domingo, 3 de abril de 2022

 




PARÓQUIAS DE NISA

Segunda, 4 de abril de 2022

Segunda-feira da V semana da quaresma

   

 

LITURGIA

 

 

Segunda-feira da semana V

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. I da Paixão.

L1: Dan 13, 1-9.15-17.19-30.33-62
ou Dan 13, 41c-62; Sal 22 (23),1-3a.3b-4b.5.6
Ev: Jo 8, 1-11

Nos dias feriais mais oportunos desta semana, em vez das leituras indicadas para esses dias, podem tomar-se as leituras dominicais do Ano A, para favorecer a catequese batismal na Quaresma.

MISSA

 ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 55, 2
Compadecei-Vos de mim, Senhor, porque os homens me oprimem e todo o dia me perseguem os inimigos.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, cuja infinita bondade nos enche de bênçãos, concedei-nos a graça de iniciar uma vida nova que nos prepare para a glória do vosso reino. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I - Forma longa Dan 13, 1-9.15-17.19-30.33-62
«Vou morrer, sem ter feito nada do que disseram contra mim»

Leitura da Profecia de Daniel

Naqueles dias, morava em Babilónia um homem chamado Joaquim. Tinha desposado uma mulher chamada Susana, filha de Helcias, muito bela e temente ao Senhor. Os seus pais eram justos e tinham instruído a filha na Lei de Moisés. Joaquim era muito rico e tinha um jardim contíguo à sua casa. Os judeus reuniam-se com ele frequentemente, porque era o mais ilustre de todos eles. Naquele ano tinham designado como juízes dois anciãos do povo, daqueles que o Senhor denunciara, dizendo: «De Babilónia veio a iniquidade de velhos que passavam por dirigentes do povo». Estes dois frequentavam a casa de Joaquim e a eles recorriam todos os que tinham alguma questão de justiça. Quando, ao meio do dia, o povo se retirava, Susana vinha passear para o jardim do seu marido. Os dois velhos observavam-na todos os dias, quando entrava no jardim para passear, e apaixonaram-se por ela. Perverteram a sua mente e desviaram os seus olhos de modo a não olharem para o Céu e não se lembrarem dos seus justos juízos. Estando eles à espera de ocasião favorável, um dia Susana veio, como de costume, acompanhada somente de duas meninas; e, como estava calor, quis tomar banho no jardim. Não se encontrava ali ninguém, senão os dois velhos escondidos a espreitá-la. Susana disse às meninas: «Trazei-me óleo e unguentos e fechai as portas do jardim, para eu tomar banho». Logo que elas saíram, os dois velhos levantaram-se, correram para junto de Susana e disseram-lhe: «As portas do jardim estão fechadas, ninguém nos vê e nós estamos apaixonados por ti. Dá-nos o teu consentimento e entrega-te a nós. Senão, acusar-te-emos dizendo que estava contigo um jovem e por isso mandaste embora as meninas». Então Susana gemeu e exclamou: «Estou cercada por todos os lados: se praticar semelhante coisa, espera-me a morte; se não a praticar, não poderei fugir às vossas mãos. Mas prefiro cair nas vossas mãos sem ter feito nada a pecar na presença do Senhor». Então Susana gritou com voz forte, mas os dois velhos gritaram também contra ela e um deles correu a abrir as portas do jardim. Logo que as pessoas da casa ouviram estes gritos no jardim, precipitaram-se pela porta do lado, para verem o que tinha acontecido. Quando os velhos contaram a sua versão, os servos coraram de vergonha, pois nunca se tinha dito de Susana semelhante coisa. No dia seguinte, quando o povo se reuniu em casa de Joaquim, marido de Susana, vieram os dois velhos cheios de rancor contra ela, pretendendo condená-la à morte. E disseram diante do povo: «Mandai chamar Susana, filha de Helcias, mulher de Joaquim». Foram buscá-la e ela veio com os pais, os filhos e todos os parentes. Os seus familiares choravam, assim como todos os que a viam. Os dois velhos levantaram-se no meio do povo e puseram as mãos sobre a cabeça de Susana. Ela, a soluçar, ergueu os olhos ao Céu, porque o seu coração confiava no Senhor. Os velhos disseram: «Enquanto passeávamos sós pelo jardim, entrou ela com duas servas; fechou as portas do jardim e mandou embora as servas. Veio então ter com ela um jovem, que estava escondido, e deitou-se com ela. Nós, que estávamos a um canto do jardim, ao ver aquela maldade, corremos sobre eles. Embora os tivéssemos visto juntos, não pudemos agarrar o jovem, porque era mais forte do que nós, e, abrindo a porta, pôs- se em fuga. A ela, porém, apanhámo-la e perguntámos-lhe quem era o jovem, mas ela não quis dizer-nos Somos testemunhas do facto». A assembleia deu-lhes crédito, por serem anciãos do povo e juízes, e condenou Susana à morte. Então Susana disse em altos brados: «Deus eterno, que sabeis o que é secreto e conheceis todas as coisas antes que aconteçam, Vós sabeis que eles proferiram contra mim um falso testemunho. E eu vou morrer, sem ter feito nada do que eles maliciosamente disseram contra mim». O Senhor ouviu a oração de Susana. Quando a levavam para ser executada, Deus despertou o espírito santo dum rapazinho chamado Daniel, que gritou com voz forte: «Eu sou inocente da morte desta mulher». Todo o povo se voltou para ele e perguntou: «Que palavras são essas que acabas de dizer?» Daniel, de pé no meio deles, respondeu: «Sois tão insensatos, ó filhos de Israel, que, sem julgamento nem conhecimento claro dos factos, condenais uma filha de Israel? Voltai ao tribunal, porque estes dois homens levantaram contra ela um falso testemunho». O povo regressou a toda a pressa e os anciãos disseram a Daniel: «Vem sentar-te no meio de nós e expõe-nos o teu pensamento, pois Deus concedeu-te a dignidade dos anciãos». Daniel disse-lhes: «Separai-os um do outro e eu os julgarei». Quando os separaram, Daniel chamou o primeiro e disse-lhe: «Envelheceste na prática do mal, mas agora aparecem os pecados que outrora cometeste, quando lavravas sentenças injustas, condenando os inocentes e absolvendo os culpados, apesar de o Senhor dizer: ‘Não dareis a morte ao inocente e ao justo’. Pois bem. Se viste esta mulher, debaixo de que árvore descobriste os dois juntos?». Ele respondeu: «Debaixo de um lentisco». Replicou Daniel: «A tua mentira cairá sobre a tua cabeça, pois o Anjo de Deus já recebeu a sentença, para te rachar ao meio». Depois de o terem afastado, Daniel ordenou que trouxessem o outro e disse-lhe: «Raça de Canaã e não de Judá, a beleza seduziu-te e o desejo perverteu-te o coração. Era assim que procedíeis com as filhas de Israel e elas por medo entregavam-se a vós. Pois bem, diz-me então: Debaixo de que árvore os surpreendeste juntos?» Ele respondeu: «Debaixo de um carvalho». Replicou Daniel: «A tua mentira cairá sobre a tua cabeça, pois o Anjo de Deus está à tua espera com a espada na mão para te cortar ao meio. Assim acabará convosco». Toda a assembleia clamou em alta voz, bendizendo a Deus, que salva aqueles que esperam n’Ele. Levantaram-se então contra os dois velhos, porque Daniel os tinha convencido de falso testemunho, pela sua própria boca. Para cumprirem a Lei de Moisés, aplicaram-lhes a mesma pena que tão impiamente tinham preparado para o seu próximo e executaram-nos; e foi salva naquele dia uma vida inocente.

Palavra do Senhor.

LEITURA I - Forma breve Dan 13, 41c-62
«Vou morrer, sem ter feito nada do que disseram contra mim»


Deus ampara sempre aqueles que n’Ele confiam, umas vezes de forma patente, outras vezes nos segredos dos Seus desígnios.

Leitura da Profecia de Daniel

Naqueles dias, a assembleia condenou Susana à morte. Então Susana disse em altos brados: «Deus eterno, que sabeis o que é secreto e conheceis todas as coisas antes que aconteçam, Vós sabeis que eles proferiram contra mim um falso testemunho. E eu vou morrer, sem ter feito nada do que eles maliciosamente disseram contra mim». O Senhor ouviu a oração de Susana. Quando a levavam para ser executada, Deus despertou o espírito santo dum rapazinho chamado Daniel, que gritou com voz forte: «Eu sou inocente da morte desta mulher». Todo o povo se voltou para ele e perguntou: «Que palavras são essas que acabas de dizer?» Daniel, de pé no meio deles, respondeu: «Sois tão insensatos, ó filhos de Israel, que, sem julgamento nem conhecimento claro dos factos, condenais uma filha de Israel? Voltai ao tribunal, porque estes dois homens levantaram contra ela um falso testemunho». O povo regressou a toda a pressa e os anciãos disseram a Daniel: «Vem sentar-te no meio de nós e expõe-nos o teu pensamento, pois Deus concedeu-te a dignidade dos anciãos». Daniel disse-lhes: «Separai-os um do outro e eu os julgarei». Quando os separaram, Daniel chamou o primeiro e disse-lhe: «Envelheceste na prática do mal, mas agora aparecem os pecados que outrora cometeste, quando lavravas sentenças injustas, condenando os inocentes e absolvendo os culpados, apesar de o Senhor dizer: ‘Não dareis a morte ao inocente e ao justo’. Pois bem. Se viste esta mulher, debaixo de que árvore descobriste os dois juntos?». Ele respondeu: «Debaixo de um lentisco». Replicou Daniel: «A tua mentira cairá sobre a tua cabeça, pois o Anjo de Deus já recebeu a sentença, para te rachar ao meio». Depois de o terem afastado, Daniel ordenou que trouxessem o outro e disse-lhe: «Raça de Canaã e não de Judá, a beleza seduziu-te e o desejo perverteu-te o coração. Era assim que procedíeis com as filhas de Israel e elas por medo entregavam-se a vós. Pois bem, diz-me então: Debaixo de que árvore os surpreendeste juntos?» Ele respondeu: «Debaixo de um carvalho». Replicou Daniel: «A tua mentira cairá sobre a tua cabeça, pois o Anjo de Deus está à tua espera com a espada na mão para te cortar ao meio. Assim acabará convosco». Toda a assembleia clamou em alta voz, bendizendo a Deus, que salva aqueles que esperam n’Ele. Levantaram-se então contra os dois velhos, porque Daniel os tinha convencido de falso testemunho, pela sua própria boca. Para cumprirem a Lei de Moisés, aplicaram-lhes a mesma pena que tão impiamente tinham preparado para o seu próximo e executaram-nos; e foi salva naquele dia uma vida inocente.

Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 22 (23), 1-2a.2b-3.5-6 (R. 4a)
Refrão: Ainda que passe por vales tenebrosos,

nada temo, porque Vós estais comigo. Repete-se

O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma. Refrão

Ele me guia por sendas direitas,
por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo. Refrão

Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda. Refrão

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre. Refrão

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Ez 33, 11
Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Sabedoria do Pai. Repete-se
Eu não quero a morte do pecador, diz o Senhor,
mas que se converta e viva. Refrão

EVANGELHO Jo 8, 1-11
«Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras. Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?». Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-l’O, Ele ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Jesus acrescentou: «Também Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar».

Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor, que, reunidos para celebrar estes santos misté¬rios, Vos ofereçamos, como fruto da penitência, a alegria dos nossos corações purificados. Por Nosso Senhor.

Prefácio da Paixão do Senhor I


ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Quando se lê o Evangelho da mulher adúltera: Jo 8, 10-11
Mulher, ninguém te condenou? Ninguém, Senhor.
Nem Eu te condeno. Vai em paz e não tornes a pecar.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
A graça deste sacramento, Senhor, nos fortaleça e nos purifique de todo o mal, para que, seguindo os passos de Cristo, cami¬nhemos generosamente ao vosso encontro. Por Nosso Senhor.

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS Dan 13, 1-9.15-17.19-30.33-62

: Por cima do juizo dos homens, sobretudo por cima da sua falta de justiça em julgar, está o juizo de Deus, que é sempre um juizo justo e salvador. Susana, falsamente acusada, julgada e condenada, é imagem da Igreja caluniada e condenada. Deus, porém, vem em seu auxilio e a liberta, como faz a cada um de nós, que esperamos da misericórdia de Deus a absolvição dos nossos pecados e a reintegração no seu povo.

Jo 8, 1-11: Ao lado de Susana, inocente mas acusada e condenada, (primeira leitura), a mulher adúltera, culpada mas perdoada, é também imagem da Igreja nos seus membros: purificada dos seus pecados nas águas do Batismo e da Penitência, defendida das tentações e acusações injustas de seus perseguidores, ela é a nova Eva, fruto da misericórdia de Deus, ao lado de Cristo, o novo Adão. Assim é o fruto do Mistério Pascal, que nos preparamos para celebrar.

 

 

 

AGENDA DO DIA:

 

 

13.00 horas: Confissões em Tolosa

 

 

Cruzes exteriores NA ZONA PASTORAL DE NISA

 


Igreja do Espirito Santo
Cruz exterior no telhado frontal da igreja
 

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

 

ÀS 16 HORAS DO DIA 25 A PAZ CONTA CONSIGO

 

Não esqueça, esta hora também grita por si! Para que tal hora não passe despercebida, acione o despertador do seu telemóvel, organize-se, anuncie e estimule. Se há muitas formas de ajudar, esta é uma delas. Mesmo com algum transtorno na sua lide diária, una-se em oração a milhões de pessoas neste momento tão triste da história humana em que multidões sofrem as prepotências de quem se julga dono e senhor de tudo e de todos. Depois de tantos apelos à oração pela paz, depois do Papa Francisco apelar ao dia de jejum em Quarta-Feira de Cinzas pela mesma causa, desde o dia 17 de março que pessoas de boa vontade estão em novena de preparação para a consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, Rainha da Paz. Acontecerá na próxima sexta-feira, dia em que também começam as “24 Horas para o Senhor”. Para maior divulgação e reiterar o convite para que permaneçamos unidos nesse solene momento, faço eco das notícias que, a esse pretexto, vão sendo publicadas em Vatican News. Foram os líderes católicos da Ucrânia que pediram ao Papa Francisco esta consagração, enquanto, “nesta dolorosa e difícil situação de guerra”, continuam “a rezar, celebrar a Santa Missa, adorar o Santíssimo Sacramento, jejuar e oferecer nossos sofrimentos pedindo a misericórdia de Deus”. E manifestam-se “muito felizes pelo fato de o Santo Padre ter respondido positivamente ao pedido dos bispos da Igreja Católica Latina, de todos os seus sacerdotes e de todo o seu povo”, afirmou o arcebispo de Lviv, Ucrânia. Com o propósito de quererem preparar o povo, convocaram “todos os cristãos na Ucrânia a se juntarem a esta novena e – dizem - ficaríamos muito gratos se toda a Igreja ao redor do mundo se unisse a nós em oração por essa intenção”. Neste comum sentir, o Papa Francisco convidou os bispos de todo o mundo, os seus sacerdotes e toda a gente de boa vontade a se unirem a ele na oração pela paz e pela consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria. Francisco fará a Consagração em 25 de março, Solenidade da Anunciação do Senhor, às 16 horas de Lisboa, numa Celebração da Penitência a que presidirá na Basílica de São Pedro. O mesmo será feito em Fátima, à mesma hora, pelo cardeal Konrad Krajewski, enviado do Papa. Bispos de toda a Igreja e todos os bispos católicos da Ucrânia, tanto de rito latino como gregos-católicos, se unirão também neste ato de consagração, celebrando-o ao mesmo tempo nas suas catedrais e igrejas. Muitas pessoas, famílias, comunidades diocesanas e paroquiais por esse mundo além, se vão unir nesta Consagração e nesta oração pela paz entre os povos. Em plena e profunda comunhão com o Santo Padre, os Bispos portugueses procurarão estar presentes nesta celebração em Fátima. Será na Capelinha das Aparições, também às 16h00, durante a oração do Rosário. Pela parte que nos toca, apelamos a todas as pessoas, famílias, paróquias, comunidades, institutos de vida consagrada e outras instituições eclesiais para que assumam esta intenção de consagração nas celebrações desse dia, nomeadamente nas Vias-Sacras, nas Eucaristias, na Oração do Rosário e no itinerário “24 horas para o Senhor” que se inicia na tarde desse dia. ‘Nunca saberemos quanto bem pode fazer ao mundo uma oração simples, pequena e silenciosa. É uma força de amor, o poder do Espírito que sopra por toda a parte, transforma e converte. Para Deus tudo é possível, basta que se abra uma fenda no coração e muda as mãos assassinas. A oração não muda Deus através das palavras, a oração muda os corações e converte-os a Deus para que finalmente possam acolher os seus dons. O dom de Deus é o Espírito que com amor cura o mundo do ódio’.

Na Aparição de 13 de julho de 1917, em Fátima, Nossa Senhora pediu a consagração da Rússia ao Seu Imaculado Coração, afirmando que, se este pedido não fosse atendido, a Rússia espalharia "os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja". "Os bons", acrescentou, "serão martirizados, o Santo Padre sofrerá muito, várias nações serão destruídas". Depois das aparições de Fátima, houve vários atos de consagração ao Imaculado Coração de Maria: Pio XII, em 31 de outubro de 1942, consagrou o mundo inteiro. Em 7 de julho de 1952, consagrou os povos da Rússia ao Imaculado Coração de Maria com a Carta Apostólica ‘Sacro vergente anno’, dizendo: “Assim como há alguns anos atrás consagramos o mundo ao Imaculado Coração da Virgem Mãe de Deus, agora, de forma muito especial, consagramos todos os povos da Rússia ao mesmo Imaculado Coração”.

São Paulo VI, em 21 de novembro de 1964, renovou a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria na presença dos Padres do Concílio Vaticano II. O Papa São João Paulo II compôs uma oração que definiu como "Ato de entrega" a ser celebrado na Basílica de Santa Maria Maior em 7 de junho de 1981, na Solenidade de Pentecostes. O texto afirmava: “Ó Mãe dos homens e dos povos, Tu conheces todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, Tu sentes maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas que abalam o mundo, acolhe o nosso clamor no Espírito Santo diretamente ao teu coração e abraça com o amor de Mãe e de Serva do Senhor aqueles que esperam mais este abraço, junto com aqueles que cuja entrega Tu também esperas de modo particular. Tomai sob a tua proteção materna toda a família humana que, com carinho afetuoso, a Ti, ó Mãe, nós confiamos. Que se aproxime para todos o tempo da paz e da liberdade, o tempo da verdade, da justiça e da esperança”.

Depois, para responder mais plenamente aos pedidos de Nossa Senhora, quis explicitar durante o Ano Santo da Redenção o ato de entrega de 7 de Junho de 1981, repetido em Fátima a 13 de maio de 1982. Em memória do Fiat pronunciado por Maria no momento da Anunciação, em 25 de março de 1984, na Praça São Pedro, em união espiritual com todos os bispos do mundo previamente "convocados", João Paulo II confiou todos os povos ao Imaculado Coração de Maria, assim: “E por isso, ó Mãe dos homens e dos povos, Tu que conheces todos os seus sofrimentos e todas as suas esperanças, Tu que sentes maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, que abalam o mundo contemporâneo, acolhe o nosso grito que, movido pelo Espírito Santo, dirigimos diretamente ao teu Coração: abraça com amor de Mãe e Serva do Senhor, este nosso mundo humano, que Te confiamos e consagramos, cheio de inquietude pela sorte terrena e eterna dos homens e dos povos. De modo especial Te confiamos e consagramos aqueles homens e nações que têm necessidade particular desta entrega e consagração”.

Em junho do ano 2000, a Santa Sé revelou a terceira parte do segredo de Fátima e o então arcebispo secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, sublinhou que a Irmã Lúcia, numa carta de 1989, tinha confirmado pessoalmente que este ato de consagração solene e universal correspondia ao que Nossa Senhora queria: "Sim, foi feito", escreveu a vidente, "como Nossa Senhora havia pedido, em 25 de março de 1984".

A mensagem de Fátima apenas lança um apelo sincero à conversão para que a humanidade possa ser salva do egoísmo que destrói. Seja qual for a crueldade dos homens, a mensagem da Senhora é clara: "O Meu Imaculado Coração triunfará". O que significa isto? Joseph Ratzinger explica: “Significa que este Coração aberto a Deus, purificado pela contemplação de Deus, é mais forte que as armas ou armamentos de qualquer espécie. O fiat de Maria, a palavra do seu Coração, mudou a história do mundo, porque introduziu neste mundo o Salvador: graças àquele 'Sim', Deus pôde fazer-Se homem no nosso meio e tal permanece para sempre. Que o maligno tem poder neste mundo, vemo-lo e experimentamo-lo continuamente; tem poder, porque a nossa liberdade se deixa continuamente desviar de Deus. Mas, desde que Deus passou a ter um coração humano e deste modo orientou a liberdade do homem para o bem, para Deus, a liberdade para o mal deixou de ter a última palavra. O que vale desde então, está expresso nesta frase: 'No mundo tereis tribulações, mas tende confiança! Eu venci o mundo” (Jo 16, 33)”.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 22-03-2022.

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário