Sábado, 30 de abril de 2022
Sábado da II semana de Páscoa
LITURGIA
Sábado
da semana II
S. Pio V, papa – MF
Branco – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória, pf. pascal.
L1: At 6, 1-7; Sal 32 (33), 1-2. 4-5. 18-19
Ev: Jo 6, 16-21
* Na Ordem de São Domingos – S. Pio V, papa – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Bento de Urbino, presbítero, da I
Ordem – MF
* Na Ordem da Imaculada Conceição – Aniversário da aprovação da Ordem (1489).
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
Missa
Antífona
de entrada Cf. 1Pd 2, 9
Povo resgatado, proclamai as maravilhas do Senhor,
que vos chamou das trevas para a sua luz admirável. Aleluia.
Oração
coleta
Afastai de nós, Senhor, o documento da nossa dívida pela lei do pecado,
que anulastes no mistério pascal
pela ressurreição de Jesus Cristo, vosso Filho.
Ele que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
Ou:
Senhor, nosso Deus, que, pelos mistérios pascais,
abristes aos fiéis as portas da misericórdia,
olhai para nós e tende compaixão,
para que, seguindo fielmente, com o auxílio da graça,
os desígnios da vossa vontade,
nunca nos afastemos dos caminhos da vida.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Actos 6, 1-7
«Escolheram sete homens cheios do Espírito Santo ...»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
Naqueles dias, aumentando o número dos discípulos,
os helenistas começaram a murmurar contra os hebreus, porque no serviço diário
não se fazia caso das suas viúvas. Então os Doze convocaram a assembleia dos
discípulos e disseram: «Não convém que deixemos de pregar a palavra de Deus,
para servirmos às mesas. Escolhei entre vós, irmãos, sete homens de boa
reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para lhes confiarmos esse
cargo. Quanto a nós, vamos dedicar-nos à oração e ao ministério da palavra». A
proposta agradou a toda a assembleia; e escolheram Estêvão, homem cheio de fé e
do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau,
prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos aos Apóstolos e estes oraram e
impuseram as mãos sobre eles. A palavra de Deus ia-se divulgando cada vez mais;
o número dos discípulos aumentava consideravelmente em Jerusalém e também
obedecia à fé grande número de sacerdotes.
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 32 (33),
1-2.4-5.18-19 (R. 22)
Refrão: Esperamos, Senhor, na vossa misericórdia. Repete-se
Ou: Venha sobre nós a vossa bondade, porque em Vós esperamos, Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Justos, aclamai o Senhor,
os corações rectos devem louvá-l’O.
Louvai o Senhor com a cítara,
cantai-Lhe salmos ao som da harpa. Refrão
A palavra do Senhor é reta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a retidão:
a terra está cheia da bondade do Senhor. Refrão
Os olhos do Senhor estão voltados
para os que O temem,
para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas
e os alimentar no tempo da fome. Refrão
ALELUIA
Refrão: Aleluia Repete-se
Ressuscitou Jesus Cristo, que criou o universo
e Se compadeceu do género humano. Refrão
EVANGELHO Jo 6, 16-21
«Viram Jesus caminhando sobre o mar»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Ao
cair da tarde, os discípulos de Jesus desceram até junto do mar, subiram para
um barco e seguiram para a outra margem, em direção a Cafarnaum. Já fazia
escuro e Jesus ainda não tinha ido ter com eles. Como o vento soprava forte, o
mar ia-se encrespando. Tendo eles remado duas e meia a três milhas, viram Jesus
aproximar-Se do barco, caminhando sobre o mar e tiveram medo. Mas Jesus
disse-lhes: «Sou Eu. Não temais». Quiseram então recebê-l’O no barco mas logo o
barco chegou à terra para onde se dirigiam.
Palavra
da salvação.
Oração
sobre as oblatas
Santificai, Senhor, estes dons,
que Vos oferecemos como sacrifício espiritual,
e fazei de nós mesmos uma oblação eterna para vossa glória.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio Pascal I-V.
Antífona
da comunhão Cf. Jo 17, 24
Eu quero, ó Pai, que estejam sempre comigo aqueles que Me deste,
para que vejam a minha glória. Aleluia.
Oração
depois da comunhão
Depois de recebermos estes dons sagrados,
humildemente Vos pedimos, Senhor:
o sacramento que o vosso Filho nos mandou celebrar em sua memória
aumente sempre a nossa caridade.
Por Cristo nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Actos 6, 1-7: Começa a sentir-se, desde hoje, a necessidade de
certa organização na comunidade dos cristãos. Os Apóstolos criam um grupo de sete
para o serviço de assistência caritativa. São chamados “diáconos”, isto é,
“ministros”, “servos”. A Igreja não descansa unicamente nos seus chefes: é toda
ela uma comunidade viva. Estes “diáconos” não são ainda os futuros diáconos da
hierarquia cristã, mas desempenham já alguns dos serviços que serão próprios
dos futuros diáconos. Outros ministérios irão aparecer no futuro.
Jo 6, 16-21: A cena aqui narrada passa-se depois da morte do Senhor
Jesus. Andando sobre as ondas, Jesus cria nos seus interrogações sobre a sua
pessoa; assim mais facilmente eles irão descobrindo a sua origem divina, que
Ele próprio mais claramente manifesta ao aplicar a Si o nome divino revelado a
Moisés: “Eu sou”; Ao lado da palavra, as ações que encarnam a palavra e como
que lhe dão credibilidade. Assim serão as ações da liturgia: a palavra e o
rito. Deste modo, ficamos desde hoje preparados para o grande discurso do
Senhor, na próxima semana, sobre o Pão da Vida.
AGENDA DO DIA:
Peregrinação dos acólitos a Fátima (Todo o dia)
Encontro diocesano de catequistas em Castelo Branco (Todo o dia)
16.00 horas: Missa no Pardo
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Alpalhão.
IGREJAS NO CONCELHO DE
NISA
A VOZ DO PASTOR
MAIS COMPROMISSO QUE TEORIA DA MISERICÓRDIA
Celebramos o Domingo da Misericórdia. Há
festas litúrgicas na Igreja que devem a sua origem e implementação mais rápida
a revelações particulares. Mas sempre sem grande pressa da Igreja em assumir
tais revelações já que, para ela, o tempo tem sentido de eternidade. Assim como
vai distinguindo os carismas das manias, mesmo no meio da impaciência dos mais
devotos e voluntariosos, também põe à prova por longo tempo estas novidades que
lhe chegam bem como as formas como elas se apresentam e os conteúdos que propõem.
Mas procura agir sempre respeitosamente com todos, pois sabe que não tem o
monopólio do Espírito Santo e que Este sopra onde quer, quando quer, como quer,
em quem quer e ninguém tem nada com isso. Costuma dizer-se que o seguro morreu
de velho e a prudência foi-lhe ao enterro!...
É o caso, por exemplo, das Solenidades do
Corpo de Deus e do Sagrado Coração de Jesus. Aliás, no seu comentário teológico
sobre a mensagem de Fátima, o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI,
escreveu que “frequentemente as revelações privadas provêm da piedade popular e
nela se refletem, dando-lhe novo impulso e suscitando formas novas. Isto não
exclui que aquelas tenham influência também na própria liturgia, como o
demonstram por exemplo a festa do Corpo de Deus e a do Sagrado Coração de
Jesus”.
Foi pelo ano de 1263 que um Padre de Praga,
perante as dúvidas que o assaltavam sobre a presença real de Cristo na
Eucaristia, se sentiu agraciado com a evidência do facto quando a hóstia
começou a gotejar sangue na presença de todos os fiéis presentes. Este fenómeno
que teve lugar em Bolsena, na região de Lácio, por onde o sacerdote passeava,
foi devidamente estudado. Diz a tradição que, além do Papa Urbano IV, faziam
parte dessa comissão de avaliação São Tomás de Aquino e São Boaventura, e que
dois!... Também, neste tempo, já era sobejamente conhecido o famoso milagre
eucarístico de Lanciano do século VIII, um dos mais célebres do mundo,
cientificamente estudado. O Papa Urbano IV, que antes de ser Papa era arcediago
de Liége, foi a pessoa a quem, Juliana de Liège, mais conhecida por Santa
Juliana de Mont Cornillon, em 1230 confidenciou as visões que tinha, recebendo
dos Céus a incumbência de transmitir à Igreja o desejo divino de se incluir no
Calendário Litúrgico uma festa em honra da Santíssima Eucaristia. A festa logo
começou a ser celebrada em Liège. Só em 11 de agosto de 1264, Urbano IV
instituiu a Festa de Corpus Christi, estendendo a toda a Igreja o culto público
à Sagrada Eucaristia que apenas era celebrado em algumas dioceses por
influência de Santa Juliana. Clemente V, cinquenta anos mais tarde, tornou
obrigatória a celebração dessa Festa da Eucaristia. E o Concílio de Trento, em
meados do século XVI, oficializou as procissões eucarísticas, como ação de
graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública de fé na
presença real de Cristo na Hóstia Sagrada. Como afirmava São João Paulo II, a
Eucaristia é o “tesouro mais precioso herdado de Cristo, o Sacramento de sua
própria Presença” em que o povo de Deus “O louva, canta e leva em procissão
pelas ruas da cidade” (14/6/2001).
Igualmente a Festa ao Sagrado Coração de
Jesus. A sua devoção já existe desde tempos imemoriais, mas a sua maior difusão
e implementação deve-se sobretudo a Santa Maria de Alacoque (1601-1680), uma
monja do mosteiro de Paray-le-Monial, em França. Durante anos teve aparições de
Jesus que lhe pedia uma particular devoção ao seu coração. Pedia-lhe que
comungasse em cada primeira sexta-feira do mês – foi em sexta-feira que Jesus
foi crucificado - e que a sexta-feira a seguir à oitava da Festa do Corpo de
Deus fosse dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Foi o papa Pio IX, em 1856,
quem estendeu a festa do Sagrado Coração de Jesus a toda a Igreja,
celebrando-se o coração como órgão humano unido à divindade de Cristo e o amor
de Deus pelos homens.
Vamos celebrar o Domingo da Divina
Misericórdia, o segundo Domingo da Páscoa. Também se fundamenta em revelações
feitas por Jesus a Santa Faustina Kowalska, em Plock, Polónia. Desde o ano
2000, por vontade do Papa São João Paulo II, faz parte do calendário litúrgico
da Igreja. Nesse ano, em 30 de abril, o Papa, na homilia da celebração de
canonização de Santa Faustina, afirmava ser importante “que acolhamos
inteiramente a mensagem que nos vem da palavra de Deus neste segundo Domingo de
Páscoa que de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de ‘Domingo da
Divina Misericórdia”.
A imagem divulgada do Senhor da Divina
Misericórdia representa Jesus no momento em que aparece aos discípulos no
Cenáculo, após a ressurreição (Jo 20,19-31), quando lhes dá o poder de perdoar
os pecados. O perdão é o sinal mais visível do amor do Pai que Jesus quis
revelar em toda a sua vida até ao alto do Calvário. Nestas revelações privadas,
Jesus dá muita importância à sua Segunda Vinda, como referem os capítulos 13 e
25 de São Mateus. E os apelos de Jesus são que se fale ao mundo da sua
misericórdia, que toda a humanidade conheça a sua misericórdia (cf. Diário
848), pois “Quem não queira passar pela porta de Minha misericórdia, tem que
passar pela porta de Minha justiça” (Diário, 1146). O Senhor deixou-nos o
sacramento da sua misericórdia, o sacramento da reconciliação com Deus e com os
irmãos, o sacramento que faz experimentar a força libertadora do perdão. É a
ação da Divina Misericórdia até o fim dos tempos, não podendo deixar de ter o
seu lugar central na vida cristã. E a Igreja convida a celebrar a Divina
Misericórdia de várias formas, enriquecendo o Domingo da Misericórdia com a
Indulgência Plenária “para que os fiéis possam receber mais amplamente o dom do
conforto do Espírito Santo e desta forma alimentar uma caridade crescente para
com Deus e o próximo e, obtendo eles mesmos o perdão de Deus, sejam por sua vez
induzidos a perdoar imediatamente aos irmãos” (Decreto da P. Apostólica, 2002).
A interpretação da própria imagem do Senhor da Divina Misericórdia sugerida a
Santa Faustina e explicada por Jesus, é um símbolo da caridade, do perdão e do
amor de Deus, fonte da Misericórdia. Fazem ainda parte desta devoção o terço próprio
da Divina Misericórdia, sendo rezado, se possível, pelas 15 horas, o momento da
morte de Jesus. Inicia-se rezando o Pai Nosso, a Ave Maria e o Credo. Nas
contas do ‘Pai Nosso’, diz-se: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue,
Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro”. Nas contas das ‘Ave Maria’,
reza-se: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo
inteiro”. No final das dezenas, reza-se três vezes: “Deus Santo, Deus Forte,
Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.
“A cultura da misericórdia forma-se na oração
assídua, na abertura dócil à ação do Espírito, na familiaridade com a vida dos
Santos e na solidariedade concreta para com os pobres. É um convite premente
para não se equivocar onde é determinante comprometer-se” (MeM20).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 22-04-2022.
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