ofereceram-Lhe lá um jantar:
Marta andava a servir
e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Jesus.
Então Maria tomou uma libra de perfume
de nardo puro, de alto preço,
ungiu os pés de Jesus e enxugou-Lhos com os cabelos;
e a casa encheu-se com o perfume do bálsamo.
Disse então Judas Iscariotes, um dos discípulos,
aquele que havia de entregar Jesus:
«Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários,
para dar aos pobres?»
Disse isto, não porque se importava com os pobres,
mas porque era ladrão
e, tendo a bolsa comum, tirava o que nela se lançava.
Jesus respondeu-lhe: «Deixa-a em paz:
ela tinha guardado o perfume para o dia da minha sepultura.
Pobres, sempre os tereis convosco;
mas a Mim, nem sempre Me tereis».
Soube então grande número de judeus
que Jesus Se encontrava ali e vieram, não só por causa de Jesus,
mas também para verem Lázaro,
que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Entretanto, os príncipes dos sacerdotes
resolveram matar também Lázaro,
porque muitos judeus, por causa dele,
se afastavam e acreditavam em Jesus.
Palavra da salvação.
Oração Universal
Irmãos e irmãs:
Cristo é a Aliança de Deus para todos os povos,
pelo dom de Si e em total fidelidade ao Pai.
Desejosos da vida nova que Ele nos trouxe, digamos:
R. Pai santo, sede a nossa vida.
1. Pelo Papa N., e pelos Bispos, presbíteros e diáconos,
para que falem de Jesus, com o mesmo encanto
com que Deus falou do seu servo a Isaías,
oremos.
2. Pelos que vivem nas trevas do paganismo,
para que o Senhor, luz das nações e amigo dos homens,
lhes abra os olhos e os tire do cárcere onde estão presos,
oremos.
3. Pelos fiéis e catecúmenos do mundo inteiro,
para que aprendam a receber Jesus em cada pobre,
como o fazia a família de Betânia,
oremos.
4. Pelos que gastam generosamente as suas vidas pelo Senhor,
como o fez Maria, com o perfume de alto preço,
para que recebam, no Reino de Deus, a eterna recompensa,
oremos.
5. Por esta assembleia reunida a seis dias antes da Páscoa,
para que a figura de Jesus humilde, sereno e confiante
nos ensine a participar na sua Paixão,
oremos.
Senhor Deus, que nos oferecestes todas as
coisas,
ensinai-nos a oferecer-Vos, como o vosso Eleito,
o perfume deste santo sacrifício.
Por Cristo, nosso Senhor.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai benignamente, Senhor,
para os sagrados mistérios que celebramos
e fazei que seja fonte de vida eterna
o sacramento que instituístes para remissão dos nossos pecados.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio: II da Paixão do Senhor A vitória da Paixão
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por nosso Senhor Jesus Cristo.
Aproximam-se os dias solenes
da paixão salvadora e da ressurreição gloriosa,
em que é vencida a iniquidade da antiga serpente
e se renova o mistério da nossa redenção.
Por isso, a multidão dos anjos
adora a vossa majestade
e exulta eternamente na vossa presença.
Permiti que nos associemos às suas vozes,
dizendo (cantando) com alegria:
Santo, Santo, Santo,
Senhor Deus do universo.
O céu e a terra proclamam a vossa glória.
Hossana nas alturas.
Bendito O que vem em nome do Senhor.
Hossana nas alturas.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Cf. Sl 101, 3
Não escondais, Senhor, o vosso rosto no dia da minha aflição.
Inclinai para mim o vosso ouvido.
No dia em que chamar por Vós, respondei-me sem demora.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Visitai, Senhor, o povo santificado por estes mistérios
e defendei-o com paternal bondade,
para que conserve sempre, como remédio de salvação eterna,
os dons recebidos da vossa misericórdia.
Por Cristo nosso Senhor.
Oração sobre o povo (facultativa)
Defendei, Senhor, os humildes
e protegei os que esperam na vossa misericórdia,
de modo que se preparem para a celebração das festas pascais,
não só pela observância corporal,
mas principalmente pela pureza de alma.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica,
escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS
AGENDA DO DIA:
15.30 horas: Confissões em Arez.
Cruzes exteriores
NA ZONA PASTORAL DE NISA
Tolosa - Cruzeiro no adro da Igreja |
A VOZ DO PASTOR
MEU POVO, QUE TE FIZ EU? EM QUE TE CONTRISTEI?
Aproxima-se a celebração do momento central da
plenitude dos tempos. É a ‘Hora’ para a qual vinha a convergir tudo quanto
estava predito e dito e os próprios gestos salvíficos de Cristo preconizavam e
até provocaram. É a hora da cruz, a hora do despojamento total do Filho muito
amado do Pai, a hora da vitória da vida sobre a morte, a hora da ressurreição
do Senhor. “Não está aqui, ressuscitou!” (Lc 24, 5-6). E Jesus faz-se
encontrado, deixa-se ver e tocar pelos seus discípulos que o reconhecem e
correm de alegria levando por toda a parte a notícia da maior história de amor
que o mundo jamais conheceu. É o mistério da Páscoa, a fonte da vida, a Festa
das festas, a Festa da Igreja no coração do mundo a renovar o coração dos
homens. É o auge do projeto de Deus em favor da humanidade. A paixão e a
ressurreição de Jesus manifestam a coerência da vida de Jesus com a sua
mensagem, confirmam Jesus como Filho de Deus, são a expressão máxima do seu
amor para com a humanidade, constituem o sacrifício único pelo qual todos os
pecados são perdoados, encorajam a fé dos seus discípulos enviados a anunciar o
que tinham tocado, visto e ouvido.
Tudo quanto ao longo da História da Salvação, na sua
condescendência e pedagogia infinitas, Deus fez acontecer, tudo quanto prometeu
que haveria de advir eram apenas sombra das surpresas com que Deus nos haveria,
de facto, de presentear na plenitude dos tempos em seu Filho. Uma nova
primavera de esperança desponta a fazer florir uma humanidade nova baseada na
fraternidade universal, no amor e na paz. Infelizmente, por se querer ignorar
esta história de amor incomparável, ainda há quem, dois mil anos depois!, pela
dureza do seu coração soberbo e arrogante, teime em se endeusar e prefira viver
num inverno existencial triste, tenebroso e destruidor, alimentando ódios
impensáveis e interesses mesquinhos a destruir vidas, a promover o terror.
Se desde sempre o homem procurou e procura sentido
para a vida e para as perguntas da vida, se nunca faltaram nem faltam na
história humana heróis da justiça e do amor aos outros, há uma questão
fundamental que sempre permanece e atormenta o homem. O homem não tem solução
para a morte, quando muito tenta esquecê-la ou dizer que ela é o fim de tudo!
No entanto, Deus fez-se homem, Deus entrou no seio da morte. Não porque fosse
mortal, não porque tivesse caído nas ciladas do pecado. Entrou nela por amor,
fez-se mortal por graça e por verdade. Bebeu o cálice da nossa morte e
convidou-nos a tomar parte, desde já, na sua vida imortal, incorruptível. Se
aceitarmos entrar na sua morte por amor, ela é a única que destrói a nossa
morte. Jesus venceu a morte com a sua própria morte para nos dar a sua vida e
vida em abundância (cf. Jean Corbon, a fonte da liturgia, cap. III). Pela sua
cruz e ressurreição tornou-se o único acontecimento da história com
repercussões salvadoras para toda humanidade, mesmo que a cruz continue a ser
escândalo para uns e loucura para outros. Jesus, livre e soberanamente, entra
na morte e enfrenta-a sozinho num combate invulgar em favor de todos. “Ninguém
Me tira a vida, sou Eu que a dou espontaneamente (Jo 10,18).
Vamos entrar num tempo sagrado para viver e celebrar
estes mistérios da salvação, é a Semana Santa, a Semana Maior. Vai do Domingo
de Ramos, dia da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, ao Domingo da
Ressurreição do Senhor. Dentro da Semana Santa temos o Tríduo Pascal em que
Cristo sofreu, descansou e ressuscitou segundo a palavra que Ele disse: destruí
este templo e Eu em três dias o levantarei. Começa na Quinta-Feira Santa, com a
celebração da Ceia do Senhor, o dia da instituição da Eucaristia e do
Sacerdócio. Jesus e os seus apóstolos celebraram a Páscoa judaica, na qual
Jesus lavou os pés aos seus discípulos, um gesto simbólico que os seus
discípulos deveriam traduzir em atitudes de vida quotidiana, amando como Ele
amou. Naquela noite, Jesus saiu para o monte das oliveiras, é traído, entregue
e preso para ser julgado, flagelado e morto. É a Sexta-Feira da Paixão em que
se recordam os momentos mais difíceis dos últimos dias de Cristo dos quais
fazem parte o caminho para o Calvário, a Crucificação e Morte, o maior gesto do
amor incondicional de Jesus por cada um de nós. É dia de oração, jejum e
abstinência, de adoração da Santa Cruz. Desde o pôr-do-sol da sexta-feira ao
pôr-do-sol do sábado, não há celebrações. O Sábado Santo é um dia dedicado ao
silêncio, à oração e à reflexão, na esperança da Ressurreição do Senhor. É o
Sábado de Aleluia, o dia em que Jesus Cristo permanece no túmulo. A Vigília
Pascal é a Vigília cristã por excelência. A bênção do lume novo, a procissão da
luz, o Precónio Pascal, a Liturgia da Palavra, a celebração do Batismo e a
Eucaristia Pascal preenchem o tempo da Vigília. Embora aconteça na noite de
sábado, a Vigília pertence ao dia seguinte, é já uma celebração do Domingo de
Páscoa, do Domingo da Ressurreição do Senhor, um dia inesquecível e de grande
alegria para toda a humanidade. Foi no Domingo, o primeiro dia da semana, que
Jesus ressuscitou, se fez encontrado por várias pessoas e grupos de pessoas. A
alegria da ressurreição de Cristo é de tal grandeza que tem um oitavário de
celebração festiva como se de um só dia se tratasse. Segue-se depois o tempo
pascal, um oitavário de Domingos, uma semana de semanas, cinquenta dias, um
tempo para anunciar que Cristo ressuscitou e para vivermos como ressuscitados,
agora e sempre, anunciando que Ele está vivo em nós, entre nós, caminha
connosco.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 08-04-2022.
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