Sexta, 29 de abril de 2022
Sexta-feira da II semana de Páscoa
LITURGIA
Sexta-feira
da semana II
S. Catarina de Sena, virgem e
doutora da Igreja,
Padroeira da Europa – FESTA
Branco – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. dos Santos.
L1: 1 Jo 1, 5 – 2, 2; Sal 102 (103), 1-2. 3-4. 8-9. 13-14. 17-18a
Ev: Mt 11, 25-30
S. CATARINA DE SENA,
virgem e doutora da Igreja
Nota
Histórica
Nasceu em Sena no ano 1347. Movida pelo desejo de perfeição, entrou na
Ordem Terceira de S. Domingos quando era ainda adolescente. Inflamada no amor
de Deus e do próximo, trabalhou incansavelmente pela paz e concórdia entre as
cidades, defendeu com ardor os direitos e a liberdade do Romano Pontífice e
promoveu a renovação da vida religiosa. Escreveu importantes obras de
espiritualidade, cheias de boa doutrina e de inspiração celeste. Morreu no ano
1380.
Missa
ANTÍFONA DE ENTRADA
Esta é a virgem sábia e prudente,
que, de lâmpada acesa, foi ao encontro de Cristo. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de misericórdia infinita, que inflamastes Santa Catarina de Sena no amor
divino, chamando-a à contemplação da paixão do Senhor e ao serviço da Igreja,
fazei que o vosso povo, associado ao mistério de Cristo, se alegre para sempre
na manifestação da sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que
é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Jo 1, 5 – 2, 2
«O sangue de Jesus purifica-nos do pecado»
Leitura da Primeira Epístola de São João
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 102 (103), 1-2.3-4.8-9.13-14.17-18a
(R. 1a)
Refrão: Bendiz, ó minha alma, o Senhor.
Ou: Ó minha alma, louva o Senhor.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor,
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades.
Salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia.
O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
Não está sempre a repreender,
nem guarda ressentimento.
Como um pai se compadece de seus filhos,
assim o Senhor Se compadece dos que O temem.
Ele sabe de que somos formados
e não Se esquece de que somos pó da terra.
A bondade do Senhor permanece eternamente
sobre aqueles que O temem
e a sua justiça sobre os filhos dos seus filhos,
sobre aqueles que guardam a sua aliança.
EVANGELHO Mt 11, 25-30
«Escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes
e as revelaste aos pequeninos»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus exclamou:
«Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes
e as revelaste aos pequeninos.
Sim, Pai, Eu Te bendigo,
porque assim foi do teu agrado.
Tudo Me foi dado por meu Pai.
Ninguém conhece o Filho senão o Pai
e ninguém conhece o Pai senão o Filho
e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Vinde a Mim,
todos os que andais cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo
e aprendei de Mim,
que sou manso e humilde de coração,
e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, o sacrifício da salvação que Vos oferecemos na festa de Santa
Catarina e fazei que os ensinamentos da sua vida tornem mais fervorosa a nossa
ação de graças a Vós, único Deus verdadeiro. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. 1 Jo 1, 7
Se caminhamos na luz de Deus,
estamos em comunhão uns com os outros
e o Sangue de Jesus Cristo seu Filho
purifica-nos de todo o pecado. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus todo-poderoso, o alimento que recebemos nesta mesa celeste e que sustentou
Santa Catarina de Sena, até na sua vida temporal, seja para nós penhor de vida
eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
AGENDA DO DIA:
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Alpalhão.
IGREJAS NO CONCELHO DE
NISA
A VOZ DO PASTOR
MAIS COMPROMISSO QUE TEORIA DA MISERICÓRDIA
Celebramos o Domingo da Misericórdia. Há
festas litúrgicas na Igreja que devem a sua origem e implementação mais rápida a
revelações particulares. Mas sempre sem grande pressa da Igreja em assumir tais
revelações já que, para ela, o tempo tem sentido de eternidade. Assim como vai
distinguindo os carismas das manias, mesmo no meio da impaciência dos mais
devotos e voluntariosos, também põe à prova por longo tempo estas novidades que
lhe chegam bem como as formas como elas se apresentam e os conteúdos que
propõem. Mas procura agir sempre respeitosamente com todos, pois sabe que não
tem o monopólio do Espírito Santo e que Este sopra onde quer, quando quer, como
quer, em quem quer e ninguém tem nada com isso. Costuma dizer-se que o seguro
morreu de velho e a prudência foi-lhe ao enterro!...
É o caso, por exemplo, das Solenidades do
Corpo de Deus e do Sagrado Coração de Jesus. Aliás, no seu comentário teológico
sobre a mensagem de Fátima, o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI,
escreveu que “frequentemente as revelações privadas provêm da piedade popular e
nela se refletem, dando-lhe novo impulso e suscitando formas novas. Isto não
exclui que aquelas tenham influência também na própria liturgia, como o
demonstram por exemplo a festa do Corpo de Deus e a do Sagrado Coração de
Jesus”.
Foi pelo ano de 1263 que um Padre de Praga,
perante as dúvidas que o assaltavam sobre a presença real de Cristo na
Eucaristia, se sentiu agraciado com a evidência do facto quando a hóstia
começou a gotejar sangue na presença de todos os fiéis presentes. Este fenómeno
que teve lugar em Bolsena, na região de Lácio, por onde o sacerdote passeava,
foi devidamente estudado. Diz a tradição que, além do Papa Urbano IV, faziam
parte dessa comissão de avaliação São Tomás de Aquino e São Boaventura, e que
dois!... Também, neste tempo, já era sobejamente conhecido o famoso milagre
eucarístico de Lanciano do século VIII, um dos mais célebres do mundo,
cientificamente estudado. O Papa Urbano IV, que antes de ser Papa era arcediago
de Liége, foi a pessoa a quem, Juliana de Liège, mais conhecida por Santa
Juliana de Mont Cornillon, em 1230 confidenciou as visões que tinha, recebendo
dos Céus a incumbência de transmitir à Igreja o desejo divino de se incluir no
Calendário Litúrgico uma festa em honra da Santíssima Eucaristia. A festa logo
começou a ser celebrada em Liège. Só em 11 de agosto de 1264, Urbano IV instituiu
a Festa de Corpus Christi, estendendo a toda a Igreja o culto público à Sagrada
Eucaristia que apenas era celebrado em algumas dioceses por influência de Santa
Juliana. Clemente V, cinquenta anos mais tarde, tornou obrigatória a celebração
dessa Festa da Eucaristia. E o Concílio de Trento, em meados do século XVI,
oficializou as procissões eucarísticas, como ação de graças pelo dom supremo da
Eucaristia e como manifestação pública de fé na presença real de Cristo na
Hóstia Sagrada. Como afirmava São João Paulo II, a Eucaristia é o “tesouro mais
precioso herdado de Cristo, o Sacramento de sua própria Presença” em que o povo
de Deus “O louva, canta e leva em procissão pelas ruas da cidade” (14/6/2001).
Igualmente a Festa ao Sagrado Coração de
Jesus. A sua devoção já existe desde tempos imemoriais, mas a sua maior difusão
e implementação deve-se sobretudo a Santa Maria de Alacoque (1601-1680), uma
monja do mosteiro de Paray-le-Monial, em França. Durante anos teve aparições de
Jesus que lhe pedia uma particular devoção ao seu coração. Pedia-lhe que
comungasse em cada primeira sexta-feira do mês – foi em sexta-feira que Jesus
foi crucificado - e que a sexta-feira a seguir à oitava da Festa do Corpo de
Deus fosse dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Foi o papa Pio IX, em 1856,
quem estendeu a festa do Sagrado Coração de Jesus a toda a Igreja,
celebrando-se o coração como órgão humano unido à divindade de Cristo e o amor
de Deus pelos homens.
Vamos celebrar o Domingo da Divina
Misericórdia, o segundo Domingo da Páscoa. Também se fundamenta em revelações
feitas por Jesus a Santa Faustina Kowalska, em Plock, Polónia. Desde o ano
2000, por vontade do Papa São João Paulo II, faz parte do calendário litúrgico
da Igreja. Nesse ano, em 30 de abril, o Papa, na homilia da celebração de
canonização de Santa Faustina, afirmava ser importante “que acolhamos
inteiramente a mensagem que nos vem da palavra de Deus neste segundo Domingo de
Páscoa que de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de ‘Domingo da
Divina Misericórdia”.
A imagem divulgada do Senhor da Divina
Misericórdia representa Jesus no momento em que aparece aos discípulos no
Cenáculo, após a ressurreição (Jo 20,19-31), quando lhes dá o poder de perdoar
os pecados. O perdão é o sinal mais visível do amor do Pai que Jesus quis
revelar em toda a sua vida até ao alto do Calvário. Nestas revelações privadas,
Jesus dá muita importância à sua Segunda Vinda, como referem os capítulos 13 e
25 de São Mateus. E os apelos de Jesus são que se fale ao mundo da sua misericórdia,
que toda a humanidade conheça a sua misericórdia (cf. Diário 848), pois “Quem
não queira passar pela porta de Minha misericórdia, tem que passar pela porta
de Minha justiça” (Diário, 1146). O Senhor deixou-nos o sacramento da sua
misericórdia, o sacramento da reconciliação com Deus e com os irmãos, o
sacramento que faz experimentar a força libertadora do perdão. É a ação da
Divina Misericórdia até o fim dos tempos, não podendo deixar de ter o seu lugar
central na vida cristã. E a Igreja convida a celebrar a Divina Misericórdia de
várias formas, enriquecendo o Domingo da Misericórdia com a Indulgência
Plenária “para que os fiéis possam receber mais amplamente o dom do conforto do
Espírito Santo e desta forma alimentar uma caridade crescente para com Deus e o
próximo e, obtendo eles mesmos o perdão de Deus, sejam por sua vez induzidos a
perdoar imediatamente aos irmãos” (Decreto da P. Apostólica, 2002). A
interpretação da própria imagem do Senhor da Divina Misericórdia sugerida a
Santa Faustina e explicada por Jesus, é um símbolo da caridade, do perdão e do
amor de Deus, fonte da Misericórdia. Fazem ainda parte desta devoção o terço
próprio da Divina Misericórdia, sendo rezado, se possível, pelas 15 horas, o
momento da morte de Jesus. Inicia-se rezando o Pai Nosso, a Ave Maria e o
Credo. Nas contas do ‘Pai Nosso’, diz-se: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e
Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo,
em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro”. Nas contas das ‘Ave Maria’,
reza-se: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo
inteiro”. No final das dezenas, reza-se três vezes: “Deus Santo, Deus Forte,
Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.
“A cultura da misericórdia forma-se na oração
assídua, na abertura dócil à ação do Espírito, na familiaridade com a vida dos
Santos e na solidariedade concreta para com os pobres. É um convite premente
para não se equivocar onde é determinante comprometer-se” (MeM20).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 22-04-2022.
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